Sociedade evoluída
Belas, desportivas e fofinhas, as suas façanhas, na neve, no mar ou no sofá fazendo trrimm trrimm, arrebataram o país do telefone + televisão. Mas, Joana, Rita e Teresinha, as viçosas moçoilas da TV Cabo, deram mais à cultura nacional, que telespectadores com mais canais que olhos. São responsáveis pela popularização de mais uma daquelas frases que ficam no ouvido como “Evaristo tens cá disto?”, “oh Ilda! Vais presa? Não! Vou dormir com o chefe”, “e-Oportunidades” ou “com tranquilidade”. Por elas ficamos a saber que “há coisas fantásticas, não há?”. E, de facto, há. E não são verdes. São muito antigas. Tão antigas como as canções de influência medieval (e além) dos Ataraxia.
No século XV, na Europa, atirava-se a Idade Média para trás das costas. O cisma do Ocidente (1378 – 1417) terminara com o concílio de Constança. O pingue-pongue entre Papas (Roma) e Antipapas (Avinhão) atarantava os fiéis que precisam de um única voz do dono. O Vaticano venceu. E assume o direito de apresentar, em exclusivo, a música da nova era que nos legou perspectivadas pinturas, desnudas estátuas e hot hot fogueiras da Inquisição. A eleição de Calixto III dá novo fôlego à Cristandade. (Afonso Borgia de sua graça. Papa entre 1455 – 1458. O primeiro Borgia na cadeira de São Pedro que abre as portas das mordomias para os sobrinhos Luís Juan e Rodrigo. Este, também Papa, com o nome de Alexandre VI e pai, entre outros, de Lucrécia e César). Na sua excomunhão do cometa Halley, em 1456, Calixto III introduz na Ave-Maria a seguinte oração: “Senhor, livrai-nos do diabo, dos turcos e do cometa”. O piedoso pontífice entendia esta nova passagem do cometa como um mau presságio para o destino da Europa sob horripilante ameaça de se transformar num degoladouro otomano. A traumática queda de Constantinopla dera-se no ano de 1453. Em 1456, o exército de Mohammed II cercava Belgrado, na altura considerada a porta de entrada para o domínio da Europa central. Calixto III convoca uma Cruzada para conter os infiéis. Contra os quais já se tinham realizado oito, a última no século XIII, mas Calixto III fiava-se, tal como Britney Spears, que tinha arcaboiço para “… Baby one more time”.
Mais uma vez era demais. As cruzadas estavam definitivamente fora de moda. A diplomacia e o comércio davam lucros mais duradoiros e menos fatigantes que a espadeirada e os saques. Porém, para os lados da Sérvia as coisas estavam negras. Quando os calos começaram a apertar Belgrado grita por socorro ao reino da Hungria. E por lá apareceu o regente, János Hunyadi, para derrotar os turcos. Na Batalha de Belgrado (1456), a nova reza do Papa originou um fantástico episódio de guerra. Consta na sua descrição que “os franciscanos, desarmados, crucifixos nas mãos, estavam no pelotão da frente, invocando o exorcismo papal contra o cometa”, e o consequente mal que este acarretava para as chusmas cristãs europeias – o sanguinolento turco. Não explica o relato qual a consequência desta temerária atitude. Sabendo que a Cruz é mais poderosa que a cimitarra, não é difícil de adivinhar os turcos caindo como tordos, esturricados pela verdadeira Fé. Contudo, pode ter sucedido doutra forma. (A História também tem coisas fantásticas). A excomunhão do cometa surge numa biografia póstuma de Calixto III, divulgada no século XVIII pelo matemático francês Pierre-Simon Laplace, e não tem o beneplácito dos historiadores. Não encontraram traços deste insólito esconjuro nas bulas papais. Também não admira. A História não é uma ciência. É um pretensioso compêndio dos irmãos Grimm. Um conjunto de contos com a mania que são “verdadeiros”. (Pela atmosfera psicadélica da época, muitos, historiadores e outros, ainda hoje, se perguntam se os Mountain estiveram em Woodstock, em 1969).
