De cassetete espiraliforme e lubrificado
Parte III
“A conta, por favor” – pede o novo cidadão, o cidadão-ilha: uma porção de Homem rodeado de impostos por todos os lados. É ele quem tem de “trabalhar mais e melhor” para repor, em numerário, em cascalho tilintante, em moeda trincável, o rol dos fiados [1]. Todos devem a todos, isso sempre aconteceu, desde que Adam Smith mercadejou os benefícios do fluxo do comércio [2]. Então, que novo pauzinho se introduziu no gelado da economia? A “crise” ativou um factor psicológico novo: o preço moral de um banqueiro para outro banqueiro. Os banqueiros despertaram, entre colegas, de que são uns biltres e uns trafulhas, perderam a confiança entre si e a circulação do dinheiro, que é dívida de alguém sobre alguém, estancou.
Para enegrecer a paisagem económica [3] tinham exacerbado de toneladas de triliões a “riqueza” que administravam. Aristóteles, na “Política”, escrevia que “a quantidade de bens domésticos que bastam para a vida boa não é ilimitada. Há um limite fixo” e que essa fatia fixa era a riqueza (no século IV a. C.: a riqueza da casa ou da cidade-estado). Os ímprobos banqueiros esmurraçaram este senso comum [4] e disparam-se para o ilimitado quando explodiu o foguete em 2007 nas urbanizações americanas. E agora as economias “ricas” afixaram na vitrina o cartaz: “dinheiro precisa-se”. E onde está ele? Algum está aferrolhado, cimentado, blindado, fora do alcance do galfarro do Estado, o outro, no bolso dos mais pobres e remediados que lhe acenarão adeus [5].
Tosquiar a maioria da população açoda uma democracia musculada. E uma classe profissional se destacará: polícia chique [6]. O Bófia será o melhor amigo do Estado [7]. Ele pindárico exigirá: “cabo da GNR exige sexo na via pública” [8], ele bradará rapsódico: “Eu seguro a tocha de Heraclito / Assim posso abanar a terra e mover os sóis” (Behemoth), por que o Estado depende dele para conter “actos de vandalismo e algumas incivilidades”, e o cidadão, sem ter comido a mulher do polícia, alombará com o cassetete ou uma bala nas costas [9].
As democracias gestam no seu útero um quisto verdadeiramente irritante, dizia Orson Welles na BBC: “o cidadão livre é sempre mais um estorvo para o polícia do que o criminoso” [10], para uma boa governança, vigiar o cidadão, não sinalizado como criminoso, é a principal função do Estado, e já é uma indústria privada: o Spyfiles da WikiLeaks: “ a interceção em massa de populações inteiras não é apenas uma realidade, é uma nova indústria secreta abrangendo 25 países. Parece algo saído de Hollywood, mas a partir de hoje, os sistemas de interceção de massa, construída por adjudicatários de inteligência ocidentais, incluindo para ‘adversários políticos’, são uma realidade. A WikiLeaks começou hoje a liberação de um banco de dados de centenas de documentos, de tantos como, 160 adjudicatários de inteligência, no sector da vigilância em massa” [11].
O controlo estreito do cidadão prevê e prende antes do crime. No dia da greve geral (24 de novembro), os noticiários pescavam “imagens semelhantes à Grécia”: “três repartições de Finanças foram vandalizadas esta manhã em Lisboa. (…). Em Benfica, na rua Amélia Rey Colaço, e no Campo Grande, na avenida do Centro Cultural, as repartições de Finanças poucos estragos sofreram apesar de terem sido lançados ‘cocktail Molotov’ contra as suas fachadas, enquanto uma terceira, na avenida General Roçadas foi atingida com uma lata de tinta que acabou por partir o vidro da porta principal”. Cocktails Molotov, uma importação escarninha finlandesa, lançados em patrióticas garrafas de cerveja Sagres [12] e, quiçá, com gasolina da Galp, comprovam que a liderança de Cavaco Silva: “consumir produtos nacionais”, enterra fundo em todos os estratos da população. Mais nacional, só se atirassem cocktails Molotov em Tabuleiros do Divino Espírito Santo, de Tomar, ou no box-set da Amália Rodrigues. A exactidão não é uma rotina na indústria jornalística portuguesa, e talvez a notícia de um canal privado fosse uma montagem, (filmaram a garrafa algures e inseriram depois a imagem na edição da notícia), então estaria compassada com as propostas do génio português do serviço público, João Duque, de “filtrar”, “trabalhar” a imagem de Portugal antes de a exportar no canal da RTP Internacional: “a promoção de Portugal através da imagem ou do som deve ser enquadrada numa visão de política externa”, “geniou” ele.
Se tivesse inteligência, a polícia portuguesa abortaria os ataques contra as Finanças e os perpetradores estariam experienciando outra tradição bem nossa da carga de milho na esquadra. Cacetada da boa, democrática, apenas para os menos favorecidos “Até essas putas todas rastejarem” [13].
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[1] O bancável “IOU” e não o improdutivo “IUD”. No filme “Saturday Night Fever” (1977), Tony Manero (John Travolta), numa onda de avançar para a penetração, pergunta a Annette (Donna Pescow): “what have you got? The IOU thing?”, acrónimo de “I owe you”, confundindo-o com “IUD”, “intrauterine device” = “dispositivo intra-uterino”. Na ausência de contracetivos, Tony contenta-se: “fuck! Just give me a blow job” = tradução de Deus Google: “foda! Apenas me dê um golpe de emprego”. Tony recebe uma nega, tal como os contribuintes também não terão nem sequer um “golpe de emprego” (de consolação), após pagarem todas as dívidas das dívidas e os juros dos juros.
[2] Adam Smith (1723-1790) raptado pelos ciganos aos 4 anos de idade, nas margens do Leven, quando visitava o avô, resgatado alguns dias depois, sobreviveu ao azar da Oxford de meados de 1700, “impregnada de Porto e preconceitos”, para empilhar várias ideias dispersas numa nova noção de riqueza: “não foi pela importação de ouro e prata que a descoberta da América enriqueceu a Europa. (…) Abrindo um novo e inesgotável mercado para todas as mercadorias da Europa ocasionou novas divisões de trabalho e aperfeiçoamentos de arte, que, no círculo do comércio antigo, nunca se poderiam ter verificado por falta de mercado para consumir a maior parte da sua produção. As capacidades produtivas do trabalho foram melhoradas e a sua produção aumentada em todos os diferentes países da Europa, e juntamente com isso o rendimento real e a riqueza dos habitantes”. A riqueza deriva da tendência humana para trocar objetos que produz por outros de que necessita, assim, o bem-estar económico de uma sociedade não é a posse da riqueza, mas o processo de fluxo de mercadorias. Uma ideia já em François Quesnay (1694-1774) no seu “Tableau économique”: a riqueza das nações não é mensurável pelos quilos de ouro ou prata nos cofres, mas sim pela sua produção de bens e mercadorias, e a melhor maneira de aumentar essa produção era a livre circulação de produtos no mercado, sem monopólios de intermediários, nem limitações tarifárias.
[3] Num horror Disco Argento. Ave Satanas!
[4] Uma evidência até para catraios de 10 anos a tocar Metallica. Mesmo depois de apanhar com um balão nas trombas.
[5] As sexy DJs pagarão mais impostos. Na Islândia optaram pela democracia: “o novo Governo enfrenta um dilema espinhoso: a liquidação à Holanda e ao Reino Unido de uma dívida de 3.5 milhões de euros após a falência do Icesave. (…). O Governo votou, em janeiro de 2010, uma lei autorizando esse reembolso, o que resultaria, para cada islandês, desembolsar durante oito anos uma quantia de cerca de 100 euros por mês. Mas o presidente da República recusa retificar a lei, cujo texto é submetido a um referendo”. “Entre as informações recolhidas, esta imagem impressionante da ágora nos banhos quentes públicos, onde o povo se reúne todas as manhãs para discutir a forma de refazer o mundo. Consagração desta revolução, a eleição de uma Assembleia Constituinte, a 27 de novembro de 2010” para redigir uma nova Constituição.
