No final dos anos 2000, a Mattel – a maior fabricante
de brinquedos do mundo que detém a marca Barbie – abriu um processo contra
Aqua, alegando que o grupo musical havia “arruinado a reputação da
marca”, que “a música se tornou tão conhecida que começou a afetar as suas
estratégias de marketing” e ainda que os artistas haviam “transformado a boneca
num objeto sexual”. Além disso, a multinacional acreditava que os
dinamarqueses não respeitaram “uma marca registada”, afirmando ainda que
falavam da boneca como uma “referência cultural, um conceito e não uma marca
específica”. Segundo a Mattel, a música fez com que as vendas da famosa Barbie
descessem consideravelmente.
Contudo, a MCA Records e a banda dinamarquesa não
ficaram de “braços cruzados” e processaram a empresa, por difamação. Em 2002, o
U.S. Circuit Court of Appeals decidiu que a música era apenas uma “sátira
inofensiva”, absolvendo a MCA Records e a banda das acusações. “O uso de
direitos autorais não é afetado, porque o Aqua usa a palavra barbie para
transmitir um conceito particular que eles têm”, lê-se num dos documentos, que
também menciona que o facto de “remover” a música só colocaria em causa a
liberdade de expressão.
Apesar disso, a Mattel conseguiu que Aqua não cantasse
Barbie Girl por alguns anos – não por imposição judicial, mas porque o grupo
decidiu separar-se voluntariamente. “São vocês que estão a impor um sentido à
letra da música”, defenderam os artistas na altura. Também o processo por
difamação contra a Mattel não obteve resultados, e o juiz Alex Kozinski afirmou
que “ambas as partes deviam relaxar”.
Fonte: jornal i, 28 de fevereiro de 2022
Etiquetas: aqua, história, mulheres, música, odioso machismo, sexismo
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home