O efeito Mourinho
Os destemidos gauleses temiam apenas que o céu lhes caísse em cima da cabeça. Se o ano fosse 2008 d. C., e não 50 a. C., por Toutatis, lhes tombaria na tola os portugueses. Mercê vento brando e boas abertas históricas é nas alturas, ao lado de Dante e Beatrice, que hoje o povo das quinas habita. Atribui-se a responsabilidade deste feito à geração mudasti… mudasti! mudasti!! mudasti!!! Mais ínclita que a ninhada de D. João I, a actual prole portuguesa, enxotou das nossas costas, males e pragas que outros assolam. Num mundo ensandecido, Portugal é uma ilha de sanidade. (Tal como a Coreia do Norte).
[Os Shinwha, uma boy band sul-coreana, actuou no norte. Note-se a animação do público, roça o paroxismo, em perfeita sintonia com o ritmo. As mulheres trajando o “hanbok” – vestido tradicional coreano – também participam da folia geral. Os Shinwha nos vídeos “Hero” e “Wild Eyes”. O mesmo sucedeu na actuação das Baby V.O.X., uma girl band sul-coreana. Elas em “Why”].
No ido ano de 1998, Vítor Constâncio, fino siliginário da Economia, zumbaiava a adesão ao Euro. À pergunta, “que podem os portugueses esperar?”, respondia: “o que podem contar, é viver num sistema de inflação baixa, com taxas de juros baixos, a corresponder”, com “a possibilidade mais fácil de acesso a crédito”, que irá “aumentar a qualidade de vida”, comprando “bens duradouros” (casa, carro e viagens de férias). E rematou a faena num belo passe de muleta: “e os salários continuarão a subir”. Decorridos dez anos, Portugal tem um milhão de penhorados, por dívidas ao fisco. Quanto ao herói, protagonista de um belo filme série B, vemo-lo donairear como Governador do Banco de Portugal botando previsões, realizáveis dentro doutros dez anos. (Na Coreia do Norte, Constâncio iria de Metro para um animado show ao livre).
[O maior cantor norte-coreano é, sem sombra de dúvida, Kim Il Sung. Canta na sua pulcra voz “Nostalgia”. Pai e líder incompreensivelmente morreu, mas é imortal, e a vida continua…].
No liberalismo económico à portuga duas forças se digladiam. Os empresários e o Estado. Se vencerem os primeiros teremos um turístico país de empregados de mesa, porteiros, femmes de chambre e caddies (com mestrado). Vencendo o Estado não faltarão jobs como fiscais, inspectores, polícias e directores-gerais a potes. Em ambos os casos é necessário muito carcanhol para pôr a nora social a funcionar. Por isso, na Direcção-Geral de Impostos estão os mais imaginativos cérebros desta geração. Produzem ideias em catadupa para encher os cofres do fisco. Uma das melhores visa os casamentos. Os recém-casados devem declarar tudo, para que nada, fique por taxar: o número de convidados, as prendas, o Viagra do noivo e o jogo de vibradores da noiva, os enfeites de flores e o bouquet, o fato e o vestido, o fotógrafo, o motorista, o custo descriminado do copo de água (e se havia outra festa no mesmo espaço para testar o grau de trafulhice do dono do restaurante). Estipulado na lei o “dever de colaboração”, o casal é coagido a participar na “batalha contra a fraude e evasão fiscal”, se não quiser começar a vida a dois, aligeirado na conta bancária. As multas variam entre 100 € e 2 500 €. O melhor fiscalista português, Saldanha Sanches, (tão bom que chumbou no exame para catedrático) tem outra receita para cozinhar o bolo do Estado. Ele admite a terrível concorrência, existente nos negócios do copo de água, mas propõe eliminar a economia paralela de uma vez por todas, através do controlo das contas bancárias. Diz ele que, nos países evoluídos do seu conhecimento, um programa informático verifica os movimentos irregulares, e depois é só chamar a carroça da Justiça. (Com bons cérebros se constrói um país próspero como a Coreia do Norte).
[A maior obra do Pai foi o Filho. Kim Jong Il é a coisa perfeita. Possui todos os atributos. Não lhe cabe mais perfeições. Ele é “O Mestre das Artes”; “O Grande Atleta”; “Fashion Designer”; “O Grande Viajante”; “O Grande Arquitecto”; “O Grande Diplomata”].
