Entrar
/ sair
O
coração é um músculo duro de roer, trincado, por poetas nos bancos das escolas,
António Gedeão: “Então, meninos! / Vamos à lição! / Em quantas partes se divide
o coração?” ou por quícios propícios vitalícios: “Trago d’amargura o coração
desfeito... / Vê que fundas mágoas no embaciado olhar!”, Guerra Junqueiro. O coração
palpitará, “vencerá um adorável concurso de comer torta” [1], mas o tubo digestivo, boca, faringe, esófago,
estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus, obra obra maior na
era da exposição científica: dezembro 2010, Miguel Relvas e Paula, a esposa, ondeavam
em requintado timbre, idêntico ao de Tertuliano a comer o avô [2], pelo soalho de um luxuoso apartamento na praia do
Leblon para jantar com amigos, “anfitriões e convidados deliciaram-se com foie gras
e arroz de codornizes. Brindaram com vinhos chilenos e champanhe francês
gelado. Tudo saído da requintada mão da chef
Roberta Sudbrack que já serviu reis e rainhas…”, na revista Visão nº 965 [3]. Um menu para tubos digestivos gourmet que, nas novas 900
cantinas sociais, na mente do Governo, seria por choque gástrico um “Familiar Taste of Poison”
(rock de Red Lion, Pensilvânia, Halestorm: “I get off”).
O
senso comum fisiológico diz que, “Do seu jantar de galinhas” [4], da sua paparoca, Miguel Relvas fará pressão para
sair: “na sanita o caso é idêntico: devemos desembaraçar o espírito do que não
é a operação em curso.
Façamos o que fizermos, devemos abordar a sanita de espírito
livre e a consciência limpa, conselho tão velho como o mundo, porém seguro”, em
“Ler na retrete”; Henry Miller, desaconselhava as literalices na privada: “se é
de importância vital alimentar o corpo e o espírito, não menos importante é
eliminar do corpo e do espírito o que exerceu aquela função”. Miguel Relvas é
ministro, ter “consciência limpa”, é um osso do ofício, uma atividade cerebral secundária
não lhe prenderá os intestinos, só tem que pressionar [5].
Na evacuação coletiva, não é o apuramento da confecção por chefs, nem a inédia, por falta de dinheiro para alimentos, que
coadjuva a saída, ou a não saída, por nada haver para sair. O papel higiénico
que limpa a consciência geral é a economia: – o país é pobre e não sabe, tem um
desemprego elevado porque o seu comportamento é típico de uma economia
desenvolvida em fase de recessão, esborcinou o cozinheiro economista João César
das Neves [6]. O povo, na sanita, a cabeça
aloucada de preocupações, sem a economia limpando-lhe a consciência, o rilhoto
doer-lhe-ia pior que o “Martyrium
of the Hippolyt” (black metal, melancolia 4AD e rock de fixar o olhar nos sapatos, Ides
of Gemini) [7].
Jorge
Moreira da Silva, primeiro vice-presidente do PSD: “a nossa tranquilidade
também se baseia na circunstância de defendermos uma total transparência nestas
matérias (o Relvas, as secretas, a jornalista) e o ministro Miguel Relvas ter
traduzido todos os seus atos, em relação a este tema, no âmbito de uma total
transparência…”. Transparentar, o verbo, todos os tempos e modos conjugados na
entrada do tubo digestivo político: a boca [8]. O
artista belga Wim Delvoye,
“após oito anos de consultas a especialistas em áreas que vão desde a
canalização à gastrenterologia”, executou a sua obra “Cloaca”, um tubo
digestivo transparente, “a questão é que a maioria das pessoas se estão a cagar
para a caca, apenas se sentam na sanita…”, desentupindo uma função lucrativa: “Delvoye
recolhe e vende a realisticamente mal cheirosa produção em pequenos frascos de
resina no seu estúdio em Ghent”. A transparência é o maior valor atual, na
política, é o valor supremo, está em todas as bocas, Cavaco Silva (em
Singapura): “a mais de 15 mil quilómetros de distância, as polémicas que lá
correm chegam aqui de uma forma um pouco imprecisa. Eu estou convencido que
tudo acabará por ser esclarecido e com a devida transparência...” [9]. A transparência é a araruta, o centeio, o farelo
de trigo, o trigo em grão, o sustento do metabolismo político, se não
transparentarem “Woke Up
Dead” (stoner metal grego, Planet of Zeus).
A
cristalinidade transparece de uma vivência: “eis a filosofia que um pensador
português pensou, na sua terra natal, diante da evocação de todos os homens e
seres, na mais pura sinceridade e na mais verídica, fremente e direta
curiosidade”, em “O criacionismo”, Leonardo Coimbra, se esse pensador adir experiências
no estrangeiro, veraneará na sua terra natal com o seu carrão, roupas último
grito, paleio de importante, como Marc Roche descreve António Borges:
“o FMI disse-me que se livraram dele porque não estava à altura do trabalho e
agora chego a Lisboa e descubro que está à frente do processo de privatização”.
A rodagem pelo estrangeiro tem desfolhado os melhores filhos da terra nuns
cisnes plumados nas teorias recém-assadas nos fornos intelectuais, além do
carro, os trapos, da boca saem os Swarovski que encandeiam os íncolas locais. O
ministro Álvaro, de quem é habitual impeticar, apregoar como o zoina do Governo,
digita livros, e não seria anormal que apanhasse uma carrada de weltschmerz [10],
não, ele, sadio como uma cereja, evidencia-se pela limpidez do seu “conceito de
inadaptação” [11]. Álvaro congraça, “Baby It’s You” (rock anos 60 de Los
Angeles, Smith).
Camões:
“e dir-me-eis qual é mais excelente / se ser do mundo rei, se de tal gente”, é
uma pergunta respondida, ser-se “berbicacho do Governo” para “tal gente” cachoar:
“a auto-estima tem a grande vantagem de nos dar ânimo” [12].
Animados e avisados. Do museu dos sons em
vias de extinção, como o Game Boy ou o toque do Nokia, uma rica-dona da política,
Mário Soares, espavoriza: “querem comer os Estados nacionais” [13]. Esta genal personagem esgoela-se fora do tempo,
quando abemolava no seu, e os seus ministros das Finanças perseguiam o Carlucci
– Medina Carreira: “o embaixador Carlucci estava em Viana do Castelo e ia pra Corunha.
E pediu-se-lhe para não ir… não tínhamos dinheiro”, e o embaixador americano ordena
ao privilegiado refugiado do regime de Salazar que chamasse o FMI. Aborais declarações
de pilharengos políticos na lista negra [14] da catástrofe
contígua, se as enlatassem, arte seriam [15]. E o
propasto nacional seria escorripichar uns Smirnoff
Ices, como a Hailie
Mathers, filha de Eminem, num show da Fabiana, stripper do Viking, no Cais do Sodré [16].
