Pratinho de Couratos

A espantosa vida quotidiana no Portugal moderno!

domingo, setembro 30, 2012


Enquanto o arroz não coze

Artista, adj. 2 gén. (de arte). 1. Que tem ou exprime sentimentos de arte. 2. Astuto. 3. Que ama ou cultiva a arte. 4. Engenhoso. 5. Astucioso. 6. Maquinador de subtilezas. O bronco olha o chão, o artista o céu; Cavaco Silva, primeiro artista da nação: “e é com muita curiosidade que aguardo o fogo de artifício do Porto, das festas de S. João, que são famosas em todo o nosso, o nosso país, mas espero antes disso ter a oportunidade de confortar o meu estômago com as sardinhas desta parte do país, e que espero, venham também acompanhadas do caldo verde” [1]. Um artista bom garfo quer boa colher ou, numa mesa posta de good governance, o faqueiro completo. Um bom artista é também cínico. No dia 7 de setembro a tristeza de Ronaldo, entristecia. Na TV, 19:20 h, a instalação artística [2] “desvalorização fiscal” subtraía um salário aos trabalhadores, adicionando 7% à Taxa Social Única, em nome do emprego [3], e papava o subsídio reposto aos funcionários públicos; no entanto, Passos Coelho, terceiro artista da nação: “o subsídio reposto será distribuído pelos 12 meses de salário para acudir mais rapidamente às necessidades de gestão do orçamento familiar dos que auferem estes rendimentos” [4]. Num erro de assessoria, o primeiro-ministro, depois de “fiz um dos discursos mais ingratos”, foi cantar “Nini dos meus 15 anos” num espetáculo de cançonetismo nacional de Paulo de Carvalho: “estivemos juntos no final e ele disse-me que gostou bastante. E não foram palavras de circunstância” – quando apropriado seria que atenorasse “Eu quero é curtir” das Bloom Bell [5]. O povo odeia a palavra “TSU”, Paulo Portas odeia a palavra “imposto”, chame-se-lhe “sobretaxa”, que os 4 mil milhões de euros (mais a derrapagem) para adelgaçar o défice de 2013 nos 4,5% imbicarão aos cofres do Estado nem que a vaca seja ordenhada à mão.
Portugal tem um PIB de 170 mil milhões e uma dívida total, pública e privada, de 700 mil milhões, para verdejar o couval, rubescer o tomatal, pratear o fundo do prato, doirar as esperanças, platinar o futuro, tem arte própria; na casa dos budas ditosos, Assunção Esteves, segunda artista da nação: “antes de mais eu olho para o novo ano parlamentar como olho sempre para a atividade política, com muita esperança. A política é sempre a negação da fatalidade e o Parlamento tem a incumbência de manter os níveis de esperança, os níveis de otimismo, a capacidade de mexer os destinos das pessoas, é por isso que existe uma espécie de sacralidade do Parlamento e da democracia e é a acreditar nessa sacralidade que eu começo o ano”. Quando o poder legislativo e o poder executivo compõem destarte a toilette do país, a arte bate em sítios inusitados, no quartel da GNR [6]. Em “Ponte de Lima vaca fere mulher e GNR acaba por abatê-la a tiro”, a vaca, porque a mulher, se o fosse, não seria, que a GNR não mata povo, mói arte [7]. Sete militares, em traje solene, escoltaram um caixão pelas ruas da cidade de Guimarães Capital Europeia da Cultura, no “Enterro de Portugal”, uma das seis intervenções do projeto artístico Mais Menos, de Miguel Januário. A Associação Socioprofissional Independente da guarda, crítica de arte, critica: “espetáculo degradante da instituição”. “Os militares da GNR juraram, com a própria vida, defender a pátria, e apesar de estarmos perante uma peça de teatro, estão em causa valores intocáveis como a defesa da pátria[8]. O comando exonerou o coronel Mota Gonçalves do cargo de comandante territorial de Braga; com, sucedâneo das rezas aos santos, enésimo artista da nação a circular a irritante petição solidária no Facebook.
O governo, artista, rejubila com as exportações (dados do AICEP: faltam 16 milhões para Portugal equilibrar a balança externa, ó alegria!). Nas Grandes Opções do Plano (GOP) para 2013 elas refulgem: o consumo público desce 3,5 %, o privado 2,2%, o investimento desce 4,2 %, a taxa de desemprego sobe para 16%, e, boas novas! as exportações sobem 3,6%. Em Portugal há cerca de 380 mil empresas, apenas 18 mil são exportadoras, e nessas, 100, controlam metade do volume das exportações nacionais (10% desse volume é comércio de ouro, como Portugal não é produtor, o metal precioso vem da mina António Sala, vem dos dedos e dentes do cidadão empenhado), rejubilar com “o bom desempenho das exportações” é de artista. Daqueles com quadro a óleo dependurados no museu para assombrar as gerações vindouras: a Biblioteca Bush encomendou ao retratista convencional inglês Jonathan Yeo, filho do deputado conservador Tim Yeo, um quadro de George W., e depois desistiu. “Despeitado, Yeo mesmo assim fez o retrato, compondo a rosto do presidente dos Estados Unidos de uma colagem de revistas porno”. Que foi exposto na galeria Lazariedes: “Jonathan Yeo, pintor de celebridades e políticos do nosso tempo, apresenta uma série de novas obras, inspiradas pela sua colagem porno de George W. Bush”. Um inocente porta-voz republicano perquire: “esta imagem é muito desagradável. Porque alguém iria querer fazer uma imagem do nosso presidente a partir de material pornográfico?”.
Portugal é país de emigrantes, malas de cartão à ida, Louis Vuitton à vinda; um visionário binocular, uma nata entre artistas, Durão Barroso: “se há potência realmente emergente a nível global é a Europa. Porque, dantes, os países europeus não estavam unidos. Só após a queda do muro de Berlim é que ganhámos esta dimensão continental. Assim, a Europa está de facto mais forte hoje do que há cinco ou dez anos - como bloco. Portanto, a Europa será mais forte dentro de cinco, dez anos, porque já hoje a globalização é, julgo, o impulso mais poderoso para a integração”. David Černý, escultor checo, fintou a União Europeia com a instalação artística “Entropa: estereótipos são barreiras a serem demolidas”. {fotos}. {esboço}. A presidência encomendara um trabalho de 27 artistas europeus, Černý e dois colegas executaram-no, um mosaico de 8 toneladas, com o essencial Europa: na obra, a Bulgária é uma sanita turca [9], a Roménia um parque temático de Drácula, a França coberta por uma faixa “greve!”, a Holanda uma série de minaretes submersos numa inundação, a Alemanha uma rede de auto-estradas semelhante a uma suástica, a Bélgica uma caixa de chocolates Praline meio cheia meio comida, a Itália um campo de futebol, o Luxemburgo uma pepita de ouro “vende-se”, a Espanha coberta de betão, o eurocético Reino Unido está ausente da Europa, e Portugal uma tábua de corte com três pedaços de carne em forma do Brasil, Angola e Moçambique. – Terra odisseica de Mad Dog Clarence [10].
“A cultura abre-nos a cabeça. A cultura retira-nos da visão paroquial. A cultura abre-nos ao mundo”, diz Maria de Belém; a indústria da cultura pesa 3,1 % no PIB português, uma boa margem para os jovens desempregados deslembrar a fábrica. A jovem Maria del Rosário: “trabalhei como um cão em empregos honestos e fazia a coisa certa, e agora o meu traseiro é famoso da noite para o dia. Posso ser feliz por mim própria com nada. Não preciso de amor ou ódio. Essas são duas coisas más. O amor pode magoá-lo e o ódio pode magoá-lo. Sou apenas um lindo desastre”, um desastre que tatuou no ânus o nome dos namorados; Seth Matlins escreveu: “francamente, estou um pouco invejoso de o à vontade de Maria com quem ela é, o que fez, e onde o fez. Ela não está só a falar do seu ânus em voz alta, ela está a falar do que fez com ele” [11]. Álvaro Santos Pereira, artista da economia: “todos nós vamos ter que trabalhar mais, não há o mínimo de dúvidas sobre isso. Nós, no momento de sacrifícios, de dificuldades do país, temos que tomar consciência que só trabalhando mais, só arregaçando as mangas e nos empenhando com mais com mais trabalho, com mais dinamismo, com mais inovação e com mais empreendedorismo é que sairemos da crise nacional”. Empenhar todos os órgãos no trabalho; “tenho o rabo rijo como um amortecedor”, Petra Spínola, concorrente da Casa dos Segredos, e o artista nova-iorquino David Livingston, arregaçou mangas na série Grande Mangalho, um projeto de arte absurda, em que apenas passeia nos espaços públicos com um pénis e testículos, flácido, de180 cm, que ele costurou e acolchoou: “Big Dick enters the New Museum”, o “Big Dick on Wall Street”: “Big Dick buys a pastry”, “Big Dick reads the paper”, “Big Dick walks past Stock Exchange”.
