C’um caraças!
Passados quase 100 anos, a poesia dadaísta continua, rechonchuda como uma abóbora, na sua missão de daguerreotipar o nosso mundo. No início do século XX, a Grande Guerra recreava a Europa. No ano de 1916, em Zurique, Hugo Ball e a mulher Emmy Hennings, abrem um nightclub chamado Cabaret Voltaire para acoitar artistas. Misturar álcool, artistas, mulheres e ausência de sol produziu um ambiente de gargalhadas, gritos, gemidos, apupos e palavras soltas. Deste “total pandemónio” (Jean Arp) nasceu um movimento artístico baptizado de Dadaísmo (documentário em 3 partes. Parte 1. Parte 2. Parte 3). Marcel Janco resumiu-lhe as suas intenções: “perdemos a confiança na nossa Cultura. Tudo tem de ser destruído. Começaremos do nada. No Cabaret Voltaire começamos por chocar o senso comum, a opinião pública, a educação, as instituições, os museus, o bom gosto, em suma, toda a ordem estabelecida”. E, foram cantados… no Rio de Janeiro. (“Chanson Dada” de Tristan Tzara, por Raquel Krenziger e o grupo de música electrónica brasileiro Ima Metzaltzelin, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói). Algures, saído das favelas, o funk brasileiro quebra outras galeras com As Danadinhas e a Gaiola das Popozudas.
Os dadaístas fugiram da arte mas esta apanhou-os fora do museu. Hoje tudo é arte. Futebol, tourada, moda são arte. Cozinhar um ovo, roubar uma carteira, decapitar um infiel, interrogar um terrorista idem. O século XXI continua violento. É uma violência de fio dental embora letal como o gás mostarda. O nightclub estende-se até ao Afeganistão (New York). A Cultura está muito mais plúmbea com tanta arte. Esta é agora uma arma de criação maciça. E ficamos menos levianos. O rabo de Shakira, enquanto jovem artista, estimula os telespectadores de talk-shows (“El Gordo y la Flaca” no canal Univisión de Miami) para verdades da bagageira dadaísta: “o meu rabo contempla aqueles que falam nas minhas costas” (Francis Picabia). Jerry Lewis escreveu o enredo do mundo tecnologicamente moderno e Jacques Tati decifrou-o. E, mercê da síntese do “apolíneo” e do “dionisíaco” no “americano”, nós vivemos o “Genesis Now” (ainda) ao som da Cavalgada das Valquírias. (Alan Greenspan mentiu. A guerra do Iraque não foi largely about oil. Foi about surfing all over). A vitória do “americano” impediu que descambássemos num filme de terror sul coreano, como se pode ver por Park Ji-yoon a dançar e a cantar o seu Bizet. (Park Ji-yoon é uma famosa cantora sul coreana. Sabe-se da violência realista dos filmes de terror produzidos naquele país, mas transpor esse ambiente para os videoclips pop, consumidos pelos mais novitos, coloca-os para além do Bem e do Mal na arte do audiovisual. Eis Ji-yoon em “Hang Sang” e “Sung In Sik”).
Com o “americano” o mundo ficou Krispy Kreme Doughnut ooo yeaaah! Docinho como um filme indiano com a Aishwarya Rai. Acabou-se o aborrecimento. Dylan Thomas, depois de falar pelos cotovelos durante uma palestra, comentou: “alguém está a aborrecer-me”. E logo notou: “penso que sou eu”. (Presentemente seria impensável um escritor aborrecer-se ou aborrecer uma osmótica plateia). Em 1984, quando se aguardava pelo “Big Brother”, os Devo anunciavam o Laserdisc, e a Cultura ficou mais nítida. Num dia claro vê-se poemas dadaístas até nos jornais. São fáceis de reconhecer. Num poema dadaísta todos ganham. Lee Hsien Loong ganha 100 000 euros (em dólares de Singapura). George W. Bush ganha 24 167 euros (em U.S. dólares). Gordon Brown ganha 23 334 euros (em libras). Yasuo Fukuda ganha 21 910 euros (em ienes). Angela Merkel ganha 20 427 euros (em euros). Romano Prodi ganha 18 900 euros (em euros). Nicolas Sarkozy ganha 6 600 euros (em euros). José Sócrates ganha 5 287 euros (em euros). Vladimir Putin ganha 4 860 euros (em rublos) Hu Jintao ganha 274 euros (em yuan). C’um caraças! “o resto, aquilo que se chama Literatura, é um dossier de imbecilidade humana para orientação de futuros professores” (Tristan Tzara). Num poema dadaísta quem ganha é você embora os outros recebam o dinheiro. (O magro rendimento do camarada Hu Jintao explica-se por na China o ordenado mínimo ser uma tigela de arroz). Na China ainda vêem TV on Radio. Mas não estes em “Province”.