[6] Fotos de Steven Meisel. Modelos Iselin Steiro e Hilary Rhoda.
[7] Miguel Macedo, ministro da Administração Interna, sobre correções nas tabelas remuneratórias da PSP para 2012: “essa situação, que é muito grave, quando estamos a falar de estruturas, que são estruturas hierarquizadas, vai ser possível corrigir no quadro do Orçamento de Estado para 2012, aí, como os srs. sabem, é uma situação de absoluta exceção, enfim dentro das restrições fortes que vivemos”. A polícia é a primeira obrigação do Estado: “a PSP vai receber um reforço de verba de 50 milhões de euros no orçamento da Administração Interna, segundo os dados apresentados pelo ministro Miguel Macedo”.
[8] “Nitrate Love”.
[9] Norman Mailer, em “Os duros não dançam”: “em todo o caso… que diz aquele aforismo de vagabundos de rua? se queres morrer com uma bala nas costas, basta fazeres rapapés à mulher de um polícia. Ali, sentado em casa, senti um estremecimento, mas era agradável”.
[10] “The Orson Welles Sketch Book”: episódio 3 – “The Police”, (transcrição): “mas há outro tipo de abuso policial. Você sabe, penso que todos o sofremos mais ou menos. E sofremos nas mãos de polícias bons. Polícias decentes. Polícias cumprindo o seu dever. Estes são todos os insignificantes aborrecimentos; não parece muito importante, mas confluem numa invasão da nossa privacidade e um assalto contra a nossa dignidade como humanos. (…). Estou disposto a admitir que o polícia tem um trabalho difícil, um trabalho muito duro, mas é a essência da nossa sociedade que o trabalho do polícia deva ser duro. Ele está lá para proteger, proteger o cidadão livre, não para perseguir criminosos, isso é uma parte acidental do seu trabalho. O cidadão livre é sempre mais um estorvo para o polícia do que o criminoso. Ele sabe o que fazer com o criminoso. Eu sei que é muito agradável olhar pela janela da nossa confortável casa e ver o polícia lá, protegendo a nossa casa, e devemos estar gratos pelo polícia, mas eu penso também que devemos estar gratos pelas leis que nos protegem do polícia”. O restante Sketch Book: Episódio 1 – “The Early Years”. Episódio 2 – “Critics”. Episódio 4 – “Houdini / John Barrymore / Voodoo Story / The People I Missed”. Episódio 5 – “The War of the Worlds”. O último filme de Orson Welles foi “F for Fake” (1973), um documentário sobre fraude e falsificação. Welles ganhava para o celulóide dos seus filmes na Europa: como o coronel Cascorro em “Tepepa… Viva La Revolución” (1969), com o ator cubano-americano Tomás Milián, que revelou desapontamento: “apesar de que ele era o seu ídolo, a atmosfera nas gravações era terrível, com Welles que lhe chamava ‘porco cubano’”; ou na publicidade: “haaahaaa os franceses… o champanhe foi sempre celebrado pela sua excelência”, para a Findus gravou uns anúncios pandegados por Pinky e Brain em “Yes, Always”.
[11] A Owni.fr, parceira da WikiLeaks, libertou documentos sobre a cooperação da empresa francesa Amesys, a Muammar Kadhafi, para espiar membros da oposição na Inglaterra: “eles parecem mostrar que um manual fornecido à Líbia para fazer uma ‘vigilância maciça da Internet’, instalação conhecida como sistema Eagle, inclui os endereços de e-mail e pseudónimos dos líderes da oposição”.
[12] O novo produto: Sagres chocolate preta. Os cocktails Molotov seriam uma boa estratégia para a crise. Pires de Lima, presidente da Associação de Cervejeiras: “nós já estamos a conhecer, sem este cardápio, sem esta saraivada de medidas penalizadoras do consumo de cerveja, nós já estamos a conhecer um decréscimo de 10%, portanto, eu temo que entremos num declive tremendo e que Portugal acabe o ano de 2012 com um consumo na área das bebidas, nomeadamente este tipo de bebidas, ao nível daquilo que se conhecia há 20 anos”.
[13] Versão de Eden Neville, Alex Koste e Jackson Foote de “Get Low”, Lil’ John e os East Side Boyz.
cinema:
Annette Vadim: (7 de dezembro de 1936 – 12 de dezembro de 2005), nascida Annette Susanne Strøyberg, na ilha de Funen, na Dinamarca. “Cresceu sob a ocupação nazi. O seu pai era médico, e após a sua morte, ela e a irmã mudaram-se para Copenhaga. Como aluna, era uma excelente atleta e uma campeã de esqui aquático, mas foi a sua beleza deslumbrante que atraiu a atenção de um fotógrafo que passava na rua e a lançou numa carreira de modelo. Até então, ambicionava a escola de medicina. No final da adolescência, vai para Paris para se tornar manequim para Guy Laroche, que acabara de abrir a sua casa de alta-costura, mais tarde trabalhou para a Chanel, entre outras. Aos 21 anos, conheceu o realizador Roger Vadim, durante a produção de ‘Les bijoutiers du clair de lune’ (1958)”. “Quando Brigitte Bardot iniciou um cálido caso com o jovem colega Jean-Louis Trintignant, Vadim foi morar com Annette, que posteriormente deu à luz a sua filha, Nadine, em 1957. Vadim, então, começou a construir e adestrar uma réplica de BB com Strøyberg [1]. A sua grande oportunidade para a fama aconteceu quando ele a ostentou no filme, baseado no romance clássico, “Les Liaisons Dangereuses” (1959), como Marianne de Tourvel, a virtuosa vítima da pérfida Jeanne Moreau e Gérard Philipe. Fazendo a sua estreia, Annette foi impressionante, é claro, mas viu-se completamente subjugada pelo outro elenco, dificilmente preparada para um papel tão exigente. Ela ganhou algum reconhecimento quando Vadim a escalonou como Camilla, a rapariga de sociedade / lasciva vampira lésbica, no filme “Et mourir de plaisir” / “Blood and Roses” (1960). Quando o filme estreou, contudo, o seu casamento com Vadim era história. Ele tinha avançado para tentar conquistar a ascendente atriz Catherine Deneuve e ela colocou os seus propósitos no guitarrista Sasha Distel”. – “The Hands of Orlac” / “Orlacs Hände” (1924), o último filme expressionista de Robert Wiene: “um pianista mundialmente famoso perde ambas as mãos num acidente. Quando as novas mãos são enxertadas ele não sabe que pertenceram a um assassino”. Realizaram-se dois remakes: um americano, “Mad