Deus na ponta da língua aperfeiçoa o artista; Alberto João Jardim, artista imergido: “e em segundo lugar, foi a Mão de Deus, sabe? Os socialistas roubaram-nos tanto ao longo destes anos que Deus agora compensou” (quando o prémio do Euromilhões foi para a Madeira). E o homem e a mulher aperfeiçoam a arte. Elías García Martínez, pintor espanhol do século XIX, doou o seu mural “Ecce Homo” à humanidade, a sua neta, Teresa García, doou-o ao Centro de Estudios Borjanos, em Borja, Saragoça. Estiolado pelo serpete dos dias, “numa época de austeridade, ao invés de chamarem um profissional”, Cecilia Giménez, 81 anos, pincelou-o com bom gosto: “o padre sabia-o, o padre sabia-o, o sacerdote daqui sabia-o, claro, como é que ia fazê-lo sem que ele me dissesse?”. Teresa García mingua-lhe estética: “até agora, ela só tinha tocado na túnica. E então, o problema agora foi que se meteu com a cabeça e, claro, destruiu o quadro”. Melhorou-o. Agora é arte [12]. “Ecce Homo” é também uma exposição da fotógrafa sueca Elisabeth Ohlson Wallin: “as fotos retratam Jesus entre homossexuais, transexuais, fetichistas do cabedal e pessoas com sida. A foto considerada mais polémica foi aquela que retrata o batismo de Jesus, na qual o pénis da personagem Jesus é visível. As fotos estão todas ligadas e apresentadas em conjunto com citações da Bíblia: Anunciação, Lucas 1:30-31; Nascimento de Jesus, Lucas 2:7; Batismo de Jesus, Lucas 3:21-22; Críticas aos fariseus, Mateus 23:13; Chegada a Jerusalém, Lucas 19:37-40; Última Ceia, Mateus 26:26-28; O Beijo de Judas, Mateus 26:45-48; Jesus carregando a cruz, Marcos 15:17-20; Crucificação de Jesus, Mateus 27:45-46; Pietà, João 19:26, Jesus mostrando-se às mulheres, Mateus 28:9-10; o Céu, Mateus 18:18[13]. Vinde criancinhas ao reino “Zombie Skin” (death metal, dos Murp, Aaralyn, vocalista de 5 anos, e Izzy na bateria: “Don’t Brush My Hair in Knots”).
O padre José Pires “ recorda que a escritora francesa Simone Weil (1909-1943), autora de obras como ‘A Espera de Deus’, passou por uma experiência religiosa determinante na sua vida quando numa noite de lua cheia testemunhou, numa praia do norte de Portugal, uma procissão de velas protagonizada por mulheres de pescadores” [14]. “A Rede”, uma rede de 8 x 6 m tecida por pescadores e Joana Vasconcelos para o andor do S. Pedro da Afurada, em Gaia, anseia o padre que imane muitos turistas: “Deus serve-se de tudo” para pescar almas. Paga pelo Turismo do Porto e Norte, “A Rede” foi a única obra executada pela artista em 2011 fora do pack que expôs no palácio de Versalhes: “pareceu-me extraordinário que um grupo de pescadores quisesse que um artista plástico interviesse num andor. Tive de aceitar. É engraçado pensar que os artistas não servem para nada, e depois aparece um exemplo como este em que os artistas podem servir a comunidade. É um pedido especial. E foi atendido”. Em Paris, ajuntou-se-lhe dois artistas da política nacional, António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, e Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros; diálogo abeirado das obras de arte: Joana V nomeando uma: “portanto é a Nanny, salvo seja”, Paulo P: “Mary Poppins”, Joana V: “uma Mary Poppins”. Dissertação artística de Paulo Portas: “é genial. É internacional. É tradicional e é empresarial. Raras vezes, aaaa nós poderíamos mostrar de uma forma tão extraordinária, um Portugal contemporâneo, um Portugal moderno, ao mesmo tempo com um olhar de identidade, como nesta exposição extraordinária em Versalhes”. António Costa embasbaca: “acho que é uma distinção para todos nós e é uma honra. Como é que uma artista, portuguesa, que tem este reconhecimento internacional, e expõe num dos lugares mais emblemáticos do mundo! que é isso que estamos a falar, que é o que é Versalhes”. [15].
No cavalete do Estado, as melhores aguarelas aguam; Carlos Moedas, adjunto artista: “… mas há uma coisa em que ficamos bem, sabe? É que nós temos tido, e isso é reconhecido por todos os membros da troika, uma transparência única. Eu pessoalmente falo com a troika, pelo menos uma vez por semana, e aquilo que eu sei, eles sabem”. Nem todos os estadistas têm estes tons de canção dos anjos de William-Adolphe Bouquereau. Federico Solmi: “os meus trabalhos estão cheios de políticos corruptos, assassinos, vigaristas, tiranos, estrelas porno, pregadores religiosos… quero apresentar aos espetadores uma visão irónica mas perversa do nosso tempo e do nosso futuro próximo”. A sua peça “Crucifixo”, uma escultura em madeira de um crucificado com uma mitra na cabeça e um falo branco de ponta vermelha a sair dos trapos nos genitais, foi apreendida pelos carabinieri na Arte Fiera de Bolonha. O retrato do presidente sul-africano Jacob Zuma de Brett Murray, “The Spear”, foi vandalizado por dois homens, um preto e um branco, esbatendo as acusações do ANC de racismo, “na África do Sul, a palavra racista perdeu o seu sentido original e agora só é usada para descrever um branco a fazer algo que o preto não gosta”. O quadro representava Zuma de seu instrumento de fora numa pose de Lenin. “Zuma é um zulu polígamo, casou-se seis vezes, e tem quatro mulheres. Em 2010, pediu desculpas publicamente por ser pai fora do casamento, dizem ser o seu vigésimo filho, no total. Em 2006, foi ilibado de violar uma amiga seropositiva, mas causou irritação ao dizer que tomou um banho depois ter feito sexo (sem preservativo) com ela”. Zuma apresentou um pedido de retirada da pintura: “a exposição contínua do retrato é manifestamente grave e tem o efeito de impugnar a minha dignidade aos olhos de todos os que o veem. Em particular, o retrato mostra-me de uma maneira que sugere que sou um namorador, um mulherengo e alguém desrespeitoso. É uma representação indigna da minha personalidade e procura criar dúvida acerca da minha personalidade aos olhos dos meus concidadãos, família e filhos. Em termos do tema da exposição, o meu retrato é feito para transmitir a mensagem que sou um abusador do poder, corrupto e sofro de inépcia política”. 
Os articidas vilipendiam os políticos: gritam agastados “Parle à mon cul” (de Vladimir Borowicz, “nascido em França, 1978, numa família revolucionária militante, amantes do surrealismo, cinema, jazz, blues e música folk”), amoucam de suas direções; Passos Coelho: “este governo tem cortado despesa todos os dias, mas todos os dias, porque sabe que não há outra maneira de proceder” [16]. No outro dia extinguiram a fundação Paula Rego, um museu com entrada gratuita e que molhou no godé do Estado 1.2 milhões de euros entre 2008 e 2010; indigna-se António Capucho: “isto é tão disparatado, tão grotesco como os talibãs atirarem morteiros para cima dos budas. É uma hipótese impossível e grotesca”, e de Rego, paletizada pelos artistas regionais, nem tinta escorre [17]. No rebranding de Portugal, enramalhetado futuro se lhe coze no tacho; Passos Coelho, gastropolítico: “termino, desta vez sim, porque já passei muito o tempo que tinha destinado, e não quero estragar o arroz, que foi posto a cozer quando eu comecei a falar, não o queremos comer numa papa” [18]. E o arroz no ponto, novos lares atrigarão, com bonecos e bonecas que, suas preces atendidas, “tiveram a sua vida de volta”. – Mariel Clayton fotografa Barbies assassinas. {galeria}. - “Paper Dolls”: We are taught / from the moment we leave our pink nursery / that we are collapsable paper dolls / light to hold / easier to crumple.  / that as women our worth lies secretly wrapped in lace and cotton panties / our fragility armored with pepper spray and mace, they say”, um poema de Sierra Demulder: “é uma das mais bem sucedidas e reconhecidas jovens no mundo da slam poetry” (uma competição em que os poetas recitam trabalho original iniciada por Marc Kelly Smith em Chicago nos anos 80). Taxidermy”: “When chemotherapy pulled out / the last of your daughter’s hair, you started carrying / her baby teeth in your pocket”. “Every Night”  (eletro de Seattle).
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[1] Cavaco “desgravatava-se” em junho para entrar no barco de onde assistiu ao fogaracho dos Santos Populares, junto de Américo Amorim, Paulo Rangel, Paulo Macedo, Rui Rio… Metaforizando sobre o afundanço da execução orçamental: “eu espero que o barco aguente e por isso tenho aconselhado a que não corram! rapidamente dum lado para o outro para que, não aconteça qualquer acidente. No dia de hoje temos que fazer todo o possível para que tudo vá no bom sentido, para que o barco chegue a bom porto. E é isso que também Portugal precisa. Muitíssimo obrigado. Vamos à festa”. Os foliões embarcados dançaram, entre outras, “La Isla Bonita”.
[2] Passos Coelho apontava vias no Mar e na Arte, na inauguração do Centro de Arte Moderna em Matosinhos: “o paralelo da cultura e do mar é ilustrativo das mudanças políticas que temos de levar a cabo no nosso país. Ambos devem passar a inscrever-se no desígnio geral de abertura do país ao mundo … se ao mar temos de associar, por exemplo, a produção de energia, a investigação científica ou formas alternativas de turismo. À cultura temos de associar, por exemplo, o desenvolvimento de clusters de indústrias criativas, a qualificação e valorização do capital humano e a nossa diplomacia”.