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[1] Escrita e tocada por “Noah
Puckerman” para “Lauren Zizes”, na segunda temporada de “Glee”, “Big Ass Heart”: “That big
ass heart can pump two tons of love through her chest / And then sit down and win
a lovin’ pie-eating contest”.
[2] “Trajava a primor, de
preto, com um ar de pessoa que passeava de tarde na estrada de Braga, com o
intento de ir à noite a Covent Garden, ao Royal Italian Opera. Fumava sempre uns charutos que
vaporavam os aromas das rêcamaras das sultanas. Na mesa, era de uma elegância
frugal que desmentia a procedência. Olhava para o bife com um fastio tal e
tamanha tristeza, que fazia lembrar Tertuliano, quando, meditando na
metempsicose, olhava para o boi cozido, e dizia: ‘estarei eu comendo meu
avô?’”, em “O comendador”, Camilo Castelo Branco.
[3] Na mesa, um conviva, um
filósofo, amigo de Relvas, interrogante no Parlamento, antes de se esgueirar
para o Brasil para CEOar na Ongoing, o ilustre Agostinho Branquinho: “o que é
que é a Ongoing? O que é? É um grupo de média? O que é a Ongoing? É uma das
questões que, que mais têm atravessado esta discussão sobre as questões da
liberdade de expressão é, o que é a… on… o que é a Ongoing? Ontem dizia aqui
alguém que se vai ao site e que vê
uma série de coisas mas não são, não se consegue perceber o que é a Ongoing?”.
Quem assim interroga não é gago.
[4] “Eu já só tenho apetite /
Para comer terra e pirite. / Ao desjejum tomo ar, / Rocha, pedra, água do mar.
// Ó fome, caminha, anda, fome / Pelas aldeolas. / O alegre veneno come / Das
papoulas. // Monda sarrafos do rio, / Lajes de igreja poluídas; / Sobras de
dilúvio frio; / Pão semeado em searas perdidas. // O lobo uivava às ervinhas /
Escarrando o penado sumo / Do seu jantar de galinhas: Como ele me consumo.”, em
“Fome”, Arthur Rimbaud.
[5] Ainda secretário-geral do
PSD, invetivava contra o Governo de José Sócrates a 8 de abril de 2011:
“aumentou-se impostos. Cortou-se salários. Baixaram-se pensões e a verdade é
que estamos hoje pior do que estávamos há um ano. Nós sabemos que temos de
fazer sacrifícios. Sabemos que a governação é uma governação de exigência, de
rigor, de seriedade, mas também sabemos, pra poder pedir esses sacrifícios
aos portugueses, os exemplos vêm de cima e depois têm que valer a pena”.
[6] O prato: “de facto está a
ser uma surpresa e e e e a taxa de desemprego está muito acima de qualquer
pessoa, não foi apenas o Governo ou o FMI ou a OCDE” … “se calhar estamos a
reagir como país rico. Antigamente, Portugal era um país muito pobre, e
quando tinha uma choque destes, as pessoas diziam ‘oh!’ agarravam o primeiro
emprego que aparecia ou morria de fome, era tão simples quanto isso. Hoje as
pessoas podem! estar desempregadas, porque há alguém que paga, porque o Estado
ajuda, porque, e é isso que está a fazer com que as nossas taxas de desemprego,
que tradicionalmente eram das mais baixas da Europa, e agora estejam a alinhar
com aquilo que era habitual nas recessões dos países mais desenvolvidos, porque
afinal nós somos um país mais desenvolvido”.
[7] Miguel Relvas tem
solução: “estamos a atravessar um momento que nós sabemos que é difícil, eeeee
vamos ter é que pôr a economia portuguesa a crescer, esta esta esta aposta nas
empresas, e que nós, se pusermos a nossa economia a crescer, vamos resolver os
problemas do desemprego. Não há milagres. A única forma de resolver os
problemas do desemprego em Portugal é nascerem empregas, empresas, é começar a
gerar mais riqueza”.
[8] Miguel Relvas, numa
dessas comissões parlamentares, dialoga com Gabriela Canavilhas: “quanto custa
ao erário público este grupo de trabalho? Da resposta a esta pergunta (Relvas
faz o gesto de zero unindo o polegar e indicador) o Partido Socialista ficará
esclarecido…”; Miguel R interrompe: “zero! Não espero pelo fim. Zero! Zero!
Zero!”; Gabriela C incrédula: “o economista João Duque trabalha sem qualquer
tipo de remuneração?...”; Miguel R: “custa zero, todos! todos!”; Gabriela C: “é
a sua palavra? muito bem, ficamos muito satisfeitos”; Miguel R: “zero! zero!
custa zero, senhora deputada. Hábitos novos ‘tá a ver? na cultura, na
cultura, há uns anos atrás custaria muito mais eh eh eh”, finaliza com a
sua famosa rinchavelhada.
[9] Miguel Relvas a 7 700 km , no Rio de
Janeiro: “nós também temos hoje uma emigração de luxo, muito bem preparada, é
uma emigração na qual Portugal investiu muito, Portugal investiu muito, e
portanto nós também temos que ser seletivos. Se estamos a fazer uma aposta
grande na educação e na formação é para os sabermos aproveitar mais tarde, é
essa a exigência, que os jovens esperam da sociedade, cabe ao Governo liderar
este movimento para uma nova esperança no nosso país”.
[10] Na série “The Big Bang Theory”
(2007): Sheldon: “os alemães têm um termo para o que estás a sentir: weltschmerz, significa a depressão
que surge de comparar o mundo tal como é com um mundo idealizado e hipotético”;
Leonard: “tens razão. Já me sinto melhor”; Sheldon: “os alemães sempre foram um
povo reconfortante”.
[11] Definição na Assembleia,
na discussão do Código de Trabalho: “também gostaria de referir eeee à pergunta
sobre o conceito de inadaptação e gostaria de referir que exatamente graças ao
acordo de concertação social, e aliás como alguns parceiros sociais assim
enaltecem nalguns pareceres, referem muito claramente que foram salvaguar, o
acordo, o memorando de entendimento, era bastante, ia pra, ia bastant m, um
bocadinho mais além ao nível do conceito de inadaptação do que foi acordado com
os conce, com com com com os acor, com os parceiros sociais, a ideia é
exatamente aaaa preservar eeee a os direitos dos trabalhadores enquanto se
flexibiliza a contratação”.
