Pratinho de Couratos

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quinta-feira, fevereiro 23, 2023

Da independência à invasão. Ucrânia, um país há décadas entre a Rússia e o Ocidente


A independência da Ucrânia

  • A 1 de dezembro de 1991, ainda integrada à então União Soviética (dissolvida em 25 de dezembro desse ano), a Ucrânia vota, em referendo, a favor da independência. O resultado desta consulta foi imediatamente reconhecido pelo então presidente russo, Boris Yeltsin.
  • A 8 de dezembro, Rússia, Ucrânia e Bielorrússia assinam um acordo que estabelece uma Comunidade de Estados Independentes (CEI). Nos cinco anos seguintes, porém, a Ucrânia tenta libertar-se da tutela política do seu grande vizinho, iniciada há três séculos. A Ucrânia não se compromete totalmente com a CEI, percebida como uma estrutura dominada pela Rússia, que tenta agregar as ex-repúblicas soviéticas.
  • A 5 de dezembro de 1994, Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Cazaquistão, Estados Unidos e Reino Unido assinam o Memorando de Budapeste sobre garantias de segurança. Nele, os signatários comprometem-se a respeitar a independência, a soberania e as fronteiras da Ucrânia, em troca do abandono das armas atómicas herdadas da União Soviética.

Um tratado de amizade entre a Rússia e a Ucrânia

  • A 31 de maio de 1997, Rússia e Ucrânia assinam um tratado de amizade e cooperação, que não elimina, porém, a ambiguidade das relações de Kiev com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). O Kremlin opõe-se fortemente a que Ucrânia, ou qualquer outra ex-república soviética, ingresse na Aliança Atlântica. 
  • O tratado e os textos anexos resolvem, em particular, a espinhosa disputa sobre a distribuição da antiga frota soviética no Mar Negro, ancorada em Sebastopol, na Crimeia. A Rússia mantém a propriedade da maioria dos navios, mas pagará à Ucrânia um valor modesto pelo uso do porto de Sebastopol.
  • Sendo, na época, o principal parceiro comercial de Kiev, a Rússia manteve, contudo, a sua “arma económica” frente à Ucrânia, muito dependente do petróleo e do gás russos.
  • Em 2003, Kiev assina um acordo para a criação de um Espaço Económico Comum com a Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão. A União Europeia reage, afirmando que o acordo pode dificultar a aproximação da Ucrânia com o bloco e a sua integração na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Um presidente pró-Ocidente em Kiev

  • Em novembro de 2004, o candidato pró-Rússia Viktor Yanukovych vence as eleições presidenciais na Ucrânia, denunciadas como fraudulentas pela oposição. Uma mobilização em massa, a chamada Revolução Laranja, consegue que as eleições sejam anuladas pelo Supremo Tribunal.
  • A 26 de dezembro, o líder da Revolução Laranja, o opositor pró-Ocidente Viktor Yushchenko, que sofreu um misterioso envenenamento durante a campanha, abre uma nova era política no país. Põe fim aos dez anos de Presidência de Leonid Kuchma (1994-2005), que oscilava entre a UE e Moscovo.
  • Yushchenko reitera a vontade da Ucrânia em aderir à União Europeia, apesar das objeções de Bruxelas e da NATO. Em 2008, na cimeira de Bucareste, os líderes dos países da NATO concordam que a Ucrânia tem vocação para ingressar na Aliança Atlântica, o que provoca a ira de Moscovo.
  • Rússia e Ucrânia travam várias guerras político-comerciais. Uma delas foi a do gás, de 2006 a 2009, que interrompeu o abastecimento de energia da Europa.

A Revolta de Maidan

  • Em 2010, Viktor Yanukovych é eleito presidente e lança uma política de aproximação com a Rússia. O presidente garante que a elaboração de um “acordo de associação” com a UE continua a ser a prioridade.
  • Em novembro de 2013, no entanto, Yanukovych nega-se a assinar, no último minuto, o acordo com a União Europeia e reativa as relações económicas com a Rússia. Esta mudança de política deflagra um movimento de protesto pró-Europa, que tem como símbolo a manifestação na Praça Maidan (Praça da Independência), em Kiev.
  • A rebelião termina em fevereiro de 2014 com a destituição e a fuga de Yanukovych para a Rússia, após a repressão do protesto de Maidan, durante o qual morreram cerca de 100 manifestantes e 20 polícias.

Anexação e guerra da Crimeia

  • Em resposta, as forças especiais russas assumem o controlo da Crimeia, território que a Rússia decide anexar em março de 2014.
  • Em abril de 2014, separatistas russos ocupam os lugares mais importantes de Dombass, a região de língua russa do leste da Ucrânia. Uma nova guerra começa em maio. Desde 2014, este conflito causou a morte de mais de 14.000 pessoas.
  • Kiev e países ocidentais afirmam que a Rússia organizou a separação das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, em represália à guinada pró-Ocidente da Ucrânia.

A ‘operação militar’ agora em curso

  • Depois de concentrar dezenas de milhares de soldados na sua fronteira com a Ucrânia, o presidente Vladimir Putin reconhece, a 21 de fevereiro de 2022, a independência de Donetsk e de Lugansk e ordena o destacamento de tropas para estes territórios. 
  • Na madrugada de 24 de fevereiro, Putin anuncia uma “operação militar” na Ucrânia, descrita pelo ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, como uma “invasão em grande escala”.

Fonte: Sapo24, 24 de fevereiro de 2022

Foto: Veronica Morre na obra cinematográfica “Army Teen In Action”.

Veronica Morre, tcc Veronika Morre / Marfa Piroshka, 1,54 m, 50 kg, 91-66-89, sapatos 36 ½, olhos azuis, cabelos castanhos, nascida a 10 de junho de 1996 em Kiev, Ucrânia.

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