[3] Os bancos portugueses estão falidos, então, ideia técnica genial, os trabalhadores vão financiar as empresas, contribuindo com um salário para liquidez de tesouraria, investimento, etc. Carlos Moedas, secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro: “apresentamos também uma medida de desvalorização fiscal, já apresentada nos seus traços essenciais, mas cujo detalhe será discutido de forma alargada, em particular, e nomeadamente, com os parceiros sociais. É uma medida que ataca de frente um conjunto de fragilidades a curto prazo da economia portuguesa, nomeadamente liquidez que enfrentam a generalidade das empresas. É uma medida complexa e que como tal está a ser calibrada de forma a atender aos mais desfavorecidos e de forma a garantir a sua plena eficácia. Mas precisamente por ser complexa, esta medida, tem gerado alguns equívocos. Diz-se, por exemplo, que a medida tem impacto no consumo, mas omite-se que as medidas alternativas que estavam em cima da mesa teriam também esse impacto, mas com uma agravante de não gerarem qualquer contrapartida ou beneficio para as empresas”. Ou seja, seria o Trabalho a substituir as instituições de crédito financiando o Capital, porque os bancos “cortaram o crédito à economia”, e isso porque enredaram parte do seu capital na bolha imobiliária do tradicional triângulo amoroso: banqueiro / autarca / empreiteiro (ou gajo com prestígio vertido em crédito bancário como, por exemplo, o artista Duarte Lima). O empreiteiro comprava terrenos agrícolas, o autarca valorizava-os assinando a sua urbanização, e o banqueiro financiava tendo como garantia os próprios terrenos artificialmente inflacionados. Consequência: inflacionaram-se os custos das expropriações para construir auto-estradas ou obras públicas “pppzadas”; inflacionaram-se os preços das casas que estão 30% acima do seu valor real (agora os bancos não querem que a devolução da casa extinga o empréstimo porque “perdem” dinheiro); para remendar a violência doméstica e urbana deste trio de amantes, a troika esfatiou do empréstimo a Portugal 12 mil milhões para “capitalizar a banca”; e os bancos, em vez de “emprestar à economia”, preferem a zona de conforto da compra de dívida soberana portuguesa.
[4] Dia 24 de setembro Passos Coelho coze mais cinismo na caçarola: “o governo está nesta altura a preparar uma proposta que visa devolver, parcialmente!! os subsídios de Natal e de férias ao setor público e aos reformados e pensionistas, compensando essa devolução! parcial com a distribuição por todos os portugueses, por todo o setor não público e não reformados e pensionistas, portanto pelo setor privado também, das medidas que deverão compensar esta perda de poupança”. Esta “devolução” será “desdevolvida” no IRS.
[5] Clara, a vocalista: “as referências, mesmo, acho que todas vamos dizer a mesma referência. Dizemos sempre são os Queen. Em termos de atuação e daquilo que eu procuro sempre estudar p’a tentar projetar pra mim, por exemplo, são mais as divas da pop, eu gosto muito da Beyoncé. O estilo dela e a maneira dela atuar, a voz dela, é mais ou menos o que eu tento projetar p’a minha vida. Além dos Queen, além do Stevie Wonder, além do Ray Charles, tudo isso”. Em 2009 bolavam-se: “olá eu sou a Clara, mas muitas pessoas me tratam por Bonnie. Tenho 16 anos e estou no curso de ciências socio-económicas, mas na verdade quero ser jornalista ou psicóloga”. Cat, a guitarrista: “oi pessoal! Eu sou a CAT (Catarina), tenho 18 anos e sou do signo gémeos. Acabei o 12º de Artes Visuais, e neste momento dedico-me exclusivamente à música, mas também gosto de música, e às vezes ainda tenho tempo para a música”. Luísa, a baixista: “olá, sou a Luísa! Nasci dia 31 de julho de 1992, tenho 17 anos e ando no 12º ano em Ciências e Tecnologias. Quando acabar o 12º ano quero tirar o curso de medicina veterinária, porque uma das minhas maiores paixões são animais!!!”. Dannie, a baterista: “heey! Sou a Daniela aka Dannie e sou da geração de 93 :) Neste momento estou no 11º ano na área de ciências e tecnologia e estou bastante inclinada a seguir engenharia, mais propriamente informática. (…). As minhas bandas de eleição são os Megadeth, Alice in Chains, Machine Head e também aprecio bastante Foge Foge Bandido”.
[6] Polícia é arte: do escultor alemão Marcel Walldorf; o sindicato da polícia declarou que “violou os limites da liberdade artística”, em “Petra”, uma mulher-polícia da tropa de choque a urinar. Urinar é arte: os clientes do Boom Boom Room, o cocktail lounge do Standard Hotel, em Manhattan, têm que aliviar a bexiga no 8º andar, alguém esqueceu-se de repor as cortinas nas janelas e os touristes na rua fotografam mais um lugar de interesse. Dizia o visitante do clube David Langdon: “a visão exterior é emocionante, mas a vista interior é assustadora”, e a sua filha Belinda: “é muito aterrador. As pessoas a tirar fotos são taradas. Você só deseja que ninguém a reconheça na rua”. – Numa campanha publicitária do Standard Hotel, uma mulher mija num tapete: da série “Instruções sobre como ser politicamente incorreto”, do artista austríaco Erwin Wurm.
[7] Arte controversa – Chris Ofili em “The Holy Virgin Mary”: “a pintura mostrava uma Virgem preta rodeada por imagens de filmes blaxploitation, grandes planos de genitais femininos cortados de revistas pornográficas e esterco de elefante. Estes eram modelados em formas que lembravam os querubins e serafins comummente retratados nas imagens da Imaculada Conceição e na Assunção de Maria”. Exposta no Brooklyn Museum of Art, em 1999, parte da “Sensation: Young British Artists from the Saatchi Collection”, o mayor Rudi Juliani processou: “não há nada na Primeira Emenda que apoie projetos horríveis e nojentos!”. Dennis Heiner um cristão de 72 anos indignado atirou uma lata de tinta e borrou a tela. – Peter Lagenbach em “Loose Lips Sink Ships”, (adágio inglês da Segunda Guerra Mundial, “bocas rotas afundam navios”), é uma escultura de Bill Clinton nu numa banheira a fumar um charuto, na outra ponta, Monica Lewinsky tenta manter a cabeça fora de água. Venceu o primeiro prémio na California Fair State, em Sacramento, antes de ser retirada. Brian May, gerente geral assistente da feira, a escultura é: “ofensiva para algumas pessoas e inadequada para crianças”. – Renée Cox em “Yo Mama’s Last Supper”, uma última ceia onde os apóstolos são pretos, exceto um, e Renée nua no centro como Cristo. “O mayor de Nova Iorque Rudi Juliani ficou ofendido com o trabalho e pediu a criação de um painel para definir níveis de decência para toda a arte exibida nos museus com financiamento público na cidade”. – Tracey Emin em “Everyone I Have Ever Slept With 1963-1995”, uma tenda de campismo, bordados os nomes de todos aqueles com quem a artista dormiu nesse período (102 pessoas), não só para pinocar como para dormir apenas: “alguns fodi na cama ou contra uma parede, alguns somente dormi, como a minha avó”. Um maldoso crítico escreveu: “ela dormiu com todos, mesmo com o curador”. A tenda foi destruída num incêndio em 2004 e Emin recusa-se a refazê-la: “seria apenas tolice”. – “Piadas porcas escondidas nas obras de arte antigas”: A árvore dos pénis: “há 25 no total, de diferentes formas e tamanhos, completos com testículos. Estão pendurados dos ramos da árvore como folhas esvoaçando na brisa. O mural data do século XIII e ainda é visível numa parede da cidade italiana de Massa Maritima, onde foi descoberto durante trabalhos de renovação, há quatro anos”. – A tapeçaria de Bayeux: “é uma absolutamente massiva representação, estilo novela gráfica, da conquista normanda da Inglaterra em 1066 que mede quase 70 m”, numa parte do painel, sob a legenda “ubi unus clericus et Ælfgyva” (“onde um certo clérigo e Ælfgyva”), um clérigo toca ou agride uma mulher na cara, debaixo deles estão duas figuras masculinas nuas, uma delas com uns genitais proeminentes, ameaçador da moral, que censuravam a cena nas primeiras reproduções da tapeçaria.
[8] Bourvil enumera o código do militar: “La tactique du Gendarme”: “La ta ca ta ca tac tac tique, / Du gendarme / C’est de bien observer / Sans se faire remarquer. / La ta ca ta ca tac tac tique, / Du gendarme / La ta ca ta ca tac tac tique / Du gendarme / C’est d’être constamment / A cheval sur l’règlement”.
[9] Betina Joteva, porta-voz permanente da representação da Bulgária na UE: “é um absurdo, uma vergonha. É uma humilhação para a nação búlgara e uma ofensa à nossa dignidade nacional”. Todavia, a minoria turca é discriminada, tem altas taxas de desemprego e é atacada pelo partido neofascista Ataka. David Černý: “a provocação é a razão ampliada… uh… ampliada por que a arte existe. O que é suposto ser chamado ‘arte’ e não design tem que ter algo por trás. Tem que ter alguma mensagem, seja qual for. É claro, pode ter uma mensagem estática. Mas tem que ter uma mensagem, não é uma ‘cadeira’. Você pode ter certas cadeiras, que se podem tornar, anos depois, até arte, se elas não foram desenvolvidas somente como objetos funcionais, mas, também com algo em mente. Então, chamamos isso provocação, mas apenas significa ‘mais forte’”. Outras obras: bebés a escalar torres de TV.