[12] Miguel Relvas, a seleção
sub-20 foi derrotada na final, na Colômbia, pelo Brasil: “um momento muito
importante, um Campeonato do Mundo, também a delegação de básquete foi apurada,
o Nelson Évora que teve ontem uma uma grande vitória, com uma medalha de ouro
nos Jogos Universitários. E isto é a demonstração de que nós em Portugal,
com programação, com planeamento, temos capacidade para ultrapassarmos as
dificuldades e para podermos ter grandes sucessos … a auto-estima tem a
grande vantagem de nos dar ânimo e de nos dar força para reganharmos uma nova
esperança para sermos capazes de atingir os nossos os nossos os nossos objetivos”.
[13] Mário Soares na
universidade de verão do PSD: “nós não temos de estar sempre de chapéu na mão e
subservientes em relação à troika, que afinal os tipos da troika são os tipos
dos mercados, são os tipos que nos querem comer pura e simplesmente os
Estados nacionais. É tão simples como isso. Portugal tem condições humanas
e naturais para crescer, p’a crescer muito e vai consegui-lo sem alienar, como
alguns querem, o seu património”. Um jovem social-democrata de polegar
espetado: “Soares é fixe”, numa alusão ao enganoso slogan político, que
camuflava um mau governante, bom em chamar o FMI.
[14] A Scotland
Yard baniu os termos “lista negra” e “lista branca”. O chefe dos serviços
de segurança Brian Douglas: “IB (Information Board) estão desconfortáveis com o
uso do termo lista branca (para designar uma lista de contactos aceitáveis). Estou
certo de que podemos apreciar a sensibilidade em torno de tal terminologia hoje…”,
sugere ele lista verde e vermelha até, talvez, um pele-vermelha ser presidente
da América.
[15] Piero Manzoni, “Merda d'artista”: conteúdo
líquido 39 g ;
preservada de fresco; produzida e enlatada em maio 1961. “Um dos colaboradores
de Mazoni, Agostino Bonalumi, agora revelou que as latas não estão cheias de
fezes, mas de gesso. A namorada Nanda Vigo, que o ajudou a produzir as latas,
afirmou que os conteúdos eram realmente fezes”. “Seja
como for, ficou provado que, com algumas latas a vazar, o conteúdo era fezes,
mas os cientistas não conseguiram dizer se era de origem humana ou animal. Há também
um galerista da Galeria Blu em Milão, que trabalhou como perito para uma
companhia de seguros. Ele detetou numa lata fendida um odor que, sem dúvida,
era cheiro de fezes”.
[16] “Quando aparece no
palco, as atenções focam-se nela. Ouve-se Leona Lewis e Toni Braxton. Fabiana
dança, tira a roupa, interage com quem está mais perto. No fim do show, a
música volta ao rock. Agora, a música
é de Morrissey”.
Fabiana Ferreira de Goiânia, no Brasil, elogia o aberto Portugal: “sempre
gostei muito da noite, de dançar, do striptease.
Gosto de Portugal, aqui não há discriminação na noite. Trabalhar na noite no
Brasil é prostituição”. A aprendizagem das suas competências: “‘já tive chulo
que me bateu e roubou, mas agora tenho um marido a sério, que cuida de mim
quando chego a casa bêbeda’, conta ao DN a stripper
que aprendeu a dançar num treino com um balde e uma esfregona. ‘A minha irmã me
ensinou. E quando eu me despi, entrou meu cunhado na sala e eu só tive tempo de
me tapar com um tapete’”. A sua
estreia: “quando tirei a calcinha saí correndo e chorei bastante. Agora não, já
é normal. Mas aqui dentro, claro. Não vou tirar a calcinha na rua”.
cinema:
Julia Lapina:
(música “Feel What You Want” dos Phonique feat. Rebecca): Юлия Лапина: 1,75 m , 50 kg , 90-61-91, sapatos 39, olhos
azuis, cabelo castanho, modelo e dançarina
russa: “normalmente, as
crianças tendem a fazer humanidades ou ciências exatas. Uma colecção dos meus
temas favoritos era um pouco estranho, eu adorava literatura, russo e inglês, e
ao mesmo tempo adorava álgebra e geometria. Hoje, apesar do alcance do
meu trabalho, uma boa metade do meu círculo de amigos são os ‘prós’. Eu amo a
lógica e as pessoas com uma mente matemática”. “Estou muito grata pelo trabalho,
ele ensinou-me a seguir atentamente a figura! Eu tento comer separadamente - proteínas e
hidratos de carbono, quando possível devem ser combinados numa
única refeição. Deve usar toda a substância do corpo
necessária, não substituí-los com uma pequena
quantidade de junk food” ▬ Go-Go Dance Class ■ Paul van Dyk feat. Ashley Tomberlin,
c/ Julia Lapina, Anna Konchakovskaya ■ “What Have I Done” de Anna Ternheim ■ “Mindful” DNS Project
feat. Johanna –
“Western spaghetti
revela as diferenças entre os cérebros dos homens e dos macacos”:
“num estudo de 2004, Uri Hasson e os seus colegas usaram ressonância magnética
funcional para scanear os cérebros de cinco participantes (Macaca mulatta) que
assistiam a 30 minutos de ‘O bom, o mau e o vilão”. Eles descobriram que o
filme ativava regiões generalizadas do córtex cerebral, especialmente nas zonas
visuais e auditivas do cérebro e que os padrões eram notavelmente semelhantes
em todos eles. Este alto grau de sincronicidade levou os investigadores à
conclusão de que os filmes podem fazer os cérebros dos espetadores pulsarem
coletivamente, e também levou a um novo campo chamado ‘neurocinemática’, que
visa avaliar as semelhanças entre as respostas do cérebro durante uma sessão de
cinema”. “Em ambas as espécies, (Macaca
mulatta e Homo sapiens), a
informação visual é processada de forma hierárquica. Os primeiros estágios do
processamento acontecem nas zonas corticais visuais primária e secundária,
muitas vezes referidas simplesmente como V1 e V2, que contêm células que
respondem às caraterísticas mais simples de uma cena, como o contraste entre
áreas adjacentes da cena visual e a orientação das margens”. “Nos macacos,
aproximadamente metade do córtex cerebral está dedicado a processar a visão.
Durante o curso da evolução humana, houve uma grande expansão da superfície
cortical. O córtex visual humano não se expandiu excessivamente mas, em
alternativa, ganhou subregiões adicionais especializadas. Grande parte do
aumento do tamanho ocorreu noutras partes do cérebro, incluindo o córtex
pré-frontal na parte dianteira do cérebro, que é conhecida por estar envolvida
em tarefas complexas, como tomada de decisões e as ditas funções executivas”.