Na Península Ibérica, a voz do Papa era bebida como um vinho de reserva. Com reverência e respeito. O rei mais entusiasmado com a Cruzada de Calixto III foi, claro… português. D. Afonso V responde ao chamado do pastor de Roma e promete contribuir com 12 mil homens para combater os turcos. Meu dito, meu feito. Entretanto, Calixto III morre e a Cruzada fica em águas de papas de trigo (o bacalhau ainda estava longe do prato e dos adágios populares). Os conselheiros do rei fazem um brainstorm, que na altura tinha o longo nome de “vamos apaparicar o rei para não ficar sem a cabeça”, e optaram por enviar o exército para o norte de África, pejado de infiéis para trucidar e praças para conquistar. E, ainda por cima, lá estavam os ossos do tio Fernando, o Infante Santo. D. Afonso V era um idiota. Foi o rei que mais tempo governou esta caranguejola e aquele que menos fez. Durante 49 anos ocupou o trono e apenas mandou construir o convento de S. António de Varatojo, Torres Vedras, inaugurado em 1474, e onde ele viria a falecer em 1481. De resto, as campanhas africanas foram um sucesso, como tudo aquilo que os portugueses fizeram, fazem e farão. Elas valeram ao monarca o cognome de… o Africano. Mas fantástico, fantástico é um país governado desde sempre por “coninas” e “envoltos em nevoeiro” ter a capacidade se ser tão grande. Tão grande que não tem bonecas insufláveis nas piscinas, como dizem os Roxy Music, em “In every dream home a heartache”, mas tem casas de família com volumosas cachopas, felizes, acasaladas com laboriosos moços, e unidos pelos quarto efes da nossa ilustre época – Fátima, Fado, Futebol e Fumeiro.
Tempos rudes. A quantidade de autoridade de cada um dependia do seu lugar social. De uma sociedade disposta segundo a vontade de Deus (logo as pessoas nasciam no seu sítio). O Papa ocupava o cimo da hierarquia, por comunicar directamente com o Ordenador do mundo, e delegava o poder terreno no Rei. Depois seguia-se toda a falange, por aí abaixo, até ao mais vil Jean-Baptiste Grenouille, parido entre as tripas de peixe. Cada cidadão sabia do seu lugar, e ninguém mandava papaias fora da sua classe, sem ficar com as marcas da desobediência impressas no corpo. Mas eis que surge o expoente máximo da Civilização, as sociedades democráticas, onde teoricamente as capacidades físicas e intelectuais de cada um são factores para determinar a sua posição social. (O busílis é que nascer numa família rica e poderosa conta, como favas contadas, para as posições superiores). As técnicas de controlo social têm que acompanhar a mudança. Já não podem ser baseadas na força bruta mas na persuasão. É preciso convencer as pessoas que os seus actos são produto do livre arbítrio e, no entanto, controlá-las para que façam aquilo que deve ser feito. Para que satisfaçam os novos donos e não andem por aí a parvoejar, reivindicando salários para comer, e reformas por causa de cancros. Actualmente, as técnicas de controlo e sugestão estão tão sofisticadas, que é possível convencer um cidadão, consumidor e eleitor, a ser o seu próprio animal de estimação – como o grupo punk Be Your Own Pet em "Damn damn leash".
Edward Bernays é o mestre da manipulação e considerado o fundador das Relações Públicas. Nascido em Viena, sobrinho de Freud, (o pai é Ely Bernays, irmão de Martha Bernays, mulher de Freud), vai usar as descobertas do tio, no âmbito do funcionamento do inconsciente, para controlar as pessoas. É sua a frase que condensa toda a essência do agir democrático: “a consciente e inteligente manipulação dos hábitos organizados e das opiniões das massas é um factor importante na sociedade democrática”. E o seu maior feito foi mudar os hábitos alimentares americanos. Na altura, o american breakfast era composto por café e torradas. Contratado pelos produtores de bacon para promover as vendas deste porcino manjar, Bernays convenceu o público que, bacon e ovos, era o verdadeiro pequeno-almoço americano. A sua técnica favorita de manipulação da opinião pública consistia no uso indirecto de especialistas isentos. Dizia ele que “se pudermos influenciar os líderes, com ou sem a sua cooperação consciente, automaticamente influenciamos o grupo que eles conduzem”. No caso do mata-bicho americano, ele socorreu-se de um inquérito aos médicos e das suas recomendações para que as pessoas comessem pequenos-almoços substanciais. Mandou o inquérito para 5 000 médicos sugerindo que, bacon e ovos eram um pequeno-almoço substancial, e os médicos, zelosos pela saúde dos seus pacientes, passaram a palavra. O que possibilita aos Supertramp, em 1979, comerem o seu “Breakfast in America” e, em 2007, os Gym Class Heroes, também lhe meterem o dente.