[10] Virgílio, “Eneida”: “Armas, e o homem que canto, que, forçado pelo destino, / E o implacável ódio da arrogante Juno / Expulso e exilado, deixou as costas de Tróia”; em viagens míticas ao Barreiro, Severo Portela: “dirijamo-nos, pois, ao local e momento em que arrancou a digressão de Mad Dog Clarence, descrito nas publicações da indústria, pouco, e no boca-a-boca, muito, como o ‘mítico bluesman do Cais do Sodré’, por terras inóspitas do Barreiro”.
[11] Maria Louise Del Rosário: “quando tinha 19 anos, namorava um drunfado. Ele não conseguia manter o seu pau teso, então comecei a ver porno, e a única coisa que me divertia era sexo no befe… Quando rompi com o drunfado pedi ao meu vizinho Vince ajuda para mudar as coisas dele. Estávamos à vontade juntos e eu contei-lhe que estava curiosa sobre o meu cu, então ele tratou do assunto”. Ela queria uma lembrança e ele assinou-lhe o rabo com um marcador: “quando tatuei isso, ele segurou as minhas bochechas abertas, enquanto eu sufocava de dor. Então acabámos, porque ele disse que não nos via a casar e criar uma família”. “Não vou parar até chegar ao topo. O que eu quero fazer com toda a fama é prosseguir a minha carreira de modelo. Quero mostrar a minha tinta, rabo nu, nada de roupas e porcaria dessa. Quando você mostra o seu corpo, é com o que Deus lhe abençoou… eu tenho talentos”. O segundo namorado: “o gajo que me pôs na cadeia chamava-se Rockwood. Ele odiava ver Vince (tatuado lá) quando fazíamos sexo, então, no seu aniversário, cobri (a tatuagem anal de Vince) com ‘Rockwood’, porque, de qualquer maneira, se nos separássemos, nesse caso, ‘eu rock wood o meu rabo’. Rompemos e a mãe dele meteu-me na cadeia. Ela pensa que sou uma puta das ruas. O filho costumava roubar-lhe todas as jóias e empenhava-as para drogas, então ela manipulou os detetives a acreditarem que era eu”. Na cadeia: “estávamos todas num quarto grande, cheio de cabras. Eu estava a mostra-lhes a tatuagem no buraco do cu. Uma rapariga alcunhou-me de dick shit. Ainda não sei o que significa. No meu aniversário elas até fizeram um postal que dizia ‘foda-se Hallmark, isto é jailmark’”. Jane Dahne, uma vidente do amor da Florida, prevê que as tatuagens anais serão a próxima grande moda: “adoro isto. Sou famosa de um dia para o outro. E estou curada e pronta para ir. Cura rápido porque as bochechas apertam-se. O oxigénio não passa. Enfiei 10 shots de Jager, e chamaram-me uma crackhead ou uma meth-head. Fiz um teste de drogas naquela manhã para a liberdade condicional. Sou totalmente contra as drogas sintéticas”. – Butthole Surfers: “The Lord Is a Monkey”: “Well she's looking pretty good first week in July / she’s got a dope up her ass and a needle in her eye”.
[12]Ecce Homo qui est faba” (eis o homem que é feijão”) é um tema coral escrito por Howard Goodhall para a série Mr. Bean (1990-95). O desconjuntado inglês, numa viagem aos EUA, confundido com um especialista em arte, melhorou muito a pintura “A Mãe de Whistler”.
[13] A religião é o purgatório da arte. “Do Not Believe Your Eyes”, uma cena de crucifixação no filme “Oil on Canvas”, interpretado e realizado pelo artista russo Oleg Mavromati. A Igreja Ortodoxa acreditou nos seus olhos e bradou blasfémia e ofensa aos cristãos: “desde o final dos anos 90, estes círculos religiosos processam artistas e produtores culturais ao abrigo do artigo 282. Todas essas pessoas enfrentam 3 a 5 anos de prisão”. Mavromati fugiu para a Bulgária. Em novembro de 2010, Mavromati amarrou-se numa cadeira elétrica para uma performance online, “Aliado / Inimigo”, uma votação decidia se era eletrocutado ou não: “só quero realizar uma pesquisa de opinião, como faz qualquer estudo sociológico normal”.
[14] Mulheres. “Menstruate With Pride”, da artista britânica Sarah Maple, nasceu em 1985 de mãe iraniana muçulmana e pai inglês cristão e educada como muçulmana. Marni Kotak pariu em frente de uma audiência na galeria Microscope, em Brooklyn, na performance “O nascimento do bebé X”. Nos dias precedentes, Kotak, 36 anos, “encontrou-se com visitantes da galeria para discutir a maternidade e arte, e recolheu contatos para aqueles interessados em serem informados quando ela entrasse em trabalho de parto, para que eles pudessem se apressar para serem parte da peça muito pessoal”. “Como artista, estou mais preocupada com a questão de como se pode ter e transmitir uma experiência real”.
[15] Os museus. A modelo Kathleen “K.C.” Neill foi presa sob acusação de obscenidade pública no Metropolitan Museum of Art numa sessão fotográfica nua. A guarda do museu: “tenho que garantir que a rapariga foi entregue à polícia”. Kathleen barafustou e a guarda respondeu-lhe com nível: “ela disse-me que havia estátuas nuas por todo o lado, eu disse-lhe ‘essas estátuas têm 400 anos. Você é do século XXI’”. O fotógrafo Zach Hyman: “por que é isso errado? Havia milhares de pessoas no Met olhando nus como arte, mas assim que há um nu autêntico, é um grande problema”. Mike Markovich turista de Toronto: “pensei que era fixe sobrepor a mulher nua com a arte na sala. Fiquei surpreendido com a quantidade de pessoas que nem sequer repararam nela”. “O advogado de defesa Thomas J. Hillgardner diz que Neill nada fez de indecente, enquanto posava numa instituição cheia de representações de nus”. O juiz arquivou o caso. Hyman é useiro em fotografar mulheres nuas em espaços públicos: “as pessoas veem uma mulher nua e sorriem. Veem um pénis e piram”. Em 2009, fotografou Jocelyn Saldanha no Metro: “uma mulher gritou e uma velha começou a tremer, mas além disso, ninguém notou. Ainda assim, Hyman viaja com dinheiro para a fiança e mantém o advogado em marcação rápida”. “Em Times Square, há polícias por todo o lado. Parecia que, sempre imediatamente antes, ou depois da sessão fotográfica, um carro da polícia passava. Felizmente, nunca precisamos do dinheiro da fiança. Entretanto, tenho um cadastro limpo, por isso estou aberto à experiência de ser preso”.
[16] Histórica contestação nas ruas grelou arte, uma formosa moça abraçou um bófia, Adriana Xavier, perpassado o >:D< (grande abraço) vai mostrar os pés para a VIP: “estavam dois polícias perto de mim e aquele tinha a viseira do capacete levantada. O outro estava com cara de mau (risos). Este estava mais sereno. Parecia que o seu pensamento estava longe daquele local e isso chamou-me a atenção”. No “5 para a meia-noite” c/ Nilton: “não, nunca o tinha visto na minha vida” (medo?) tive, tive. Eu ‘tive hesitando durante uns minutos e a pensar se realmente deveria fazer isso. Eu queria fazer isso. Queria marcar ali alguma coisa, alguma diferença. E pensei durante uns minutos, observei bem a situação à minha volta, ambientei-me e depois senti que poderia fazer isso, não sei, não porquê, houve ali qualquer coi, alguma segurança com aquele senhor, o Sérgio, que não me iria fazer nada”. Personalidade: “é, eu sou um pouco não automática, como todas as outras pessoas têm reações muito já padronizadas, digamos assim, é um padrão ser violento, é um padrão dizer coisas más da política, é padrão ter uma má reação com isto tudo, como é óbvio, ‘tão-nos a atacar. Eu senti que e sei que quando reagimos mal algo de mal vai voltar, então mais vale mostrar algo saudável, e simples, e livre de medos”. Primeira vez numa manifestação: “porque senti, porque foi uma coisa decidida à última da hora, vim porque também gosto da tal coisa do povo unido, e senti que precisava de vir”.
[17] Kira Ayn Varszegi, pintora e fotógrafa do Connecticut, “cobre as mamas de tinta e em seguida pressiona-as como pincéis nas suas telas”, vende-as online, algumas por 750 euros: “a minha intenção é provocar emoção através da minha arte, tornar os espaços mais bonitos, atiçar a conversação, e mais importante, fazer as pessoas sorrirem. Acho que a minha arte põe em pé mais do que alguns sorrisos”.
[18] Culinária. Natacha Stolz, artista performativa e aluna da School of the Art Institute of Chicago, sob o pseudónimo Gabbi Colette, apresentou “Interior Semiotics”: “abre uma lata fora de validade de Spaghetti-Os, esfregando-os na camisa, masturba-se e urina na lata”. Natacha: “o que aconteceu foi que comecei a pensar na sopa de letras e como eu costumava comê-la a toda a hora quando era miúda. E estava a pensar sobre que tipo de significado está contido na sopa de letras, nessa apresentação. É este produto de consumo incrivelmente processado e condensado. Pensei que era semelhante a como processamos a linguagem e como usamos palavras, como nós apenas como que consumimos o que nos é dado, o que está pré-processado, e simplesmente digerimos isso”.

