Para
trás é que se faz o caminho
Desbocados
anos os anos 70. Em 1975, um pacato professor de Finanças Públicas ouvia na TV
os despautérios dos setentistas líderes, de partidos políticos, Governo,
Conselho da Revolução, e cingia as mãos na sua cabeça, atinado: “esta gente não
está boa da cabeça, parece um país de loucos” [1].
E ponderava emigrar: “analisámos friamente a situação e acabámos por concluir
que a loucura política era demasiada para que pudesse aguentar-se por muito
tempo. O caminho
do coletivismo para onde o PCP queria levar o país era tão contrário à cultura
e maneira de ser da maioria dos portugueses que o povo acabaria por reagir”.
Não emigrou, em 1981, numa entrevista a um jovem repórter de 19 anos, um Nancy
Drew do semanário Tempo, militante do PSD, chamado Paulo Portas, estacionava Cavaco
Silva no partido: “como lhe disse, sinto-me bem dando a minha colaboração junto
das bases. É provável que seja o melhor lugar para mim”. Não será [2]. No ar, o rock
português cavaleava, ainda o pó de 1980 dos “Cavalos de corrida”:
“Agora é que eles passam ao assalto e fazem-no por qualquer preço”.
Não
será a qualquer preço. Será a um preço bastante modesto: a falência do Estado
português em 2011. Em 1980, o povo já sonhava com férias no Algarve [3], e no campo de batalha política – esquerda contra direita
–, a esquerda esbatia diferenças ideológicas vivendo na high life, modus vivendi privilegiado de Mário Soares [4],
e a direita recuperava o poder económico, modus
operandi de Artur Santos Silva [5]. No dia 1 de janeiro de 1981, a Grécia é oficialmente
o 10º membro da Comunidade Económica Europeia (CEE), um acontecimento
histórico, estrondeiam ambos os contratantes, Constantino Karamanlis,
presidente grego: “marcava o regresso da Grécia à família dos povos europeus”,
e Roy Jenkins, presidente da Comissão Europeia: “aderindo à nossa comunidade, a
Grécia vem enriquecer este somatório de civilização que a ideia europeia
simboliza”. (O preço imediato que a Grécia pagou pela entrada na CEE foi a
reintegração na NATO e a reconstrução das bases em Creta e no continente). Os
líderes assinantes pronunciaram também as palavras de circunstância de tara
perdida, Jenkins: “a participação da Grécia na comunidade não será fácil e
haverá inevitavelmente problemas de adaptação”, e Karamanlis: “esforço intenso
seria necessário em certos setores da economia helénica para que estes possam
afrontar as condições de forte concorrência do Mercado Comum”.
Quarta-feira,
5 de agosto, meio ano de balanço, o saldo da adesão é negativo, “desapontamento
na Grécia depois de 6 meses de CEE”, previa-se nesse ano de 81 uma medíocre taxa
de crescimento industrial de 2 ou 3%, uma taxa anual de inflação de 18,6 %, os
bens essenciais aumentaram acima desse valor. Nenhuma das esperanças se cumpriu:
“a Grécia esperava que, uma vez na CEE, conseguiria penetrar com os seus
produtos agrícolas nos mercados dos restantes países da Comunidade”, e “as
esperanças gregas de melhorar a sua economia à custa dos fundos do Mercado
Comum também se revelou ilusória”. Em Portugal, como São Tomé, queria-se ver [6]: “Na rádio, na TV / nos jornais, quem não lê / Portugal
e a CEE / Quanto mais se fala menos se vê / eu já estou farto e quero ver // Quero
ver Portugal na CEE”, – em março de 1981 é editado o primeiro single dos GNR, no lado A “Portugal na CEE”, no lado
B “Espelho Meu” ainda nesse
ano o Grupo Novo Rock publica um anúncio classificado: “Sê um GNR”: “Tens 18 anos
e a 4ª classe / És um jovem ambicioso / vem ser um GNR // Procuras aventura e
emoção / Uma farda e um boné / vem ser um GNR”. Emprego nas forças de
segurança, o futuro dos jovens, desmandos na insegurança, não-futuro.
As
Brigadas Revolucionárias
foram fundadas em 1970, Isabel do Carmo:
“formam-se as Brigadas justamente para corresponder a esta necessidade da via
armada. Tínhamos a noção, o Carlos Antunes e eu, que em Portugal se falava
muito e se fazia pouco, distribuíam-se muitos papéis entre os amigos, textos
muito ideológicos, palavrosos, mas... fazia-se pouco”. E em 1973 nasce o Partido Revolucionário do Proletariado, que brandia
o slogan “A arma é o voto do povo”
para a consecução dos seus objetivos programáticos; Carlos Antunes: “a
Revolução só será possível quando cada braço válido empunhar a arma que apeará
para todo o sempre a burguesia do poder”. Entre 1975-79, explodiram umas bombas
e embrulharam-se em ações de “recuperação de fundos”, assaltando bancos e repartições
de Finanças. São presos os dirigentes, torturados pela PJ do Porto e
condenados, no nomeado “caso PRP”
(site com “textos verídicos”
intercalados de “falsidades”, segundo queixa
na Procuradoria-Geral da República). Na cadeia de Custóias, sexta-feira, 19 de
junho de 1981, pelas zero horas, encetam uma luta, uma greve de fome, primeiro
Carlos Antunes, dez dias depois Rodarte de Almeida, pela aplicação da Lei da Amnistia.
Explica o primeiro: “queremos que a Lei da Amnistia nos seja aplicada. Vera
Lagoa beneficiou dela. Os separatistas – os quais mesmo em termos burgueses não
são patriotas… – também beneficiaram. Nós, que o somos, porque é que não havemos
de beneficiar?”. “Carlos Antunes alimentado há treze dias por 3,5 litros de água
diários e por não sabe quantos maços de SG Gigante, com duas úlceras, uma no
estômago, outra no duodeno, de pijama e roupão, ar exausto, mas olhos e
espírito sempre alerta” é entrevistado no hospital-prisão de Caxias: “nunca
pensei que a morte fosse o fim do combate”. “Se cair em coma, não quero
assistência”, o ministro da Justiça, que tinha dificuldade em pronunciar-lhe o
nome, arrematava-lhe com “deontologia médica e da filosofia em geral do
Direito” [7]. “O ministro quer-me alimentar à
força. Não tem mentalidade cristã, já que não deixa as pessoas viver em paz,
nem as deixa, pelo menos, morrer em paz e de acordo com os seus desejos”. Quinta-feira,
2 de julho, o presidente da República, general Ramalho Eanes, recebe os filhos
de Carlos Antunes, Cristina, 22 anos, Paulo, 21, vindos de Paris para “ajudar a
salvar a vida do pai”. Segunda-feira, 6 de julho, Augusto Abelaira escreve no
Diário de Lisboa: “se reconhecidamente aqueles que têm por função vigiar pelo
cumprimento das leis verificarem que elas, numa dada situação, conduzem ao
absurdo, e à morte, o dever deles é infringir a lei. Infringi-la em nome da
humanidade, em nome duma lei mais alta”. Sexta-feira dia 10, Carlos Antunes,
internado no hospital Santa Maria, interrompe a greve de fome “na sequência do
compromisso formal de trinta e um deputados da AD (Aliança Democrática) e da
FRS (Frente Republicana e Socialista) em apresentarem em outubro na Assembleia da República
um projeto de Lei da Amnistia, anunciava Francisco Sousa Tavares, que ‘punha
definitivamente uma pedra sobre os crimes com o fim exclusivamente político’”. Terça-feira,
14, “a eventual libertação dos principais detidos do PRP – Isabel do Carmo,
Carlos Antunes e Fernanda Fráguas – deverá ser decidida pelo 3º Juízo Criminal
de Lisboa e não poderá ocorrer num prazo inferior a oito dias – prazo mínimo
para que o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, que anulou o julgamento,
transite em julgado”.
