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sábado, outubro 01, 2022

Barbie Girl. Um êxito intemporal ou uma música “sexista”? (3)

No final dos anos 2000, a Mattel – a maior fabricante de brinquedos do mundo que detém a marca Barbie – abriu um processo contra Aqua, alegando que o grupo musical havia “arruinado a reputação da marca”, que “a música se tornou tão conhecida que começou a afetar as suas estratégias de marketing” e ainda que os artistas haviam “transformado a boneca num objeto sexual”. Além disso, a multinacional acreditava que os dinamarqueses não respeitaram “uma marca registada”, afirmando ainda que falavam da boneca como uma “referência cultural, um conceito e não uma marca específica”. Segundo a Mattel, a música fez com que as vendas da famosa Barbie descessem consideravelmente.

Contudo, a MCA Records e a banda dinamarquesa não ficaram de “braços cruzados” e processaram a empresa, por difamação. Em 2002, o U.S. Circuit Court of Appeals decidiu que a música era apenas uma “sátira inofensiva”, absolvendo a MCA Records e a banda das acusações. “O uso de direitos autorais não é afetado, porque o Aqua usa a palavra barbie para transmitir um conceito particular que eles têm”, lê-se num dos documentos, que também menciona que o facto de “remover” a música só colocaria em causa a liberdade de expressão. 

Apesar disso, a Mattel conseguiu que Aqua não cantasse Barbie Girl por alguns anos – não por imposição judicial, mas porque o grupo decidiu separar-se voluntariamente. “São vocês que estão a impor um sentido à letra da música”, defenderam os artistas na altura. Também o processo por difamação contra a Mattel não obteve resultados, e o juiz Alex Kozinski afirmou que “ambas as partes deviam relaxar”.

Fonte: jornal i, 28 de fevereiro de 2022

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