“São os chapéus que fazem o homem” dizia Max Ernest do seu tempo. Chapéus já não há muitos e não chegam para fazer um homem nem… um galo. (Diógenes, para enterrar a discussão sobre a busca da definição da natureza humana, teria atirado um galo depenado para o terreiro da Academia de Platão afirmando: “eis o homem!”. Platão, que definira o Homem como um “bípede sem penas”, chamava-lhe com desportivismo “um Sócrates enlouquecido”). Hoje somos mais globais na Economia e na Psicologia. As nossas apreciações transcendem a roupa. É mais importante a obra. As faculdades superiores funcionam finalmente. Só nos contentamos com criações gigantescas. Foi você que pediu umas pirâmides de Gizé? Ouve-se quando entregamos o nosso trabalho. Elevação, nobreza, distinção caracterizam-nos. O córtex cerebral desenvolveu-se de tal maneira que carece de L’Oréal Studio Line Indestructible Gel para permanecer no sítio. É tão natural produzirmos grandes obras como os Veados com Fome comporem a óbvia canção “Sandes”. (Quando a larica aperta uma sandes do the trick).
(Pelos vistos, as obras-primas não brotam apenas de sentimentos elevados, situados no córtex, muitas vezes vêm do bolbo raquidiano. Orson Welles, com 25 anos, realizou o filme “Citizen Kane” por vingança. Numa festa foi tratado com desprezo por William Randolph Hearst, ferido na sua vaidade, decidiu então fazer uma denúncia da vida do inventor da imprensa tablóide. Também Frida Kahlo não tinha opinião favorável sobre os outros artistas. Depois de conviver com André Breton e os surrealistas, ela escreveu numa carta a Nickolas Murray, que eles eram tão “intelectuais” e putrefactos que preferia vender tortilhas no mercado de Toluca a misturar-se com aquelas putas “artísticas” de Paris). Os Blonde Redhead cantam em “23”que não foram necessários 23 segundos para mudar. E nós estamos muito mudados.
Tudo é arte. Somos todos artistas. A maior obra de todas é construir países. Aos leigos esta empreitada abraçada por Wbush parecerá taralhouca. Os cadáveres não lhes permitem ver a vida. Mas “é preciso examinar não somente os propósitos de cada um, mas ainda as suas opiniões e mesmo os fundamentos das suas opiniões” (Cícero). E, numa mente tão alevantada como a de Wbush, nem um freudiano se arrisca sem apetrechos de montanhismo. O Presidente americano não é um nabo. É uma cebola com um número infinito de camadas. Descascá-lo é entrar em terra ignota. Num território selvagem alumiado por Deus e abençoado pelo “let me put it in another words” (e repetir exactamente a mesma coisa). Quanto mais opiniões Wbush emitir mais se fará entender… como o hip-hop em russo, do grupo Diskoteka Avariya (“Discoteca Catástrofe”).
Há dias ele sossegou as boas consciências. “Este Governo não tortura pessoas” – garantiu. Declaração desnecessária pois ninguém esperava ver Condoleezza Rice a torturar gajos. Já basta quando ela toca piano ou namora no alpendre fulano e sicrano. (Este é trabalho para especialistas que têm de decifrar mais um enigma filosófico: se um terrorista é uma “pessoa”). Dana Perino, secretária de imprensa da Casa Branca, clareou a voz do master. Explicou ela: “independente de onde estamos, nós não torturamos ninguém, mas obter informação deles é vitalmente importante para proteger este país”. Abu Ghraib não estava errado na sua essência mas na forma… como as fotos foram parar aos jornais. Os americanos tiraram uma lição. Perceberam que a burocracia militar e dos serviços secretos não tinha acompanhado a evolução tecnológica. Os telemóveis com câmaras vulgarizaram-se e os procedimentos de entrada nos lugares albergando terroristas não se modificaram. Portanto é preciso rever as normas para adaptá-las ao mundo moderno. E encurtar os intervalos dessas revisões para que outro gadget não interfira no divino mandato de obter informações. É uma questão de sobrevivência. O “Survivalism” da banda de Cleveland, Nine Inch Nails, fundada por Trent Reznor para atazanar a América e colónias.
