O burrinho da Páscoa
O chato coelhinho da Páscoa está em rota para o caixote de lixo da História tal como o passe-vite, as ceroulas, o GSM (Global System for Mobile Communications) ou o Windows XP. O seu comercial saltitar por ruas e montes desaparecerá da paisagem. Os seus calóricos ovos de chocolate, amigos dos corações carentes e inimigos das ilhotas de Langerhans (no pâncreas), ocos com ar ou preenchidos com espantável prenda, serão substituídos por opalescentes “objectos culturais”. Imateriais, é certo, mas elevadores do espírito, escadas da alma, monta-cargas do intelecto para o ponto de rebuçado da Humanidade finalmente civilizada. Uma civilização que conhece o vero sentido de Democracia e Liberdade – segundo intelectuais escorropicha-galhetas conceitos (e proveito) vindos para o Velho Continente pela mão das “raízes cristãs” da Europa – apenas precisa de circo para esfuracar o futuro. Os países desenvolvidos necessitam identidade e valores na carola e não pão e manteiga no bandulho. (Não por acaso paira no ar a ideia de que o Governo quer organizar uma Expo e um Euro de dez em dez anos. Este produto de toda aquela actividade mental que António Damásio afiança acontecer no cérebro peca por defeito. Deveríamos disparar alto e almejar um ano com Euro outro com Expo. Portugal passaria de jardim à beira-mar plantado para psiché do turismo europeu. E as empresas de cerveja garantiriam a reforma dourada dos accionistas).
Os burrinhos têm uma vantagem sobre os coelhinhos para além de não porem ovos de chocolate. Bostam muito mais. Que os coloca na posição da frente para principal metáfora de uma época deficitária em adubo natural. Os burrinhos da Páscoa, tal como os voos da TAP, dividem-se em nacionais e internacionais. Os nossos, como não podia deixar de ser, são do melhor que se faz no mundo livre, e surgem pela mão do jornalismo de fino recorte praticado nos nossos “media”. (Quem não vibra com títulos de primeira página como “vamos ver as maminhas de Ana Rocha todos os dias”, para significar a estreia da pretérita telenovela da Sic, “Jura”, que continha no genérico as tetas da referida actriz? Só um degenerado, que confina o seu horizonte erótico-cultural ao Jornal de Letras, não vê a profundidade literária do eufemismo “maminhas”). Quando não havia cursos superiores de Jornalismo, um efebo, recém-chegado da província, aprendia nas mesas da Brasileira do Chiado, os truques de escrevinhar uma notícia. Agora, abancado nos iluminados anfiteatros das universidades, sorve sabedoria de reputados mestres que ensinam a importância de clicar no “contar palavras” (para que a loquacidade não meta a Bestega no Rossio). E o resultado está à vista. Este jornalismo diplomado matou a tradição do primeiro de Abril. No dia das petas os croniqueiros inventavam uma notícia falsa, com montes de laracha, mas de tal forma plausível que passava desapercebida entre as outras. Os leitores divertiam-se em descobri-la. Actualmente, todas as notícias parecem petarolas de primeiro de Abril, com a diferença que nem se dão ao trabalho do desmentido no dia seguinte.