Ou a liderança prova esta evolução: o efeito Hollande: “em todas as capitais,
para lá dos chefes de Governo e de Estado, há pessoas que, graças a nós, têm
esperança. E que nos estão a observar e que querem o fim da austeridade… esta é
a minha mensagem, vocês são muito mais do que um povo que quer mudança, já são
um movimento que se levanta para levar os nossos valores e aspirações pela
Europa, e talvez, pelo mundo”, e o feito Cavaco: “o próprio presidente Obama,
quando quis referir uma mudança em sentido positivo que está a ocorrer na
Europa, mencionou o nome de Portugal. Fico muito satisfeito com isso, porque
quando estive em Washington juntamente com o presidente Obama lhe dei algumas
certezas. A certeza de que Portugal iria cumprir”. Ou este é mais um caso de
ciência que não vale “Un
Dollaro Bucato / Um dólar furado”.
música:
“Saga of the Ponderosa” – “Antes que vocês
mergulhem na noite, meus amigos, eis uma história para o caminho. É a minha
história pessoal do oeste…”, cantarolava Lorne Greene, o pai Ben Cartwright, o civilizador
do rancho Ponderosa,
2 400 km2 desbravados na Sierra Nevada, no condado Comstock Lode, entre, a
norte, Virgínia e Carson City, a sul, o lago Tahoe. Um lugar fictício, cujo mapa
foi desenhado com desorientações geográficas (Reno fica a norte de Carson City
e não a oeste) por Robert Temple Ayres: “quanto à sua pintura do mapa da
Ponderosa que abre o genérico de Bonanza, a série da NBC
exibida de setembro 1959 a
fevereiro de 1973, durante anos foi um dos mapas mais reconhecidos do mundo. O
público via-o aparecer, brevemente, todas as semanas, antes de irromper em
chamas e dissolver-se num plano dos membros da família Cartwright a cavalo,
enquanto o vibrante tema tocava. Ela foi doada pela família de David Dortort, o
produtor da série, e tem estado pendurada na galeria Autry’s
Imagination desde maio de 2010”.
Howdy! Yeehaw! Una Colt in pugno al diavolo! Une
corde, un Colt…! Upa cavalhinho! [1] o oeste selvagem, somente aconteceu... mais de uma
vez, nas telas de cinema.
Nas
vastas pradarias nunca galoparam esbeltos cowboys
de coldre cintados, rápidos no gatilho, esporas luzentes, chapéus estilados, nem
Stella Stevens ("The Ballad of Cable Hogue" numa selha,
nem Senta Berger ("Major Dundee") não
engelha, só havia vaqueiros de traseiros colados às selas, poros entupidos de
pó, ossos moídos do chão duro e doenças venéreas e chatos do bordel da Gilda
(em “Règlements
de femmes OQ Corral”). Mais achegado ao verdadeiro faroeste está Mean Mary – “nascida na Florida, residindo
agora em Nashville, enxeriu-se na vida como um prodígio musical, ela conseguia
ler música antes de poder ler palavras e co-escreveu canções aos 5 anos. Aos 7
era proficiente na guitarra, banjo e violino e entretinha o público através de
todos os EUA com as suas aptidões vocais e instrumentais” – no seu “Big Red
Barn”: “Sentada sozinha no meu grande celeiro vermelho / Bichos entretendo
que se estão nas tintas / Cantado para patos e gansos e galinhas / Latindo como
um cão e tocando como o diabo”.
E a música dos vaqueiros do oeste (western
cowboy) e dos labregos das montanhas (música folk do sudeste), raízes da música country, preencheria outras paisagens fictícias em países sem
índios nem bandoleros, cujo único
perigo era a mulher do agricultor [2].
Música country na língua alemã: género
aculturado das tropas americanas ocupantes do país após a derrota na Segunda
Guerra Mundial; um dos primeiros cantores de country alemão era… belga. Bobbejaan
com “Ich steh an der Bar
und ich habe kein Geld”, escrita por Peter Kreuder, permaneceu 30 semanas
nos tops boches nos anos 60. – “Bobbejaan Schoepen é
o pseudónimo de Modest Schoepen (16 de maio, 1925 / 17 de maio, 2010) foi um flamengo
pioneiro na música pop belga, vaudeville e música country europeia. Schoepen poderia ter sido caraterizado como um
‘artista total’ e empresário: ele era cantor, compositor, guitarrista,
comediante, ator e assobiador profissional, bem como fundador e antigo diretor
do parque de diversões, Bobbejaanland” ▬ “The Yodelling Whistler” ■
“The
Cannonball Yodel”. – Outros alemães na garupa de cavalos imaginários: Ronny ▬ “Es hängt ein Pferdehalfter an
der Wand”, versão tudesca de “There’s a Bridle Hangin’ on
The Wall” de Carson Robison. Bruce Low:
“passou a sua infância com três irmãs e um irmão na América do Sul, onde o seu
pai era missionário calvinista. A partir de 1920 frequentou a escola na
Holanda. Após a formatura muda-se para Berlim para estudar desporto. Mas uma
lesão grave (rutura de ligamentos no trampolim) impediu-o de estudar para
professor de desporto, em vez estudou canto no conservatório de música” ▬ “Noah”. Nos anos 70, laçaram
êxitos campestres: Gunter Gabriel: “foi casado
quarto vezes e tem três filhas e um filho e agora vive num barco em Harburg,
Hamburgo. Através do seu primeiro casamento com Gabriele retirou o nome
artístico ‘Gabriel’” ▬ “Willy
Klein, Der Fernsehmann” ■ “Papa
trinkt Bier” ■ “Hey Boss,
ich brauch mehr Geld” ■ “Komm unter meine Decke” ■
“Ich geb den Rest für Dich”;
Tom Astor: “fez a sua primeira aparição no
palco em 1963. Inicialmente, cantava canções populares, no final de 1970
dedica-se ao country alemão” ▬ “Hallo guten Morgen
Deutschland” ■ “Junger Adler” ■ “Ring of Fire” c/ Johnny
Cash; Truck Stop: “fundados em Hamburgo em 1973.
Começaram por tocar country em inglês
e editaram três álbuns cada um com piores vendas. Então, em 1976, decidiram
tentar novamente com algo diferente. No ano seguinte lançaram ‘Die Frau mit dem
Gurt’, uma versão de ‘Girl on the Billboard’, a primeira vez que um título
alemão tinha grande sucesso” ▬ “Ich möcht' so gern Dave
Dudley hör'n” ■ “Wenn
es Nacht wird in Old Tucson”; Tex
Haper: “Knut Zietsch, o seu nome verdadeiro e empreiteiro de
profissão, esteve ativo vários anos no show
business” ▬ “New Wave Country” ■ “Auch ein Trucker hat ein Herz”.