Terça-feira,
4 de agosto, Régis Debray, conselheiro para os assuntos de política externa do
presidente François Mitterrand, numa missão oficial a África, faz escala em
Lisboa [8]. Quarta-feira, 12, o consumidor
português deliciava a boca, “o arroz não vai faltar mas é mais caro”, o Governo
autoriza a compra de 25 mil toneladas à firma COTRA, SA (empresa europeia): 12
500 toneladas de arroz carolino de origem brasileira, da colheita de 1981, mais
5 500 toneladas de origem uruguaia e 7 000 toneladas argentinas. “A opção pelo
arroz carolino de melhor qualidade, mas também mais caro, insere-se na
percentagem de importação anual. (…). As necessidades ao nível do mercado,
revelaram fontes da EPAC (Empresa Pública de Abastecimento e Cereais), fazem-se
sentir na intensa procura deste tipo de arroz, dada a baixa qualidade da
variedade gigante que no entanto é mais acessível à já depauperada bolsa do
consumidor português”. Quarta-feira, 19, Freitas do Amaral, metaforiza
gastronomicamente. Ele prometera, antes da morte de Sá Carneiro, não participar
em nenhum Governo ,
enquanto Ramalho Eanes fosse presidente da República. Como Eanes foi reeleito,
a promessa cozeu à pressão, com a proposta do PSD para vice-primeiro-ministro
do VIII Governo Constitucional. Apruma ele a gravata azul-escuro, aperta o
casaco cinzento para marinar, se sim ou sopas, se não estão os dois convivas,
CDS e PSD, a olhar para o prato um do outro: “tudo tem o seu tempo próprio.
Permito-me até lembrar uma velha frase do chanceler Bismarck que dizia que ‘a alcachofra
deve ser comida folha a folha’”. Nas férias estivais de “O passeio dos alegres” (15
fevereiro, 1981 – 26 junho, 1982) na TV, os políticos, as suas tricas e
papagueados, revezavam o “Baixinho” (Jacob, o famoso papagaio, popular figura
no programa). Quarta-feira, 26, o país arde, “cinquenta mil hectares e um
prejuízo estimado em 600 milhões de escudos parecem não impressionar
sobremaneira o poder político, profundamente empenhado na resolução de uma
‘crise’ política que a opinião pública já praticamente desistiu de
compreender”, e o bombeiro de serviço corta-fogo: “o Banco Mundial tem
preparado um plano de reflorestação de 150 mil hectares no nosso país,
realizável em cinco anos".
Terça-feira, 15 de setembro, “Programa? Governo põe FMI dispõe”, na apresentação do programa do VIII Governo no Parlamento “o primeiro-ministro, em compasso de espera do FMI, falaria, sobre o ‘consenso’ possível em cinco grandes áreas, na revisão constitucional com o PS. Falou muito, demasiado em ‘parasitas’, trabalhadores que não trabalham, numa linguagem habitualmente pouco ‘expressa’em Pinto Balsemão. E
tudo para justificar a próxima revisão da Lei Laboral, com a liberalização dos
despedimentos”. E quando os políticos mal navegam, antes como agora, desfraldam
o glorioso livro de História, Balsemão finaliza o discurso: “temos uma
identidade nacional feita de muitos séculos de História, caldeada no sangue
anónimo de todo o povo e nas gestas heróicas de chefes militares e religiosos,
de pioneiros de descobertas, de desbravadores de novas latitudes e longitudes,
de criadores de novas pátrias. As pátrias são como os rijos troncos de árvore,
cujas raízes mergulham na imensidade de um passado coletivo de vitórias e de
revezes, e que emprestam vinco renovado às gerações que se sucedem no tempo,
confrontadas com novos desafios, com diferentes sagas, com inesperadas
odisseias”. Nos anos 80, as gerações fornejavam-se na Brandoa, solo de úbere mulher,
sobretudo as frequentadoras da catequese, pelos 16 anos, emprenhavam. Terça-feira,
29, “como vai o Ensino Primário em Portugal. Na Brandoa
há 600 alunos para cinco salas de aula. Segundo o Sindicato dos Professores da
Grande Lisboa faltam 15 mil salas em todo o país”. A orientação desenrascanço do
ministério da Educação e Universidades “é a de se encaminhar os alunos que não
tenham lugar na escola que lhes coube para outros estabelecimentos da mesma
área que tenham salas devolutas”, e de dispor 1,1 metros quadrados
a cada aluno. “Outra solução do ministério de Vítor Crespo é, nas escolas com
carência de instalações, aumentar o número de alunos por turma em salas de aula
de dimensão superior a 35 metros
quadrados até ao máximo de 36 alunos da segunda fase e
de 32 da primeira, ou de ambas as fases, sempre que as condições da sala o
permitam”.
Terça-feira, 15 de setembro, “Programa? Governo põe FMI dispõe”, na apresentação do programa do VIII Governo no Parlamento “o primeiro-ministro, em compasso de espera do FMI, falaria, sobre o ‘consenso’ possível em cinco grandes áreas, na revisão constitucional com o PS. Falou muito, demasiado em ‘parasitas’, trabalhadores que não trabalham, numa linguagem habitualmente pouco ‘expressa’
Terça-feira,
13 de outubro, “Jorge Jardim refaz fortuna no Gabão. Ator de primeiro plano na
agonia do mundo branco em África, pelo qual combateu, Jorge Pereira Jardim, que
foi homem forte em Moçambique, refaz fortuna no Gabão. Agora, na casa dos 60
anos, leva uma pacata vida burguesa em Libreville onde dirige uma empresa de
grandes negócios, o Interbanque. (…). De camisa de seda e caqui com as suas
iniciais bordadas, anel e pulseira de oiro, discretos, rugas aristocráticas,
magro, uns sessenta anos jovens, tem gestos largos mas requintados. (…). Com os
seus cabelos castanhos, ondulados, brilhantinados, cuidadosamente penteados
para trás” foi entrevistado pelo Le Monde, esfumaçando Benson and Benson,
bebendo whisky e café forte: “se um dia Moçambique se tornar democrático,
regresso imediatamente”. “Depois de ter deixado Moçambique com os seus doze
filhos, todos os seus bens lhe foram confiscados, e, tendo de refazer a vida,
reduziu algumas das suas atividades financeiras: ‘vendi o meu avião e parti do
zero porque todos os meus bens, até os cães, tinham sido postos sob
sequestro’”. Jardim “incarnava, sozinho, a alta sociedade da Beira, de que era
a locomotiva. Banqueiro, homem de negócios, ocupava-se então muito ativamente
de tudo o que dizia respeito ao petróleo. Ligado ao grupo financeiro português
Champalimaud, tinha interesses ou participações nos seguros, na corretagem
marítima, nas farinhas, nas indústrias agro-alimentares, nos adubos, nas obras
públicas, nos transportes aéreos, na importação e exportação… Indiretamente
associado ao banco Pinto e Sotto Mayor, controlava praticamente toda a imprensa
local quotidiana, semanal e periódica: ‘isso e a minha herdade do norte eram os
hobbies que tinha para gastar
dinheiro’”. Sexta-feira, 30, “degradação crescente na situação económica”. O
Banco de Portugal “fala abertamente de degradação – designadamente na balança
de pagamentos, refere-se à ‘recessão’ por parte de países com os quais Lisboa
habitualmente contava, e aponta para ‘a perda de dinamismo do afluxo das
remessas de emigrantes, ao que haverá de ajuntar a aceleração do processo
inflacionista e o abrandamento do ritmo de crescimento do investimento’. (…).
E, falando de perspetivas, o estudo diz claramente que se ‘desenhou um contexto
adverso à contenção do desequilíbrio externo da economia portuguesa, não
havendo sinais de que aquele se esbata rapidamente’”. Álvaro Cunhal,
secretário-geral do PCP: “no setor económico, caminha-se para o desastre
completo, e a situação social agrava-se de dia para dia”. Mário Soares, para
quem a economia é uma batata, apenas fuça brechas para poleiro: “há um certo
nervosismo na sociedade portuguesa”.
Quarta-feira,
4 de novembro, “anunciado por João Salgueiro, dívida pública atingiu 600 milhões
de contos, só de juros vão ser pagos 95 milhões num ano”. O ministro das
Finanças e do Plano “esteve reunido com os deputados da Aliança Democrática,
preparando-os para o choque que o Orçamento Geral do Estado vai constituir e
numa tentativa de evitar dissidências no seio do Governo com os cortes
orçamentais que vão ser impostos a vários ministérios. (…). João Salgueiro terá
garantido aos deputados que o Governo não tenciona aumentar a carga fiscal no OGE/82”.
Sábado, 7, o FMI está em Lisboa para renegociar a Carta de Intenções. “Encontra-se
neste momento em Lisboa, uma delegação do FMI que veio a Portugal renegociar a
‘carta de intenções’ relativa a um empréstimo de 1,3 mil milhões de dólares,
pedido pelo primeiro Governo de Pinto Balsemão” [9].