Os nossos periodistas salivam como cães de Pavlov com o folhetim da Universidade Independente. As televisões focaram os zooms na fachada e corredores. Vimos belas cenas. No top das melhores está aquela de alunos de fato e gravata aos pontapés à porta da reitoria. Se calhar eram alunos de Direito, que não sabem em quantos crimes distintos incorrem e, ainda por cima, com provas irrefutáveis, porque se deixaram filmar. Isto vem provar que os estudantes universitários são… tipo alunos de liceu, apenas mais idiotas. (O hábito de esborratar as caras dos caloiros no início dos anos lectivos, que justificam com a tradição da praxe, fazia desconfiar que, massa cinzenta nas universidades, só nas paredes daquelas com desenho mais futurista). Mas o pudim boca doce chega com a licenciatura de Sócrates na universidade de todas as notícias. Aqui del’rei exclamam todos! O primeiro-ministro não ia às aulas. Os colegas não se lembram dele. Fez cinco cadeiras. Uma leccionada pelo ex-reitor Luiz Arouca, as outras quatro pelo famigerado Dr. António José Morais, (um chico-esperto capaz de reger quatro ou quatrocentas cátedras nas calmas). Mariano Gago, ministro do Ensino Superior, tece um rasgado elogio sobre a UnI, que funcionou de forma excelente até dar “misteriosamente” (para os padrões científicos de Gago) com os burros na água, e no fim decreta o seu encerramento e, como bónus, gaguejou umas explicações sobre a licenciatura de Sócrates. O caçador Miguel Sousa Tavares pede que se sele a instituição como um túmulo e se chame uma Maria José Morgado, (o que temos de mais semelhante a uma Lara Croft magistrática, uma tomb raider dona do “olho que vê tudo”, uma acrobática lutadora das forças do Bem). Entretanto, Pinto Monteiro, o isento Procurador-Geral da República, acha que não há motivo para investigar o diploma de Sócrates. Tal empreitada implicaria investigar todas as outras e, como diz o outro, “iiissooo é cá uma trabalheira”. É uma ladainha que não tem fim mas ninguém se lembrou do mais importante. As universidades servem apenas para passar o papel de secretaria atestando o grau académico depois a malta desenrasca-se. Ir às aulas? É pura perda de tempo. Qualidade pedagógica dos docentes? Vou ali e já venho. Algumas dessas instituições são melhores do que outras, porque o seu papelinho tem mais valor no mercado de trabalho, não que lá se aprenda mais.
O cartaz do Partido Nacional Renovador, no Marquês de Pombal, levantou um coro de protestos dos couraçados e porta-aviões defensores da Liberdade, mas o mais engraçado veio da Assembleia da República. Antes, apelidada como “saco dos lacraus”, hoje podemos chamá-la com propriedade, “caixa do pó-de-arroz”, pelo que lá se produz quando não está de férias (ou mini-férias). Os deputados, que não perdem uma oportunidade para não fazer pevide, parlamentaram durante horas sobre o incomodativo cartaz, que ninguém notaria não fosse a atenção jornalística sempre alerta. Manuel Alegre jazendo jus ao seu sósia no Contra Informação não se calou. Os outros condenaram. Não deixa de ser curiosa esta azáfama parlamentar paga pelo dinheiro do contribuinte. “Basta de imigração”, lia-se no cartaz. Enfim… quem frequenta as casas de alterne sabe que o Estado não tem feito outra coisa senão perseguir os emigrantes (do sexo feminino, no maior desrespeito pelas últimas casas de cultura da país, onde Carolina Salgado manteve a quase-virgindade, bebendo chás e sumos de frutas, até conhecer um senhor bem posto na vida). “Façam boa viagem”, desejava a mensagem do PNR. Os presos nos centros de detenção de emigrantes ilegais nem a isso têm direito quando são despejados no avião. “Nacionalismo é solução”, terminava o cartaz. Talvez aqui esteja a origem da controvérsia. Toda a gente sabe que só podemos ser nacionalistas quando joga a equipa de Scolarão, vamos a Fátima ou ouvimos fado. Fora disso é negro fascismo. Não posso deixar de encontrar mais humor no cartaz do PNR, do que no contra-ataque do Gato Fedorento, pela ironia que comporta. No fundo, os “renovadores” defendem uma política que todos os Estados europeus adoptaram mas se recusam a assumir frontalmente (que o emigrante é importante para fazer baixar os salários mas que se torna um empecilho em tempos de recessão económica e, nessa altura, é preciso correr com ele).