Linda Feller: “fez um estágio em atendimento ao
cliente na escola de negócios em
Erfurt. Foi descoberta em 1985 pelo cantor popular Hartmut
Schulze-Gerlach no seu programa de televisão ‘Sprungbrett’, promovendo-a nos
primeiros anos da sua carreira” ▬ “Lebenslänglich Liebe pur”
■ “Tränen
verraten dich”. Slow Horses: “desde 2002 a banda tem a sua casa
na Baixa Saxónia” ▬ “I Can't Look At That” ■ “It's Not Raining Every Day” ■ “Time Drippin Like Honey”.
Markus Rill: “nasceu a 20 de Março de 1970,
em Frankfurt.
Cresceu em Goldbach perto de Aschaffenburg, e ganhou vários
títulos de campeão alemão de wrestling
e múltiplos campeonatos de equipa entre 1987 e 1993, com a Bavaria AC Goldbach”
▬ “Straighter Road” ■ “Sarah Stein” ■ “The Things That Count”. Texas Lightning: quinteto de Hamburgo “os membros são Olli
Dittrich como ‘Ringofire’ (bateria e voz), Jon Flemming Olsen como ‘The Flame’
(voz e guitarra), Markus Schmidt como ‘Fastfinger’ (guitarra elétrica e banjo),
Uwe Frenzel como ‘Friendly’ (contrabaixo e voz) e a australiana Jane Comerford
(voz e ukulele)” ▬ “Like a
Virgin” ■ “Man of
Constant Sorrow” ■ venceram o festival da Eurovisão de 2006 com “No No
Never”. The BossHoss: “banda de Berlim que começou
em 2004 com versões, estilo country &
western, de canções pop, rock e hip-hop famosas” ▬ “Hey Ya” ■ “Hot in Herre” ■ “Word Up” ■ “Hey Joe”
■ “Go!
Go! Go!” ■ “Sabotage”. The Watsons: country
punk ▬ “Blitzkrieg Bop” ■ “Goin' Rodeo”. Silverwood:
Miruna, a vocalista, “na tenra idade de seis anos, já estava com a viola à
volta do pescoço no palco. (…). Em 1998 torna-se membro fundador dos Silverwood” ▬
“My Side of Town” ■ “(If You're Not In It for Love) I'm
Outta Here!”. Wüste
Wüstensöhne ▬ “Der Cowboy Jim aus Texas”.
Johnny Cash, de 1951 a 54 foi operador de interceção
de código Morse para as transmissões do exército soviético, em Landsberg, na
Alemanha. (“Enquanto
na Alemanha, a sua audição foi permanentemente danificada por uma moça alemã
que, por brincadeira, lhe enfiou um lápis no ouvido esquerdo. Mas foi também na
Alemanha que Cash comprou a sua primeira guitarra e formou a sua primeira
banda, os Landsberg Barbarians”). Em 1959 ele gravou “I Got Stripes” e “Five Feet High and Rising”
para um single em alemão: “Viel
zu spat” / “Wo
ist zuhause, Mama?”. Em 1965
a CBS / Columbia editou mais dois 45 rotações “In
Virginia / Wer
kennt den Weg” e “Kleine
Rosemarie / Besser
So”. Ele não aprendeu a língua, isto foi uma finta babélica, miraculada através
da fonética: “nos últimos anos, a produtora Jennifer Sharpe acumulou uma
pequena coleção de o que ela gosta de chamar ‘gravações de língua estrangeira’.
Elas são versões de sucessos dos tops
americanos, cantados pelos artistas originais, geralmente em alemão, italiano
ou francês. Os cantores aprendem as letras foneticamente, verso a verso,
treinados por um técnico do idioma. Sharpe diz que as canções foram gravadas
num tempo em que canções em inglês tinham dificuldade em vencer na Europa”.
– Sobre “Ragazzo
Solo, Ragazza Sola”, a versão italiana de “Space Oddity”: “a
companhia discográfica julgou que flutuar pelo espaço sideral em estado de
alienação era demasiado profundo para os italianos, então alterou-a. Na sua
versão, um rapaz solitário vagueava pelas ruas da sua cidade, dizendo coisas
como: ‘se precisares da minha mão para nadar, obrigado, mas esta noite quero
morrer”.
Havai: country paniolo “o cowboy havaiano, o paniolo, é também um descendente direto do
vaqueiro da Califórnia e México. Especialistas em etimologia havaiana acreditam
que ‘paniolo’ é a pronúncia havaiana de ‘español’. (A língua havaiana não tem o
som ‘esse’ e todas as sílabas e palavras devem terminar numa vogal). O paniolo,
como os cowboys no continente da
América do Norte, aprendeu as suas habilidades com os vaqueiros mexicanos”; a
rainha do country paniolo Melveen Leed.
Indonésia: “dangdut
é um género de música popular da Indonésia, que é parcialmente derivada da
música malaia, árabe e hindu. Desenvolveu-se nos anos 1960 e 1970 entre os
jovens muçulmanos da classe operária em Java, mas renascendo no final da década
de 90, alcançou amplos partidários nas classes mais baixas indonésias, Malásia
e sul das Filipinas”; nos anos 70, o autoproclamado rei do dangdut Rhoma
Irama: “depois da sua peregrinação a Meca em 1975, tomou o
nome de Rhoma Irama, que é uma abreviatura de ‘Raden Haji Oma Irama’ (Raden é
um título de nobreza na cultura javanesa e sundanesa). Na sequência desta
peregrinação, ele assumiu um tom moral islâmico mais explícito, adotando vestes
islâmicas, penteados mais curtos e expulsando membros da banda que consumissem
álcool e tivessem sexo fora do casamento”; e a rainha do dangdut Elvy
Sukaesih: “nasceu em Sumedang e canta desde os bancos da
terceira classe”. Evie
Tamala: “ a mais nova de seis irmãos, estreou-se em 1983 como
cantora de palco na banda Marantika com o pseudónimo Uce Arifina, em 84 muda-se
para o grupo Sinar Remaja”. Dangdut
Cowboys: de Pittsburgh. Ikke Nurjanah e os Dangdut Cowboys: “a
aparência de Ikke doce e educada (para o tamanho da cantora dangdut) não prejudicou a sua ‘venda’. Tornou-se
na sua própria marca registada. Ikke evita o uso de roupas espalhafatosas,
olhares sensuais, assim como suspiros excitantes”.
Peles-vermelhas: “Navajo Country Bands”: 10DAYband ■ Sapphire Sky ■ The Dina Preston Band. Japão: Charlie Nagatani: “aos 20 anos, juntou-se a
uma banda chamada ‘Speedy Kido & Hillbilly Jamboree’ como cantor. Cinco
anos depois, formou o seu próprio grupo chamado ‘Charlie and the Cannonballs’ e
começou a percorrer as bases americanas localizadas no Japão. Daí, foram para
as bases em Okinawa, Taiwan, Filipinas, Tailândia e ilha de Guam, especialmente
durante os anos da guerra do Vietname” ▬ “Whisky River” ■ “Rose of San Antone”. Wildwood Roses, Mizuho Yokochi, vocalista, hobbies: visitar museus, passear com uma
câmara digital ▬ “29 Nights”
■ “Cleopatra, Queen of
Denial”. Austrália: Roger Knox: “conhecido como o Elvis preto e
o rei koori do country. É um gamilaroi
(grupo aborígene australiano), nasceu em Moree e cresceu na missão aborígene
Toomelah perto de Boggabilla, na fronteira entre New South Wales e Queensland.
