China pediu à Rússia para adiar intervenção na Ucrânia para depois dos Jogos Olímpicos
O governo
chinês pediu à Rússia, no início de fevereiro, que não iniciasse a invasão da
Ucrânia antes do fim dos Jogos Olímpicos de Inverno que
decorreram na China, noticia o The New York Times (NYT).
O diário, que cita fontes dos
Estados Unidos e uma fonte de um Governo europeu, refere que um relatório dos
serviços de inteligência ocidental disse que altos funcionários chineses
pediram aos seus homólogos russos, no início de fevereiro, para não invadirem a
Ucrânia antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim.
A invasão da Ucrânia pela Rússia
começou a 24 de fevereiro, quatro dias depois da cerimónia de
encerramento do evento desportivo.
As informações trocadas entre
membros dos governos chinês e russo foram recolhidas por um dos serviços de
inteligência de um país ocidental, segundo as fontes, e partilhada a alto nível
durante as discussões sobre se o Presidente russo, Vladimir Putin, atacaria ou
não a Ucrânia.
Fonte: Sapo24, 3 de março de 2022
China nega ter pedido à Rússia que
adiasse invasão para depois dos Jogos Olímpicos
A China
disse hoje ser “completamente falso” que tenha pedido à Rússia que esperasse
pelo fim dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim, para iniciar a invasão da
Ucrânia, conforme noticiado pelo jornal The New York Times.
“É completamente falso, e também
desprezível, que a culpa esteja agora a ser transferida”, disse o porta-voz do
Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, em conferência de
imprensa.
“Aqueles que instigaram esta crise
devem tomar medidas concretas para aliviar as tensões”, acrescentou, numa
referência implícita aos Estados Unidos.
Segundo The New York Times (NYT),
os serviços de inteligência ocidentais informaram que altos funcionários do
Governo chinês tinham “algum nível de conhecimento sobre os planos ou intenções
russas”, antes do início da agressão militar, que começou em 24 de fevereiro,
quatro dias depois de os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim terem terminado.
O Presidente chinês, Xi Jinping,
recebeu, em 04 de fevereiro, o homólogo russo, Vladimir Putin, em Pequim. A
declaração conjunta emitida depois do encontro indicava que a “amizade entre os
dois Estados não tem limites e que não há áreas ‘proibidas’ de cooperação”.
Sem mencionar a Ucrânia, a
declaração russo-chinesa opunha-se à expansão da NATO e às coligações que
“intensificam a rivalidade geopolítica”, uma provável referência aos esforços
do Presidente norte-americano, Joe Biden, para reforçar os laços com outras
nações democráticas, perante a ascensão da China.
De acordo com autoridades britânicas
citadas pelo The New York Times, esta declaração conjunta foi um sinal claro de
apoio chinês, algo que Pequim teria recusado, se Putin ofuscasse os Jogos em
Pequim com um ataque antes do encerramento.
O jornal ressalvou que as fontes não
estão certas sobre o nível de liderança a que foram realizadas as conversas
sobre a invasão.
Segundo uma fonte citada pelo
jornal, os detalhes sobre o ataque não foram necessariamente discutidos entre
Putin e Xi.
O jornal informou ainda que, segundo
fontes do governo norte-americano, em meia dúzia de reuniões entre
representantes de Washington e Pequim, incluindo uma com o embaixador chinês,
horas antes do início da invasão, os responsáveis mostraram ceticismo, em
relação a um possível ataque russo.
Segundo Pequim, a sua relação com
Moscovo é a de “parceria estratégica”, mas isso não inclui “nem aliança, nem
confronto”, nem “tem como alvo terceiros países”.
Fonte: Lusa, 3 de março de 2022
Etiquetas: guerra américa rússia, jornalismo confiável, propaganda
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