“As grandes opções do plano 1981-84, adotadas durante a vigência do anterior
Governo (de Sá Carneiro), apontavam para um crescimento do PIB de 4,8% e para
um défice de 1,5 mil milhões de dólares na Balança de Transações Correntes. Por
razões relacionadas, segundo Morais Leitão, com as difíceis condições
climatéricas, com a revalorização de 20% do dólar americano, e com as elevadas
taxas de juro nos mercados internacionais, o primeiro Governo Balsemão viu-se
obrigado a corrigir alguns desses números. No fim de outubro, Cavaco Silva,
diretor do Gabinete de Estudos do Banco de Portugal, tornou públicas
estimativas que indicavam um défice de dois mil milhões de dólares na Balança
de Transações Correntes para este ano e uma taxa de inflação de 20%”. No OGE
para 1982, menos 11 milhões de contos para os Assuntos Sociais, “em
contrapartida, o OGE atribuirá quase 14 milhões para pagamento de indemnizações,
dos quais se destacam cerca de 10 milhões a conceder aos grandes acionistas e
latifundiários”.
O
“Sabadabadu” estreia
dia 7 de novembro de 1981. Este país é um colosso, está tudo grosso! está tudo grosso! Terça-feira, 17,
“por um lugar atrás do balcão. Têm entre 16 e 19 anos. Aguardavam esta manhã,
em longa bicha, uma entrevista na tentativa de arranjar emprego. Respondiam a
um anúncio. Não manifestavam grande esperança. Outros empregos? ‘Já fui
empregada de balcão e relações públicas mas tive de sair. Terminou o contrato a
prazo’. Outras procuram o primeiro emprego. Ordenado? Não sabe. ‘Pagaremos
segundo a idade e a categoria abrangidas pelo contrato’, refere o gerente”. Sexta-feira,
27, “mais taxas e mais impostos – entre os quais avultam dois mil escudos por
cada saída ao estrangeiro, por via aérea ou marítima, e novo aumento do preço
do tabaco. (…). A transformação da taxa de radiodifusão em imposto de 720
escudos”. “A proposta de Orçamento Geral do Estado para o ano de 1982 foi ontem
entregue na Assembleia
da República prevendo um défice das contas públicas na ordem
dos 150,7 milhões de contos, o que eleva a dívida do Estado português para 750
milhões. O défice será coberto por recurso ao crédito interno e externo. Em
empréstimos externos o Governo conta recolher 35 milhões de contos e em empréstimos
internos 152,7 milhões provenientes de obrigações do Tesouro, certificados de
aforo e obrigações a colocar no sistema bancário. (…). Só em juros de
amortização da dívida os portugueses vão pagar no próximo ano quase 100 milhões
de contos, ou seja, cerca de um quinto de todas as receitas fiscais arrecadadas
pelo Estado".
Sábado, 19 de dezembro, "a Assembleia da República fechou as suas portas às cinco horas da madrugada de hoje, com a aprovação, na especialidade, do Orçamento, devendo reabrir, apenas, a 5 de janeiro para a maratona da revisão constitucional. (…). O Parlamento eliminou, da proposta governamental, o imposto de radiodifusão e a taxa sobre saídas ao estrangeiro, nomeadamente sobre os bilhetes de transporte aéreo. Para compensar esta perda de receitas, que João Salgueiro previa vir a recolher, foi agravado o imposto sobre o tabaco (que passou dos 15% da proposta para 20%) e aumentado o imposto de selo sobre os bilhetes de transporte”. Quarta-feira, 23, “para a consoada deste ano há bacalhau mas faltam as batatas”. “’Batata existe’ – diz um retalhista. ‘Só que a gente chega ao mercado e os batateiros querem vendê-la a preço superior ao da tabela e sem passarem as faturas’”. “O preço da batata foi aumentado há cerca de dois meses, tendo então sido estabelecida uma maior margem de comercialização para armazenistas e retalhistas. De acordo com esta tabela, a batata deveria ser paga ao produtor, neste momento, a 12$60 o quilo. A verdade, porém, é que em Trás-os-Montes, a concorrência entre os intermediários já levou a que esse preço subisse aos 14 escudos, inviabilizando, portanto, o preço de 16 escudos que a portaria governamental fixou para a venda ao público”.
Sábado, 19 de dezembro, "a Assembleia da República fechou as suas portas às cinco horas da madrugada de hoje, com a aprovação, na especialidade, do Orçamento, devendo reabrir, apenas, a 5 de janeiro para a maratona da revisão constitucional. (…). O Parlamento eliminou, da proposta governamental, o imposto de radiodifusão e a taxa sobre saídas ao estrangeiro, nomeadamente sobre os bilhetes de transporte aéreo. Para compensar esta perda de receitas, que João Salgueiro previa vir a recolher, foi agravado o imposto sobre o tabaco (que passou dos 15% da proposta para 20%) e aumentado o imposto de selo sobre os bilhetes de transporte”. Quarta-feira, 23, “para a consoada deste ano há bacalhau mas faltam as batatas”. “’Batata existe’ – diz um retalhista. ‘Só que a gente chega ao mercado e os batateiros querem vendê-la a preço superior ao da tabela e sem passarem as faturas’”. “O preço da batata foi aumentado há cerca de dois meses, tendo então sido estabelecida uma maior margem de comercialização para armazenistas e retalhistas. De acordo com esta tabela, a batata deveria ser paga ao produtor, neste momento, a 12$60 o quilo. A verdade, porém, é que em Trás-os-Montes, a concorrência entre os intermediários já levou a que esse preço subisse aos 14 escudos, inviabilizando, portanto, o preço de 16 escudos que a portaria governamental fixou para a venda ao público”.
No
mês de dezembro de 1981, dos Xutos & Pontapés, sai “Sémen”: “Semente dum
corpo que sai / Do corpo da gente / Velha disputa do sexo / Nunca é quem se
espera / Terá isso nexo / Será menino ou menina / Ao pai pouco importa / É mais
um anexo”. De Manoel de Oliveira, dia 3, sai “Francisca” “a história de
uma paixão funesta”. Da televisão, na abertura, às 16:00 horas, aos sábados,
sai viagens pelo “Cosmos”,
estreadas dia 7 de outubro, uma série de Carl Sagan, com música de Vangelis.
Neste ano, os adolescentes portugueses entram no furor aeróbico da década de 80
através da dança jazz.
_________________________________
[1] Para um pacato professor
de Finanças, Portugal, “no auge da loucura política e económica”, assemelhava-se
à cidade de Sonora. Onde os “gatos go loco en la cabeza”, e esgotam a lotação
da El Casa Del Gato rest home for
neurotic cats, durante as férias de Speedy Gonzales, o
pequeno e carismático roedor – em “Daffy Rents”.
[2] No futuro (2012) será uma
tocha condutora de homens. Cavaco Silva na aldeia olímpica portuguesa em
Londres: “eu sei que… nos momentos que antecedem a participação nas provas se
vivem… alguma ansiedade. Sei isso por experiência própria, quando participava
nas minhas provas de atletismo, mas encontro os nossos atletas bem dispostos …
eles, pelo contrário, acho que vão atuar por forma a dar ânimo! aos portugueses
num tempo que é difícil para todos e, nós gostaríamos que pudesse traduzir
nalguns resultados destacados”.
[3] Basílio Horta, ministro
do Comércio e Turismo, no VI Governo Constitucional; diálogo com jornalista:
“quando é que os portugueses podem voltar a passar férias no Algarve?”, Basílio
H: “quais eram os portugueses que passavam férias no Algarve e agora não
passam?”, J: “aqueles que não podem pagar 100 escudos por uma bica, sr.
ministro”, Basílio H: “ora bem, olhe, eu quero dizer que, aqueles que hoje não
podem pagar 100 escudos por uma bica, e não são muitos sítios que é 100
escudos, que a bica custa 100 escudos, eram aqueles que eventualmente, há bem
pouco tempo, não é? talvez não pudessem comprar carne, não pudessem comprar
peixe, e viviam, e ainda há muitos deles, vivem em condições muito difíceis. O
problema que se nos coloca é tentar equilibrar a necessidade de receitas
turísticas e divisas estrangeiras para equilibrar a nossa balança de
pagamentos, com um direito fundamental dos cidadãos que é o seu direito a
férias. Posso no entanto dizer que neste momento, fora da época alta, o Algarve
é uma região acessível, fora da época alta se se conseguir um sistema, e para
isso temos de contar com a colaboração das instituições hoteleiras, das agências
de viagens, de forma a rentabilizar as unidades existentes fora dos meses de
verão, suponho que já será possível mais portugueses passarem férias no
Algarve”.