Passados quase 100 anos, a poesia dadaísta continua, rechonchuda como uma abóbora, na sua missão de daguerreotipar o nosso mundo. No início do século XX, a Grande Guerra recreava a Europa. No ano de 1916, em Zurique, Hugo Ball e a mulher Emmy Hennings, abrem um nightclub chamado Cabaret Voltaire para acoitar artistas. Misturar álcool, artistas, mulheres e ausência de sol produziu um ambiente de gargalhadas, gritos, gemidos, apupos e palavras soltas. Deste “total pandemónio” (Jean Arp) nasceu um movimento artístico baptizado de Dadaísmo (documentário em 3 partes. Parte 1. Parte 2. Parte 3). Marcel Janco resumiu-lhe as suas intenções: “perdemos a confiança na nossa Cultura. Tudo tem de ser destruído. Começaremos do nada. No Cabaret Voltaire começamos por chocar o senso comum, a opinião pública, a educação, as instituições, os museus, o bom gosto, em suma, toda a ordem estabelecida”. E, foram cantados… no Rio de Janeiro. (“Chanson Dada” de Tristan Tzara, por Raquel Krenziger e o grupo de música electrónica brasileiro Ima Metzaltzelin, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói). Algures, saído das favelas, o funk brasileiro quebra outras galeras com As Danadinhas e a Gaiola das Popozudas.
Os dadaístas fugiram da arte mas esta apanhou-os fora do museu. Hoje tudo é arte. Futebol, tourada, moda são arte. Cozinhar um ovo, roubar uma carteira, decapitar um infiel, interrogar um terrorista idem. O século XXI continua violento. É uma violência de fio dental embora letal como o gás mostarda. O nightclub estende-se até ao Afeganistão (New York). A Cultura está muito mais plúmbea com tanta arte. Esta é agora uma arma de criação maciça. E ficamos menos levianos. O rabo de Shakira, enquanto jovem artista, estimula os telespectadores de talk-shows (“El Gordo y la Flaca” no canal Univisión de Miami) para verdades da bagageira dadaísta: “o meu rabo contempla aqueles que falam nas minhas costas” (Francis Picabia). Jerry Lewis escreveu o enredo do mundo tecnologicamente moderno e Jacques Tati decifrou-o. E, mercê da síntese do “apolíneo” e do “dionisíaco” no “americano”, nós vivemos o “Genesis Now” (ainda) ao som da Cavalgada das Valquírias. (Alan Greenspan mentiu. A guerra do Iraque não foi largely about oil. Foi about surfing all over). A vitória do “americano” impediu que descambássemos num filme de terror sul coreano, como se pode ver por Park Ji-yoon a dançar e a cantar o seu Bizet. (Park Ji-yoon é uma famosa cantora sul coreana. Sabe-se da violência realista dos filmes de terror produzidos naquele país, mas transpor esse ambiente para os videoclips pop, consumidos pelos mais novitos, coloca-os para além do Bem e do Mal na arte do audiovisual. Eis Ji-yoon em “Hang Sang” e “Sung In Sik”).
Com o “americano” o mundo ficou Krispy Kreme Doughnut ooo yeaaah! Docinho como um filme indiano com a Aishwarya Rai. Acabou-se o aborrecimento. Dylan Thomas, depois de falar pelos cotovelos durante uma palestra, comentou: “alguém está a aborrecer-me”. E logo notou: “penso que sou eu”. (Presentemente seria impensável um escritor aborrecer-se ou aborrecer uma osmótica plateia). Em 1984, quando se aguardava pelo “Big Brother”, os Devo anunciavam o Laserdisc, e a Cultura ficou mais nítida. Num dia claro vê-se poemas dadaístas até nos jornais. São fáceis de reconhecer. Num poema dadaísta todos ganham. Lee Hsien Loong ganha 100 000 euros (em dólares de Singapura). George W. Bush ganha 24 167 euros (em U.S. dólares). Gordon Brown ganha 23 334 euros (em libras). Yasuo Fukuda ganha 21 910 euros (em ienes). Angela Merkel ganha 20 427 euros (em euros). Romano Prodi ganha 18 900 euros (em euros). Nicolas Sarkozy ganha 6 600 euros (em euros). José Sócrates ganha 5 287 euros (em euros). Vladimir Putin ganha 4 860 euros (em rublos) Hu Jintao ganha 274 euros (em yuan). C’um caraças! “o resto, aquilo que se chama Literatura, é um dossier de imbecilidade humana para orientação de futuros professores” (Tristan Tzara). Num poema dadaísta quem ganha é você embora os outros recebam o dinheiro. (O magro rendimento do camarada Hu Jintao explica-se por na China o ordenado mínimo ser uma tigela de arroz). Na China ainda vêem TV on Radio. Mas não estes em “Province”.