Boas ideias sempre as houve. Os pesticidas anunciavam colheitas protegidas dos insectos. Os antibióticos acabavam com as mortes por infecção. O plástico prometia um material mágico para infinitas aplicações. Os biocombustíveis punham os carros a funcionar pelo preço (antigo) de uma tigela de arroz. Por isso, não admira que os cérebros com ideias sejam os mais apetecidos. Portugal, entranhado na tradição do “encoberto”, da filosofia de José Marinho, assenta ontologicamente toda a existência, tal como o metafísico do Porto, no “insubstancial substante”. Um “lugar” enigmático, espalhador de nevoeiro, donde regressam as múmias, e depressa o país converge para um clima estético saído d’ “A Noite dos Mortos Vivos” (de George A. Romero).
Na área da política os regressos são sempre festejados e o de Sebastiana Ferreira Leite ainda mais. Uma horsa, rigorosa, respeitada, inteligentíssima e prenhe de tisanas económicas. Quando foi ministra das Finanças do famoso brichote luso, Durão Barroso, fez obra. Aumentou o IVA de 17% para 19%. Contratou, por um ordenado principesco, o santinho Paulo Macedo para cobrar impostos. E passou as dívidas fiscais para o Citigroup, enfim, safou o país da inópia. Depois dela nunca mais fomos pobres. Agora retorna para ganhar as eleições em 2009. Acusa José Sócrates de ser “economicista” e, auto-definindo-se como “humanista”, promete cobrar impostos com luvas de peliça, laçarotes, cortinados e abjures cor-de-rosa. Na área da poluição televisiva também temos o regresso significativo de Manuela Moura Guedes. Esta apresentadora de telejornais vem provar, que as clínicas de cirurgia plástica usam o mesmo programa informático, proporcionando uma cara igual a todas as velhotas saídas do bisturi. E, talvez, as injecções de silicone nas beiças, inspirem Miguel Esteves Cardoso para mais um êxito musical do cancioneiro nacional. (Na Coreia do Norte, Manuela teria “The Loving Smile”).
[dos Pochonbo Electronic Ensemble. Juntamente com a Wangjaesan Light Music Band são o topo do hit parade na Coreia. Os nomes derivam de sítios revolucionários, onde o Pai derrotou os soldados e polícia japoneses, na década de 30. Conta a tradição que as bandas foram fundadas por Kim Jong Il. Os Pochonbo Electronic Ensemble em “Socialism is Good”; "City Girl Goes To Get Married”. A Wangjaesan Light Music Band].
Não é possível acepilhar Portugal. É um país que atingiu a perfeição. Os portugueses correm um único risco, chamado na Sociologia, “o efeito Mourinho”. Consiste em ser tão bom, tão bom, mas tão bom, que não se encontra trabalho neste planeta. A nossa bófia não tem o ritmo e graciosidade da Banda da Polícia de Trinidad e Tobago mas põe os criminosos a dançar. Num meneio cervantesco, montados num cavalicoque, dão lições ao mundo sobre investigação e resultados, por isso recusam a imagem do polícia da triste figura. Aníbal Malvar, jornalista do El Mundo, relatou uma conversa com Gonçalo Amaral, ex-inspector da Polícia Judiciária, conhecido por farinhar o caso Maddie. O jornalista castelhano estranhou, por ele não se importar com epítetos porventura mais aviltantes, como bebedolas e balofo, e apenas se lamentasse que os ingleses mofavam do seu trajar enxovalhado. “Bolas, Aníbal. Este fato é da Hugo Boss” – lamuriava. Os homens das forças de segurança, vaidosos da sua produtividade, estão cada vez mais coquetes. (Um inspector portuga afinaria num Coro Militar na Coreia do Norte).
[Kim Jong Il segue a política do “exército primeiro”. Como consequência assistimos às melhores paradas militares do mundo. E mulheres soldado felizes. A fixação de Kim Jong Il pela tropa explica-se por, tecnicamente, a Coreia do Norte ainda estar em guerra com os Estados Unidos, os seus dirigentes nunca assinaram um Tratado de Paz, apenas um armistício em 27 de Julho de 1953].
As sinaleiras são a grande atracção de Pyongyang. O inspector-geral da ASAE, António Nunes, é a grande atracção de Portugal. Ele sozinho afugenta o cinzento, colorizando o quotidiano com espirituosos chistes, para que o país não se confunda com uma banda desenhada de Alberto Breccia (o mestre do preto e branco). Em Abril, o CDS, um partido sectário do “acto de amor”, do Papa Bento XVI, “que o esposo e a esposa partilham, como sinal de um mistério maior, que os torna protagonistas e comparticipantes na criação”… com o homem por cima, denunciou a forma de fiscalização das máquinas de brindes, nos cafés, pela ASAE. Pedro Mota Soares acusava-a de “considerar um jogo que dá chocolates, em troca de uma moeda de cinquenta cêntimos” como “um jogo de fortuna e azar”, suscitando jumental reflexão sobre acaso e necessidade. Nesta semana apareceu um documento que estabelecia objectivos para os inspectores da ASAE e que António Nunes negava a existência. Logo instaurou uma auditoria para averiguar e percorreu o calvário dos telejornais, parando nas diversas estações, para justificações. Afinal era um documento de trabalho, elaborado pela Região do Norte, com “resultados operacionais”, distribuído por engano, que “não devia ter o título” e “não devia ser conduzido”. E reafirmou o papel da sua polícia na estrita “defesa dos consumidores” e da “livre concorrência”. Serem demasiado bons é a actual sina dos portugueses. (Tão bons são que não terão entrada na capital do paraíso).