[4] Representante da esquerda
a jacto, 1ª classe, palácios, hotéis de luxo, lordismo republicano, Mário
Soares relata às câmaras da RTP uma comovedora visita à China em 1980: “a minha
visita na China foi de facto uma visita muito variada, porque tive a
oportunidade de ver bastante o país e de con, e de contactar com as grandes
realizações que se estão a fazer de facto naquele grande país. Posso dizer que
me surpreendeu o estilo de vida dos chineses e que me surpreendeu
favoravelmente a liberdade com que se nos dirigem, com que atuam e estão, e
sobretudo o esforço extraordinário de desenvolvimento que está a ser feito. De
facto é de toda a evidência para quem atravessa a China, que por toda a parte
as pessoas conseguiram aquele mínimo vital que é necessário para viver em
condições de decência e dignidade, coisa que não existia naturalmente antes da
Revolução, e que é uma grande conquista da Revolução Chinesa. Também depois de
ter percorrido várias cidades, como sabe, e ter utilizado vários meios de
transporte e ter estado em Xangai e Cantão entrei por terra, portanto numa
viagem de automóvel, em Macau, onde tive a ocasião de encontrar as duas
comunidades, a comunidade chinesa e a comunidade portuguesa, que vivem de uma maneira
harmónica e com uma grande confiança em relação ao futuro, visto que o
melhoramento das relações e a cooperação que existe hoje, real, não só no plano
político, mas também no plano cultural e das relações diplomáticas e até
comercial, entre a China e Portugal naturalmente tem repercussões muito
favoráveis relativamente a Macau. É esse, aliás, o pensamento do governador,
general Melo Egídio, com quem tive longas conversas e que me pareceu uma pessoa
com uma grande visão da situação de Macau e das perspetivas que se põe ao
desenvolvimento de Macau”. – Mário Soares regressou no “comboio da liberdade”, em
1974, dos hotéis de luxo em Paris, onde se exilara do Governo de Salazar, para
viver em Portugal do erário português. Em Washington, em 18 de outubro de 1974,
Henry Kissinger enfurecia-se que Portugal, um país da NATO, galgava para o
comunismo. Mário Soares protesta que não. Kissinger profetiza-o como o Kerensky
português. Soares geme: “mas eu não quero ser Kerensky” (primeiro-ministro do
Governo Provisório russo, após a abdicação do czar Nicolau II, derrubado depois
na Revolução de Outubro de 1917). Kissinger corta-lhe o pio: “nem Kerensky
haveria de querer”. No final desse mês sai a sorte grande a Mário Soares.
Kissinger envia a Lisboa Alan Lukens, diretor da secção dos Assuntos Ibéricos,
que no seu relatório defende que é possível travar o comunismo em Portugal
apoiando economicamente o Partido Socialista e o confiável Mário Soares. Kissinger
substitui o embaixador Stuart Nash Scott, um moderado, por Frank Carlucci, um
duro experiente em situações revolucionárias, que canalizará dinheiro americano
para a compra de sedes do PS e a sua implantação o país. Soares agradece
metendo o socialismo na gaveta nas suas trapalhadas como primeiro-ministro,
apesar disso, o povo gostou e bisou-o na Presidência da República
(1986-1996). Foi um bom presidente. Fundou a Emaudio.
Rui Mateus, em “Contos proibidos”: “no dia 17 de fevereiro encontrar-me-ia,
como combinado, em casa de Mário Soares onde Ivanka Corti era convidada para o
almoço. Ali, embora ainda sob a emoção da vitória, Soares explicaria que tinha
ideia de aproveitar os recursos de algumas fundações partidárias que lhe eram
afetas, para participar na tão falada privatização dos meios de comunicação
social e abertura da TV ao sector privado. Queria primeiro estudar melhor o
assunto, mas desde logo pediria à convidada italiana que transmitisse um
convite seu a Silvio Berlusconi para vir a Portugal. Este não perderia tempo e
chegaria pouco tempo depois a Lisboa, no seu avião pessoal acompanhado de Ivanka
Corti. (…). Entretanto em Lisboa, no dia 18 de março de 1987, tinha sido
constituída na avenida António Augusto de Aguiar, na sede da Fundação de
Relações Internacionais, a Emaudio, S.A., Sociedade de Empreendimentos Áudio
Visuais para ir ao encontro dos acordos que estávamos em vias de concretizar
com a News International de Rupert Murdoch”. O presidente Soares viajou 922 809 km , equivalente
a 22 voltas ao mundo, visitando 57 países, 24 vezes a Espanha e 21 vezes a França.
Contribuindo para a História nacional com um único facto: montar
um tartaruga, na sua viagem de 24-28 de novembro de 1995 às ilhas
Sheychelles. Finda a comissão presidencial continuou a servir o país com um subsídio
de 500 mil contos do Governo de Guterres para a criação de uma biblioteca,
auditório e arquivo num prédio cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, onde seu
filho, João Soares, era presidente.
[5] Hoje reformado com 351
000 euros / ano e ainda útil como cadeira-homem (“chairman”) na Fundação
Gulbenkian. Em 1978 tinha o sonho de ser banqueiro. Fora oficial da marinha,
professor universitário, diretor bancário, secretário de Estado do Tesouro,
vice-governador do Banco de Portugal e, sobretudo, fundador do PPD/PSD. Esta
fundação, refundava-lhe favores do poder político, Cavaco Silva, Francisco Balsemão,
Sousa Franco, Morais Leitão, para que alterassem a legislação de 1975, do pacto
MFA/Partidos, que estabelecia o princípio da irreversibilidade das
nacionalizações. 98% da banca fora nacionalizada pelo decreto-lei nº
132-A/75 de 14 de março, só três bancos estrangeiros escaparam, a inexistência
de mercado de capitais, só o Estado emitia obrigações, cortava o sonho de
Santos Silva de bancar o banqueiro. Cavaco Silva, em 1980, por duas vezes lhe vagiu
que abrir a banca à iniciativa privada “era um dossier muito sensível”. Até que
a lei da delimitação dos setores público e privado, alterada por Cavaco Silva,
abre uma luz para a sua Sociedade Portuguesa de Investimento (SPI). Pinto Balsemão,
já primeiro-ministro, dirá sobre privatizar bancos: “dependerá bastante da
regulamentação que, quando venha a ser promulgada a lei dos setores, que
delimita os setores produtivos, da legislação complementar que regulamentará
por parte do Governo a possibilidade de bancos privados, essa regulamentação
vai ser uma regulamentação muito cuidada, porque nós, ao contrário do que temos
vindo a ser acusados, não pretendemos de maneira nenhuma entregar este país
a banqueiros, o Governo é o Governo, isto explica muito”. Em 1981, Morais
Leitão, ministro das Finanças do VII Governo Constitucional, do
primeiro-ministro Pinto Balsemão, (o ministro das Finanças do VIII Governo, também
de Balsemão, será… João Salgueiro) amanteiga o quadro legal permitindo a
constituição formal da SPI. No projeto SPI, em 1979, embarcou a fina-flor
empresarial do norte, empreendedora de comprar Porsches e ter salários em
atraso, num total de 16 empresas: Têxtil Manuel Gonçalves, Riopele, RAR,
Quintas & Quintas, Corticeira Amorim, Coelima, Empresa Industrial de Santo
Tirso, Somelos, Sogrape, o grupo Rola, Auto-Sueco, o grupo Pinto de Azevedo… No
projeto SPI, os acionistas seriam empresas portuguesas assessoradas por know-how estrangeiro. Para tal, meteu-se
Santos Silva num avião e foi apresentar o projeto à Internacional Finance
Corporation (IFC), ligada ao Banco Mundial: “o empenhamento da IFC era vital,
já que a instituição dispunha de uma enorme experiência em situações similares
em países num estádio de desenvolvimento idêntico ao nosso, sem mercado de
capitais e um nível elevado de estatização da economia”. A IFC aplaudiu-o e
apresentou-o ao suíço UBS, o maior banco mundial de investimentos e aos
especialistas ingleses de capital de risco da 3i. O amigo Ernâni Lopes, colega
do curso de cadetes no Alfeite, embaixador em Bona, apresentou-lhe os alemães
da DEG. E um amigo do Crédit Lyonnais apresentou-lhe o diretor-geral da
instituição. Em 1985 a
SPI, como estava subentendido desde a sua legalização, transforma-se no Banco
Português de Investimento (BPI), o primeiro banco privado depois do 25 de
abril. – No início da década de 80,
a banquização de Portugal enrubesce, entrouxando elite
empresarial e poder político num gang que afogará a economia, falindo o Estado
em 2011. O Chase Manhattan Bank abre um escritório de representação em Portugal
em 1980, diz o seu encarregado português: “o Governo quando precisar de alguma
coisa, nós, eu estou cá em Lisboa precisamente para contactar com o Governo e
com todas as entidades, empresas públicas e privadas, e com os bancos
correspondentes”. O acionista do Chase, o 3º maior banco do mundo, David
Rockfeller, de 75 anos, da fortuna Standard Oil, presidente do ramo americano
da Comissão Trilateral, que quer controlar o mundo através das multinacionais, na
ocasião, visitou Lisboa. A portaria
nº 675/84 de 5 de setembro de 1984, assinada pelo primeiro-ministro Mário
Soares e pelo ministro das Finanças e do Plano Ernâni Lopes autoriza a abertura
da primeira sucursal do Chase Manhattan Bank.