Belas, desportivas e fofinhas, as suas façanhas, na neve, no mar ou no sofá fazendo trrimm trrimm, arrebataram o país do telefone + televisão. Mas, Joana, Rita e Teresinha, as viçosas moçoilas da TV Cabo, deram mais à cultura nacional, que telespectadores com mais canais que olhos. São responsáveis pela popularização de mais uma daquelas frases que ficam no ouvido como “Evaristo tens cá disto?”, “oh Ilda! Vais presa? Não! Vou dormir com o chefe”, “e-Oportunidades” ou “com tranquilidade”. Por elas ficamos a saber que “há coisas fantásticas, não há?”. E, de facto, há. E não são verdes. São muito antigas. Tão antigas como as canções de influência medieval (e além) dos Ataraxia.
No século XV, na Europa, atirava-se a Idade Média para trás das costas. O cisma do Ocidente (1378 – 1417) terminara com o concílio de Constança. O pingue-pongue entre Papas (Roma) e Antipapas (Avinhão) atarantava os fiéis que precisam de um única voz do dono. O Vaticano venceu. E assume o direito de apresentar, em exclusivo, a música da nova era que nos legou perspectivadas pinturas, desnudas estátuas e hot hot fogueiras da Inquisição. A eleição de Calixto III dá novo fôlego à Cristandade. (Afonso Borgia de sua graça. Papa entre 1455 – 1458. O primeiro Borgia na cadeira de São Pedro que abre as portas das mordomias para os sobrinhos Luís Juan e Rodrigo. Este, também Papa, com o nome de Alexandre VI e pai, entre outros, de Lucrécia e César). Na sua excomunhão do cometa Halley, em 1456, Calixto III introduz na Ave-Maria a seguinte oração: “Senhor, livrai-nos do diabo, dos turcos e do cometa”. O piedoso pontífice entendia esta nova passagem do cometa como um mau presságio para o destino da Europa sob horripilante ameaça de se transformar num degoladouro otomano. A traumática queda de Constantinopla dera-se no ano de 1453. Em 1456, o exército de Mohammed II cercava Belgrado, na altura considerada a porta de entrada para o domínio da Europa central. Calixto III convoca uma Cruzada para conter os infiéis. Contra os quais já se tinham realizado oito, a última no século XIII, mas Calixto III fiava-se, tal como Britney Spears, que tinha arcaboiço para “… Baby one more time”.
Mais uma vez era demais. As cruzadas estavam definitivamente fora de moda. A diplomacia e o comércio davam lucros mais duradoiros e menos fatigantes que a espadeirada e os saques. Porém, para os lados da Sérvia as coisas estavam negras. Quando os calos começaram a apertar Belgrado grita por socorro ao reino da Hungria. E por lá apareceu o regente, János Hunyadi, para derrotar os turcos. Na Batalha de Belgrado (1456), a nova reza do Papa originou um fantástico episódio de guerra. Consta na sua descrição que “os franciscanos, desarmados, crucifixos nas mãos, estavam no pelotão da frente, invocando o exorcismo papal contra o cometa”, e o consequente mal que este acarretava para as chusmas cristãs europeias – o sanguinolento turco. Não explica o relato qual a consequência desta temerária atitude. Sabendo que a Cruz é mais poderosa que a cimitarra, não é difícil de adivinhar os turcos caindo como tordos, esturricados pela verdadeira Fé. Contudo, pode ter sucedido doutra forma. (A História também tem coisas fantásticas). A excomunhão do cometa surge numa biografia póstuma de Calixto III, divulgada no século XVIII pelo matemático francês Pierre-Simon Laplace, e não tem o beneplácito dos historiadores. Não encontraram traços deste insólito esconjuro nas bulas papais. Também não admira. A História não é uma ciência. É um pretensioso compêndio dos irmãos Grimm. Um conjunto de contos com a mania que são “verdadeiros”. (Pela atmosfera psicadélica da época, muitos, historiadores e outros, ainda hoje, se perguntam se os Mountain estiveram em Woodstock, em 1969).