cinema:

Girl in Gold Boots” (1968), de Ted V. Mikels, realizador de “The Astro-Zombies”: “Michelle (Leslie McRay), uma jovem que verga a mola num bulimento sem futuro, é convencida por um salafrário chamado Buz (Tom Pace) a ir com ele para Los Angeles, onde diz ter contactos que podem orientar-lhe um emprego de dançarina go-go”. E não tem um fiz triste na droga ou prostituição, tem um fim deprimente na família e na cozinha: “Michelle desiste dos seus sonhos de ser uma dançarina go-go, para se tornar na ‘noiva de guerra’ de Critter (Jody Daniels), depois de ele se realistar nas forças armadas. O antigo objetor de consciência e a moça go-go terminam o filme entoando uma canção tempo forte que contém os seguintes versos: ‘Você pode dançar na borda de um arco-íris. Andar numa corda bamba no céu / Mas você tem que descer, pôr os pés no chão bye e bye”. – “At Long Last Love” (1975): “a mimada herdeira Brooke Carter esbarra no mimado batoteiro Johnny Spanish numa pista de corridas. O mimado playboy Michael O. Pritchard quase esbarra na mimada corista Kitty O’Kelly com o seu carro”. Escrito, produzido e realizado por Peter Bogdanovich como homenagem aos filmes musicais dos anos 30, com um dos melhores atores americanos, Burt Reynolds, a namorada de Bogdanovich, Cybill Shepherd [1], e canções de Cole Porter filmadas sem playback, com os atores a cantarem ao vivo: “Find Me a Primitive Man”, Madeline Kahn ♪ “But in the Morning No”, Eileen Brennan e John Hillerman ♪ “Let's Misbehave / De-Lovely”, Reynolds e Shepherd ♪ “Most Gentlemen Don’t Like Love”, Brennan, Kahn, Shepherd e as senhoras no toucador ♪ “I Loved Him (But He Didn't Love Me)”, Madeline Kahn e Shepherd. O filme foi um fracasso (custou 6 milhões de dólares, rendeu 1.5) e Bogdanovich escreveu uma carta de desculpa: “a fim de anular os meus inimigos, o meu trabalho continuará a ser, de uma ponta a outra, uma sucessão de prodígios violentos, audaciosos, insondáveis e subversivos, que abrangerão mais mistério, mais poesia, mais loucura, mais erotismo, sofrimento, excesso, grandeza e a cosmologia da síntese, porque não faz sentido incomodar-se em ver filmes que não sejam sensacionais!”. Um realizador desadaptado para muitos, Doug Dibbern: “como uma data de cinéfilos, sempre torci por Bogdanovich por causa das entrevistas que ele fez aos antigos realizadores de Hollywood, e apesar de gostar da maioria dos seus filmes, nunca senti uma conexão apaixonada ao seu trabalho. Ele sempre me pareceu um pouco careta. Ao contrário de outros realizadores da sua geração, ele parecia desconectado do fervor dos anos 70”. O fiasco empoeirou o filme nas prateleiras da 20th Century Fox e mais ninguém o viu. Uma versão diferente circulou na TV por cabo e Bogdanovich “passou alguns anos tentando decifrar o que acontecera e finalmente compôs uma história, envolvendo um funcionário de longa data dos arquivos da Fox, que tinha trabalhado no estúdio nos anos 70, quando eles faziam o filme. Ele era um grande fã de Cole Porter, assim, quando as gravações diárias chegavam, ele vi-as e achava que o filme parecia ótimo. A versão final nos cinemas, contudo, não se parecia realmente com esse filme, e ele ficou tão dececionado que basicamente fez a sua própria montagem, baseada na versão de pré-estreia a que tinha acesso”. – “Skatetown, U.S.A.” (1979), na era do disco sound, empresários de discotecas diversificaram-nas em ringues de patinagem, a moda durou pouco, e este filme rolava nesse ambiente atrás do sucesso de “Saturday Night Fever” (1977). É o primeiro de Patrick Swayze, nele, a rapariga no snack-bar é a trágica playmate Dorothy Stratten (1960-1980), 1,75 m, 80-60-80, habitante de Coquitlam, nos arredores de Vancouver, Canadá. Em 1977 frequentava a Centennial High School e trabalhava em part-time num restaurante local da cadeia de fast food Dairy Queen, onde é descoberta por Paul Snider, um traficante, vigarista e chulo de Vancouver, que a persuadiu a tirar fotos nua, enviou-as para a Playboy, como Dorothy não tinha 18 anos, e a mãe recusou a sua autorização, a assinatura foi forjada. Snider casou com ela em Las Vegas (1979) e geriu-lhe a carreira com obsessão e paranóia induzidas a cocaína. Dorothy era “o seu foguetão para a lua”, para a big life do sonho americano. Em 1980, ela apaixona-se por Peter Bogdanovich, que a contratara para “They All Laughed” (1981). No verão de 1980 os dois pombinhos rumam à Europa para umas férias românticas e fazem planos de casamento, para depois da conclusão do divórcio com Snider [2]. No dia 14 de agosto dirige-se a casa de Snider com mil dólares e esperanças de divórcio amigável. Foi assassinada. Tinha 20 anos. Ele violou-a, matou-a, deu mais umas quecas no cadáver e suicidou-se [3]. – “3 Women” (1977), de Robert Altman, “a história veio diretamente de um sonho que Altman teve, que ele não entendia completamente, todavia adaptou-o num tratamento (pequeno resumo antes do primeiro rascunho do guião), com a intenção de filmar sem guião”. Alan Ladd Jr., chefe de produção da 20th Century Fox, aparava-lhe os golpes. Numa viagem para o aeroporto com Tommy Thompson, produtor, escreve Peter Biskind em “Easy Riders” que Altman terá dito: “vamos parar na 20th. Tive um sonho na noite passada, quero vendê-lo ao Laddie. Mantém o motor a trabalhar, isto só demora um minuto”. E voltou com o contrato para o filme a tempo de apanhar o avião. “Às vezes sinto-me como a Pequena Eva (Evangeline St. Clare, personagem de “A cabana do pai Tomás”, possivelmente confundida com Eliza, que era preta, e em fuga), a correr sobre blocos de gelo… com cães ladrando ao meu rabo. Talvez a razão por que estou a fazer isto tudo, é para que eu possa fazer muita coisa, antes de eles me alcançarem”, disse o fértil Altman em 1976, um ano antes da estreia de “3 Mulheres”. “Shelley Duvall, Sissy Spacek e Janice Rule interpretam as três mulheres, que vivem num complexo de apartamentos no deserto da Califórnia. Duvall representa Millie Lammoreaux, que trabalha como terapeuta num centro de cuidados a idosos; Spacek interpreta Pinky Rose, que consegue trabalho lá e torna-se colega de quarto de Millie; Rule é Willie Hart, a mulher grávida do dono do edifício, que se move dentro de um silêncio triste, mantendo-se à parte das outras, e a pintar no fundo da piscina criaturas divinas, homens e mulheres bizarros e fantásticos que se ameaçam uns aos outros” (pintados pelo artista Bohdi Wind, de noite, sob holofotes, porque o calor do deserto fervia a tinta). – “On the Road” (2012), uma aventura na vida dos hipsters [4], Jack Kerouac define-os: “a ascendente e itinerante América, vagabundeando e pedindo boleia por toda a parte, personagens de uma espiritualidade especial” [5]. Com Kristen Stewart como Marylou, a pita de 16 anos, casada com Dean Moriarty [6]. Kristen “aparece nua múltiplas vezes ao longo do filme, envolve-se num ménage à trois e masturba dois personagens masculinos”, Sal Paradise e Dean. “Ela está com tanto tesão e curiosa que, quando um outro casal se afasta para fazer sexo, uma intrometida Stewart segue-os até à porta e pergunta: ‘posso ver vocês a foder’?”. Respondendo, em Cannes, porquê participou nesta dissoluta badalhoquice: “eu queria fazer isso. Adoro avançar, adoro assustar-me[7]. – Dorothée Blanck, modelo, atriz e escritora francesa. A mãe judia polaca e o pai alemão. Ambos presos por espalhar propagada comunista, ela nasceu na Baviera, em 1934, na prisão da cidade de Aichach. Fica seis semanas junto da mãe, depois é colocada em várias instituições. Alguns filmes: “French Cancan” (1954), Jean Renoir; em 1957, Agnès Varda procurava um “nu froid” para “L’Opéra-Mouffe”, contrata Dorothée, que na época era modelo; “pela manhã, eu, Jean-Luc Godard, chego ao platô, exatamente como Jean Renoir, de quem cito humildemente estas palavras”: “Une femme est une femme” (1961), Jean-Luc Godard; “Lola” (1961), Jacques Remy, (fotografada no platô por Raymond Cauchetier); “Lady L” (1965), Peter Ustinov; “Une femme douce” (1969), Robert Hossein; {blog}. – Melhores strips: Jessica Biel, 1,72 m, 52 kg, 86-60-86, sapato 40, olhos cor de avelã, cabelos castanhos, em “Powder Blue” (2009), música: “The Liquid Lounge”, David O’Brien: “quatro moradores de Los Angeles, um cangalheiro, um ex-presidiário, um ex-padre suicida e uma stripper, reúnem-se na véspera de Natal por uma série de circunstâncias”; Brigitte Bardot, 1,77 m, 80-57-80, sapato 37, olhos cor de avelã, cabelo loiro escuro, em “En effeuillant la marguerite” (1956): “na pequena vida provincial e termal de Vichy, a jovem Agnès Dumont, filha de um honorável general, detonou uma verdadeira bomba: ela publicou um livro que coloca toda a cidade e todos os notáveis em causa”; Elizabeth Berkley, 1,77 m, 60 kg, 86-58-91, sapato 41, olho direito metade verde, metade castanho, olho esquerdo verde, cabelo loiro, em “Showgirls” (1995): 1/6 do filme, 20 min, Elizabeth está completamente nua. Nomi Malone (Elizabeth) viaja à boleia até Las Vegas para singrar como showgirl, emprega-se no Cheetah’s Topless Club (bares de nu total, não servem álcool, um situado em San Diego outro em Las Vegas, este afamou-se no filme, aquele afamou por ter sido frequentado por alguns dos operacionais nos ataques de 11 de setembro); Elisha Cuthbert, 1,62 m, 57 kg, 91-58-88, sapato 35, olhos azuis, cabelo loiro, em “The Girl Next Door” (2004): o sonho do mercado de arrendamento, motor de economias, a vizinha do lado é uma ex-atriz porno; Caren Souza em “Malícia”, programa da Globo: “Graciella Carvalho, Fani Pacheco e Caren Souza são três piratas fogosas que saem em busca das mais quentes aventuras a bordo de um barco”. Caren tem 280 ml de silicone em cada teta, separou-se depois de 4 anos casada: “perdi o tesão. Ele acabou virando meu amigo”, gosta de todas as posições e de misturar sexo e comida: “uma vez, me lambuzei de leite condensado e o cara foi me lambendo toda até chegar ao morango que estava no meu umbigo”; Birgit Schuurman, atriz e cantora holandesa, em “Striptease” (2008); Úrsula Martínez no truque ilusionista do lenço no seu número “Hanky Panky”; a maestrina no filme japonês “Stark Naded Orchestra”, antes de a banda atacar a “Marcha”, acto I cena 2, do bailado “Quebra-nozes” de Tchaikovsky.