[6] João Cravinho em 1980 concluía
num conclusivo colóquio sobre a adesão de Portugal à CEE: “a ideia é fundamentalmente
perceber que políticas industriais, que objetivos que, enfim, finalidades, se
podem dar a um esforço coletivo, no sentido de prosseguir uma via de
industrialização, que permita uma dupla tarefa: a inserção no mercado mundial,
portanto o aumento do comércio mundial, mas também com o objetivo de melhorar o
nível de vida das populações. Aliás, este último aspeto é que é o fundamental.
(…). O alargamento da Comunidade de modo a incluir Portugal, a Espanha e a Grécia
vem introduzir profundas alterações no padrão de comportamento da CEE, não só
dentro da própria Comunidade, como nas suas relações com outros países.
Portugal, a Espanha e a Grécia são países semi-industrializados e, naturalmente,
há quem receie que a integração destes países na Comunidade Europeia possa
alterar, possa dificultar, o acesso ao mercado da Comunidade de produtos
industriais que são produzidos fora desta área, não é? portanto, esse foi um ponto
que foi muito discutido e, enfim, não se chegou a uma conclusão definitiva. Apontaram-se
razões que levam a considerar este receio não fundado, como se apontaram razões
que levam a pensar que em alguns casos assim sucederá”.
[7] Menezes Pimentel,
ministro da Justiça: “se o Carlos Antunes, refiro agora o nome dele, se
recusar, como se recusou ao tratamento, é evidente que nós não temos, nós,
administração penitenciária ou prisional, não tem qualquer possibilidade de o
obrigar. Se o Carlos Antunes, contra a minha expetativa, e entrar em fase de
inconsciência, será um problema que se terá então de resolver dentro da
deontologia médica e da filosofia em geral do Direito”.
[8] Régis Debray é um caso de
sucesso do sistema prisional. Em abril de 1967, desloca-se à Bolívia, como
correspondente do semanário mexicano Sucessos e da editora Maspero, para
transmitir informações sobre as frentes de guerrilha. É preso, acusado de
colaboração com os guerrilheiros e condenado a 30 anos. É libertado em 1970. Debray
apancado de marxista, será um homem recuperado, útil à sociedade, um leitor do
tempo, um homem realista, de ir à costureira avessar a casaca. No seu livro
“Depoimento dum preso político”: “o tempo político move-se mais depressa nos
períodos de crise e estagna nos de regressão: aprendemos mais numa semana de revolução
do que em dez anos de status quo, e assim sucessivamente. Mas se
encararmos o tempo em termos do que é ou não do momento, como a adaptação de
uma linha política à situação, veremos essa adaptação como consistindo na
escolha do objetivo apropriado. A ciência dos objetivos é a ciência do que é
relevante para o momento; o que ainda ontem era acertado tornou-se
absolutamente errado hoje: reconhecer o que há de diferente no dia de hoje, em
que aspeto hoje é igual a ontem, equivale a descobrir o que existe de especial
no momento atual, identificar as caraterísticas únicas e distintas desse
momento”.
[9] Uma regra de ouro está em
falta na Constituição Portuguesa: a obrigatoriedade da vinda dos técnicos do
FMI de 5 em 5 anos verificar as contas do Estado. Foi esta falha que permitiu a
fuga de António Guterres, em vez de chamar o FMI, e a falência do Estado em
2011. Em 1981, Pinto Balsemão explica que o FMI é uma necessidade intrínseca da
governação nacional: “a Carta de Intenções não é uma imposição do exterior aos
portugueses. É antes uma opção feita por nós, por razões internas para
beneficiar de créditos em boas condições”. Confirmada na televisão em 2012 pelo
mais alto político da nação, Marques
Mendes: “quem vai assessorar o Governo na elaboração do estudo para a
reforma do Estado vão ser técnicos do FMI”. “Já chegaram esta semana a
Portugal, já cá estão, já reuniram com os ministérios da Administração Interna
e da Defesa e vão ser a assessoria técnica especializada no estudo e na
definição do esqueleto e das medidas desta reforma”. Um corte de 4 mil milhões
de euros na despesa do Estado, engordado por quatro décadas de má governação, repartidos:
500 milhões na Justiça, Defesa e Segurança; 3 500 milhões na Segurança Social,
Saúde e Educação. “Isto significa uma redução de funcionários públicos da
grandeza de dezenas de milhar”.
na
sala de cinema
“Desperately Seeking Susan” (1985), o melhor
filme da década de 80; na banda sonora: “Into The Groove”: “Only when I'm
dancing can I feel this free / At night I lock the doors where no one else can
see / I'm tired of dancing here all by myself / Tonight I wanna dance with
someone else // Get into the groove / Boy, you've got to prove / Your love to
me, yeah / Get up on your feet / Yeah, step to the beat / Boy, what will it
be?”. No elenco vários músicos: John Lurie dos Lounge Lizards, Richard Hell, Arto Lindsay
dos DNA, Richard Edson
baterista dos Sonic Youth,
Ann Magnuson dos Bongwater,
Annie Golden dos Shirts.
Uma história citadina plausível: “uma
entediada dona de casa suburbana, à procura de aventura na sua vida, é atingida
acidentalmente na cabeça, desperta com amnésia e confundida com uma boémia de espírito
livre nova-iorquina chamada Susan (Madonna)” [1].
Diálogos corriqueiros quotidianos: Roberta (Rosana Arquette): “Gary, lembras-te
dos teus sonhos?”, Gary (Mark Blum): “não sei, nunca pensei nisso”. A moça dos
cigarros no Magic Club (Ann Magnuson), no tabuleiro tem maços de Lucky Strike:
“meu Deus, pensámos que morreste!”, Susan: “não. Estive em New Jersey ”. Gary:
“que trazes vestido?”, Roberta: “um casaco, era do Jimi Hendrix”, Gary:
“compraste um casaco usado? Agora somos pobres? Que se passa?”. O taxista
(Rockets Redglare): “toda a vida vivi em Nova Iorque. Tínhamos
restaurantes chineses, italianos… agora, temos estes restaurantes de sushi.
Todos querem sushi. Sushi… detesto. Se bem que experimentei há dias. Levei para
casa, cozinhei… nem era mau. Sabia a peixe”. Leslie (Laurie Metcalf): “deves
orgulhar-te de andares enrolado com a Becky Shuman”, Gary: “não sabia que
sabias. E não andamos enrolados. Temos um caso perfeitamente respeitável!”. Roberta:
“Dez, não sou a Susan. Sou uma dona de casa e vivo em Fort Lee , New Jersey. Sou
casada há quatro anos. O meu marido, o Gary… vende banheiros e saunas”. Gary:
“a Leslie disse-me que muitas prostitutas são lésbicas”, Roberta: “Gary, não
estás a ouvir-me. Não sou prostituta nem lésbica!”, Gary: “vamos arranjar um terapeuta.
O preço não importa”. Filme de baixo orçamento: “a Camel retirou o patrocínio
de 5 000 dólares por causa da cena onde Dez diz a Roberta que ela 'deveria
deixar de fumar'”, e altas roupas. Comédias
de sexploitation dos anos 80: “Private Lessons” (1981), “Philip ‘Philly’
Fillmore (Eric Brown) é o filho de 15 anos de um homem de negócios rico de
Albuquerque, que partiu da cidade numa prolongada viagem de verão, deixando o
jovem ao cuidado de Nicole Mallow (Sylvia
Kristel), uma voluptuosa governanta francesa, e Lester Lewis (Howard
Hesseman), o motorista da família. Philly enrabicha-se por Nicole. Quando ela o
apanha a espreitar para o seu quarto, diz-lhe para ele fechar a porta. Para
choque total de Philly, ela quer dizer para fechar a porta do lado de dentro e
vê-la a despir-se. Contudo, é demais para ele quando uma Nicole sem soutien lhe
pede que a toque nos seios. Quando ele protesta, ela recua e contrariando tira
a roupa interior. Philly entra em pânico e foge”. Filmagem
driblada por questões legais: “enquanto a maior parte do filme foi rodado em
Phoenix, Arizona, a produção teve de atravessar a fronteira para o Novo México,
para filmar as cenas de amor, porque a idade de consentimento no Arizona é de
18 anos e no Novo México é 16” .
