Igor Pidgirnyi foi hoje uma das vozes que se fez ouvir
na manifestação promovida pelo Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central
(CHULC) de apoio ao povo ucraniano e, em particular, a todos os profissionais
de saúde daquele país invadido pela Rússia.
Nascido na antiga União Soviética, o médico chegou a
fazer parte do exército daquele país que viria a desmembrar-se com o fim da
guerra fria em 1991.
“Nasci lá, estive no exército União Soviética e para
eles a vida de uma pessoa não é nada, as pessoas não existem e, portanto, como
não há pessoas, não há problema. Por isso, tudo o que eles fazem é para matar”,
disse com indignação.
Observou que, enquanto todos os países apostam no
desenvolvimento de novos tratamentos para doenças como o cancro, “a Rússia é o
único país na Europa que só fala em guerra”.
“É um país que não se preocupa com a vida das pessoas
e isto tem que parar”, frisou o médico vestido com bata branca, em frente ao
Hospital São José, em Lisboa, onde exerce.
Igor Pidgirnyi saudou o facto de “o mundo” ter despertado
para esta situação: “Se não fosse a ajuda do mundo inteiro a Ucrânia se calhar
seria uma nova colónia”, disse, deixando uma palavra de agradecimento a todos o
que estão a apoiar o seu país.
“Espero que esta guerra acabe brevemente com a
vitória, que não é só ucraniana, mas do mundo inteiro, contra um diabo”,
salientou o médico, acompanhado de outros profissionais de saúde também
ucranianos.
“Os ucranianos são um povo que gosta de verdade” com
uma história de milhares de anos ligada a guerra: “Tivemos anos piores, anos
melhores, mas o povo ucraniano nunca vai aceitar ser uma nova colónia”.
Por isso, garantiu, “todos vamos lutar até ao fim, até
morrer”.
Fonte: Sapo24, 28 de fevereiro de 2022
Etiquetas: guerra américa rússia, milagres modernos
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