Mais de 40 morrem em incêndio e confrontos em Odessa
Prédio do sindicato local foi incendiado em condições ainda não esclarecidas
Quarenta e seis pessoas morreram nesta sexta-feira em
Odessa, no sul da Ucrânia, no pior dia de conflitos na região do Mar Negro desde
a deposição do presidente Viktor Yanukovich, em fevereiro. Segundo a polícia,
31 pessoas morreram, quando a sede do sindicato local foi incendiada – foram
asfixiadas pela fumaça ou morreram ao saltar das janelas do edifício.
Não há informações claras sobre como o incêndio
começou. Há informações indicando que separatistas se entrincheiraram dentro do
prédio e começaram a atirar cocktails Molotov para fora, enquanto grupos do
lado de fora também atiravam bombas para dentro do edifício. O número de 31
mortos foi divulgado pela representação regional do Ministério do Interior que,
inicialmente, havia falado em 38 mortos no incêndio.
Outras quatro pessoas morreram, segundo a polícia, num
confronto que começou quando uma manifestação de grupos pró-Kiev caiu numa
emboscada. Pedras e explosivos foram usados no conflito. Os manifestantes
favoráveis ao governo provisório que busca de uma aproximação com a Europa tinha
saído às ruas com a bandeira azul e amarela da Ucrânia, usando capacetes e empunhando
bastões.
Vários deles eram adeptos da equipa local, o
Chornomorets, o que tingiu o confronto com a rivalidade do futebol, já que
muitos separatistas pró-Rússia, que vestiam as cores do Metalist, equipa da
Carcóvia, no leste do país, se misturaram na multidão pró-Europa. A polícia
rapidamente perdeu o controlo da situação. O deputado local, Dmitro Spivak,
disse à TV ucraniana que os separatistas estavam bem armados e bem organizados.
Para ele, a ação havia sido planeada e os polícias pouco fizeram para conter o
conflito.
No leste do país, onde vários prédios públicos já
foram ocupados por separatistas pró-Moscovo, os conflitos continuam. Nesta
sexta, o Ministério da Defesa afirmou que dois soldados ucranianos foram mortos
após um ataque a uma base militar em Slavyansk. A tutela também acusa os
militantes de usarem cidadãos comuns como escudos contra as tropas de Kiev.
Anteriormente, dois soldados morreram em Slavyansk, após militantes derrubarem
dois helicópteros do Exército ucraniano.
Sanções – A aplicação de sanções económicas mais duras
contra Moscovo foi mais uma vez ventilada durante um encontro entre o
presidente americano Barack Obama e a chanceler alemã Angela Merkel na Casa Branca.
“Na Europa, tomamos a decisão de que, se houver uma desestabilização maior,
vamos dar início da uma terceira etapa de sanções. Gostaria de destacar que
isso não é necessariamente o que queremos, mas estamos prontos e preparados
para tomar tal decisão”, disse Merkel. “É óbvio para o mundo que estes grupos
apoiados pela Rússia não são manifestantes pacíficos. São militantes fortemente
armados”, acrescentou Obama. Os dois políticos destacaram que o Ocidente fará
de tudo para que as eleições presidenciais marcadas para 25 de maio sejam
realizadas normalmente.
Fonte: Veja, 2 de maio de 2014
Etiquetas: guerra américa rússia
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