“Fraternity Vacation” (1985), “um totó ganha
a amizade de dois dos seus colegas de fraternidade quando o seu pai lhes oferece
o apartamento, por uma semana, em Palm Springs , e também oferece à fraternidade uma
banheira de hidromassagem e jacuzi,
se eles ajudarem o filho a enganchar uma moça”. “Private Resort” (1985), “Jack (Johnny Depp)
e Ben (Rob Morrow), amigos adolescentes, que estão na caça sexual de raparigas
bonitas e ricas num resort chique de
Miami, onde são hospedes de fim-de-semana”. “Hot Times at Montclair High” (1989), “Sean
(Ross Hamilton) é um atleta popular que luta para manter as notas altas para
ficar na equipa da escola. A namorada de Sean, Jenny (Kim Valentine), luta com
a sua extrovertida amiga Susan (Leslie Owen) que a misturou na vida de drogas e
devassidão da banda rock local. Ziggy
(Johnathan Gorman) é um marrão finalista que tenta encontrar a mulher certa
para estar apesar da sua falta de aptidões sociais. Jason (Brent Jasmer) é um punk duro e mau rapaz residente que luta
para sobreviver e descarrega a sua agressividade nos outros para fugir da sua
abusiva vida em casa”.
__________________________________
[1] No início da década de 80,
uma desconhecida Madonna fez um teste vocal para a faixa dos Was (Not Was), “Shake Your
Head (Let's Go To Bed)”, do álbum de 1983 “Born To Laugh At Tornadoes”, com a
voz principal de Ozzy Osbourne. A etiqueta de Madonna, Sire Records, não
autorizou e ela foi excluída
na versão final.
Em 1992, o produtor de house music Steve
“Silk” Hurley regrava e remistura a faixa, com a ideia de usar as gravações
de Madonna e regravar a voz de Ozzy Osbourne. Madonna desta vez recusou a
autorização e foi substituída por Kim Basinger. No entanto,
a faixa com Madonna
emergiu em várias compilações. No século XXI, uma protetora da Cabala e das
criancinhas do Malawi. “I
Am Because We Are” (2012), filme escrito, produzido, narrado por Madonna e
realizado pelo seu antigo jardineiro Nathan Rissman: “o filme usa a sicofanta
celebridade de Harvard, Jeffrey Sachs, e um número de funcionários do governo
do Malawi e mistura-os com pessoal e filosofia da Cabala. Até Bill Clinton é atirado
lá para dentro. O resultado é que todas essas pessoas parecem implicitamente
patrocinar a Cabala. O que Madonna e Rissman convenientemente deixam de fora de
‘I Am’ é que SFK, uma filosofia adotada pelos malawianos no filme, significa
Spiruality For Kids, que é o currículo ensinado pelo Centro de Cabala Philip
Berg em Los Angeles. O
Centro de Cabala não tem nada a ver com o judaísmo. É um processo totalmente
original concebido por Berg e a esposa, Karen. Alguns podem dizer que é um
esquema de pirâmide. No mínimo, é um culto. (…). É um pouco chocante, depois de
ver toda a pobreza e doenças que lhes tem sido impostas, ouvir as crianças do
Malawi, em seguida, recitar a máxima da Cabala/SFK que eles próprios ‘são responsáveis
pelas suas escolhas’ e que ‘as suas ações podem influenciar positivamente a
qualidade das suas vidas’. É a moral do filme de Madonna: subam pelas vossas
próprias iniciativas?”. E tem uma filha que fuma.
no aparelho de televisão
Publicidade.
“Conan, um rapaz do futuro” (1978), estreou
na RTP 2 em 1982. Série de anime
produzida pela Nippon Animation, adaptada do livro de ficção científica “The
Incredible Tide” de Alexander Key. “A história começa em julho de 2008, durante
uma era em que a humanidade enfrenta a ameaça de extinção. Uma guerra
devastadora travada entre duas grandes nações com armas ultra-magnéticas, muito
mais poderosas do que qualquer coisa vista antes, traz o caos total e
destruição por todo o lado, resultando em vários terramotos e maremotos, a
Terra deslocada do seu eixo, a sua crosta abalada por enormes movimentos, e os
cinco continentes sendo completamente rasgados e afundando-se nas profundezas
do oceano. “Os
Estrumpfes” (1981-89), vivem na floresta em casas com forma
de cogumelo e a sua rotina diária é acautelar-se de Gargamel. “Nos arredores
da aldeia dos Estrumpfes, vive o feiticeiro e alquimista Gargamel e seu gato
Cruel. O feiticeiro persegue os Estrumpfes. Inicialmente, Gargamel queria
apenas comer os Estrumpfes, mais tarde descobriu uma fórmula para obter ouro
que precisava de Estrumpfes como ingrediente (no mínimo seis), mas depois de
repetidos falhanços, a simples possibilidade de vingança é motivação suficiente”.
Em 2011, a
Columbia TriStar Warner impôs aos povos subdesenvolvidos europeus, consumidores
de cultura americana, a renomeação dos engraçados bonecos para Smurfs, numa
americanização estandardizada do produto (original do belga Peyo). Excluíram da
ordem: a França e a Bélgica, Les Schtroumpfs; a Espanha, Los Pitufos; a Itália,
I Puffi. “Heathcliff
e Marmaduke” (1981), estreou na RTP em 1985. Personagens de
BD criados, Heathcliff, por George Gateley e Marmaduke por Brad Anderson: Heathcliff
era um gato com atitude, vivia com Iggy e os seus avós e infernizava a vida aos
cães locais, especialmente Spike; Marmaduke era um cão com sentimentos, viva
com a família Winslow, desastrado, só atraía problemas. “Lucky Luke” (1983), estreou na RTP em 1987.
O cowboy solitário, o cavalo Jolly
Jumper, o cão Rantanplan, percorrem o oeste salvando órfãos, viúvas, bancos,
criadores de carneiros.... Lucky Luke fumava de enrola e Morris, para entrar no
mercado americano, foi forçado a substituir o cigarro por uma palha, desistindo
da sua resposta de sempre: “o cigarro faz parte do perfil do personagem, como o
cachimbo de Popeye ou Maigret”. Terence Hill dirigiu e interpretou o filme “Lucky Luke” (1991). “Defensores da Terra” (1986-87), estreou na
RTP em 1988. Flash Gordon, o Fantasma, Mandrake e Lothar e os seus filhos,
Richard “Rick” Gordon (Flash Gordon), Jedda Walker (Fantasma), Kshin (filho
adoptivo de Mandrake) e Lothar “LJ” Junior (Lothar) defendem a Terra dos planos
do imperador Ming do planeta Mongo. “Denver,
o último dinossauro” (1988-89), estreou na RTP em 1989. Um
grupo multicultural de quatros adolescentes, praticantes de BMX, Jeremias,
Hugo, Mário e Chico, caem num terreno sobre um ovo de dinossauro, um Corythosaurus,
que eclode. Eles escondem-no na casa de Hugo para o proteger da cobiça do
promotor de concertos Morton Fizzback.
na aparelhagem stereo
Vidal
Sassoon (1928-2012), desde os anos 60 que revolucionava os penteados nas
cabeças femininas em muitos estilos: “asymmetrical bob”, “pixie cut”, “inverted
bob”, “five-point bob”, “box bob”, “quiff bob”, “long bob”, “acute angle”: “a
minha ideia era cortar forma no cabelo, para usá-lo como tecido e tirar tudo o
que era supérfluo”, inspirava-se ele na escola Bauhaus: “quando vi a
arquitetura, a estrutura dos edifícios que estavam a ser construídos no mundo,
vê-se um aspeto totalmente diferente, na forma”. “Vidal Sassoon: The Movie”
(2010): “Vidal Sassoon
é mais do que apenas um cabeleireiro, ele é uma estrela rock, um artista, um artesão que ‘mudou o mundo com um par de
tesouras’. Com os penteados geométricos inspirados na Bauhaus ele foi pioneiro
nos anos 60, e a sua filosofia ‘lavar e usar’ que libertou gerações de mulheres
da tirania do salão, Sassoon revolucionou a arte do penteado e deixou uma marca
indelével na cultura popular”.