Os burrinhos internacionais chamam-se “donkeys” ou “asses”. E tivemos um bom exemplo deles com a “crise” provocada pela detenção de quinze marinheiros britânicos nas águas do Golfo Pérsico pelos iraquianos. Como consequência digladiaram dois monstros da política mundial – Tony Blair e Mahmoud Ahmadinejad. Com imagens de satélite, GPS e depoimentos de agentes secretos provavam duas realidades contrárias: que os marinheiros estavam dentro e fora das águas territoriais do Iraque. Quem não percebe nada de física quântica para aceitar as duas posições, digamos… do electrão, como verdadeira, opta pela de Tony Blair. Desde a rainha da Inglaterra até aos cães do inferno sabem que este político não mente. É um dirigente com asinhas de anjinho para o qual temos uma dívida de gratidão. Foi ele que confidenciou a Durão Barroso onde estavam as armas de destruição maciça de Saddam Hussein (segredo que José Manuel levou para Bruxelas). Graças a Tony Blair os mísseis terra-ar-água-fogo iraquianos não rebentaram sobre as cabeças. Que god o salve! Depois de solucionada a “crise” vieram as conferências de imprensa. Os marinheiros traziam escrito em folhas A4 os seus depoimentos e leram como se fosse uma didascálica de uma peça escrita pelo Ministério da Defesa. Acusaram os iraquianos de “stress psicológico constante”, talvez por terem ficado privados de notícias sobre David Beckman e Posh ou das vitórias do José Mourinho’s Chelsea. Temos que ser solidários com estas agruras vivida na Pérsia, mas vale a pena recordar que mesmo assim tiveram muita sorte. Se tivessem sido presos pelos americanos seria muito pior. Não teriam CDs e outras bugigangas para mostrar aos familiares e amigos mas mazelas internas para queixar ao médico.
Finalmente uma boa notícia. Keith Richards, numa entrevista ao New Musical Express, disse que snifara as cinzas do pai misturadas com cocaína. No dia seguinte veio desmentir afirmando que brincara quando lhe perguntaram qual fora a coisa mais estranha que fizera relacionada com drogas. Mas inadvertidamente o guitarrista dos Rolling Stones deu uma solução para proteger o ambiente. Uma das fontes de poluição é o enterro dos mortos. Aquilo é uma porcaria cheia de micróbios por mais hermético que seja o caixão. Ora, se fossem cremados e snifados, seria mais higiénico. Em vez de sepultar os mortos poluindo os solos, travando a construção imobiliária, impedindo o progesso rodoviário, o pai ficaria dentro do filho, o filho dentro do neto, o neto dentro do bisneto e assim sucessivamente… o enterro da Humanidade seria como as matrioskas russas.
O chato coelhinho da Páscoa está em rota para o caixote de lixo da História tal como o passe-vite, as ceroulas, o GSM (Global System for Mobile Communications) ou o Windows XP. O seu comercial saltitar por ruas e montes desaparecerá da paisagem. Os seus calóricos ovos de chocolate, amigos dos corações carentes e inimigos das ilhotas de Langerhans (no pâncreas), ocos com ar ou preenchidos com espantável prenda, serão substituídos por opalescentes “objectos culturais”. Imateriais, é certo, mas elevadores do espírito, escadas da alma, monta-cargas do intelecto para o ponto de rebuçado da Humanidade finalmente civilizada. Uma civilização que conhece o vero sentido de Democracia e Liberdade – segundo intelectuais escorropicha-galhetas conceitos (e proveito) vindos para o Velho Continente pela mão das “raízes cristãs” da Europa – apenas precisa de circo para esfuracar o futuro. Os países desenvolvidos necessitam identidade e valores na carola e não pão e manteiga no bandulho. (Não por acaso paira no ar a ideia de que o Governo quer organizar uma Expo e um Euro de dez em dez anos. Este produto de toda aquela actividade mental que António Damásio afiança acontecer no cérebro peca por defeito. Deveríamos disparar alto e almejar um ano com Euro outro com Expo. Portugal passaria de jardim à beira-mar plantado para psiché do turismo europeu. E as empresas de cerveja garantiriam a reforma dourada dos accionistas).