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[1] Cybill Shepherd canta: “Find Me a Primitive Man” ♪ “St. Louis Blues” ♪ c/ Stan Getz.
[2] Bogdanovich casou com a irmã de Dorothy, Louise Beatrice Stratten, em 1988, ele tinha 49 anos ela 20, divorciaram-se em 2001.  
[3] Ela gostava de poesia, animais pequenos, bife, comida japonesa, lasanha, Barry Manilow, Janis Ian, Village People, Mork & Mindy, “Bionic Woman”, “All in the Family, “The Gong Show”. Os seus filmes favoritos eram: “One flew over the cuckoo’s nest” (1975), Milos Forman; “Midnight Express” (1978), Alan Parker; “A Star is born” (1954), George Cukor; “Silent Movie” (1976), Mel Brooks. Os livros eram: “O senhor das moscas”, “Love Story”, “Oliver’s Story”, “O vale das bonecas”, “Sunshine”, uma novela lacrimosa de Norma Klein. E tinha o sonho secreto de viajar até à lua.
[4]40 anos depois de os músicos pretos estabelecerem as bases do rock, em seguida, deixando o género aos artistas e fãs brancos, alguns pretos procuram novamente religar-se com a cena da música rock”. Bahr Brown, dono da loja de skates e roupa, Everything Must Go, o poiso blipster em East Harlem: “todos os putos ouvem indie rock. Se você perguntar-lhes o que têm nos iPods, é Death Cab for Cutie, The Killers”. Na história americana recente afluem para todos os géneros musicais os blipsters (black + hipster): “eles estão por toda a parte. Você já os viu em skates, no centro comercial e na discoteca. Você já os viu encolhendo os ombros desdenhosamente em Oakland, Califórnia, Williamsburg, Brooklyn e Austin, Texas, e de repente, na Washington de Barack Obama, também”. Kumar, de Queens, NY: “muito de tudo isto (vem) de um ressurgimento da cultura dos anos 80 nos aborrecidos dias modernos, inter-racial - jeans apertados (ou Marc Jacobs) e roupas brilhantes não são manifestamente não-hip-hop”. Kumar é um elemento do duo blipster Das Racist: “Combination Pizza Hut and Taco Bell”: “Wait a minute... I've got that taco smell / That pescado smell / I've got a lot of smells / I've rolled a lot of Ls (charro enrolado em duas mortalhas em forma de L)”. O hip-hop era “um género que outrora prosperou afrontando a autoridade – seja desafiando os vossos pais ou disparando sobre bófias – agora tem um lugar no iPod do presidente”. Outros blipsters, Ninjasonik: “Art School Girls”; experiência deles ao vivo, relata um fã: “pelo menos 100 pessoas no palco, metade delas totós brancos hipsters, metade hipsters da banda, todos dando-se bem, é tão surreal. Pós-racial, pós-sexista, era doido alucinante”. A mestra blipster, Janelle Monáe: “Many Moons”: “Civil rights, civil war / Hood rat, crack whore / Carefree, nightclub / Closet drunk, bathtub / Outcast, weirdo / Stepchild, freak show / Black girl, bad hair / Broad nose, cold stare / Tap shoes, Broadway / Tuxedo, holiday / Creative block, love song / Stupid words, erased song / Gun shots, orange house / Dead man walking with a dirty mouth / Spoiled milk, stale bread / Welfare, bubonic plague / Record deal, light bulb / Keep back kid not corporate thug / Breast cancer, common cold / HIV, lost hope / Overweight, self esteem / Misfit, broken dream / Fish tank, small bowl / Closed mind, dark hold / Cybergirl, droid control…”.
[5]One Fast Move or I'm Gone: Kerouac’s Big Sur” (2008), documentário com banda sonora de Ben Gibbard e Jay Farrar, sobre o retiro em Big Sur, na cabana de Lawrence Ferlinghetti. Depois da fama instantânea com a publicação de “On the Road”, a derrocada. Em 1960 Kerouac “era um cínico estafado, descontente com a cultura beat que ajudara a criar e torturado pela dúvida, dependência e depressão”, resultando num livro, “Big Sur”, sobre alcoolismo, doenças mentais e fama. “Jack Kerouac Voice off the Road”, documentário com a filha, Jan Kerouac: “a primeira vez que vi o meu pai tinha 9 anos, em Manhattan, para um teste de paternidade. A minha mãe queria que ele viesse e fizesse um teste de paternidade, para ver que ele era o meu pai”, Allen Ginsberg e Herbert Huncke: “um viciado em drogas e ladrão nas ruas de Nova Iorque, introduziu os primeiros beatnicks no estilo de vida e linguagem dos junkies da cidade (arrecadava material roubado na casa de Ginsberg em Bayside, Queens). Ele serviu como ‘porta’ para os escritores para o indizível, o invisível, a sujidade do seu próprio meio ambiente, e foi uma grande fonte de inspiração entre os primeiros beatnicks. Foi Huncke quem lhes apresentou a palavra ‘beat’, e em 1948 Kerouac cunhou o termo durante uma conversa com John Clellon Holmes, um romancista de Nova Iorque”. William Burroughs, em “Junky”, descreve como tropeçou em Huncke. Norton, um seu conhecido, ladrão compulsivo, roubara no estaleiro onde trabalhava uma metralhadora Tommy e 15 caixas de syrettes de tartarato de morfina, e Burroughs foi incumbido de despachar o produto: “vou ver o que posso fazer”. É conduzido por Jack: “a morfina posso livrar-me dela já”, um vadio do norte do estado de Nova Iorque, que trabalhava como cozinheiro a prazo no Riker’s, a um apartamento: “Herman encolheu os ombros e virou as mãos para fora. ‘Não me parece que me queira chatear, realmente’”, na sala em frente estava Roy, “Jack disse, ‘Roy, este é um amigo meu. Ele tem alguma morfina que quer vender’. Herman, “ondas de hostilidade e suspeita fluíam dos seus grandes olhos castanhos como uma espécie de emissão televisiva. O efeito foi quase como um impacto físico”, era Huncke. “Umas noites depois de conhecer Roy e Herman, usei uma das syrettes, o que foi a minha primeira experiência com drogas duras. Uma syrette é como um tubo de pasta dentífrica com uma agulha na ponta. Empurra-se um pino para baixo através da agulha, o pino perfura o selo, e a syrette está pronta a injetar”. – “Quando criança e adolescente, Kerouac expressava o seu amor pelo desporto, criando mundos de fantasia centrados em corridas de cavalos puro-sangue e especialmente basebol”. “Quase toda a sua vida Jack Kerouac teve um passatempo que, nem mesmo os seus amigos mais íntimos e companheiros beat, como Allen Ginsberg e William S. Burroughs, conheciam. Ele obsessivamente jogava um jogo de basebol da sua própria invenção, (no seu quarto em Phoebe Avenue, Lowell, Massachusetts), traçando as façanhas de jogadores inventados como Wino Love, Warby Pepper, Heinie Twiett, Phegus Cody e Zagg Parker, que contendiam em equipas imaginárias, derivadas tanto de carros (Pittsburgh Plymouths e New York Chevvies) ou de cores (Boston Grays e Cincinnatti Blacks)”.  
[6] “Marylou era uma bonita boneca loura com imensos cabelos encaracolados que pareciam um mar de anéis dourados. Estava sentada na borda do divã, com as mãos pousadas no colo e os seus olhos azuis de fumo de rapariga da província muito abertos por encontrar-se numa daquelas terríveis espeluncas cinzentas de Nova Iorque de que ouvira falar lá no oeste: à espera, como uma mulher surrealista de Modigliani, de um longo corpo emaciado, num quarto sério”, em “Pela estrada fora”.  
[7] Por amor à novela de Kerouac, quando o orçamento do filme sofreu cortes, concordou trabalhar por menos de 200 000 mil dólares. Kristen Stewart, 1,68 m, 55 kg, 83-58-86, sapato 37 ½, olhos verdes, cabelo castanho, hobbies: nadar, ioga e o namorar com Robert Pattinson, arranjinho que tanto ebulia o sangue dos fãs de “Twilight” – “eu amo o seu cheiro. E ele o meu. Gosta, ele ama lamber-me sob as axilas. Não ganhei esta obsessão com lavando o cheiro. Aquele cheiro de alguém que você ama. Não acha que essa é a questão central?” – coagulou quando ela lhe pôs os cornos com o realizador Rupert Sanders. Kristen desculpou-se: “estou profundamente triste pela mágoa e constrangimento que causei às pessoas próximas de mim e todos aqueles que isto afetou. Esta momentânea indiscrição comprometeu a coisa mais importante da minha vida, a pessoa que mais amo e respeito, Rob. Eu amo-o, eu amo-o, lamento muito”. Apesar de não ter culpa. Kristen morde o lábio, logo é irresistível, volatiza os humores masculinos como miss Anastasia Steele, a inverosímil virgem de 21 anos de Vancouver, Washington, em “As cinquenta sombras de Grey”; diz-lhe Christian Grey: “eu sei que esse lábio é delicioso, posso corroborá-lo, mas podes parar de morder? – disse ele, por entre dentes. – Tu assim a trincá-lo fazes-me querer foder-te, e está dorida, certo?”.