Em 1980 Knox sofreu um acidente de aviação que matou o seu baterista Ken
Ramsay. Knox ficou gravemente queimado e obteve alívio de um óleo de banho
natural feito do arbusto eura. Esse arbusto e a colónia na qual o seu pai
nasceu foram as inspirações para o nome da sua banda, a Euraba”. Slim Dusty: “era conhecido por gravar
canções do legado dos poetas australianos Henry Lawson e Banjo Patterson que
representam o estilo de vida australiano no mato e também pelas suas muitas
canções de camiões”. Zimbabué: Don Williams - Into Africa: “começa com uma
versão de ‘You’re My Best Friend’ por Masaisai, os dois músicos de rua cegos da
First Street em Harare”. África do Sul: Ladysmith Black Mambazo c/ Dolly Parton. Holanda: Kilima Hawaiians: “fundada por
Bill Buysman em 1934 como ‘Kilima Hawaiian trio. Em 1936, a sua mulher Mary
Buysman, juntou-se-lhe ▬ “Es hängt ein Pferdehalfter an der Wand”. Suiça: Peter Hinnen: “nos
anos 50, começou a sua carreira como o yodeler
Peterli Hinnen no restaurante Kindli de Zurique, onde foi descoberto e incentivado
pelos Geschwistern Schmid” ▬ “Eine Rose Bluht Im Colorado”
■ “Siebentausend Rinder”.
Tailândia: “Luk
Thung (ลูกทุ่ง
= “criança / crianças dos campos) refere-se à forma mais popular de um estilo
de música encontrado na Tailândia. A expressão é abreviatura de ‘pleng luk
thung’ (เพลงลูกทุ่ง = ‘canção de uma criança do campo’). As canções luk thung normalmente
refletem as dificuldades da vida quotidiana entre camponeses pobres. Os ritmos
tendem a ser lentos e os cantores usam um estilo de interpretar com muito vibrato. Comparações são feitas, às
vezes, com a música country dos
Estados Unidos”; Pumpuang
Duangchan
(1961-1992): “filha de agricultores pobres, ela sobressaiu como adolescente no
final dos anos 70. Embora fosse analfabeta, as suas letras eram histórias
poderosas e irresistíveis da Tailândia rural pobre. Ela adaptou o pleng luk thung num formato
eletrónico dançável, conhecido como luk
thung eletrónico”. Ponsri Woranut: “torna-se estrela na década
de 50 (…). Woranut misturava o estilo de música folclórica tradicional
tailandesa com música de fora da região, incluindo vários géneros musicais do
leste asiático, música latino-americana, música country americana e música de filmes”. Suraphon
Sombatjalern: “apelidado o rei do luk thung foi uma das
primeiras vedeta do género country próprio
da Tailândia. Foi morto a tiro depois de um concerto em Nakhon Pathom ”.
Brasil: peões e boieiros tangiam dores na guitarra e
sanfona, do Rio Grande do Sul, Teixeirinha: “cantor
e compositor brasileiro, também conhecido como o ‘Rei do Disco’, pelos recordes
de vendas de discos que consegue até hoje, mesmo já falecido” ▬ “Tordilho negro”. Nos
anos 70, os seres cultos portugueses fingiam Chico Buarque, ouviam Teixeirinha,
no século XXI, ainda fingem Chico Buarque, ouvem Michel Teló, o country brasileiro: a música sertaneja.
“O folclorista Cornélio Pires conheceu a música caipira, no seu estado
original, nas fazendas do interior do Estado de São Paulo e assim a descreveu
no seu livro ‘Conversas ao pé do fogo’: ‘a sua música carateriza-se pelas suas
letras românticas, por um canto triste que comove e lembra a senzala e a terra
de pousio, mas a sua dança é alegre’”. Muito alegre. Euclides
da Cunha: “Ali estavam, gafadas de pecados velhos, / serodiamente
penitenciados, as beatas — / émulas das bruxas das igrejas — / revestidas da
capona preta / lembrando a holandilha fúnebre da Inquisição; / as solteiras, termo que nos sertões / tem o
pior dos significados, desenvoltas e despejadas, / soltas na gandaíce sem
freios; / as moças donzelas ou moças damas, recatadas e
tímidas; / em honestas mães de famílias; / nivelando-se pelas mesmas rezas”.
Rezam no concurso Miss Bumbum 2011,
do Ceará, a vencedora Rosana
Ferreira:
“acho que faço bem um pouco de tudo. Nunca recebi reclamações. Mas o mais
elogiado é o sexo oral”, elucida a Miss
Bumbum não ser muito adepta ao sexo anal: “não é que eu não goste. Quando a
mulher se sente segura, quando tem carinho, pode rolar. Só assim eu consigo me
entregar”. De Paraíba, outra concorrente, Jéssica Lopes: “o que faz
o ‘sexy appeal’ é o conjunto de pequenas coisas na imagem e na postura da
mulher. Como cabelos, olhos, boca, marquinha de biquíni, unhas, lingerie e além de tudo ser articulada,
saber se impor e valorizar-se”.
Alegravam
beatas, donzelas e moças: Tonico
& Tinoco: os irmãos Salvador Pérez, “no fim do ano
agrícola de 1937, os Pérez decidiram, com outras famílias, tentar a vida na
cidade de Sorocaba (SP). As irmãs Antónia, Rosalina e Aparecida foram trabalhar
na fábrica de tecidos Santa Maria. Tonico foi ser servente na pedreira Santa
Helena, fábrica de cimento Votorantim. Tinoco torna-se engraxador na Estação Sorocabana…”
▬ “Tristeza
do Jeca”. Chitãozinho
e Xororó: “irmãos de Astorga, no Paraná, foram os primeiros
sertanejos a tocar em rádios
FM no Brasil e a incluir banjos e guitarras elétricas neste
estilo musical. Isso sem jamais perder a essência da música de raiz sertaneja.
Também foram os primeiros deste estilo musical a colocar o país no topo dos tops da Billboard” ▬ “Pura emoção”, versão de “Achey Breaky Heart”, de
Billy Ray Cyrus. Paula
Fernandes: “cantora e compositora, nasceu a 28 de agosto de
1984, em Sete Lagoas ,
em Minas Gerais.