“São os chapéus que fazem o homem” dizia Max Ernest do seu tempo. Chapéus já não há muitos e não chegam para fazer um homem nem… um galo. (Diógenes, para enterrar a discussão sobre a busca da definição da natureza humana, teria atirado um galo depenado para o terreiro da Academia de Platão afirmando: “eis o homem!”. Platão, que definira o Homem como um “bípede sem penas”, chamava-lhe com desportivismo “um Sócrates enlouquecido”). Hoje somos mais globais na Economia e na Psicologia. As nossas apreciações transcendem a roupa. É mais importante a obra. As faculdades superiores funcionam finalmente. Só nos contentamos com criações gigantescas. Foi você que pediu umas pirâmides de Gizé? Ouve-se quando entregamos o nosso trabalho. Elevação, nobreza, distinção caracterizam-nos. O córtex cerebral desenvolveu-se de tal maneira que carece de L’Oréal Studio Line Indestructible Gel para permanecer no sítio. É tão natural produzirmos grandes obras como os Veados com Fome comporem a óbvia canção “Sandes”. (Quando a larica aperta uma sandes do the trick).
(Pelos vistos, as obras-primas não brotam apenas de sentimentos elevados, situados no córtex, muitas vezes vêm do bolbo raquidiano. Orson Welles, com 25 anos, realizou o filme “Citizen Kane” por vingança. Numa festa foi tratado com desprezo por William Randolph Hearst, ferido na sua vaidade, decidiu então fazer uma denúncia da vida do inventor da imprensa tablóide. Também Frida Kahlo não tinha opinião favorável sobre os outros artistas. Depois de conviver com André Breton e os surrealistas, ela escreveu numa carta a Nickolas Murray, que eles eram tão “intelectuais” e putrefactos que preferia vender tortilhas no mercado de Toluca a misturar-se com aquelas putas “artísticas” de Paris). Os Blonde Redhead cantam em “23”que não foram necessários 23 segundos para mudar. E nós estamos muito mudados.
Tudo é arte. Somos todos artistas. A maior obra de todas é construir países. Aos leigos esta empreitada abraçada por Wbush parecerá taralhouca. Os cadáveres não lhes permitem ver a vida. Mas “é preciso examinar não somente os propósitos de cada um, mas ainda as suas opiniões e mesmo os fundamentos das suas opiniões” (Cícero). E, numa mente tão alevantada como a de Wbush, nem um freudiano se arrisca sem apetrechos de montanhismo. O Presidente americano não é um nabo. É uma cebola com um número infinito de camadas. Descascá-lo é entrar em terra ignota. Num território selvagem alumiado por Deus e abençoado pelo “let me put it in another words” (e repetir exactamente a mesma coisa). Quanto mais opiniões Wbush emitir mais se fará entender… como o hip-hop em russo, do grupo Diskoteka Avariya (“Discoteca Catástrofe”).
Há dias ele sossegou as boas consciências. “Este Governo não tortura pessoas” – garantiu. Declaração desnecessária pois ninguém esperava ver Condoleezza Rice a torturar gajos. Já basta quando ela toca piano ou namora no alpendre fulano e sicrano. (Este é trabalho para especialistas que têm de decifrar mais um enigma filosófico: se um terrorista é uma “pessoa”). Dana Perino, secretária de imprensa da Casa Branca, clareou a voz do master. Explicou ela: “independente de onde estamos, nós não torturamos ninguém, mas obter informação deles é vitalmente importante para proteger este país”. Abu Ghraib não estava errado na sua essência mas na forma… como as fotos foram parar aos jornais. Os americanos tiraram uma lição. Perceberam que a burocracia militar e dos serviços secretos não tinha acompanhado a evolução tecnológica. Os telemóveis com câmaras vulgarizaram-se e os procedimentos de entrada nos lugares albergando terroristas não se modificaram. Portanto é preciso rever as normas para adaptá-las ao mundo moderno. E encurtar os intervalos dessas revisões para que outro gadget não interfira no divino mandato de obter informações. É uma questão de sobrevivência. O “Survivalism” da banda de Cleveland, Nine Inch Nails, fundada por Trent Reznor para atazanar a América e colónias.