música:

Jazz do Azerbaijão – “antes do virar do século XIX, Baku já era conhecida pelo seu petróleo. Europeus deslocavam a esta cidade nas margens do Cáspio, e junto com empresários locais, conseguiam produzir mais de 51% do abastecimento mundial de petróleo. Mais ou menos simultaneamente, a América estava a dar à luz um novo estilo musical, o jazz. (…). Pouco depois, essa nova síntese musical encaminhou-se para outras cidades em todo o mundo, incluindo Baku. Arquivos de jornais indicam que bandas tocavam jazz nos restaurantes de Baku. É muito possível que Robert Nobel e os seus irmãos, Ludwig e Alfred, ouvissem jazz em Baku. Infelizmente, não há gravações primitivas para determinar a qualidade profissional desses espetáculos. Mas uma ironia do destino conduziu este boom económico a uma paragem abrupta. Em 1920, o regime soviético apossou-se do controlo da região, e cedo a doutrina soviética afetou profundamente todos os aspetos da vida, até mesmo a postura para com a arte, literatura e emoções [1]. Tudo estava sujeito à ideologia comunista e ao controle central. Nada escapava ao seu escrutínio, nem mesmo a música, incluindo o que cantar, o que tocar e o que ouvir. Estas decisões eram todas tomadas no Kremlin em Moscovo, não por artistas locais. Mas em 1945, no final daquilo a que os soviéticos chamavam a ‘Grande Guerra Patriótica’ (Segunda Guerra Mundial), Stalin decidiu proibir o jazz em toda a União Soviética, rotulando-o de ‘música dos capitalistas’. O jazz já tinha sido banido por Hitler em 1933 por ser ‘a música dos pretos’. Consequentemente, entre 1945 e a morte de Stalin em 1953, não só o jazz, mas até mesmo a música tocada no saxofone foi proibida, o solo de saxofone no ‘Bolero’ de Ravel era tocado em fagote. (…). Apesar das proibições na década de 50, um novo movimento jazz emerge no Azerbaijão, que veio a ser conhecido como ‘jazz mugam’ ou ‘mugam jazz’ [2]. As suas origens estavam em Baku, o seu inventor, Vagif Mustafazade” (1940-1979) ▬ Vagif Mustafazade Jazz Band ♪ “Dushunce” ♪ “Aman Ovcu”.
Vagif, na Geórgia, enamorou-se de Elsa, cantora com formação clássica, em 1969 nasceu a sua segunda filha, Aziza, ele tinha outra de um casamento anterior, Laleh, que é pianista clássica. Em 1978, Vagif venceu o primeiro lugar no 8º Concurso Internacional de Compositores de Jazz no Mónaco com “Waiting for Aziza”. Aziza Mustafazade, também apelidada “a princesa do jazz” ou Jazziza, é uma “pianista e compositora que toca uma fusão de jazz e mugam com influências clássicas e avant-garde”. Os pais notaram a sua sensibilidade musical aos oito meses: “uma vez, o meu pai estava a improvisar ao piano tocando um modo mugam conhecido como ‘Shur’, que cria um ambiente que evoca emoções muito profundas e tristes. Enquanto o meu pai tocava, eu comecei a chorar. Todos se perguntavam o que estava a acontecer comigo. Porque estava a chorar? E então, a minha mãe percebeu a relação entre os meus sentimentos e a música. Ela disse ao meu pai: ‘Vagif, por favor, muda a escala. Vai para Rast. Toca Rast. Assim o fez. Agora ‘Rast’ é caraterizado pela sua alegria e otimismo”. Aziza Mustafazade ▬ “Vagif’s Prelude” ♪ no Leverkusener Jazztage.
“Como no resto do mundo, o jazz começou o seu desenvolvimento no Azerbaijão com a orquestra. Em 1939, Tofig Guliyev (1917-2000) tocava na orquestra de Tsfasman em Moscovo: – “envolvi-me com o jazz no final dos anos 30, outra vez, muito por acidente. Estava a estudar em Moscovo na época e necessitava ganhar alguns kopeks, assim juntei-me a um desses grupos, a tocar piano no National Hotel. Alexander Tsfasman dirigia a nossa banda. (…). Em 1939, regressei a Baku. Por essa altura, o jazz já era conhecido em toda a União Soviética há 10-15 anos. Niyazi Zulfigar oglu Tagizade Hajibeyov (1912-1984), que se converteu no ‘amado maestro azerbaijano’, como compositor de classe mundial e maestro, ele e eu organizamos a primeira orquestra de jazz de Baku em 1941”, a Pop Symphonic Orchestra. Este facto “foi um separador de águas na vida cultural desta nação, porque o jazz emergiu desta orquestra. Alguns anos mais tarde, em 1956, Rauf Hajiyev (1922-1995) fundou a State Pop Orchestra, e mais tarde ainda, Rashid Behbudov (1915-1989) e o grupo Qaya continuaram o trabalho”.  
Seleção, improvisada, de músicos: “Parvis Rustambeyov (1922-1949), o ‘Benny Goodman soviético’, é uma lenda do jazz azeri, um músico fora de série, e intérprete de jazz, cujo trágico destino terminou com a sua morte na cave das prisões de Mir Jafar Bagirov, primeiro secretário do Partido Comunista do Azerbaijão. Ele foi injusta e insensatamente acusado de adorar a ‘arte decadente ocidental’”. Rafig Babayev (1937-1994), nascido em Baku, filho de Farzi Babayev, preso pelas autoridades soviéticas, foi criado pela mãe na pobreza, junto com três irmãs e um irmão, foi maestro, compositor, autor de partituras para filmes, e foi professor de Aziza ▬ “Sad Blues Song” ♪ “Deliya & Raul”. Vagif Sadykhov “nasceu a 6 de junho de 1946 em Baku. Frequentou a escola de música Bul-Bul, onde era chamado uma criança prodígio, não só porque executava peças muito difíceis, como se fosse um músico maduro, mas também porque era um menino caseiro, de rosto branco, gordinho, com o seu cabelo perfeitamente partido ao meio” ▬ “Nostalgia” ♪ “Só Danço Samba”, (de António Carlos Jobim), Anna Buturlina (voz), Vagif Sadikhov (piano), Makar Novikov (baixo), Alex Becker (bateria). Jamil Amirov, nascido em Baku a 3 maio 1957, numa família de músicos famosos. O pai foi o compositor Fikret Amirov. O seu avô Meshadi Jamil Amirov era um maravilhoso executante de mugam: tocava tar (instrumento tradicional) e era um defensor apaixonado de instrumentos nacionais tais como o oud e o qanun ▬ “Freska”. Salman Gambarov, Baku, 1959, pianista, compositor e musicólogo ▬ “Bahar”. Rain Sultanov, Baku, 1965, saxofonista ▬ “Tale of My Land”. Emil Ibrahim, “começou a praticar música aos 4 anos. Emil estudou piano na escola de música Bul-Bul para crianças sobredotadas e estudou direção de orquestra na Academia Musical de Baku” ▬ “Old Boulevard”. Shahin Novrasli, Baku, 1977, pianista, “mostrou interesse pela música desde os três anos e quando tinha cinco os seus pais notaram o seu talento e inscreveram-no em aulas de fortepiano numa escola de música. Aos 11 anos, Shahin tocou no concerto de Azer Mustafayev no Azerbaijan State Philharmonic Hall” ▬ Shahin Novrasli Trio. “Ella Leya tem uma voz e uma grande história. Nascida no Azerbaijão, era uma rapariga muçulmana que adorava jazz. Quando um influente casal de americanos ouviu Leya cantar, ajudaram-na e ao seu filho Sergei, a abandonar a USSR. Eles acoitaram-se nos EUA, onde ela se casou com um rabi e fixou-se em Chicago” ▬ “Wish I Could”. Ulviyya Rahimova “um talento ascendente do jazz do Azerbaijão, Ulviyya canta desde os 7 anos. Começou a sua carreira no grupo musical Beri Bax, liderado por Rauf Babayev”: “as minhas maiores influências são Natalie Cole e Diana Krall, mas, é claro, que tento expressar o meu próprio som, com toques de jazz standard, bossa nova e ritmos tradicionais do Cáucaso” ▬ “Can’t Take My Eyes Off You” ♪ “They Can’t That Away From Me”.
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[1] Russos nos anos 60 do século XIX da galeria de Beniah Brawn. Fotos de 1902. “Em março de 1958, a revista americana Life publicou um longo artigo dedicado à crise do sistema educacional nos EUA. Como exemplo, foram escolhidos dois estudantes, Alexey Kutskov de Moscovo e Stephen Lapekas de Chicago”. Anna Skladmann exposição “Little Adults”, crianças russas podres de ricas. Russos no século XXI. Inna Popenko, 1,78 m, 88-61-90, olhos castanhos, cabelo castanho, sapato 39. Pretty 4ever: Katherine, 1,72 m, 80-60-90.
[2] Mugam é um dos muitos géneros de música folclórica do Azerbaijão, combina o canto com instrumentos tradicionais: tar (alaúde de 11 cordas), kamānche (viela de 4 cordas) e adufe (tambor quadrado, chamado daf, droyre ou qaval). Duas cantoras de mugam: Güllü Muradova ou Nezaket Teymurova ▬ “Mehebbetim gel-gel”.

