O eixo fascista Estados Unidos – Ucrânia (2)
Controlo sobre o governo
Atualmente o Azov tem experiência de combate, acesso
ilimitado a armas ligeiras e apoiantes em todos os níveis dos corpos militares
e do governo da Ucrânia. Não se trata simplesmente de uma milícia;
transformou-se numa organização político-militar capaz de controlar o governo
de Kiev. O grupo reforçou-se há dois anos quando pôs nas ruas da capital mais
de dez mil milicianos exigindo que o governo respeitasse as suas orientações,
caso contrário sujeitar-se-ia a um golpe de Estado.
“Com a sua experiência militar e as suas armas, o Batalhão
Azov tem capacidade para chantagear o governo e enfrentar qualquer oposição; os
seus membros dizem abertamente que se o governo não seguir uma orientação
compatível com a sua será derrubado”, afirma Ivan Katchanovski, professor de
ciência política da Universidade de Otava (Canadá) e especializado na
extrema-direita ucraniana. “Atualmente”, acrescentou, “os grupos fascistas
são mais fortes na Ucrânia do que em qualquer outro país do mundo; mas tal
realidade não surge na comunicação social do Ocidente, porque essas
organizações são encaradas como parte da execução da agenda política contra a
Rússia”.
As revelações sobre a colaboração entre os supremacistas
brancos norte-americanos e milícias nazis armadas pelo Pentágono acrescentam
novo e escandaloso capítulo à história que remonta aos anos cinquenta do século
passado, quando a CIA reabilitou vários colaboradores nazis ucranianos como
ativos agentes anticomunistas, em plena Guerra Fria.
É uma história quase inacreditável, mas que expõe um eixo do
fascismo estendendo-se através do Atlântico e que liga Kiev aos subúrbios da
Califórnia banhados pelo sol, onde nasceram alguns dos mais violentos gangs da
moderna supremacia branca.
Em outubro o FBI deteve cinco membros do RAM: Robert Dundo,
Benjamin Drake, Daley Michael, Paul Lirelis e Aaron Eason. Foram acusados de
“usar a internet para incentivar, promover, participar e organizar tumultos” de
Huntington Beach a Berkeley, na Califórnia. Quatro outros membros foram presos
por alegada participação no motim de Charlottesville, na Virgínia, no qual uma
contramanifestante, Heather Heyer, foi assassinada por um supremacista branco.
Fonte: CDU Soure, 28 de novembro de 2018
Etiquetas: batalhão azov
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