Love” (1935), com Peter Lorre e Frances Drake; e um anglofrancês “The Hands of Orlac” (1960), com Mel Ferrer, Christopher Lee e Dany Carrel. – “Head” (1968), realizado por Bob Rafelson, com os Monkees, uma aparição de Jack Nicholson e Dennis Hopper e bons conselhos de Frank Zappa: “a juventude da América depende de vocês mostrarem o caminho”. “As histórias e os momentos altos do filme vieram de uma visita de fim de semana a uma estância em Ojai, Califórnia, onde os Monkees, Rafelson e Nicholson brainstormed para um gravador, supostamente com a ajuda de uma grande quantidade de marijuana. Jack Nicholson, em seguida, pegou nas cassetes e usou-as como base para o seu argumento que, (segundo Rafelson), ele estruturou sob a influência de LSD”. A canção “Ditty Diego - War Chant”: “He, hey, we are The Monkees / You know we love to please / A manufactured image / With no philosophies”, escrita por Nicholson, parodia o tema dos Monkees na série televisiva: “Hey, hey we're the Monkees, / and people say we monkey around. / But we're too busy singing, / to put anybody down”, e termina abruptamente com o som de um tiro e imagens da execução sumária do soldado vietcong Nguyen Van Lem, pelo brigadeiro general e chefe da Polícia Nacional do Vietname Nguyễn Ngọc Loan. O filme falhou as pazadas de dólares porque, descontruía a imagem dos Monkees na TV, afugentado o seu público e uma má promoção. O único anúncio televisivo, um grande plano da cabeça de John Brockman, que após 30 segundos sorri e aparece na testa a palavra HEAD, mofa o filme “Blow Job” (1964), de Andy Warhol, em que o realizador avant-garde William Maas dá cabeça a um “jovem bonito que por acaso pairava na Factory naquele dia”. – “In Time” (2011): o mundo perfeito, “os ricos podem viver para sempre, os pobres morrem novos”: “em 2161, uma alteração genética permitiu que a humanidade desenvolvesse um sistema, onde as pessoas param de envelhecer aos 25 anos. Devido a preocupações com o excesso de população, o ‘tempo de vida’ substituiu o dinheiro como moeda e as pessoas têm de adquirir mais tempo depois dos 25 ou morrer dentro de um ano””, com Justin Timberlake, Amanda Seyfried e Olivia Wilde, uma atriz com uma babysitter ateia: “Christopher Hitchens costumava cuidar de mim quando eu era nova”. – “The Big Tits Dragon: Hot Spring Zombies Vs. Strippers” / “Kyonyû doragon: Onsen zonbi vs sutorippâ 5” (2010): (cena da vagina dragão flamejante). A stripper Lena Jodo (Sola Aoi) [2] é convidada para trabalhar numa estância de primavera. Com as colegas Maria (Mari Sakurai), Ginko (Risa Kasumi), Nene (Tamayo) e Dana (Io Aikawa), enfrentam uma chusma de clientes que se lhes desprezam os corpos, querem comer-lhes a carne. – As mais quentes brasas em fitas desportivas: no filme “We Are Marshall” (2006), January Jones (fotos Terry Richarson [3]); ou Leslie Bibb em “Talladega Nights: The Ballad of Ricky Bobby” (2006). – Rabos: regueifas anónimas, padarias famosas, acusa-se que, nadar não sabem, as bilhas brancas, e politiquices impedem a elevação a património imaterial da UNESCO, desta peça anatómica africana: Safarel Dj → “Kuitata” ♦ Flavour Nabania → “Adanma” ♦ Dr Sakis → “Love You” → “Leontine et le Zizi” → “Bisou Sur La Tomate” ♦ Naeto C → “5&6”. Contribuição branca: Maduar → “Saturday Party Time” ♦ Andreea Balan → “Trippin’” ♦ Armand Van Helden → “Shake That Ass”. – “Déjeuner Sur L’Herbe” (1959), de Jean Renoir, onde as impressionistas nádegas de Catherine Rouvel (Nénette) arrojam a festa da natureza no mundo da ciência. “O professor Étienne Alexis é um biólogo e estrela de TV, que tem ambições de se tornar presidente da Europa. Os seus pontos de vista sobre a inseminação artificial, e ‘a fabricação de crianças sendo confiada a especialistas’, são controversos e desacreditados pela igreja. ‘A paixão pode ser domesticada por antibióticos’, diz ele, 50 anos antes do Prozac. ‘Tudo pode ser explicado cientificamente’”, e outros 50 anos antes da Eurozona, a sua namorada é a germânica, alta, fria, Marie-Charlotte, (não há poder na Europa sem uma namorada alemã). – “Les fiancés du Pont MacDonald”, filme mudo com Jean-Luc Godard, Anna Karina, Eddie Constantine, Yves Robert e Jean-Claude Brialy, “um souvenir que simboliza a Nouvelle Vague como nós a vivemos, a imaginação ao poder e a amizade em ação”, disse Agnès Varda, e inserido no seu filme “Cléo de 5 à 7” (1962): a deambulação entre as 5 PM e as 7 PM de Cléo, uma cantora, por Paris, enquanto aguada os resultados de uma biopsia. Corinne Marchand (Cléo) canta “Sans Toi” com Michel Legrand ao piano.
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[1] Brigitte Bardot “teve um caso com Jean-Louis Trintignant (na época casado com Stéphane Audran), protagonista no ‘Et Dieu… créa la femme’ (1956), antes do seu divórcio de Vadim. A sua relação foi complicada pela ausência frequente de Trintignant, devido ao serviço militar, e o caso de Bardot com o músico Gilbert Bécaud”.
[2] Ou Sora Aoi: que significa “céu azul”, é o nome artístico de uma vedeta AV (vídeo adulto) japonesa, “eunicemuñozando” tanto nos “filmes cor-de-rosa” – “Tsumugi” (2004) – como no hardcore. 1,55 m, 90-58-83, nascida dia 11 de novembro de 1983, venceu o “AV Grand Prix Best Breast Award” em 2003 e o “Pink Grand Prix Best Actress Award” em 2004. Ela tem participado em filmes correntes: como uma turista japonesa na produção tailandesa “Hormones” (2008), no thriller de Hong Kong “Revenge: a Love Story” (2010), ou no filme indonésio “Suster keramas 2” (2011). Em 2006 editou o disco de J-Pop “Hadaka no Kiss”, e em 2010, junto com outras 25 estrelas AV, as Ebisu Muscats, o single “Banana Mango High School”, do CD “The Muscats ~Hollywood Kara Konnichiwa~” (2011). Em 2011, estreia-se na... China cantando em mandarim, “mai yu / pulôver”, com o auxílio de um intérprete: “estou tão feliz em saber que muitas pessoas na China me conhecem. Espero que possa ter algum tipo de eventos para interagir com os fãs chineses”.
[3] A Toutes Jambes.