Laura Kitty, historiadora de moda: “ele realmente conseguiu explorar a ideia de
anseio por produtos do mercado de massas para cabelo. Era como se você
estivesse a comprar um corte de cabelo no seu salão”, os seus produtos
entusiasmam até carecas como Andy
Warhol ▫ anúncio:
“obrigado, Vidal!” ▫ 1988
▫ anúncio,
Japão ▫ Carol Alt. “O seu champô
dois em um combinado e amaciador Wash & Go (lançado em
1986) ‘foi o produto de cabelo mais vendido nos anos 80, diz Sali Hughes,
colunista do Guardian”. Com o Wash & Go a revolução
aterrou nas cabeças masculinas, na zona capilar liberta os cabelos, 1 cm abaixo, no cérebro, desaferrolha
o desejo pela linha Vidal Sassoon: os homens também sassooning:
champô + hidratante + enxaguante (três frascos separados: Shampoo + Hair
Re-Moisturizer + Finishing Rinse). E as emaranhadas, baças, espigadas gadelhas
dos anos 60, a
trunfa, escoam-se no ralo do chuveiro e do duche reaparece um homem novo nos
anos 80, de belas melenas, tamanho, volume, brilho, soltura, muitos, para
esguedelharem no hard rock:
Mari Hamada ► “Xanadu” (1984) ► “Come and Go” (1986) ► “Nostalgia” (1990) ♫ Quiet Riot ► “Bang Your Head” (1984) ♫ Mötley Crüe ► “Home Sweet Home” (1985) ♫
Vow Wow ► “Rock Me Now” (1988) ♫ Ratt ► “Lay It Down” (1985) ♫ Cinderella ► “Shake Me” (1986) ♫ TNT ► “Everyone’s a Star” (1987)
♫ White Lion ► “Wait” ♫ Poison ► “Nothing But A Good Time”
(1988) ♫ Kix “Blow My Fuse” (1988) ♫ Skid Row ► “Youth Gone Wild” (1989) ► "I Remember You" (1989) ♫
XYL ► “Inside
Out” (1989) ♫ Warrant ► “Heaven”
(1989) ♫ Vain ► “Shouldn’t
Cry” (1989) ♫ Slaughter ► “Fly To The Angels” (1990)
♫ House of Lords ► “Can’t Find My Way Home”
(1990) ♫ Steelheart ► “She’s Gone” (1991) ♫ Shadow King ►
“Danger In The Dance Of
Love” (1991) ♫ Tyketto ► “Wings” (1991) ♫ 21 Guns ► “Knee Deep” (1992) ♫ Firehouse ► “Reach For
The Sky” (1992).
42 Comments:
At 11:22 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Isto do HTML tem cada birra, tive que excluir uma linha para que ele me aceitasse o post todo, ou ficava só pelos primeiros parágrafos, são os sábios sinais informáticos que sabem sempre mais do que nós. (Estava a ver que não conseguia publicar esta coisa e não consegui perceber o erro).
A grande revolução do hard rock nos anos 80 foi feita pelo Vidal Sassoon, os cabelos ficaram extraordinários.
At 12:48 da tarde, São said…
Se deitava as mãos à cabeça e queria emigrar, pois agora estamos bem pior...e como a economia europeia( talvez até a global) está muito mal, nem para fugir daqui dá!
Um abraço, com muita chuva
At 2:40 da tarde, Tétisq said…
"Disponibilizar 1,1 metro a cada aluno" não era uma má idei recuperar e fazer lei novamente...este ano estive 3 semanas a ter aulas num pequeno auditório da FLUC, abarrotado e com dezenas de alunos sentados no chão...a falta de dinheiro obrigou a juntar turmas e poupar um professr...
At 9:12 da tarde, Anónimo said…
Não sei se já te falei disto, mas a primeira vez que fui ao cinema foi para ver um filme do João Broncas, um amigo meu gostava muito do João Broncas e fomos todos à cidade ver. Não achei piada nenhuma ao filme, deve ser por isso que em toda a minha vida só fui mais 4 ou 5 vezes ao cinema.
At 11:06 da tarde, Anónimo said…
Carais, o comentário anterior dá-me mesmo uma sensação de deja vu, eu já fiz um comentário igual aqui. Não bebo mais sumol de ananâs.
At 10:00 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: ainda bem que Cavaco não emigrou, a cultura nacional perderia muito, é verdade que outro o substituiria tão bem ou melhor, nisso de dar coisas ao mundo, e de gerar dirigentes detrás da orelha, os portugueses são imbatíveis.
De facto choveu a potes, que chova tudo este ano, que a partir do ano que vem não há dinheiro para guarda chuvas, e estamos muito bem, Portugal tem que cortar nas prestações sociais 4 mil milhões, a Irlanda tem que corta 10 mil milhões em três anos, a Grécia também deve ser número chorudo.
Volto sempre à minha campanha eleitoral. Nas eleições autárquicas, devemos verificar quais os autarcas que criaram dívidas enormes nos municípios e votar neles, premiando-os, os prémios não devem ser só para os políticos peixe graúdo. Moita Flores vai concorrer em Oeiras, acho que ele fez boa dívida em Santarém, os eleitores nem deviam pensar, deviam ser unânimes no voto.
At 10:01 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Tétisq: é o engenho português a funcionar. Naquela altura, atafulhava-se as salas por excesso de crianças, e também por falta de dinheiro, agora as crianças são poucas e o dinheiro ainda menos. Para o ano que vem vão ter que poupar em dois professores, o melhor era dar as aulas numa praça. O campus universitário em Lisboa tem aquele belo relvado que daria para meter as turmas todas até ao Campo Grande.
At 10:01 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Il castello del sogno: não me parece que seja comentário repetido. Eu nunca o li e já nem me lembrava do João Broncas, é dos anos 80, vou já anotar para escrever sobre ele. Já escrevi sobre o Gelado de limão, num dos posts que tenho para aqui no computas. Quem me dera poder dizer que nunca entrei num cinema, seria uma declaração feita com muito orgulho, como o faço sobre o teatro (apesar de ter ido a 2 peças e ter visto outras dos bastidores, mas aí não é teatro é vida, e até se pode sair com uma atriz). Em tempos passava os dias nas salas de cinema, chegava a sair de uma e entrar noutra.
At 2:47 da tarde, São said…
Ah, sim ? Fez dívida? Então , está eleito! O PSD até diz que Menezes é o candidato ideal!!
Beijinhos
At 1:54 da tarde, José said…
A crise na Europa já era, Agora com o dinheiro do prémio que a Europa recebeu, dá para pagar as dívidas de todos os países endividados e ainda sobra algum para o Barroso. O grande obreiro desta Europa da desgraça, desde que ele foi aquela cimeira lá nos Açores, com o Bucho, Asnar, e Bler, parece que tomou redebul, ganhou asas e voou daqui para fora logo. E desde aí a Europa tem vindo sempre a dar passos para trás.
Um abraço,
José.
At 8:44 da tarde, Anónimo said…
Táxi, olha isto:
http://santa-nostalgia.blogspot.pt/2009/02/anos-70-programacao-rtp-ii.html
At 10:37 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: não percebi bem a história do Porto, querem juntar Gaia e Porto? parece que Gaia tem umas contitas para pagar, juntar as duas cidades dividiria a dívida por todos, tenho uma certa curiosidade em saber se os munícipes tripeiros aceitarão (devem aceitar, pois também por lá a grande responsável por isto é a Merkel).
Temos orçamento, o presidente herbívoro promulga, parece-me, com dúvidas. Isso pouco interessará, pois já todos perceberam no que aí vem. Tal como este ano, que governo e papagaios televisivos, vieram culpar o chumbo dos cortes dos subsídios pelo Tribunal Constitucional, pelo naplam fiscal de 2013 (mesmo sem cortes o naplam teria que ser lançado). No ano que vem veremos coisa semelhante. O orçamento no tribunal, se chumbado, daria muito jeito para culpar aquilo que todos já viram que vai suceder. O Governo fala no célebre corte de 4 mil milhões, toda a gente percebeu que as pensões vão levar um corte colossal – na Roménia, creio, foi de 65%, na Grécia não sei, mas não será pouco – 4 mil milhões é para rir, enganar tolos, não assustar o eleitorado, no fundo há eleições para vencer, por muito que elas se lixem. Pelas minhas contas o corte será de pelo menos 10 mil milhões.
Ainda não percebi como saímos disto sem moeda própria, nem metendo na cadeia todos os políticos responsáveis pela entrada numa moeda desadequada ao país (e que depois não souberam, nem poderiam saber, governar, pois o drama nacional é a incompetência, apesar da propaganda oficial de portugueses de sucesso no estrangeiro).
At 10:40 da manhã, Táxi Pluvioso said…
José: o Hollande na cerimónia de entrega do prémio veio dizer que a crise estava resolvida, é um grande político, fala e já está. A Europa não vai acabar nada bem. Aliás, Europa nunca existiu, o que existe são povos que não se toleram uns aos outros, e os dirigentes andam cheios de medinho que haja uma guerra, não falam noutra coisa. Ora, para não haver guerras, é fazer como a monarquia, casarem os filhos entre si para cimentarem alianças, não é dar tacho a Durão Barroso.