Começou a cantar ainda criança, aos oito anos e, aos 10,
lançou o primeiro disco independente, “Paula Fernandes”. “Numa inquérito
promovido entre os leitores da revista VIP em 2011, ela foi considerada a 16ª mulher
mais sexy do mundo” ▬ “Quando a
Chuva Passar”. Luan Santana:
“nascido a 13 de março de 1991, já aos três anos de idade na sua cidade natal,
Campo Grande – MS, ele chamava a atenção de toda a família com os acordes
afinados das músicas sertanejas que não parava de cantar”. “Em fevereiro de
2011 Luan Santana adquiriu uma mansão avaliada em cerca de 10 milhões de reais
em Londrina, no estado do Paraná. Estima-se que a fortuna de Luan Santana seja
de 40 milhões de reais, nos últimos dois anos o cantor movimentou mais de 70
milhões de reais com seus shows, venda de discos, publicidade e produtos
licenciados no seu nome” ▬ “Aqui é seu
lugar / Digitais” ■ “Meteoro”.
Gusttavo Lima: “numa entrevista a um jornal
local, Lima disse que durante sua infância namorava com uma garota diferente a
cada mês, terminando de propósito para compor. Também disse que não era bonito
então tinha que fazer músicas para conquistar miúdas” ▬ “Inventor dos
amores” ■ “Balada
boa”.
Portugal: um único cowboy
cavalga as vastas pradarias, os infindos horizontes, os espaços sem fronteiras,
os quilómetros de vastidão, o Leandro, porque
ele o diz: “ontem disseram-me que eu era um cowboy
romântico”. O artista entusiasmava-se com o seu concerto no pavilhão Atlântico
em novembro de 2011: “espero que seja uma noite romântica também, que o público
que está habituado a ver o Leandro nos coliseus, que veja um Leandro
completamente diferente no Atlântico, como dá p’a ver, numa onda diferente
agora de vestir e tudo. Por isso espero que realmente seja um espetáculo que fique
novamente na memória do meu público”. “Aliás, mudamos a imagem por completo. O
Leandro era uma imagem muito, muito mais, dava a entender, muito mais velha
etc. aparecia de fato, de camisa, então decidimos mudar um pouco mais a imagem
para, mais para jovem”. (Camisa aos quadrados fora das calças, a loucura
juvenil!). “Vamos ter um cenário completamente diferente, uma forma de vestir
do Leandro completamente diferente da que estavam habituados a ver” ▬ “Desesperado”.
República Checa: Country
Sisters: “Europa
(100 km
de Praga, na cidade de Jablonec nad Nisou, berço das Country Sisters), havia um
festival de country feminino. Reunir
uma banda feminina numa cidade pequena, movê-la para a cena europeia, e
mantê-la num nível profissional durante 30 anos, apesar de uma série de
mudanças radicais, é em si mesmo uma grande obra de arte, vontade,
profissionalismo e paciência” ▬ “Cotton
Eyed Joe” ■ “Every
Little Thing” ■ “Johnny B.
Goode” ■ “Let's Twist
Again” ■ “Thanks
God I'm a Country Girl” ■ “The Devil
Went Down To Georgia” ■ “Tiger
By The Tail”.
França: de Estrasburgo, o primo em primeiro grau da country, o rockabilly: The
Wolfgangs: Cha von Wolfgang, vocalista, Lothar von Wolfgang,
guitarrista, Dean Blondin, contrabaixo e Jim Bullit, bateria ▬ “Cannibal
Family”.
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[1] Nem todos se abatem, há
cavalos com sorte, cavalgados pela jockey canadiana Chantal
Sutherland, nua para a Vanity Fair, fotografada por Bo Derek: “ela
dirá que a parte mais forte do seu escultural corpo é o dedo grande do pé. Sim,
esse é o primeiro ponto de contacto que cria a vantagem que controla um cavalo
de corrida a 64 km
por hora. As rédeas são uma mera sugestão”.
[2] O perigo de papar a
mulher do lavrador no palheiro: “Farmer
John” (1965) dos Hep Stars: grupo rock
sueco, formado em 1963 em Estocolmo, nos teclados Benny Andersson futuro ABBA.
As imagens do vídeo são do filme “Supervixens”
(1975), de Russ Meyer, com Stuart Lancaster, o lavrador e Charles Pitts,
o jovem
assediado, pela glandulífera atriz sueca Uschi
Digard: 1,70 m ,
62 kg ,
111-66-88, sapato 38, olhos verdes, cabelo loiro: “nasci em Saltsjö-Duvnäs,
uma pequena cidade nos arredores de Estocolmo, Suécia, e sou de descendência
sueca / suíça. Fui despachada para um colégio interno de freiras muito nova,
porque eram as melhores escolas no país e porque eu era muito promíscua em
pequena – não com homens, mas com livros. Adorava ler e aos seis anos decidi
que queria aprender línguas porque não suportava ler livros que tinham sido
traduzidos – eles perdiam a essência. Aos sete anos tinha lido todos os livros
na biblioteca da minha pequena aldeia”.
22 Comments:
At 8:14 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Enquanto não abrem uma cantina social perto de si, mais uma sopa de letras. Devo dizer que nas citações, parece haver gralhas, poderá haver de facto, mas eu tento registar tudo o que dizem os adorados líderes: gaguejos, palavras repetidas, enganos, acentuação, etc. só é possível porque o “comando é meu”, em presença não seria possível, aliás em presença já dei por mim à procura do comando para fazer voltar a trás algo que não percebi. Já reparei que quando um político repete seguidamente a mesma palavra, ou está a mentir, ou não tem confiança no que diz.
Ter citado muito o Relvas é pura coincidência. O caso da jornalista, enfim, o que distingue as pessoas entre si, é a distância a que estão do pote. É isso que distingue o Relvas da jornalista, e não qualquer fundo honesto.
Manuel, os links: Júlia Lapinha, parece ser boa católica, já que ninguém pergunta porque é que meto as medidas, explico eu: é, se alguém estive interessado em casar com alguma, saber exatamente o espaço que ela ocupa lá em casa; Tex Haper no seu “new wave country”; os fantásticos BossHoss; o “ragazzo solo, ragazza sola”, a versão italiana de Space Oddity; a Rosana Ferreira, esta sim católica dos costados.
At 2:41 da tarde, Tétisq said…
Porque será que ultimamente falar em Miguel Relvas dá conversa de "cócó"?
Finalmente há alguém que cita Leonardo Coimbra. Um dos que caíram em esquecimento no nosso país. Infelizmente a outros continua-se a dar crédito a mais, como é o caso de um certo exilado privilegiado...
