Bruxelas quer criar “escudo cibernético” e dá Portugal como exemplo
A Comissão Europeia defendeu esta terça-feira a proteção das
fronteiras cibernéticas da União Europeia (UE) de forma semelhante ao controlo
das fronteiras terrestres, assegurado pela Frontex,
dando Portugal como exemplo das consequências
dos ciberataques de grande escala.
“Vimos recentemente, em Portugal, como os ciberataques
podem fazer cair toda a rede e é por isso que é tão importante que tenhamos
este sistema de apoio”, defendeu o comissário europeu do Mercado
Interno, Thierry Breton, falando em conferência de imprensa à margem da sessão
plenária da assembleia europeia, na cidade francesa de Estrasburgo.
Discursando na apresentação de propostas da Comissão
Europeia sobre áreas críticas para a segurança da UE para assegurar a defesa
europeia, como a cibersegurança, o responsável considerou que, “da mesma forma
que se assegura a proteção das fronteiras físicas ou geográficas com a Frontex
[…], a União deveria estar em posição de proteger as fronteiras cibernéticas”.
Numa altura de ciberataques consecutivos a entidades
portuguesas, tendência que já se registou também noutros países europeus,
Thierry Breton defendeu que a proteção das fronteiras cibernéticas da UE
deveria ser assegurada por “especialistas europeus que estariam lá para
defender qualquer país que fosse atacado” e para “identificar potenciais
ameaças”.
A ideia seria criar “um escudo cibernético” na UE que
atuasse de forma semelhante à Frontex, agência europeia encarregue de controlar
as fronteiras externas do Espaço Schengen em coordenação com as guardas de
fronteira e costeiras dos Estados-membros.
(…).
União Europa apresenta propostas para reforçar
cibersegurança
Para reforçar a cibersegurança e a ciberdefesa, a
Comissão indica que irá propor “a Lei de Ciber-Resiliência e
solicitará às organizações europeias de normalização que desenvolvam normas
harmonizadas em matéria de cibersegurança e privacidade e, em conjunto com os
Estados-membros, intensificará a preparação para os ciberataques em grande
escala”.
No que toca ao reforço da resiliência europeia contra estes
ciberataques, Bruxelas anuncia o lançamento futuro de uma caixa de ferramentas
híbridas da UE e a identificação de peritos em áreas políticas relevantes.
Previsto está, também, que “a Comissão e o Alto
Representante explorem a possibilidade de ativação de mecanismos de
solidariedade, assistência mútua e resposta a crises em caso de ataques com
origem no espaço ou de ameaças aos bens espaciais”.
Ao mesmo tempo, até final do ano, a Comissão pretende
apresentar um plano de ação conjunto para reforçar a mobilidade militar dentro
e fora da Europa.
Quanto aos investimentos, Bruxelas estima que, durante este
ano, sejam mobilizados 1,9 mil milhões de euros do Fundo Europeu de
Defesa para projetos de investigação e desenvolvimento de capacidades
de defesa, verba à qual quer acrescentar investimentos dos Estados-membros em
capacidades estratégicas de defesa.
Fonte: CNN Portugal, 15 de fevereiro de 2022
Etiquetas: cibersegurança, fascismo melhorado
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