Intervalo para publicidade: D'URBAN, “uma marca de moda masculina, para homens urbanos, que apreciam refinado vestir com sofisticada simplicidade, elegância calma e minimalismo moderno”, “c’est le elegance de l’homme moderne” aclamava Alain Delon, o seu porta-voz no início da década de 70: 1987 ◊ 1987 ◊ 1987 ◊ 1988 ◊ 1989 ◊ 1990 ◊ 1990 ◊ 1991 ◊ 1991 ◊ 1992 ◊ 2011. ● Coca-Cola factos e rumores: “boicotar a Coca-Cola marca uma posição contra a América e as políticas (externas) americanas; resposta: “a Coca-Cola Company e os nossos produtos são muitas vezes olhados como americanos. Mas a realidade é que a Coca-Cola Company é uma empresa verdadeiramente internacional, operando em todo o mundo, em mais de 200 países. O negócio Coca-Cola, em cada país, é um negócio local. (…). Por exemplo, na Autoridade Palestiniana, a National Beverage Company, o parceiro local de engarrafamento autorizado pela nossa empresa, é uma empresa independente, privada, gerida por empresários palestinianos locais, que operam uma instalação de engarrafamento Coca-Cola localizada em Ramallah e centros de distribuição em Gaza, Hebron e Nablus”. Rumor: a Coca-Cola Company é uma empresa judia”; resposta: “não. A Coca-Cola Company não está afiliada com nenhuma religião específica ou grupo étnico”. ● Nomes desastrosos de produtos: Shitto delicioso molho do Gana “feito de pimenta seca, peixe seco fumado, pó de camarão seco, uma variedade de especiarias, gengibre, cebola, alho, tomates e temperos” e também no Gana o refrigerante Pee Cola. Ou comer de um “megapussi” = “saco grande”, em finlandês. ● Anúncios sexistas vintage: o ketchup Delmonte de abertura fácil ao sexo fraco e a ordem natural do mundo com o Kenwood Chef: “o Chefe faz tudo exceto cozinhar – é para isso que servem as esposas” [1] ● Nuts Magazine: “mulheres, não esperem qualquer ajuda numa quinta-feira”. ● Tendências sexistas que o mundo da publicidade não consegue sacudir: a depravação está nos olhos de quem olha e o olhar contemporâneo vê… coisas: as cadelas nas campanhas da American Apparel, Annabelle, Erika & Keri, Kapi & Brandi. O fundador da marca Dov Charney: “a liberdade sexual, arte e fotografia são importantes para mim” e “às vezes, para progredir, acaba-se ofendendo as pessoas. E as pessoas sentiram-se ofendidas por muitas coisas que tenho feito ao longo dos anos. Mas eu fiz o que sentia ser correto, especialmente de um ponto de vista artístico e criativo”. “Nos seus processos por assédio sexual, duas mulheres acusam Charney de se expor para elas. Uma afirma que ele a convidou a se masturbar com ele e que ele dirige as reuniões de negócios na sua casa de Los Angeles vestindo quase nada. A outra diz que ele lhe pediu para contratar mulheres jovens com as quais pudesse ter sexo, asiáticas de preferência” [2]. A peganhenta ejaculação: nos anúncios dos preservativos Trojan: a esguichadela do bronzeador no canto superior esquerdo; ou o jorro de hidratante na cara no cartaz da Clinique. ● Mobília [3] para pretos e brancos na Red House. Virais na Internet, os galhofeiros Rhett & Link, no vídeo, “são uma dupla de comediantes da Carolina do Norte, composta pelos melhores amigos Rhett McLaughlin e Link Neal. Eles são mais conhecidos pelos seus vídeos na Internet e são autoproclamados ‘Internetainers’. (…). Rhett & Link sustentam-se criando e distribuindo a sua marca de entretenimento”, nos produtos que requerem a sua presença: “Mormon Haircuts”, “We Got Scooters!”, “Fast Food Folk Song”, “Facebook Song”. {canal YouTube}. ● As desnudas raparigas da PETA: preferem a sua pele: a bailarina profissional de salão ucraniana Karina Smirnoff (ucraniano: Карiна Смiрнова; russo: Кapинa Cмиpнoвa); a católica, pela cruz santificada, Joanna Krupa; as moçoilas do Rick’s Cabaret, Nova Iorque; ou Dominique Swain, a vigente “Lolita” (1997), de “marilynesco” volutear de saia em “Tart” (2001). ● Pintura corporal no pessoal da Air New Zeland. No país de pumas e dos Stubbies. ● Hambúrgueres Mini Sirloin. ● Mercedes Benz E-Class Coupé: “o tema do webspecial é uma sessão de fotografia. Os fotógrafos: 30 modelos de moda. A cena é captada pelas lentes das modelos a partir de uma variedade de ângulos. O usuário pode até mesmo assumir o controlo da câmara virtual e fotografar a ação de cada uma das perspetivas das modelos: fazer zoom e deslocar, tal como uma câmara digital real”. ● “Ninja Gaiden Sigma 2”, Kunoichi: é um termo para um ninja do sexo feminino. Uma possível etimologia: “ku” = nove, “no” = e, “ichi” = um, ou seja, “nove e um”, referindo-se ao número de orifícios no corpo feminino. O homem tem nove (incluindo o umbigo), a mulher, mais um. ● Gazprom Song: “composta e executada por Vladimir Tumayev, diretor da Spetsgazavtotrans, subsidiária da Gazprom, e fundador do clube de futebol da empresa, SOYUZ-Gazprom”; similar: o Hino Nacional do Kazaquistão, pelo Borat: “Kazakhstan greatest country in the world. / All other countries are run by little girls. / Kazakhstan number one exporter of potassium. / Other countries have inferior potassium.”. ● Ginásios de Nova Iorque: “felizes para sempre” do Equinox Fitness Club; a fumegante sessão fotográfica de Terry Richardson. ● Terra Santa: Skechers; Skechers; McDonald’s; Israeli Tourism; koolanoo.com, a primeira rede social judia do mundo; companhia de seguros; verificação do passaporte; “All I Want for Christmas is… Jews”; judias; o supermercado Mahsaney Kimat Hinam: “o anúncio televisivo foi filmado num subúrbio, no centro de Israel, e visa promover ‘o abate de preços’ no supermercado e cadeia de venda a retalho Mahsaney Kimat Hinam (‘Armazéns Quase Grátis’). Atores vestidos como membros de um esquadrão de execução percorrem o supermercado (…), enquanto câmaras CCTV registam cada um dos seus movimentos, evocando imagens de cenas divulgadas pela polícia do Dubai, após o assassinato do comandante do Hamas Mahmoud al-Mabhoud em Janeiro”.
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[1] Efésios 5:22-25: “mulheres, sujeitai-vos aos vossos próprios maridos como o fazeis ao Senhor. Porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da igreja, o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Ora, como a igreja se submete a Cristo, assim também as mulheres se devem submeter aos seus maridos em tudo”.
[2] Titus 2:3-5: “do mesmo modo, ensina as mulheres mais velhas a serem reverentes na sua maneira de viver, a não serem maldizentes ou viciadas em muito vinho, mas a ensinarem o que é benéfico. Então, elas podem incitar as mulheres mais novas a amarem os seus maridos e filhos, a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em casa, a serem gentis e a submeterem-se aos seus maridos, para que ninguém difame a palavra de Deus”.
[3] Homens que QUEREM ser mobília. Móveis em forma de corpos femininos.
música:
Michael Gondry – nascido dia 8 de maio de 1963 em Versalhes. Neto de Constant Martin, o inventor do clavioline, um dos primeiros sintetizadores, o pai programava computadores e a mãe era pianista. “É um cineasta vencedor de um Oscar, cuja obra inclui realização de anúncios publicitários, vídeos de música e escrita de argumentos. Ele é conhecido pelo seu estilo visual criativo e manipulação da mise en scène”. Sobre “Le Voyage en Ballon” (1960), realizado por Albert Lamorisse: “é o primeiro filme de que me lembro. É o filme que eu mais gosto de rever. Quando se é novo, somos muito recetivos a todas as coisas que vemos, às emoções. E então tentamos o tempo todo igualar-se a essas sensações. Portanto, neste sentido, pode ter mudado a minha vida, porque estou sempre a tentar recrear esse sentimento de ver esse filme”. “Gondry estreou-se no cinema em 2001 com ‘Human Nature’, recebendo críticas mistas. O seu segundo filme, ‘Eternal Sunshine of the Spotless Mind’ (também a sua segunda colaboração com o argumentista Charlie Kaufman), foi lançado em 2004 e recebeu críticas bastante favoráveis. (…). ‘Eternal Sunshine’ utiliza muitas das técnicas de manipulação da imagem que Gondry tinha experimentado nos seus vídeos de música”, por ele Gondry, Kaufman e Pierre Bismuth venceram o Oscar para melhor argumento. Filmografia: “The Science of Sleep” (2006); “Be Kind Rewind” (2008); “The Green Hornet” (2011); “The We & the I” (2012).
Gondry realizou inúmeros anúncios publicitários. Foi pioneiro na técnica “bullet time” no Smarienberg, para a Smirnoff, que em 1999 os irmãos Wachowski abusaram no filme “The Matrix”. Alguns outros anúncios: Levi's – Drugstore ▲ Air France – Le Nuage ▲ Air France – Le Passage ▲ AMD – Flatzone ▲ BMW – Pure Drive ▲ Coca-Cola – Snowboarder ▲ Earthlink – Privacy ▲ Fiat – Lancia Y10 ▲ GAP – Holiday Campaign ▲ Levi's – Bellybutton ▲ Levi's – Mermaids ▲ Levi's – Swap ▲ Motorola – Razr2.