Na Península Ibérica, a voz do Papa era bebida como um vinho de reserva. Com reverência e respeito. O rei mais entusiasmado com a Cruzada de Calixto III foi, claro… português. D. Afonso V responde ao chamado do pastor de Roma e promete contribuir com 12 mil homens para combater os turcos. Meu dito, meu feito. Entretanto, Calixto III morre e a Cruzada fica em águas de papas de trigo (o bacalhau ainda estava longe do prato e dos adágios populares). Os conselheiros do rei fazem um brainstorm, que na altura tinha o longo nome de “vamos apaparicar o rei para não ficar sem a cabeça”, e optaram por enviar o exército para o norte de África, pejado de infiéis para trucidar e praças para conquistar. E, ainda por cima, lá estavam os ossos do tio Fernando, o Infante Santo. D. Afonso V era um idiota. Foi o rei que mais tempo governou esta caranguejola e aquele que menos fez. Durante 49 anos ocupou o trono e apenas mandou construir o convento de S. António de Varatojo, Torres Vedras, inaugurado em 1474, e onde ele viria a falecer em 1481. De resto, as campanhas africanas foram um sucesso, como tudo aquilo que os portugueses fizeram, fazem e farão. Elas valeram ao monarca o cognome de… o Africano. Mas fantástico, fantástico é um país governado desde sempre por “coninas” e “envoltos em nevoeiro” ter a capacidade se ser tão grande. Tão grande que não tem bonecas insufláveis nas piscinas, como dizem os Roxy Music, em “In every dream home a heartache”, mas tem casas de família com volumosas cachopas, felizes, acasaladas com laboriosos moços, e unidos pelos quarto efes da nossa ilustre época – Fátima, Fado, Futebol e Fumeiro.
Tempos rudes. A quantidade de autoridade de cada um dependia do seu lugar social. De uma sociedade disposta segundo a vontade de Deus (logo as pessoas nasciam no seu sítio). O Papa ocupava o cimo da hierarquia, por comunicar directamente com o Ordenador do mundo, e delegava o poder terreno no Rei. Depois seguia-se toda a falange, por aí abaixo, até ao mais vil Jean-Baptiste Grenouille, parido entre as tripas de peixe. Cada cidadão sabia do seu lugar, e ninguém mandava papaias fora da sua classe, sem ficar com as marcas da desobediência impressas no corpo. Mas eis que surge o expoente máximo da Civilização, as sociedades democráticas, onde teoricamente as capacidades físicas e intelectuais de cada um são factores para determinar a sua posição social. (O busílis é que nascer numa família rica e poderosa conta, como favas contadas, para as posições superiores). As técnicas de controlo social têm que acompanhar a mudança. Já não podem ser baseadas na força bruta mas na persuasão. É preciso convencer as pessoas que os seus actos são produto do livre arbítrio e, no entanto, controlá-las para que façam aquilo que deve ser feito. Para que satisfaçam os novos donos e não andem por aí a parvoejar, reivindicando salários para comer, e reformas por causa de cancros. Actualmente, as técnicas de controlo e sugestão estão tão sofisticadas, que é possível convencer um cidadão, consumidor e eleitor, a ser o seu próprio animal de estimação – como o grupo punk Be Your Own Pet em "Damn damn leash".
Edward Bernays é o mestre da manipulação e considerado o fundador das Relações Públicas. Nascido em Viena, sobrinho de Freud, (o pai é Ely Bernays, irmão de Martha Bernays, mulher de Freud), vai usar as descobertas do tio, no âmbito do funcionamento do inconsciente, para controlar as pessoas. É sua a frase que condensa toda a essência do agir democrático: “a consciente e inteligente manipulação dos hábitos organizados e das opiniões das massas é um factor importante na sociedade democrática”. E o seu maior feito foi mudar os hábitos alimentares americanos. Na altura, o american breakfast era composto por café e torradas. Contratado pelos produtores de bacon para promover as vendas deste porcino manjar, Bernays convenceu o público que, bacon e ovos, era o verdadeiro pequeno-almoço americano. A sua técnica favorita de manipulação da opinião pública consistia no uso indirecto de especialistas isentos. Dizia ele que “se pudermos influenciar os líderes, com ou sem a sua cooperação consciente, automaticamente influenciamos o grupo que eles conduzem”. No caso do mata-bicho americano, ele socorreu-se de um inquérito aos médicos e das suas recomendações para que as pessoas comessem pequenos-almoços substanciais. Mandou o inquérito para 5 000 médicos sugerindo que, bacon e ovos eram um pequeno-almoço substancial, e os médicos, zelosos pela saúde dos seus pacientes, passaram a palavra. O que possibilita aos Supertramp, em 1979, comerem o seu “Breakfast in America” e, em 2007, os Gym Class Heroes, também lhe meterem o dente.