Os burrinhos têm uma vantagem sobre os coelhinhos para além de não porem ovos de chocolate. Bostam muito mais. Que os coloca na posição da frente para principal metáfora de uma época deficitária em adubo natural. Os burrinhos da Páscoa, tal como os voos da TAP, dividem-se em nacionais e internacionais. Os nossos, como não podia deixar de ser, são do melhor que se faz no mundo livre, e surgem pela mão do jornalismo de fino recorte praticado nos nossos “media”. (Quem não vibra com títulos de primeira página como “vamos ver as maminhas de Ana Rocha todos os dias”, para significar a estreia da pretérita telenovela da Sic, “Jura”, que continha no genérico as tetas da referida actriz? Só um degenerado, que confina o seu horizonte erótico-cultural ao Jornal de Letras, não vê a profundidade literária do eufemismo “maminhas”). Quando não havia cursos superiores de Jornalismo, um efebo, recém-chegado da província, aprendia nas mesas da Brasileira do Chiado, os truques de escrevinhar uma notícia. Agora, abancado nos iluminados anfiteatros das universidades, sorve sabedoria de reputados mestres que ensinam a importância de clicar no “contar palavras” (para que a loquacidade não meta a Bestega no Rossio). E o resultado está à vista. Este jornalismo diplomado matou a tradição do primeiro de Abril. No dia das petas os croniqueiros inventavam uma notícia falsa, com montes de laracha, mas de tal forma plausível que passava desapercebida entre as outras. Os leitores divertiam-se em descobri-la. Actualmente, todas as notícias parecem petarolas de primeiro de Abril, com a diferença que nem se dão ao trabalho do desmentido no dia seguinte.
Os nossos periodistas salivam como cães de Pavlov com o folhetim da Universidade Independente. As televisões focaram os zooms na fachada e corredores. Vimos belas cenas. No top das melhores está aquela de alunos de fato e gravata aos pontapés à porta da reitoria. Se calhar eram alunos de Direito, que não sabem em quantos crimes distintos incorrem e, ainda por cima, com provas irrefutáveis, porque se deixaram filmar. Isto vem provar que os estudantes universitários são… tipo alunos de liceu, apenas mais idiotas. (O hábito de esborratar as caras dos caloiros no início dos anos lectivos, que justificam com a tradição da praxe, fazia desconfiar que, massa cinzenta nas universidades, só nas paredes daquelas com desenho mais futurista). Mas o pudim boca doce chega com a licenciatura de Sócrates na universidade de todas as notícias. Aqui del’rei exclamam todos! O primeiro-ministro não ia às aulas. Os colegas não se lembram dele. Fez cinco cadeiras. Uma leccionada pelo ex-reitor Luiz Arouca, as outras quatro pelo famigerado Dr. António José Morais, (um chico-esperto capaz de reger quatro ou quatrocentas cátedras nas calmas). Mariano Gago, ministro do Ensino Superior, tece um rasgado elogio sobre a UnI, que funcionou de forma excelente até dar “misteriosamente” (para os padrões científicos de Gago) com os burros na água, e no fim decreta o seu encerramento e, como bónus, gaguejou umas explicações sobre a licenciatura de Sócrates. O caçador Miguel Sousa Tavares pede que se sele a instituição como um túmulo e se chame uma Maria José Morgado, (o que temos de mais semelhante a uma Lara Croft magistrática, uma tomb raider dona do “olho que vê tudo”, uma acrobática lutadora das forças do Bem). Entretanto, Pinto Monteiro, o isento Procurador-Geral da República, acha que não há motivo para investigar o diploma de Sócrates. Tal empreitada implicaria investigar todas as outras e, como diz o outro, “iiissooo é cá uma trabalheira”. É uma ladainha que não tem fim mas ninguém se lembrou do mais importante. As universidades servem apenas para passar o papel de secretaria atestando o grau académico depois a malta desenrasca-se. Ir às aulas? É pura perda de tempo. Qualidade pedagógica dos docentes? Vou ali e já venho. Algumas dessas instituições são melhores do que outras, porque o seu papelinho tem mais valor no mercado de trabalho, não que lá se aprenda mais.