Escreveu os livros, “You'll Like This Film Because You're In It”, sobre a realização do filme “Be Kind, Rewind” e a BD “We Lost the War but Not the Battle”; postou no YouTube o vídeo “Michel Gondry Solves a Rubik's Cube With His Feet”, logo desmascarado pelo “How Michel Gondry Faked His Rubik's Cube Stunt”; também resolveu o cubo com o nariz em menos de um minuto. {Canal YouTube}.
Gondry “iniciou a sua carreira cinematográfica com a criação de vídeos para a banda pop francesa Oui Oui, na qual era baterista”. (No menu do DVD “Work of Director” toca uma bateria preparada com… gaiatos). A Björk viu um dos seus vídeos na MTV e convidou-o para realizar seu primeiro vídeo a solo “Human Behaviour” em 1993. Videoclips:
1988: – Oui Oui “Junior Et Sa Voix D'Or”; “Bolide” // 1989: – l'Affaire Louis Trio “Il y a ceux”♫ Oui Oui “Les Cailloux “ // 1990: – Oui Oui “Ma Maison” // 1991: – Les Objects “Sarah” ♫ Les Objects “La normalité” ♫ Peter & the Electro Kitsch Band “Dad, laisse-moi conduire la Cad” // 1992: – Mark Curry “Blow Me Down” ♫ Etienne Daho “Les Voyages Immobiles” ♫ Oui Oui “La Ville” ♫ Laurent Voulzy “Paradoxal Système” ♫ Thomas Dolby “Close But No Cigar” ♫ Inspiral Carpets – “Two Worlds Collide” ♫ RoBERT “Les Jupes” // 1993: – Les Négresses Vertes “Hou! Mamma Mia” ♫ Jean François Coen “La Tour de Pise” ♫ IAM “Je Danse Le Mia” ♫ Malcolm McLaren feat. Amina “La main parisienne” (no colo de Amina Annabi está Paul, o filho de Gondry, também artista) ♫ Sananda Maitreya aka Terence Trent D’Arby “She Kissed Me” ♫ Lenny Kravitz “Believe” ♫ Belinda Carlisle “Big Scary Animal” ♫ Hothouse Flower “This is It (Your Soul)” // 1994: – Stina Nordenstam “Little Star” ♫ Sinéad O'Connor “Fire On Babylon” // 1995: – Björk “Army of Me” ♫ The Black Crowes “High Head Blues” ♫ Massive Attack “Protection” ♫ Björk “Isobel” ♫ Rolling Stones “Like a Rolling Stone” // 1996: – Björk “Hyper-Ballad” ♫ Cibo Matto “Sugar Water” // 1997: – Neneh Cherry “Feel It” ♫ Daft Punk “Around the World” ♫ Sheryl Crow “A Change Would Do You Good” ♫ Foo Fighters “Everlong” ♫ Björk “Jóga” ♫ Beck “Deadweight” ♫ Björk “Bachelorette” // 1998: – Stardust “Music Sounds Better With You”♫ Wyclef Jean “Another One Bites the Dust” ♫ Rolling Stones “Gimme Shelter” // 1999: – Chemical Brothers “Let Forever Be” // 2001: – Radiohead “Knives Out” ♫ Chemical Brothers “Star Guitar” (making of) // 2002: – The White Stripes “Fell in Love With a Girl” ♫ The White Stripes “Dead Leaves And The Dirty Ground” ♫ Noir Desir “A l'envers a l'endroit” ♫ Kylie Minogue “Come into My World” // 2003: – The Whites Stripes “The Hardest Button to Button” // 2004: – Steriogram “Walkie Talkie Man” ♫ The Vines “Ride” ♫ Michael Andrews e Gary Jules “Mad World” ♫ The Polyphonic Spree “Light & Day” // 2005: – The White Stripes “The Denial Twist” ♫ Kanye West “Heard 'Em Say” // 2006: – Cody ChesnuTT “King of the Game” ♫ Beck “Cellphone's Dead” // 2007: – Paul McCartney “Dance Tonight” ♫ Björk “Declare Independence” // 2008: – Dick Annegarn “Soleil du soir” // 2009: – Flight of the Conchords “Carol Brown” // 2010: – Mia Doi Todd “Open Your Heart” // 2011: – The Living Sisters “How Are You Doing?” ♫ Björk “Crystalline”.
Para enegrecer a paisagem económica [3] tinham exacerbado de toneladas de triliões a “riqueza” que administravam. Aristóteles, na “Política”, escrevia que “a quantidade de bens domésticos que bastam para a vida boa não é ilimitada. Há um limite fixo” e que essa fatia fixa era a riqueza (no século IV a. C.: a riqueza da casa ou da cidade-estado). Os ímprobos banqueiros esmurraçaram este senso comum [4] e disparam-se para o ilimitado quando explodiu o foguete em 2007 nas urbanizações americanas. E agora as economias “ricas” afixaram na vitrina o cartaz: “dinheiro precisa-se”. E onde está ele? Algum está aferrolhado, cimentado, blindado, fora do alcance do galfarro do Estado, o outro, no bolso dos mais pobres e remediados que lhe acenarão adeus [5].
Tosquiar a maioria da população açoda uma democracia musculada. E uma classe profissional se destacará: polícia chique [6]. O Bófia será o melhor amigo do Estado [7]. Ele pindárico exigirá: “cabo da GNR exige sexo na via pública” [8], ele bradará rapsódico: “Eu seguro a tocha de Heraclito / Assim posso abanar a terra e mover os sóis” (Behemoth), por que o Estado depende dele para conter “actos de vandalismo e algumas incivilidades”, e o cidadão, sem ter comido a mulher do polícia, alombará com o cassetete ou uma bala nas costas [9].
As democracias gestam no seu útero um quisto verdadeiramente irritante, dizia Orson Welles na BBC: “o cidadão livre é sempre mais um estorvo para o polícia do que o criminoso” [10], para uma boa governança, vigiar o cidadão, não sinalizado como criminoso, é a principal função do Estado, e já é uma indústria privada: o Spyfiles da WikiLeaks: “ a interceção em massa de populações inteiras não é apenas uma realidade, é uma nova indústria secreta abrangendo 25 países. Parece algo saído de Hollywood, mas a partir de hoje, os sistemas de interceção de massa, construída por adjudicatários de inteligência ocidentais, incluindo para ‘adversários políticos’, são uma realidade. A WikiLeaks começou hoje a liberação de um banco de dados de centenas de documentos, de tantos como, 160 adjudicatários de inteligência, no sector da vigilância em massa” [11].
O controlo estreito do cidadão prevê e prende antes do crime. No dia da greve geral (24 de novembro), os noticiários pescavam “imagens semelhantes à Grécia”: “três repartições de Finanças foram vandalizadas esta manhã em Lisboa. (…). Em Benfica, na rua Amélia Rey Colaço, e no Campo Grande, na avenida do Centro Cultural, as repartições de Finanças poucos estragos sofreram apesar de terem sido lançados ‘cocktail Molotov’ contra as suas fachadas, enquanto uma terceira, na avenida General Roçadas foi atingida com uma lata de tinta que acabou por partir o vidro da porta principal”. Cocktails Molotov, uma importação escarninha finlandesa, lançados em patrióticas garrafas de cerveja Sagres [12] e, quiçá, com gasolina da Galp, comprovam que a liderança de Cavaco Silva: “consumir produtos nacionais”, enterra fundo em todos os estratos da população. Mais nacional, só se atirassem cocktails Molotov em Tabuleiros do Divino Espírito Santo, de Tomar, ou no box-set da Amália Rodrigues. A exactidão não é uma rotina na indústria jornalística portuguesa, e talvez a notícia de um canal privado fosse uma montagem, (filmaram a garrafa algures e inseriram depois a imagem na edição da notícia), então estaria compassada com as propostas do génio português do serviço público, João Duque, de “filtrar”, “trabalhar” a imagem de Portugal antes de a exportar no canal da RTP Internacional: “a promoção de Portugal através da imagem ou do som deve ser enquadrada numa visão de política externa”, “geniou” ele.