19 Comments:

  • At 2:55 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Desta vez só para chegar à caixa de comentários é preciso dar ao dedo no scroll, consegui meter um só post na página. É sempre melhor seguir o lema: ouvir um disco de Tony Carreira aprende-se mais sobre o interior e o exterior luso do que estar a ler esta chachada.

    Devia, em vez de escrever isto tudo, ter elogiado apenas a TSU, a melhor ideia que apareceu em Portugal, desde os croissants com chocolate. Os bancos estão falidos (diz-se, cortaram o crédito à economia), não têm massa para emprestar, por causa das aventuras que fizeram, então como é que se resolve o problema? Põem-se os trabalhadores a financiar as empresas, de qualquer maneira, já o fazem através da mais valia, isto é genial. E, tal como António Borges, não percebi a reação dos patrões.

    Os linques: como isto era um post sobre arte: as colagens de Jonathan Yeo; Maria del Rosário, uma saída profissional; o Ecce Homo de Elizabeth Wallin; Zombie Skin, o futuro do metal; Chi Chi Honolulu; “parle à mon cul”, frase nunca dita pelos trabalhadores ao capital; Barbies assassinas de Mariel Clayton; “Petra” de Marcel Waldorf; “arte contraversa”, já é mais ou menos conhecida; “Interior Semiotics”, como a arte hipster está hoje, isto foi viral e todos atacaram a rapariga; “melhores strips”, para todos os gostos, mas a Caren Souza, estas brasileiras, e a Stark Naked Orchestra; e no jazz do Azerbaijão pelo menos a Aziza Mustafazade ou o pai dela.

    E este post tem que ser dedicado ao Mad Dog Clarence e a todas as festas passadas.

     
  • At 2:06 da tarde, Blogger São said…

    Por favor, diz-me que isto tudo é um pesadelo do qual eu vou acordar qualquer dia destes!!

    Desde já, o meu grato abraço

     
  • At 5:14 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Yo no hablo Espanol mucho! Como yo puedo encontrar Rusty Walkley quien en Hatari as double de Elsa Martinelli. Yo no encontro SEARCH en tu site. Muchas gracias. Por favor excusemelo por mi Espanol!
    Keith Payne hawkswill@yadtel.net

     
  • At 10:52 da tarde, Blogger Táxi Pluvioso said…

    São: o pesadelo ainda não começou. Não percebo como é que se sai disto dentro do euro, sem o Estado ter os instrumentos normais de intervenção económica. Quer dizer, compreendo 50 ou 100 anos de austeridade, que é o que vai suceder, em 2013 haverá mais medidas para 2014. Daqui para a frente as coisas só vão piorar, e não é Seguro ou outros que têm a solução. Quando oiço dizerem que há outro caminho, aguço logo os sentidos, mas até agora nunca ouvi nada exceto paleio. Diz-se renegociar a dívida, mas duvido que alguém saiba o que isso significa. Diz-me mais tempo, mas isso vai suceder com o segundo resgate, mas mais tempo significa mais dinheiro emprestado (pela troika, não pelos mercados).

    A maior desgraça que sucedeu a Portugal foi a entrada no euro (ex-marco alemão), uma desgraça muito pior que as calças à boca-de-sino, as pochettes dos homens na moda, ou os cabelos imitando despenteado de agora, próprios para pessoas até aos 18 anos, e ridículos em mais velhos em que a alopecia começa a atacar. Sem a possibilidade de imprimir moeda, ela tem que vir de algum lado: a malta emigra e manda remessas para cá, os estrangeiros vêm cá investir, começa-se a exportar a sério, há paletes de turistas que cá vêm gastar… ou pede-se emprestado (o que tem sido feito nestes 40 anos, com o resultado à vista, uma dívida de mais de 700 mil milhões para pagar com um PIB de 170 mil milhões e a descer).

     
  • At 10:54 da tarde, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Keith Payne: the singulary of the film is that the actors did all the stunts, except Mildred Rusty Walkley that did some stands in for Martinelli. She did this job by chance, because her husband was in the movie. Rusty was Australian, and has passed away, and I think she became famous in embroidery later on.

     
  • At 9:14 da manhã, Blogger Rafeiro Perfumado said…

    Anseio pelo momento em que esses artistas abandonarão o palco, sem direito a bis ou palmas.

     
  • At 12:04 da tarde, Blogger São said…

    POis, mas tem que haver alternativa!!

    Aliás, a política não é isso mesmo? A possibilidade de abrir uma série de hipóteses?

    A tragédia está em que o poder económico tudo avassalou.Mas creio, a sério, que haverá mudança: a situação está
    a ficar insustentável.


    Nem que seja para própria sobrevivência, o capitalismo terá que seguir a célebre declaração do conde de Mum(?):"Façamos a Revolução antes que o povo a faça" ou como dizia Lampedusa "mudemos alguma coisa para que tudo fique na mesma".

    Ou estaremos todos a caminho do suicídio colectivo? Estas criaturas ainda não entenderam que se quem trabalha desaparecer, os seus lucros se vão?

    Até Hitler cujo projecto era assassinar 80% dos polacos, deixaria vivos os resttantes 20% para trabalho escravo.

    E agora um àparte: claro que os judeus jamias tiveram nem têm uma única palavra que seja relativamente aos cinquenta milhões de vítimas da guerra provocada por Hitler. També, por alguma razão, se é o ovo elito e, portanto, o único que realmente importa.

    E porque se não fala da Islândia? Afinal, essa seguiu um outro caminho...e parece que Chipre também

    Boa semaan

     
  • At 4:32 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Fónix!!!!! Isto não é um post, é uma tese de doutoramento!

     
  • At 7:51 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Rafeiro Perfumado: o casting para novos artistas está muito reduzido, a malta prefere entrar na Casa dos segredos, não é de esperar que novos atores mudem a peça.

     
  • At 7:51 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    São: o problema do capitalismo português é estar descapitalizado, e a única forma de capitalizá-lo é pondo o trabalho a render mais. Por que aqui não há a discussão do ovo ou a galinha, quem apareceu primeiro? O capital vem do trabalho. Se for escravo então ainda melhor. Talvez as pessoas estejam esquecidas do grande milagre económico espanhol nos anos 80, casos de escravatura descobertos, claro minoritários, e venda de produtos que eram autênticas porcarias.

    O caso da Islândia é interessante, tenho visto os redessociais com muita conversa, e o grande capital e tal. Ora na Islândia não há grande capital e o banqueiro mauzão que exploram o povo. Eles são ricos. Têm recursos piscatórios virtualmente inesgotáveis. Que começou a dar muita massa com a privatização do peixe na década de 70. O problema surgiu quando os filhos, ricos, estudaram, e a geração mais bem preparada não estava para a vida duro no mar. Que fazer? Que fazer? Até se meteram na música com esse resultado chamado Björk. Então começaram a especular com a coroa islandesa, como ela estava a subir, não havia problema, o crédito era barato, tiveram a maior expansão bancária de sempre, os ativos dos bancos estavam acima do PIB. O dinheiro chovia, aquilo não era um país era um hedge fund. Claro que banqueiros europeus lá foram explicar que aquilo ia dar o berro, mas eles atribuíam a sua súbita riqueza à superioridade da raça, e que aquilo era pagamento dessa superioridade.

    Ou seja, pescadores, ou filhos de pais, sem nenhum conhecimento de alta finança andaram a brincar aos crescidos. O ministro dos assuntos económicos era filósofo, o das finanças era veterinário, o governador do banco central era poeta, só o primeiro-ministro tinha curso de economia tirado, com média normal, na Islândia (cujas universidades devem ser tão boas como as nossas). Depois sabe-se o que se passou, tiveram que meter uma primeira-ministra gay para pôr ordem naquilo e voltarem à pesca.

    Para se perceber melhor aquela malta, outra riqueza islandesa é a energia, mas de origem vulcânica, não pode ser exportada, mas pode ser usada em fábricas. Quando a Alcoa foi instalar uma fábrica de alumínio, antes, teve de ir um perito do governo vasculhar o terreno para certificar que lá não viviam nenhuns gnomos, que fossem incomodados e a empresa teve de pagar balúrdios pelo certificado de terreno livre de gnomos.

     
  • At 7:54 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Dr. Warren Chapin: espero que o Relvas o roube para se doutorar, que chateou falarem tanto de licenciatura, está na hora de dar o passo seguinte, para alimentar os redessociais.

    Tens que ver os linques, aquele da Stark Orquestra está de morte, só os japoneses. Dá ideia que elas todas se despiram, dobrando a roupa, não são como as badalhocas, desarrumadas, ocidentais, calçam os sapatinhos e ficam à espera da seguinte. É o filme que se devia fazer cá, no Centro Cultural de Belém, pode ser de outra terra qualquer, com a Eunice Muñoz, para dar qualidade, mesmo como ela está agora, aliás, ela foi sempre assim.

     
  • At 12:54 da tarde, Blogger São said…

    Essa dos gnomos é para rir, rrrss

    Seja como for, o certo é que eles deram a volta à situação e nós estamos aqui numa encrenca sem tamanho nem fuga à vista.

    E preocupa-me este reacender da pretensão à independência da Catalunha( país basco e Galiza, por arrasto).

    Um abraço

     
  • At 8:50 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    lol! depois vou gamar a Stark Orquestra.

     
  • At 5:27 da tarde, Blogger xistosa, josé torres said…

    Depois de ler tudo, perdi o pio. Nem sei como começar ou mear (miar sim, é uma das outras línguas que domino), ou até acabar. É que, depois dum trabalhão destes, o papel do governo é de uma ociosidade grit..., ia dizer gritante mas lembrei-me do untuoso Gaspar, que nos "lixa" mansamente, até me apeteceu dar o grito do desempregado e desapossado.
    A ARMA É O VOTO DO POVO!!!

     
  • At 12:59 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    São: não é tarefa fácil, ele tem que certificar-se que não há gnomos que sejam importunados pelas obras de construção, na superfície e no subsolo.

     
  • At 12:59 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Dr. Warren Chapin: acho aquilo de morte e Tchaikosky fica muito melhor assim.

     
  • At 12:59 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Jose Torres: também acho. Já tenho pensado que agora é que fazia falta umas Brigadas Vermelhas, Facção do Exército Vermelho ou mesmo as FP 25.

     
  • At 1:10 da manhã, Blogger Tétisq said…

    Este post escapou-me.
    Blues, jazz do Azerbaijão e eu não vi…
    Depois tenho que arranjar tempo para ler melhor.

    Gosto muito do Stan Getz, ultimamente tenho ouvido muito o Chet Baker : http://www.youtube.com/watch?v=z4PKzz81m5c&feature

     
  • At 1:15 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Tétisq: este post, pelo seu tamanho, acho que engasgou o blogger. Há um link da Cybill Shepherd a cantar com o Stan Getz, e até não está mau.

     

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