O cartaz do Partido Nacional Renovador, no Marquês de Pombal, levantou um coro de protestos dos couraçados e porta-aviões defensores da Liberdade, mas o mais engraçado veio da Assembleia da República. Antes, apelidada como “saco dos lacraus”, hoje podemos chamá-la com propriedade, “caixa do pó-de-arroz”, pelo que lá se produz quando não está de férias (ou mini-férias). Os deputados, que não perdem uma oportunidade para não fazer pevide, parlamentaram durante horas sobre o incomodativo cartaz, que ninguém notaria não fosse a atenção jornalística sempre alerta. Manuel Alegre jazendo jus ao seu sósia no Contra Informação não se calou. Os outros condenaram. Não deixa de ser curiosa esta azáfama parlamentar paga pelo dinheiro do contribuinte. “Basta de imigração”, lia-se no cartaz. Enfim… quem frequenta as casas de alterne sabe que o Estado não tem feito outra coisa senão perseguir os emigrantes (do sexo feminino, no maior desrespeito pelas últimas casas de cultura da país, onde Carolina Salgado manteve a quase-virgindade, bebendo chás e sumos de frutas, até conhecer um senhor bem posto na vida). “Façam boa viagem”, desejava a mensagem do PNR. Os presos nos centros de detenção de emigrantes ilegais nem a isso têm direito quando são despejados no avião. “Nacionalismo é solução”, terminava o cartaz. Talvez aqui esteja a origem da controvérsia. Toda a gente sabe que só podemos ser nacionalistas quando joga a equipa de Scolarão, vamos a Fátima ou ouvimos fado. Fora disso é negro fascismo. Não posso deixar de encontrar mais humor no cartaz do PNR, do que no contra-ataque do Gato Fedorento, pela ironia que comporta. No fundo, os “renovadores” defendem uma política que todos os Estados europeus adoptaram mas se recusam a assumir frontalmente (que o emigrante é importante para fazer baixar os salários mas que se torna um empecilho em tempos de recessão económica e, nessa altura, é preciso correr com ele).
Os burrinhos internacionais chamam-se “donkeys” ou “asses”. E tivemos um bom exemplo deles com a “crise” provocada pela detenção de quinze marinheiros britânicos nas águas do Golfo Pérsico pelos iraquianos. Como consequência digladiaram dois monstros da política mundial – Tony Blair e Mahmoud Ahmadinejad. Com imagens de satélite, GPS e depoimentos de agentes secretos provavam duas realidades contrárias: que os marinheiros estavam dentro e fora das águas territoriais do Iraque. Quem não percebe nada de física quântica para aceitar as duas posições, digamos… do electrão, como verdadeira, opta pela de Tony Blair. Desde a rainha da Inglaterra até aos cães do inferno sabem que este político não mente. É um dirigente com asinhas de anjinho para o qual temos uma dívida de gratidão. Foi ele que confidenciou a Durão Barroso onde estavam as armas de destruição maciça de Saddam Hussein (segredo que José Manuel levou para Bruxelas). Graças a Tony Blair os mísseis terra-ar-água-fogo iraquianos não rebentaram sobre as cabeças. Que god o salve! Depois de solucionada a “crise” vieram as conferências de imprensa. Os marinheiros traziam escrito em folhas A4 os seus depoimentos e leram como se fosse uma didascálica de uma peça escrita pelo Ministério da Defesa. Acusaram os iraquianos de “stress psicológico constante”, talvez por terem ficado privados de notícias sobre David Beckman e Posh ou das vitórias do José Mourinho’s Chelsea. Temos que ser solidários com estas agruras vivida na Pérsia, mas vale a pena recordar que mesmo assim tiveram muita sorte. Se tivessem sido presos pelos americanos seria muito pior. Não teriam CDs e outras bugigangas para mostrar aos familiares e amigos mas mazelas internas para queixar ao médico.