Se tivesse inteligência, a polícia portuguesa abortaria os ataques contra as Finanças e os perpetradores estariam experienciando outra tradição bem nossa da carga de milho na esquadra. Cacetada da boa, democrática, apenas para os menos favorecidos “Até essas putas todas rastejarem” [13].
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[1] O bancável “IOU” e não o improdutivo “IUD”. No filme “Saturday Night Fever” (1977), Tony Manero (John Travolta), numa onda de avançar para a penetração, pergunta a Annette (Donna Pescow): “what have you got? The IOU thing?”, acrónimo de “I owe you”, confundindo-o com “IUD”, “intrauterine device” = “dispositivo intra-uterino”. Na ausência de contracetivos, Tony contenta-se: “fuck! Just give me a blow job” = tradução de Deus Google: “foda! Apenas me dê um golpe de emprego”. Tony recebe uma nega, tal como os contribuintes também não terão nem sequer um “golpe de emprego” (de consolação), após pagarem todas as dívidas das dívidas e os juros dos juros.
[2] Adam Smith (1723-1790) raptado pelos ciganos aos 4 anos de idade, nas margens do Leven, quando visitava o avô, resgatado alguns dias depois, sobreviveu ao azar da Oxford de meados de 1700, “impregnada de Porto e preconceitos”, para empilhar várias ideias dispersas numa nova noção de riqueza: “não foi pela importação de ouro e prata que a descoberta da América enriqueceu a Europa. (…) Abrindo um novo e inesgotável mercado para todas as mercadorias da Europa ocasionou novas divisões de trabalho e aperfeiçoamentos de arte, que, no círculo do comércio antigo, nunca se poderiam ter verificado por falta de mercado para consumir a maior parte da sua produção. As capacidades produtivas do trabalho foram melhoradas e a sua produção aumentada em todos os diferentes países da Europa, e juntamente com isso o rendimento real e a riqueza dos habitantes”. A riqueza deriva da tendência humana para trocar objetos que produz por outros de que necessita, assim, o bem-estar económico de uma sociedade não é a posse da riqueza, mas o processo de fluxo de mercadorias. Uma ideia já em François Quesnay (1694-1774) no seu “Tableau économique”: a riqueza das nações não é mensurável pelos quilos de ouro ou prata nos cofres, mas sim pela sua produção de bens e mercadorias, e a melhor maneira de aumentar essa produção era a livre circulação de produtos no mercado, sem monopólios de intermediários, nem limitações tarifárias.
[3] Num horror Disco Argento. Ave Satanas!
[4] Uma evidência até para catraios de 10 anos a tocar Metallica. Mesmo depois de apanhar com um balão nas trombas.
[5] As sexy DJs pagarão mais impostos. Na Islândia optaram pela democracia: “o novo Governo enfrenta um dilema espinhoso: a liquidação à Holanda e ao Reino Unido de uma dívida de 3.5 milhões de euros após a falência do Icesave. (…). O Governo votou, em janeiro de 2010, uma lei autorizando esse reembolso, o que resultaria, para cada islandês, desembolsar durante oito anos uma quantia de cerca de 100 euros por mês. Mas o presidente da República recusa retificar a lei, cujo texto é submetido a um referendo”. “Entre as informações recolhidas, esta imagem impressionante da ágora nos banhos quentes públicos, onde o povo se reúne todas as manhãs para discutir a forma de refazer o mundo. Consagração desta revolução, a eleição de uma Assembleia Constituinte, a 27 de novembro de 2010” para redigir uma nova Constituição.
[6] Fotos de Steven Meisel. Modelos Iselin Steiro e Hilary Rhoda.
[7] Miguel Macedo, ministro da Administração Interna, sobre correções nas tabelas remuneratórias da PSP para 2012: “essa situação, que é muito grave, quando estamos a falar de estruturas, que são estruturas hierarquizadas, vai ser possível corrigir no quadro do Orçamento de Estado para 2012, aí, como os srs. sabem, é uma situação de absoluta exceção, enfim dentro das restrições fortes que vivemos”. A polícia é a primeira obrigação do Estado: “a PSP vai receber um reforço de verba de 50 milhões de euros no orçamento da Administração Interna, segundo os dados apresentados pelo ministro Miguel Macedo”.
[8] “Nitrate Love”.
[9] Norman Mailer, em “Os duros não dançam”: “em todo o caso… que diz aquele aforismo de vagabundos de rua? se queres morrer com uma bala nas costas, basta fazeres rapapés à mulher de um polícia. Ali, sentado em casa, senti um estremecimento, mas era agradável”.
[10] “The Orson Welles Sketch Book”: episódio 3 – “The Police”, (transcrição): “mas há outro tipo de abuso policial. Você sabe, penso que todos o sofremos mais ou menos. E sofremos nas mãos de polícias bons. Polícias decentes. Polícias cumprindo o seu dever. Estes são todos os insignificantes aborrecimentos; não parece muito importante, mas confluem numa invasão da nossa privacidade e um assalto contra a nossa dignidade como humanos. (…). Estou disposto a admitir que o polícia tem um trabalho difícil, um trabalho muito duro, mas é a essência da nossa sociedade que o trabalho do polícia deva ser duro. Ele está lá para proteger, proteger o cidadão livre, não para perseguir criminosos, isso é uma parte acidental do seu trabalho. O cidadão livre é sempre mais um estorvo para o polícia do que o criminoso. Ele sabe o que fazer com o criminoso. Eu sei que é muito agradável olhar pela janela da nossa confortável casa e ver o polícia lá, protegendo a nossa casa, e devemos estar gratos pelo polícia, mas eu penso também que devemos estar gratos pelas leis que nos protegem do polícia”. O restante Sketch Book: Episódio 1 – “The Early Years”. Episódio 2 – “Critics”. Episódio 4 – “Houdini / John Barrymore / Voodoo Story / The People I Missed”. Episódio 5 – “The War of the Worlds”. O último filme de Orson Welles foi “F for Fake” (1973), um documentário sobre fraude e falsificação. Welles ganhava para o celulóide dos seus filmes na Europa: como o coronel Cascorro em “Tepepa… Viva La Revolución” (1969), com o ator cubano-americano Tomás Milián, que revelou desapontamento: “apesar de que ele era o seu ídolo, a atmosfera nas gravações era terrível, com Welles que lhe chamava ‘porco cubano’”; ou na publicidade: “haaahaaa os franceses… o champanhe foi sempre celebrado pela sua excelência”, para a Findus gravou uns anúncios pandegados por Pinky e Brain em “Yes, Always”.
[11] A Owni.fr, parceira da WikiLeaks, libertou documentos sobre a cooperação da empresa francesa Amesys, a Muammar Kadhafi, para espiar membros da oposição na Inglaterra: “eles parecem mostrar que um manual fornecido à Líbia para fazer uma ‘vigilância maciça da Internet’, instalação conhecida como sistema Eagle, inclui os endereços de e-mail e pseudónimos dos líderes da oposição”.