[Kim Jong Il é maluco pelo Daffy Duck. Possui a maior colecção de memorabilia sobre o subversivo pato. A terra produz pródiga e todos são felizes. A Coreia do Norte é invencível… no YouTube, pelo menos].
Os destemidos gauleses temiam apenas que o céu lhes caísse em cima da cabeça. Se o ano fosse 2008 d. C., e não 50 a. C., por Toutatis, lhes tombaria na tola os portugueses. Mercê vento brando e boas abertas históricas é nas alturas, ao lado de Dante e Beatrice, que hoje o povo das quinas habita. Atribui-se a responsabilidade deste feito à geração mudasti… mudasti! mudasti!! mudasti!!! Mais ínclita que a ninhada de D. João I, a actual prole portuguesa, enxotou das nossas costas, males e pragas que outros assolam. Num mundo ensandecido, Portugal é uma ilha de sanidade. (Tal como a Coreia do Norte).
[Os Shinwha, uma boy band sul-coreana, actuou no norte. Note-se a animação do público, roça o paroxismo, em perfeita sintonia com o ritmo. As mulheres trajando o “hanbok” – vestido tradicional coreano – também participam da folia geral. Os Shinwha nos vídeos “Hero” e “Wild Eyes”. O mesmo sucedeu na actuação das Baby V.O.X., uma girl band sul-coreana. Elas em “Why”].
No ido ano de 1998, Vítor Constâncio, fino siliginário da Economia, zumbaiava a adesão ao Euro. À pergunta, “que podem os portugueses esperar?”, respondia: “o que podem contar, é viver num sistema de inflação baixa, com taxas de juros baixos, a corresponder”, com “a possibilidade mais fácil de acesso a crédito”, que irá “aumentar a qualidade de vida”, comprando “bens duradouros” (casa, carro e viagens de férias). E rematou a faena num belo passe de muleta: “e os salários continuarão a subir”. Decorridos dez anos, Portugal tem um milhão de penhorados, por dívidas ao fisco. Quanto ao herói, protagonista de um belo filme série B, vemo-lo donairear como Governador do Banco de Portugal botando previsões, realizáveis dentro doutros dez anos. (Na Coreia do Norte, Constâncio iria de Metro para um animado show ao livre).
[O maior cantor norte-coreano é, sem sombra de dúvida, Kim Il Sung. Canta na sua pulcra voz “Nostalgia”. Pai e líder incompreensivelmente morreu, mas é imortal, e a vida continua…].
No liberalismo económico à portuga duas forças se digladiam. Os empresários e o Estado. Se vencerem os primeiros teremos um turístico país de empregados de mesa, porteiros, femmes de chambre e caddies (com mestrado). Vencendo o Estado não faltarão jobs como fiscais, inspectores, polícias e directores-gerais a potes. Em ambos os casos é necessário muito carcanhol para pôr a nora social a funcionar. Por isso, na Direcção-Geral de Impostos estão os mais imaginativos cérebros desta geração. Produzem ideias em catadupa para encher os cofres do fisco. Uma das melhores visa os casamentos. Os recém-casados devem declarar tudo, para que nada, fique por taxar: o número de convidados, as prendas, o Viagra do noivo e o jogo de vibradores da noiva, os enfeites de flores e o bouquet, o fato e o vestido, o fotógrafo, o motorista, o custo descriminado do copo de água (e se havia outra festa no mesmo espaço para testar o grau de trafulhice do dono do restaurante). Estipulado na lei o “dever de colaboração”, o casal é coagido a participar na “batalha contra a fraude e evasão fiscal”, se não quiser começar a vida a dois, aligeirado na conta bancária. As multas variam entre 100 € e 2 500 €. O melhor fiscalista português, Saldanha Sanches, (tão bom que chumbou no exame para catedrático) tem outra receita para cozinhar o bolo do Estado. Ele admite a terrível concorrência, existente nos negócios do copo de água, mas propõe eliminar a economia paralela de uma vez por todas, através do controlo das contas bancárias. Diz ele que, nos países evoluídos do seu conhecimento, um programa informático verifica os movimentos irregulares, e depois é só chamar a carroça da Justiça. (Com bons cérebros se constrói um país próspero como a Coreia do Norte).