At 10:40 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Mariazita: tenho que dar uma saltada, nestes tempos o tempo não atempa tempos. Mas arranjarei um intervalo no tempo para visitar.
At 10:40 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Il castello del sogno: alguém se deu ao trabalho de postar a programação da RTP? Isso seria um centro de informação muito importante, só comecei a ver TV lá para os finais de 80, fui para um país sem tais caixas, e quando voltei a Lisboa, não era essa a minha prioridade, estava-me perfeitamente nas tintas. Não sabia do potencial cómico da classe política.
At 10:36 da tarde, São said…
Não querem juntar Porto e Gaia .Menezes é candidato ao Poro e a Gaia não sei quem é.
Quanto à tua análise só tenho a dizer que concordo totalmente.
mas receio que tudo isto acabe em conflito armadao, dado que o Nobel da Paz foi a título preventivo, naa melhor das hipóteses; ou a título póstumo , na pior.
Fica bem
At 3:15 da tarde, Rafeiro Perfumado said…
Sabes qual era a alcunha do Cavaco Silva na faculdade? O cão, por causa de se babar quando falava. Isso foi antes das aulas de dicção e de ter trocado o seu mini por um BMW.
At 4:02 da manhã, Loy said…
alo
que voce ainda tem o pratinhos!
bom saber
At 10:06 da tarde, tempus fugit à pressa said…
por trás é que se faz o camiño?
sei não isso de fazer caminho à canzana só victorinos d'austriA e salazares com cerejeira on top...
adepois dizem queram muito machões e era só gajas
a publicidade sei não e xanadu sem xanax?
vou nessa não é muito retro...
claro é por traz agente pecebe...
At 10:09 da tarde, tempus fugit à pressa said…
quanto ao vidal sasson sasssoon ou como ele se chama ou chamava é perfeitamente falso
as cabeleiras são produto das lacas e mousses da plastic age...
é tudo derivado di pitroil
e o tal vidal foi feito por uma destilaria por acaso?
At 7:30 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: há muito tempo que se fala em juntar as duas cidades, claro que isso significa menos tachos para distribuir entre os militantes de partidos, é possível que nunca suceda. Basta ver as freguesias, e nem é tacho por aí além, mas há sempre o prestígio, a ocupação do tempo livre, e o doce aos que estão mais abaixo na pirâmide partidária (nem todos podem chegar a ministro ou sequer deputado).
Li uma notícia muito gira: um em cada 4 sem-abrigo na Grécia tem título universitário. Tanto lá como cá, as universidades sempre serviram para formar burros, uns com sorte vão para os lugares quentes, os outros tapam-se com cartões.
At 7:31 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Rafeiro Perfumado: e devia ser um cãozinho bem ensinado, devia ir buscar os ossos todos.
At 7:31 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Loy: você tem andado desaparecida.
At 7:31 da manhã, Táxi Pluvioso said…
e o império das moscas desceu sobre nós...olá moscas: a posição normal lusa é de quatro patas, e sim, é verdade, mentem muito e dizem que é só gajas.
A meados da década de 80 os cabelos dos machos mudaram muito não sei se foi só laca ou outro produto natural ou artificial.
At 11:55 da manhã, Pedro said…
Feliz Natal, Táxi.
http://www.youtube.com/watch?v=5SQhGQI1b1Y
At 7:40 da tarde, José said…
Feliz dia 25 de Dezembro, e uma boa semana.
Abraço,
José.
At 2:52 da manhã, Paulo said…
FELIZ NATAL!!!
At 3:04 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Panurgo: epá! a Nana é o que toda a árvore de Natal precisa.
At 3:05 da manhã, Táxi Pluvioso said…
José: este ano ainda há dia 25, temos que aproveitar.
At 3:06 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Correia: terá que ser em duodécimos.
At 10:49 da manhã, Mariazita said…
Agradeço e retribuo votos de Feliz Natal.
Que o 2013 NOS seja mais favorável.
Beijinhos
At 11:00 da manhã, São said…
Parece que aqui , ontem foi noticiado, "centenas de sem-abrigo foram matar a fome ao Metro".
Passos e companhoa bem podem orgulhar-se de estarem a conseguir aquilo que quem lhe paga lhe oredenou: a destruição do país em todas as áreas!
Através do discurso sórdido que Passos - e já completamente despassarado -fez aos jotinhas e da resposta que deu no Parlamento, fiquei a saber que sou rica, privilegiada e não tenho direito à reforma que aufiro!
O mai grave é que , segundo a lógica da criatura"todos os ajustamentos são dolorosos" , e portanto as crianças também não têm direito a serem alimentadas convenientemente!
E é assim que Portugal caminha no rasto da Grécia...
Que o teu Natal tenha paz e que 2013 não seja a trag+edia que se adivinha, meu amigo!
At 12:40 da tarde, {anita} said…
Feliz Natal, Taxi! tudo de bom :)*
At 7:56 da tarde, xistosa, josé torres said…
Caríssimo
É tarde mas ainda não chegou o pai natal ou lá como se chama, porque a chama do presépio, o aquecimento natural, pelo burro e pela vaca, foi-se. Nunca existiram animais assim. Talvez pelo Vaticano venham a descobrir que afinal, não havia menino nenhum, porque numa manjedoura... só mesmo os nossos políticos.
Bem, espero que venha o duodécimo, ou será décimo premiado? Se for temos que jogar noutro qualquer país que não neste ou Espanha.
20% vão para os bolsos do Untuoso (Relvas) e sus muchachos já a partir de 1 de Janeiro. Não sou grande jogador, mas arrisco-me a que me saem, por exemplo "sem" milhões. Como o prémio é metade do arrecadado pela entidade organizadora, não chega..., neste caso ainda delapidam mais 20 milhões.
Com tantos milhões, vou tentar passar pelo estreito umas lascas, (de bacalhau, bem entendido), com o acompanhamento de circunstância.
Olhe, depois de tanta conversa, um BOM NATAL e um 2013 como o Passos Coelho anseia (um estado de subserviência para a subsistência.
Cumprimentos.
At 3:41 da manhã, oquemevierarealgana said…
... E fazem no por kk preço. Foram premonitórios, os uhf. Feliz natal p todos
At 7:24 da tarde, petrodólar criador de bolha inflaccionária said…
um duodécimo só...
1º Conan o homem do futuro ...ou o rapaz do futuro não apareceu en 1983
apareceu em Dezembro de 1982 na RTP2 e foi repetida nos meses de setembro ou outubro de 1983
e perdurou após as cheias de novembro
houve duas versões inclusive
uma legendada e outra dobrada
lembro-me disse porque aprendi ai sim ojita avô plastico e mil outras paroles parolas nessas japo nojices...
um bilhete natal i cio inteiro pra bossemecê em duodecimus ou em decimus de duos ou trios ode miras
At 6:36 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Mariazita: ai 2013, 2013, será mais História a ser feita.
At 6:38 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: há anos que se houve falar em reformas estruturais, mas ninguém tem coragem de dizer abertamente o que isso significa, não significa vender os negócios rentáveis do país e chamar-lhe captação de investimento estrangeiro, nem controlar a balança de pagamentos porque isso seja um paraíso económico. Reformas estruturais significa apenas reduzir as pensões, que são insustentáveis, porque os governantes viram os descontos como um dinheirito que se pode usar para desenrascar noutras zonas que não pensões. A converseta de Passos não era canelada no Cavaco nem naqueles que disse o papagaio Marcelo, é preparação do terreno para o que aí vem, em Fevereiro sabe-se uma parte da missa, porque continuam a mentir com o valor de 4 mil milhões e depois virá outra conversa: que não deu, que os mercados, que a tia, que compreenderam mal, que o governo nunca disse 4 mil milhões, isso foram os jornais que deduziram, e lá se desbroncam que será necessário cortar ainda mais.
E isto será muito grave porque são as pensões dos avós que estão a aguentar muitas famílias.
At 6:38 da manhã, Táxi Pluvioso said…
{anita}: são também os meus votos.
At 6:39 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Jose Torres: estamos rodeados. Ou percebi mal, porque não vi a notícia desde o princípio, ou também em Espanha o Estado vai ficam com 20% dos prémios. A Europa avança mais um passo como o faz desde os anos 70, aumentar impostos para adiar problemas.
At 6:39 da manhã, Táxi Pluvioso said…
oquemevierarealgana: e nós passamos de cavalos a burros de corrida.
At 6:40 da manhã, Táxi Pluvioso said…
petrodólar criador de bolha inflaccionária: muito obrigado pela informação do Conan, de facto não fui confirmar, acreditei no que li, tenho que fazer uma atualização para corrigir.
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