Finalmente uma boa notícia. Keith Richards, numa entrevista ao New Musical Express, disse que snifara as cinzas do pai misturadas com cocaína. No dia seguinte veio desmentir afirmando que brincara quando lhe perguntaram qual fora a coisa mais estranha que fizera relacionada com drogas. Mas inadvertidamente o guitarrista dos Rolling Stones deu uma solução para proteger o ambiente. Uma das fontes de poluição é o enterro dos mortos. Aquilo é uma porcaria cheia de micróbios por mais hermético que seja o caixão. Ora, se fossem cremados e snifados, seria mais higiénico. Em vez de sepultar os mortos poluindo os solos, travando a construção imobiliária, impedindo o progesso rodoviário, o pai ficaria dentro do filho, o filho dentro do neto, o neto dentro do bisneto e assim sucessivamente… o enterro da Humanidade seria como as matrioskas russas.
2 Comments:
At 2:31 da tarde, GPC said…
A única coisa que realmente importa na questão do diploma de Sócrates é a maneira como ele reagiu.
Consequências? Um tsunami de portuguesismo reles, de corrupção, de arranjinhos, de animalidade, a inundar o país.
Os socialistas, que sempre se enganaram nas contas, parecem tanbém avessos a conceitos mais etéreos, mas mais importantes, do género "estado de espírito"...
Mesmo que ficassemos todos ricos de que nos valia se nos sentirmos todos como cães?
Quando os jornalistas falam das maminhas, do cu ou da parracha de alguém - não faz mal: estão no território deles. O pior é que a seguir poêm-se a falar do que lhes apetece...
Consequência: antigamente as pessoas andavam perdidas porque não tinham (direito à) informação. Hoje andam pior: a informação está codificada no meio de infindável lixo sufocante.
"Se tivessem sido presos pelos americanos seria muito pior. Não teriam CDs e outras bugigangas para mostrar aos familiares e amigos mas mazelas internas para queixar ao médico" Hã?! Por mais que tente só consigo entender isto se substituir "americanos" por "portugueses". Ou "mexicanos". Ou "afegãos". Ou "costa-marfinense"...
Com "americanos", de facto, não dá.
Agora vou ver o que quer dizer "didascálico" :-) (Nem Aquilino me deixa tão vocabulariamente vexado)
At 3:54 da tarde, Táxi Pluvioso said…
Quando falo em ser preso pelos americanos, não tenho em mente especificamente os ingleses. Claro que esses seriam bem tratados com TV por cabo, lençóis de algodão, colchões de molas, refeições de rosbife e portas das celas entreabertas. Nada de torturas. Estou de acordo. Referia-me num sentido mais geral ao “ser humano”. Sei que é algo fora de moda. Já não há seres humanos. Mas sou obrigado a usar o conceito para incluir os árabes. Contrariado, é verdade, porque esbarra na minha costela de nacionalismo, da fundação da nossa mui nobre pátria, de Afonso Henriques, de D. Afonso V, D. Sebastião. Para a espada cristã um mouro não é um ser humano mas uma goela para degolar. Enfim, um destino para um “sírio”, um “iraniano”, para ser politicamente correcto.
No entanto, existem muitos árabes e/ou muçulmanos que podem contar da hospitalidade carcerária americana. E mesmo sendo White Anglo Saxon Protestant, de delito comum, não recomendo nada passar por uma prisão americana. É de facto comparável à Costa do Marfim ou, então, esse país produto do engenho norte-americano pós Civil War, a Libéria.
Didascálica, se não estou em erro, é os textos de uma peça de teatro ou o conjunto das falas dos actores.
A propósito de Aquilino recomendo a tradução que ele fez do “D. Quixote”. Para mim continua a ser a melhor.
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