[A maior obra do Pai foi o Filho. Kim Jong Il é a coisa perfeita. Possui todos os atributos. Não lhe cabe mais perfeições. Ele é “O Mestre das Artes”; “O Grande Atleta”; “Fashion Designer”; “O Grande Viajante”; “O Grande Arquitecto”; “O Grande Diplomata”].
Boas ideias sempre as houve. Os pesticidas anunciavam colheitas protegidas dos insectos. Os antibióticos acabavam com as mortes por infecção. O plástico prometia um material mágico para infinitas aplicações. Os biocombustíveis punham os carros a funcionar pelo preço (antigo) de uma tigela de arroz. Por isso, não admira que os cérebros com ideias sejam os mais apetecidos. Portugal, entranhado na tradição do “encoberto”, da filosofia de José Marinho, assenta ontologicamente toda a existência, tal como o metafísico do Porto, no “insubstancial substante”. Um “lugar” enigmático, espalhador de nevoeiro, donde regressam as múmias, e depressa o país converge para um clima estético saído d’ “A Noite dos Mortos Vivos” (de George A. Romero).
Na área da política os regressos são sempre festejados e o de Sebastiana Ferreira Leite ainda mais. Uma horsa, rigorosa, respeitada, inteligentíssima e prenhe de tisanas económicas. Quando foi ministra das Finanças do famoso brichote luso, Durão Barroso, fez obra. Aumentou o IVA de 17% para 19%. Contratou, por um ordenado principesco, o santinho Paulo Macedo para cobrar impostos. E passou as dívidas fiscais para o Citigroup, enfim, safou o país da inópia. Depois dela nunca mais fomos pobres. Agora retorna para ganhar as eleições em 2009. Acusa José Sócrates de ser “economicista” e, auto-definindo-se como “humanista”, promete cobrar impostos com luvas de peliça, laçarotes, cortinados e abjures cor-de-rosa. Na área da poluição televisiva também temos o regresso significativo de Manuela Moura Guedes. Esta apresentadora de telejornais vem provar, que as clínicas de cirurgia plástica usam o mesmo programa informático, proporcionando uma cara igual a todas as velhotas saídas do bisturi. E, talvez, as injecções de silicone nas beiças, inspirem Miguel Esteves Cardoso para mais um êxito musical do cancioneiro nacional. (Na Coreia do Norte, Manuela teria “The Loving Smile”).
[dos Pochonbo Electronic Ensemble. Juntamente com a Wangjaesan Light Music Band são o topo do hit parade na Coreia. Os nomes derivam de sítios revolucionários, onde o Pai derrotou os soldados e polícia japoneses, na década de 30. Conta a tradição que as bandas foram fundadas por Kim Jong Il. Os Pochonbo Electronic Ensemble em “Socialism is Good”; "City Girl Goes To Get Married”. A Wangjaesan Light Music Band].
Não é possível acepilhar Portugal. É um país que atingiu a perfeição. Os portugueses correm um único risco, chamado na Sociologia, “o efeito Mourinho”. Consiste em ser tão bom, tão bom, mas tão bom, que não se encontra trabalho neste planeta. A nossa bófia não tem o ritmo e graciosidade da Banda da Polícia de Trinidad e Tobago mas põe os criminosos a dançar. Num meneio cervantesco, montados num cavalicoque, dão lições ao mundo sobre investigação e resultados, por isso recusam a imagem do polícia da triste figura. Aníbal Malvar, jornalista do El Mundo, relatou uma conversa com Gonçalo Amaral, ex-inspector da Polícia Judiciária, conhecido por farinhar o caso Maddie. O jornalista castelhano estranhou, por ele não se importar com epítetos porventura mais aviltantes, como bebedolas e balofo, e apenas se lamentasse que os ingleses mofavam do seu trajar enxovalhado. “Bolas, Aníbal. Este fato é da Hugo Boss” – lamuriava. Os homens das forças de segurança, vaidosos da sua produtividade, estão cada vez mais coquetes. (Um inspector portuga afinaria num Coro Militar na Coreia do Norte).
[Kim Jong Il segue a política do “exército primeiro”. Como consequência assistimos às melhores paradas militares do mundo. E mulheres soldado felizes. A fixação de Kim Jong Il pela tropa explica-se por, tecnicamente, a Coreia do Norte ainda estar em guerra com os Estados Unidos, os seus dirigentes nunca assinaram um Tratado de Paz, apenas um armistício em 27 de Julho de 1953].
