Quantos neonazis os EUA estão a apoiar na Ucrânia? (2)
O jovem sargento então
leva a conversa para outro rumo, como se estivesse a preparar-se para enfrentar
o elefante no pátio da escola. Ele começa a falar dos nazis, e não dos antigos,
dos novos, alguns dos quais estão nas fileiras do Azov.
“Na Europa, os nazis
apoiam Putin. Eles pensam que ele quer fazer uma Europa branca e eslava”, diz
Kharkiv. “Mas o líder branco, Putin, mata eslavos. Não sei pelo que os
separatistas estão a lutar. Mas se destruíssemos a TV Putin [propaganda de
notícias do Kremlin], então em meio ano poderíamos acabar com essa guerra
apenas conversando com civis. Se somos nazis fascistas, por que pessoas como os
georgianos estão a juntar-se a nós para lutar?”
Enquanto ele fala, um
jovem soldado aproxima-se. Kharkiv apresenta-o. Ao apertar as mãos, uma grande
tatuagem preta torna-se particularmente visível no bíceps superior do jovem. A
tatuagem é uma imagem da águia nazi em cima de uma suástica preta.
Quando o soldado se foi,
Kharkiv suspira e diz: “E sim, também temos alguns tipos que apoiam essas
ideias. Mas pessoas com ideologias extremas de direita estão em todos os
exércitos… nos EUA e na Rússia. Há skinheads, por exemplo. Dizemos-lhes ‘OK,
mas temos uma ideologia nacional da Ucrânia. Se você não tem isso também, então
você pode sair.’ Mas também temos tipos de muitas religiões, que acreditam em
deuses diferentes ou nenhum deus, e todos dormem no mesmo quarto.”
Kharkiv diz-nos que há um
judeu no batalhão, mas não o encontramos.
Para o Azov, não é apenas
uma questão de um ocasional miúdo muito confuso pendurado nalguma variante
distorcida da ideologia nazi que quer se alistar. Pode-se dizer que remonta à
história de colaboração entre alguns nacionalistas ucranianos e os nazis,
lutando contra os soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial. Mas, mais
especificamente e mais recentemente, há uma história recorrente da ideologia
nazi no batalhão, que remonta ao seu fundador, Andriy Biletsky, que formou o
grupo neonazi chamado Assembleia Social-Nacional (SNA) em 2008.
Fonte: Daily Beast, 14 de
abril de 2017
Etiquetas: andriy biletsky, batalhão azov, história
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home