Publicada em 1947 “The Engineering of Consent” é a sua obra mais conhecida. Nela expõe os princípios da “construção do consentimento” como a arte de manipulação de pessoas, massas, consumidores, homens de negócios, cidadãos e governantes. Inventara um método simples de manipulação. Através do conhecimento dos mecanismos psíquicos e motivações específicas de cada grupo é possível levá-los a quererem coisas que não precisam, ligando-as a ideias e a desejos inconscientes. Exemplo disso foi a sua impecável campanha para pôr as mulheres a fumar nos Estados Unidos. No princípio do século XX não era socialmente aceite uma mulher fumar. Foi esta interdição que a campanha de Bernays mudou. Aquilo que as mulheres mais ansiavam na sociedade da altura era Poder (alteração da sua posição social) e Liberdade (económica, política etc.). Utilizando o seu método Bernays associou o acto de fumar a estes dois desejos. Em 1920, Bernays trabalhava para a American Tabacco Company com o objectivo de aumentar as vendas do tabaco. Para incluir as mulheres no grupo dos consumidores de cigarros organiza um desfile de modelos nas ruas de Nova Iorque. Telefona à imprensa insinuando que um grupo cívico de defesa dos direitos das mulheres ia acender as “tochas da liberdade” nas ruas. Quando o quadro está composto faz um o sinal e as modelos acendem cigarros Lucky Strike. As câmaras dos fotógrafos fizeram o resto. Fumar torna-se sexy. Não só o acto de fumar perdeu o seu anátema de comportamento impróprio de uma mulher decente, como fazê-lo em público deixou de escandalizar. Sem Bernays muitas actrizes de Hollywood não teriam tanto sucesso nas suas actuações. Sem ele o carro não teria mais valor que a esposa, o laptop que os filhos e os ténis Nike que o canário. Hoje amamos os produtos de consumo. A lenitiva sanita, a sabichona estante de livros, o apetitoso frigorífico ou a aconchegada cama são espelhos da nossa felicidade. Nunca nos passaria pela cabeça rebentar os nossos queridos objectos como no vídeo “Gangster trippin’” do Fatboy Slim.
5 Comments:
At 3:30 da tarde, Ana Cristina Leonardo said…
Eu continuo a fumar Lucky Strike e quanto às fogueiras da Inquisição, se há muito baixaram a temperatura hot nem por isso perdeu fulgor o Vaticano. Que o diga o romeno Cristian Mungiu
At 5:09 da tarde, Táxi Pluvioso said…
Eu também já fumei essa marca. Mas deixei-me disso. Nunca fui grande fumador, porque na idade em que se tomam essas decisões, (conscientes ou inconscientes), era anarquista, e não me passava pela cabeça dar ao Estado 80% do valor de um produto que estivesse a comprar. Jovens ilusões! Hoje nunca fumaria por não concordar que se dê dinheiro aos americanos. Velhaças ilusões!
As fogueiras da Inquisição nunca se apagarão. Ardem de outra forma. Em lume brando como manda a democracia. Apesar dos padres terem adoptado uma atitude mais melosa, quando toca a atacar, utilizam os beatos, como sucedeu com o movimento Maria da Fonte, do cónego Melo, após o golpe militar de Abril. As sedes do PCP crepitavam pelo país fora e o bispo de Braga regozijava (só entre pares). Acho que ainda morreram dois comunistas.
Obrigado por me lembrar que é Strike e não Strikes. Lá vou ter que fazer um edit para corrigir.
Li em qualquer lado que o Vaticano era contra o aborto mesmo em caso de violação. Compreendo-os. Nunca se sabe quando nascerá um padre. Permitir abortos é reduzir as hipóteses. E se ali estiver um Papa? Ou o Cristo que na segunda vinda decidiu alterar a forma de entrada no mundo?
At 9:12 da manhã, Armando Rocheteau said…
Sempre verrinoso.
Abraço
At 5:32 da tarde, A Chata said…
E o azeite que era tão prejucial para a saúde?
Os oleos que se venderam, para substituir o azeite, é que eram "saudáveis" e deviam ser consumidos.
Afinal, ao atingir certas temperaturas têem reações quimicas um nadinha inconvenientes e o azeite é que "está a dar".
E a amamentção das crianças pelas mães que era pouco higiénica e, nalguns casos, até considerada um 'abuso sexual'?
Os leites em pó que substituiram o leite materno é que eram "maravilhosos" e criavam criaças saudáveis.
Depois chegou-se à conclusão que as crianças alimentadas com eles estão muito mais sujeitas a problemas de saúde.
Vá de lançar campanhas para incentivar a amamentação com leite materno.
De facto, há coisas fantásticas, não há?
Estes "cientistas" que vêem para o público com resultados de "estudos" que provam que a pasta de dentes X evita a cárie, que o consumo deste ou daquele produto aumenta a possibilidade de cancro acabaram por perder a credibilidade (pelo menos, para pessoas com memória).
At 7:02 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Parece-me que a ciência é uma questão de fé. Como a religião, a política, a justiça etc.
Para mim continua a ter, tal como a tecnologia, 10% de utilidade (ou menos) e 90% de aldrabice.
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