Pratinho de Couratos

A espantosa vida quotidiana no Portugal moderno!

quarta-feira, setembro 07, 2022

Quantos neonazis os EUA estão a apoiar na Ucrânia? (2)

O jovem sargento então leva a conversa para outro rumo, como se estivesse a preparar-se para enfrentar o elefante no pátio da escola. Ele começa a falar dos nazis, e não dos antigos, dos novos, alguns dos quais estão nas fileiras do Azov.

“Na Europa, os nazis apoiam Putin. Eles pensam que ele quer fazer uma Europa branca e eslava”, diz Kharkiv. “Mas o líder branco, Putin, mata eslavos. Não sei pelo que os separatistas estão a lutar. Mas se destruíssemos a TV Putin [propaganda de notícias do Kremlin], então em meio ano poderíamos acabar com essa guerra apenas conversando com civis. Se somos nazis fascistas, por que pessoas como os georgianos estão a juntar-se a nós para lutar?”

Enquanto ele fala, um jovem soldado aproxima-se. Kharkiv apresenta-o. Ao apertar as mãos, uma grande tatuagem preta torna-se particularmente visível no bíceps superior do jovem. A tatuagem é uma imagem da águia nazi em cima de uma suástica preta.

Quando o soldado se foi, Kharkiv suspira e diz: “E sim, também temos alguns tipos que apoiam essas ideias. Mas pessoas com ideologias extremas de direita estão em todos os exércitos… nos EUA e na Rússia. Há skinheads, por exemplo. Dizemos-lhes ‘OK, mas temos uma ideologia nacional da Ucrânia. Se você não tem isso também, então você pode sair.’ Mas também temos tipos de muitas religiões, que acreditam em deuses diferentes ou nenhum deus, e todos dormem no mesmo quarto.”

Kharkiv diz-nos que há um judeu no batalhão, mas não o encontramos.

Para o Azov, não é apenas uma questão de um ocasional miúdo muito confuso pendurado nalguma variante distorcida da ideologia nazi que quer se alistar. Pode-se dizer que remonta à história de colaboração entre alguns nacionalistas ucranianos e os nazis, lutando contra os soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial. Mas, mais especificamente e mais recentemente, há uma história recorrente da ideologia nazi no batalhão, que remonta ao seu fundador, Andriy Biletsky, que formou o grupo neonazi chamado Assembleia Social-Nacional (SNA) em 2008.

Fonte: Daily Beast, 14 de abril de 2017

Etiquetas: , ,