Depois volto para ver o cinema e ouvir a música.*
At 10:31 da tarde, Unknown said…
Bem, a relva(s)e uma espécie de erva, "daninha digo eu"esta relva serve unicamente para embelezaros jardins do ricos ou os parques das camaras municipais endividadas,para além claro dos estádios da bola, sim dos estadios porque eu corri milhares de km atrás dela mas sempre nos pelados, onde se arranhavam os joelhos e os quadris a relva foi sempre para os betinhos.
aliás a relva nem para alimentar os animais erviveros serve é mesmo banal.
será por esse motivo que o texto de hoje cheira mal, talvez seja, talvez...
Creio que esta relva(s) é mesmo uma mer... é por isso que cheira mal.
At 12:11 da manhã, Rafeiro Perfumado said…
Tenho sempre pena daquelas pessoas que dizem ter o "coração na boca". Nem quero imaginar a quantidade de operações que serão necessárias para o voltar a meter no sítio correcto...
At 8:33 da manhã, Táxi Pluvioso said…
tétisq: o Relvas agora desaparece durante uns tempo e já o povo arranja outro para morder. Até há bem pouco tempo era o ministro Álvaro que recebia as dentadas, passou para low profile, e já ninguém se lembra dele.
Temos um bom continuador do Coimbra, como os tempos já não são de lutas entre idealismo e materialismo, o novo filósofo é Cristiano Ronaldo: ter muito dinheiro para ser livre (e não levar com o fisco numa operação stop). Claro que chocou as pessoas boas de coração, vê-lo a tratar por você um velhinho cuja reforma não chega para as despejas, também acho que não se deve escarnecer dos pobres, mas deve ter sido um lapso.
At 8:34 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Campista selvagem: a relva ainda há-de ser a salvação do país, nos estádios é fundamental, os jardins à beira mar plantados não dispensam, os campos de golfe serão fonte de emprego (a carregar os tacos), e com o memorando de entendimento mais adiantado servira de refeição (uma por dia, que a vida não está para ruminar).
At 8:34 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Rafeiro Perfumado: e aquelas pessoas sem coração que ninguém sabe explicar como alimentam as células.
At 1:56 da manhã, Anónimo said…
Fónix e eu pensava que ainda não tinhas postado!
A propósito do rilhoto do Relvas, deixo-te para já a "Butchering Christian Souls" dos Intestinal Infection:
http://www.youtube.com/watch?v=buoNgqP5nrE
At 2:33 da manhã, Marco Rebelo said…
pois não...não deu para sacar o número da Isabel..abraço
At 8:00 da tarde, José said…
As relvas antigamente, lá no brejo, da minha ribeira, depois de bem fertilizadas com cócó cresciam muito, e alimentavam as vacas e os bois lá do sitio. Como é uma erva daninha ganhou raízes profundas, e agora já não há pesticida que consiga ir a tamanha profundidade, por isso ela se espalhou e já chega a todo o lado. embora sempre secretamente.
Bom domingo,
Abraço.
José.
At 12:22 da tarde, São said…
Relvas? Esse nunca me enganou, até porque ser amigo chegado de Bruno Vitorino( PSD/Barreiro) não é boa recomendação.Aliás, esse facto só veio reforçar a má opinião que sempre tive da criatura.
Tem bom domingo.
At 8:16 da manhã, xistosa, josé torres said…
Caríssimo.
Com dificuldade desloquei-me até aqui, não é que não consiga andar, mas a dificuldade reside em levantar o copo com três pedras de gelo. Já só coloco duas para facilitar aquele terço terso.
Só li por alto.
Não sei se será uma relva, se um corta relvas, se um fertilizante.
Penso ser o tal fertilizante que queima tudo, quando mal aplicado.
Penso que dava um bom gestor de cadeias se o agrilhoassem.
Só posso desejar uma boa semana, ou meia
semana que o "sol" já vai alto.
At 10:57 da tarde, xistosa, josé torres said…
Rafael Bordallo Pinheiro tinha razão com o seu "Zé Povinho". Somos pequenos e nem a Povo conseguimos chegar.
Deixámos colocar as arreatas e agora temos que nos deixar continuar a ser subjugados.
Falta-nos dar uma parelha de coices...mas primeiro tornam-se necessárias as ferraduras, já que são tantos os destinatários que gastaríamos as meias-solas.
A ARMA É O VOTO DO POVO!!!
INTÉ!!!
Um bom fim de semana, porque o meu é sem jornais, notícias de faca e alguidar em horários nobres, internet e outros vícios que mesmo dizendo mal deles, tornam-nos a vida mais "bela".
At 11:24 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Don Medina: Os Intestinal Infection, acho que tenho por aqui algum CD deles, para mim é Mozart, faço aquela cara de frequentador do CC Belém quando os oiço. É nisto, e nos filmes que o Scy-Fy faz, metem sempre something aquático, não perco um. Ontem gravei um de tubarão com duas cabeças, é pena não jogar a seleção hoje, que era para eu ver durante o jogo.
At 11:25 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Marco Rebelo: calculei logo. Com o macho por perto, sempre no controlo, seria muito difícil chegar perto dela.
At 11:25 da manhã, Táxi Pluvioso said…
José: a bosta de vaca era um bom adubo, do melhor. Mas agora acho que nem isso serve para adubar a terra. Talvez num futuro próximo, usem cadáveres humanos, como vamos morrer todos saudáveis, não só porque ninguém se pode dar ao luxo de estar doente, como o Estado proíbe tudo o que nos faça mal. Os nossos cadáveres são a coisa mais saudável do mundo.
At 11:26 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: o Relvas desaparece das notícias durante uns tempos, amanhã ou depois, já ninguém se lembra dele. Ele tem que fazer muitos e bons amigos para conseguir riqueza quando sair da política, por enquanto é aguentar os maldizentes portugueses.
At 11:27 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Jose Torres: o Relvas crescerá no Brasil, é só endireitar o país, (ou entortar-nos as costas), a sua missão e de Passos, que ele zarpa que se faz tarde.
Os gregos vão votar e de pouco lhes servirá, pois isso não traz o que falta: dinheiro. E a Europa já está quase no fundo, ficou sem a sua infra-estrutura económica e agora a superstrutura acerta-se.
Um fim de semana no campo, só com pássaros e árvores não é má ideia.
At 11:37 da manhã, São said…
"Bonanza" faz parte da minha adolescência : na época ver televisão era um acto comunitário.
Relvas..relvados...isto anda tudo ligado.
Bom fim de semana
At 8:43 da manhã, Táxi Pluvioso said…
O Bonanza ensinou-me todos os valores que orientavam a sociedade na época: a justiça, a coragem, a defesa do bem, a ajuda no seio da família, etc.
At 1:44 da tarde, Anónimo said…
Que seca do caraças! Chiça!
Uma menina
At 9:52 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Uma menina sempre pode sentar.
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