As sinaleiras são a grande atracção de Pyongyang. O inspector-geral da ASAE, António Nunes, é a grande atracção de Portugal. Ele sozinho afugenta o cinzento, colorizando o quotidiano com espirituosos chistes, para que o país não se confunda com uma banda desenhada de Alberto Breccia (o mestre do preto e branco). Em Abril, o CDS, um partido sectário do “acto de amor”, do Papa Bento XVI, “que o esposo e a esposa partilham, como sinal de um mistério maior, que os torna protagonistas e comparticipantes na criação”… com o homem por cima, denunciou a forma de fiscalização das máquinas de brindes, nos cafés, pela ASAE. Pedro Mota Soares acusava-a de “considerar um jogo que dá chocolates, em troca de uma moeda de cinquenta cêntimos” como “um jogo de fortuna e azar”, suscitando jumental reflexão sobre acaso e necessidade. Nesta semana apareceu um documento que estabelecia objectivos para os inspectores da ASAE e que António Nunes negava a existência. Logo instaurou uma auditoria para averiguar e percorreu o calvário dos telejornais, parando nas diversas estações, para justificações. Afinal era um documento de trabalho, elaborado pela Região do Norte, com “resultados operacionais”, distribuído por engano, que “não devia ter o título” e “não devia ser conduzido”. E reafirmou o papel da sua polícia na estrita “defesa dos consumidores” e da “livre concorrência”. Serem demasiado bons é a actual sina dos portugueses. (Tão bons são que não terão entrada na capital do paraíso).
[Kim Jong Il é maluco pelo Daffy Duck. Possui a maior colecção de memorabilia sobre o subversivo pato. A terra produz pródiga e todos são felizes. A Coreia do Norte é invencível… no YouTube, pelo menos].
7 Comments:
At 6:23 da tarde, Táxi Pluvioso said…
A letra da canção no fim do primeiro parágrafo, segundo os comentários do vídeo, reza assim:
"Song of three generations pride"
Listen, listen to the pride
the biggest pride of the world
our biggest pride that is to be found only once in human history
serving our great leader for thousands and ten
thousands of years
is the proudest thing among the other things.
La-- la-- la---
Our pride
Nem o patriótico Toy escreveria melhor.
Canções como “O Socialismo é Bom” ou “Está o Querido Líder de Boa Saúde?” só podem ser boas. Os Pochonbo Electronic Ensemble têm a sua piada.
Nos vídeos dos Shinwha e das Baby V.O.X. não sei será montagem, ou a reacção do público é mesmo assim, mas como sou descrente…
At 10:10 da manhã, Armando Rocheteau said…
Gostei da comparação entre a Coreia do Norte e Portugal. Continuas em grande.
At 1:41 da tarde, Táxi Pluvioso said…
Há mais semelhanças do que parece. Por cá são mais a mandar, lá são menos, é uma grande diferença. Mas a função da ideologia é a mesma – engrandecer. Em Portugal, ela sobe no mês de Fátima, e logo a seguir futebol (o Madaílão até mandou um autocarro que funciona a “energia vontade de ganhar”).
No plano musical ainda é mais semelhante. Ouvir os Pochonbo faz lembrar os bons tempos dos melhores cantores portugueses – Dino Meira, Marco Paulo e José Malhoa.
At 11:29 da manhã, carlos veríssimo said…
Para Constâncio, sem direito a desculpas, o despedimento sem justa causa.
Passava a estar ao nível dos sofredores e até ia para a oposição.
At 8:35 da tarde, Anónimo said…
O José Marinho e o José Mourinho!
At 4:31 da manhã, Táxi Pluvioso said…
O efeito é José Mourinho, the special one, aquele que é tão que chateia, mas a metafísica é do Marinho, para dar voz aos filósofos portugueses, que se arrastaram numa pretensa originalidade e caíram fora da história da filosofia.
Quanto ao Constâncio, é verdade, aquilo é um político a sério, cai sempre em pé, e bem pago.
At 4:38 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Bolas! Falhou "é tão bom que até chateia".
O primeiro-ministro está há seis dias sem fumar e encontrou uma urgência aberta para curar um estado febril. Qualquer cidadão quando tem febre toma uma aspirina, comprada numa grande superfície, e mete-se na cama.
Gostei da piada que ele deixou aos militantes socialistas, sobre os médicos lhe assegurarem que o seu caso, não era ressaca de um estado de abstinência ao tabaco.
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