De vez em quando uma varredela no vocabulário utilizado também não fará mal. Na Democracia e na defesa dos Direitos Humanos a semântica não é uma batata. Por enquanto, “torturar” é uma palavra com conotações negativas. Um bom trabalho de propaganda associa-a somente a ferozes ditaduras. Nas democracias existem apenas esporádicos excessos no emprego da força. Elas requerem outros termos como “interrogatórios musculados” ou “chá escaldante com bolachas” para que tudo acabe bem – o terrorista confessado e o polícia informado. E possamos ouvir “Bia Tu” cantado por Valy (nascido no Irão e com enorme sucesso no Afeganistão e muito afinado com os gostos musicais de Wbush).
7 Comments:
At 3:58 da tarde, Táxi Pluvioso said…
Esta Codoleezza Rice é impagável. Vale o seu peso em fool's gold.
Armando, não tenho metido blues ultimamente, mas estou a preparar um post só com eles. E com todas as velhas lendas pouco conhecidas nestas bandas. Bem... quem conhece a história deste género musical conhece-os de certeza.
Não consegui encontrar as letras da Park Ji-yoon. Pelo que percebi são letras pop normais, mas em vídeos destes ficam muito bem.
At 6:31 da tarde, Armando Rocheteau said…
Que venham os blues!
At 2:51 da manhã, Ana Cristina Leonardo said…
Les débuts de dada n'étaient pas les débuts d'un art mais ceux d'un dégoût, Tristan Tzara.
At 12:13 da tarde, Táxi Pluvioso said…
É verdade e desaguou no mundo realmente moderno. Agora nem é preciso recortar jornais para conseguir poemas ou assemblages dadaístas, eles brotam inspirados e inteiros das acções e dizeres dos populares e das elites, pondo a arte ao alcance de todos. Os mais snobes ainda insistem em frequentar museus ou exposições mas isso é pura vanitas.
Mas por vezes há uma acalmia para éclogas e flautas de Pan. Este ano os senhores dos Óscares de Estocolmo jogaram pelo seguro. Não quiseram incendiar a “magma do Islão” (Ortega y Gasset), ou outro grupo enragé, e deram uns “Nobeles” fofinhos. Nem a criadora de gatos nem o rapaz do cubo de gelo farão inflamar ruas, excepto aquelas onde vivem, com mirones a tirar fotos no telemóvel.
Sempre gostaria de ver a sucessão de eventos (aleatórios) se dessem o prémio a Salman Rushdie, que também escreve umas coisas incompreensíveis, que fazem pensar (suponho que estes sejam os dois critérios para brindes institucionais). Seria mais um exemplo da teoria do caos. Uma borboleta abana as asas na Escandinávia e chove balas em Islamabad.
Quanto aos blues, não será para o próximo post, mas lá chegarei. Se os encontrar, pois muitos músicos importantes morreram antes de eu nascer. Estás a ver? Não são do tempo da Maria Cachucha, (desse sou eu), são de muito antes da Fanny Elssler dançar esse “acastanholado” bailarico espanhol em Paris.
Se não viram devem dar uma olhada na capa do New York Times de terça-feira. Faz pensar em “Nobeles” e outras cerimónias de fraque e vestido longo e jóias caras. Está neste endereço:
http://www.nytimes.com/2007/10/10/world/middleeast/10iraq.html?_r=1&n=Top/Reference/Times%20Topics/People/G/Glanz,%20James&oref=slogin
Espero que isto não tenha erros. Tenho que sair e não tenho tempo para verificar, nem sei meter o link neste minguado rectângulo.
At 7:12 da tarde, Táxi Pluvioso said…
http://www.nytimes.com/2007/10/10/
world/middleeast/10iraq.html?_r=1.
&n=Top/Reference/Times%20Topics/
People/G/Glanz,%20James&oref=slogin
Não percebi porque não ficou o endereço completo no comentário anterior. Quando o publiquei estava completo, depois as letras evaporaram-se. Escrevi-o mas com quebra de linha (em quatro linhas) vamos a ver se funciona assim.
Parece que dá mas tem de ser copiado linha a linha.
At 9:26 da tarde, Anónimo said…
"Os cadáveres não lhes permitem ver a vida."
- "Chapeau!", diria Max Ernest
At 12:36 da manhã, Ana Cristina Leonardo said…
gosto muito da senhora dos gatos e não tenho admiração alguma pelo rapaz de gelo. mas tb ninguém me pediu opinião. Pura vanitas
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