[12] O novo produto: Sagres chocolate preta. Os cocktails Molotov seriam uma boa estratégia para a crise. Pires de Lima, presidente da Associação de Cervejeiras: “nós já estamos a conhecer, sem este cardápio, sem esta saraivada de medidas penalizadoras do consumo de cerveja, nós já estamos a conhecer um decréscimo de 10%, portanto, eu temo que entremos num declive tremendo e que Portugal acabe o ano de 2012 com um consumo na área das bebidas, nomeadamente este tipo de bebidas, ao nível daquilo que se conhecia há 20 anos”.
[13] Versão de Eden Neville, Alex Koste e Jackson Foote de “Get Low”, Lil’ John e os East Side Boyz.
cinema:
Annette Vadim: (7 de dezembro de 1936 – 12 de dezembro de 2005), nascida Annette Susanne Strøyberg, na ilha de Funen, na Dinamarca. “Cresceu sob a ocupação nazi. O seu pai era médico, e após a sua morte, ela e a irmã mudaram-se para Copenhaga. Como aluna, era uma excelente atleta e uma campeã de esqui aquático, mas foi a sua beleza deslumbrante que atraiu a atenção de um fotógrafo que passava na rua e a lançou numa carreira de modelo. Até então, ambicionava a escola de medicina. No final da adolescência, vai para Paris para se tornar manequim para Guy Laroche, que acabara de abrir a sua casa de alta-costura, mais tarde trabalhou para a Chanel, entre outras. Aos 21 anos, conheceu o realizador Roger Vadim, durante a produção de ‘Les bijoutiers du clair de lune’ (1958)”. “Quando Brigitte Bardot iniciou um cálido caso com o jovem colega Jean-Louis Trintignant, Vadim foi morar com Annette, que posteriormente deu à luz a sua filha, Nadine, em 1957. Vadim, então, começou a construir e adestrar uma réplica de BB com Strøyberg [1]. A sua grande oportunidade para a fama aconteceu quando ele a ostentou no filme, baseado no romance clássico, “Les Liaisons Dangereuses” (1959), como Marianne de Tourvel, a virtuosa vítima da pérfida Jeanne Moreau e Gérard Philipe. Fazendo a sua estreia, Annette foi impressionante, é claro, mas viu-se completamente subjugada pelo outro elenco, dificilmente preparada para um papel tão exigente. Ela ganhou algum reconhecimento quando Vadim a escalonou como Camilla, a rapariga de sociedade / lasciva vampira lésbica, no filme “Et mourir de plaisir” / “Blood and Roses” (1960). Quando o filme estreou, contudo, o seu casamento com Vadim era história. Ele tinha avançado para tentar conquistar a ascendente atriz Catherine Deneuve e ela colocou os seus propósitos no guitarrista Sasha Distel”. – “The Hands of Orlac” / “Orlacs Hände” (1924), o último filme expressionista de Robert Wiene: “um pianista mundialmente famoso perde ambas as mãos num acidente. Quando as novas mãos são enxertadas ele não sabe que pertenceram a um assassino”. Realizaram-se dois remakes: um americano, “Mad Love” (1935), com Peter Lorre e Frances Drake; e um anglofrancês “The Hands of Orlac” (1960), com Mel Ferrer, Christopher Lee e Dany Carrel. – “Head” (1968), realizado por Bob Rafelson, com os Monkees, uma aparição de Jack Nicholson e Dennis Hopper e bons conselhos de Frank Zappa: “a juventude da América depende de vocês mostrarem o caminho”. “As histórias e os momentos altos do filme vieram de uma visita de fim de semana a uma estância em Ojai, Califórnia, onde os Monkees, Rafelson e Nicholson brainstormed para um gravador, supostamente com a ajuda de uma grande quantidade de marijuana. Jack Nicholson, em seguida, pegou nas cassetes e usou-as como base para o seu argumento que, (segundo Rafelson), ele estruturou sob a influência de LSD”. A canção “Ditty Diego - War Chant”: “He, hey, we are The Monkees / You know we love to please / A manufactured image / With no philosophies”, escrita por Nicholson, parodia o tema dos Monkees na série televisiva: “Hey, hey we're the Monkees, / and people say we monkey around. / But we're too busy singing, / to put anybody down”, e termina abruptamente com o som de um tiro e imagens da execução sumária do soldado vietcong Nguyen Van Lem, pelo brigadeiro general e chefe da Polícia Nacional do Vietname Nguyễn Ngọc Loan. O filme falhou as pazadas de dólares porque, descontruía a imagem dos Monkees na TV, afugentado o seu público e uma má promoção. O único anúncio televisivo, um grande plano da cabeça de John Brockman, que após 30 segundos sorri e aparece na testa a palavra HEAD, mofa o filme “Blow Job” (1964), de Andy Warhol, em que o realizador avant-garde William Maas dá cabeça a um “jovem bonito que por acaso pairava na Factory naquele dia”. – “In Time” (2011): o mundo perfeito, “os ricos podem viver para sempre, os pobres morrem novos”: “em 2161, uma alteração genética permitiu que a humanidade desenvolvesse um sistema, onde as pessoas param de envelhecer aos 25 anos. Devido a preocupações com o excesso de população, o ‘tempo de vida’ substituiu o dinheiro como moeda e as pessoas têm de adquirir mais tempo depois dos 25 ou morrer dentro de um ano””, com Justin Timberlake, Amanda Seyfried e Olivia Wilde, uma atriz com uma babysitter ateia: “Christopher Hitchens costumava cuidar de mim quando eu era nova”. – “The Big Tits Dragon: Hot Spring Zombies Vs. Strippers” / “Kyonyû doragon: Onsen zonbi vs sutorippâ 5” (2010): (cena da vagina dragão flamejante). A stripper Lena Jodo (Sola Aoi) [2] é convidada para trabalhar numa estância de primavera. Com as colegas Maria (Mari Sakurai), Ginko (Risa Kasumi), Nene (Tamayo) e Dana (Io Aikawa), enfrentam uma chusma de clientes que se lhes desprezam os corpos, querem comer-lhes a carne. – As mais quentes brasas em fitas desportivas: no filme “We Are Marshall” (2006), January Jones (fotos Terry Richarson [3]); ou Leslie Bibb em “Talladega Nights: The Ballad of Ricky Bobby” (2006). – Rabos: regueifas anónimas, padarias famosas, acusa-se que, nadar não sabem, as bilhas brancas, e politiquices impedem a elevação a património imaterial da UNESCO, desta peça anatómica africana: Safarel Dj → “Kuitata” ♦ Flavour Nabania → “Adanma” ♦ Dr Sakis → “Love You” → “Leontine et le Zizi” → “Bisou Sur La Tomate” ♦ Naeto C → “5&6”. Contribuição branca: Maduar → “Saturday Party Time” ♦ Andreea Balan → “Trippin’” ♦ Armand Van Helden → “Shake That Ass”. – “Déjeuner Sur L’Herbe” (1959), de Jean Renoir, onde as impressionistas nádegas de Catherine Rouvel (Nénette) arrojam a festa da natureza no mundo da ciência. “O professor Étienne Alexis é um biólogo e estrela de TV, que tem ambições de se tornar presidente da Europa. Os seus pontos de vista sobre a inseminação artificial, e ‘a fabricação de crianças sendo confiada a especialistas’, são controversos e desacreditados pela igreja. ‘A paixão pode ser domesticada por antibióticos’, diz ele, 50 anos antes do Prozac. ‘Tudo pode ser explicado cientificamente’”, e outros 50 anos antes da Eurozona, a sua namorada é a germânica, alta, fria, Marie-Charlotte, (não há poder na Europa sem uma namorada alemã). – “Les fiancés du Pont MacDonald”, filme mudo com Jean-Luc Godard, Anna Karina, Eddie Constantine, Yves Robert e Jean-Claude Brialy, “um souvenir que simboliza a Nouvelle Vague como nós a vivemos, a imaginação ao poder e a amizade em ação”, disse Agnès Varda, e inserido no seu filme “Cléo de 5 à 7” (1962): a deambulação entre as 5 PM e as 7 PM de Cléo, uma cantora, por Paris, enquanto aguada os resultados de uma biopsia. Corinne Marchand (Cléo) canta “Sans Toi” com Michel Legrand ao piano.
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[1] Brigitte Bardot “teve um caso com Jean-Louis Trintignant (na época casado com Stéphane Audran), protagonista no ‘Et Dieu… créa la femme’ (1956), antes do seu divórcio de Vadim. A sua relação foi complicada pela ausência frequente de Trintignant, devido ao serviço militar, e o caso de Bardot com o músico Gilbert Bécaud”.
[2] Ou Sora Aoi: que significa “céu azul”, é o nome artístico de uma vedeta AV (vídeo adulto) japonesa, “eunicemuñozando” tanto nos “filmes cor-de-rosa” – “Tsumugi” (2004) – como no hardcore. 1,55 m, 90-58-83, nascida dia 11 de novembro de 1983, venceu o “AV Grand Prix Best Breast Award” em 2003 e o “Pink Grand Prix Best Actress Award” em 2004. Ela tem participado em filmes correntes: como uma turista japonesa na produção tailandesa “Hormones” (2008), no thriller de Hong Kong “Revenge: a Love Story” (2010), ou no filme indonésio “Suster keramas 2” (2011). Em 2006 editou o disco de J-Pop “Hadaka no Kiss”, e em 2010, junto com outras 25 estrelas AV, as Ebisu Muscats, o single “Banana Mango High School”, do CD “The Muscats ~Hollywood Kara Konnichiwa~” (2011). Em 2011, estreia-se na... China cantando em mandarim, “mai yu / pulôver”, com o auxílio de um intérprete: “estou tão feliz em saber que muitas pessoas na China me conhecem. Espero que possa ter algum tipo de eventos para interagir com os fãs chineses”.
[3] A Toutes Jambes.
Intervalo para publicidade: D'URBAN, “uma marca de moda masculina, para homens urbanos, que apreciam refinado vestir com sofisticada simplicidade, elegância calma e minimalismo moderno”, “c’est le elegance de l’homme moderne” aclamava Alain Delon, o seu porta-voz no início da década de 70: 1987 ◊ 1987 ◊ 1987 ◊ 1988 ◊ 1989 ◊ 1990 ◊ 1990 ◊ 1991 ◊ 1991 ◊ 1992 ◊ 2011. ● Coca-Cola factos e rumores: “boicotar a Coca-Cola marca uma posição contra a América e as políticas (externas) americanas; resposta: “a Coca-Cola Company e os nossos produtos são muitas vezes olhados como americanos. Mas a realidade é que a Coca-Cola Company é uma empresa verdadeiramente internacional, operando em todo o mundo, em mais de 200 países. O negócio Coca-Cola, em cada país, é um negócio local. (…). Por exemplo, na Autoridade Palestiniana, a National Beverage Company, o parceiro local de engarrafamento autorizado pela nossa empresa, é uma empresa independente, privada, gerida por empresários palestinianos locais, que operam uma instalação de engarrafamento Coca-Cola localizada em Ramallah e centros de distribuição em Gaza, Hebron e Nablus”. Rumor: a Coca-Cola Company é uma empresa judia”; resposta: “não. A Coca-Cola Company não está afiliada com nenhuma religião específica ou grupo étnico”. ● Nomes desastrosos de produtos: Shitto delicioso molho do Gana “feito de pimenta seca, peixe seco fumado, pó de camarão seco, uma variedade de especiarias, gengibre, cebola, alho, tomates e temperos” e também no Gana o refrigerante Pee Cola. Ou comer de um “megapussi” = “saco grande”, em finlandês. ● Anúncios sexistas vintage: o ketchup Delmonte de abertura fácil ao sexo fraco e a ordem natural do mundo com o Kenwood Chef: “o Chefe faz tudo exceto cozinhar – é para isso que servem as esposas” [1] ● Nuts Magazine: “mulheres, não esperem qualquer ajuda numa quinta-feira”. ● Tendências sexistas que o mundo da publicidade não consegue sacudir: a depravação está nos olhos de quem olha e o olhar contemporâneo vê… coisas: as cadelas nas campanhas da American Apparel, Annabelle, Erika & Keri, Kapi & Brandi. O fundador da marca Dov Charney: “a liberdade sexual, arte e fotografia são importantes para mim” e “às vezes, para progredir, acaba-se ofendendo as pessoas. E as pessoas sentiram-se ofendidas por muitas coisas que tenho feito ao longo dos anos. Mas eu fiz o que sentia ser correto, especialmente de um ponto de vista artístico e criativo”. “Nos seus processos por assédio sexual, duas mulheres acusam Charney de se expor para elas. Uma afirma que ele a convidou a se masturbar com ele e que ele dirige as reuniões de negócios na sua casa de Los Angeles vestindo quase nada. A outra diz que ele lhe pediu para contratar mulheres jovens com as quais pudesse ter sexo, asiáticas de preferência” [2]. A peganhenta ejaculação: nos anúncios dos preservativos Trojan: a esguichadela do bronzeador no canto superior esquerdo; ou o jorro de hidratante na cara no cartaz da Clinique. ● Mobília [3] para pretos e brancos na Red House. Virais na Internet, os galhofeiros Rhett & Link, no vídeo, “são uma dupla de comediantes da Carolina do Norte, composta pelos melhores amigos Rhett McLaughlin e Link Neal. Eles são mais conhecidos pelos seus vídeos na Internet e são autoproclamados ‘Internetainers’. (…). Rhett & Link sustentam-se criando e distribuindo a sua marca de entretenimento”, nos produtos que requerem a sua presença: “Mormon Haircuts”, “We Got Scooters!”, “Fast Food Folk Song”, “Facebook Song”. {canal YouTube}. ● As desnudas raparigas da PETA: preferem a sua pele: a bailarina profissional de salão ucraniana Karina Smirnoff (ucraniano: Карiна Смiрнова; russo: Кapинa Cмиpнoвa); a católica, pela cruz santificada, Joanna Krupa; as moçoilas do Rick’s Cabaret, Nova Iorque; ou Dominique Swain, a vigente “Lolita” (1997), de “marilynesco” volutear de saia em “Tart” (2001). ● Pintura corporal no pessoal da Air New Zeland. No país de pumas e dos Stubbies. ● Hambúrgueres Mini Sirloin. ● Mercedes Benz E-Class Coupé: “o tema do webspecial é uma sessão de fotografia. Os fotógrafos: 30 modelos de moda. A cena é captada pelas lentes das modelos a partir de uma variedade de ângulos. O usuário pode até mesmo assumir o controlo da câmara virtual e fotografar a ação de cada uma das perspetivas das modelos: fazer zoom e deslocar, tal como uma câmara digital real”. ● “Ninja Gaiden Sigma 2”, Kunoichi: é um termo para um ninja do sexo feminino. Uma possível etimologia: “ku” = nove, “no” = e, “ichi” = um, ou seja, “nove e um”, referindo-se ao número de orifícios no corpo feminino. O homem tem nove (incluindo o umbigo), a mulher, mais um. ● Gazprom Song: “composta e executada por Vladimir Tumayev, diretor da Spetsgazavtotrans, subsidiária da Gazprom, e fundador do clube de futebol da empresa, SOYUZ-Gazprom”; similar: o Hino Nacional do Kazaquistão, pelo Borat: “Kazakhstan greatest country in the world. / All other countries are run by little girls. / Kazakhstan number one exporter of potassium. / Other countries have inferior potassium.”. ● Ginásios de Nova Iorque: “felizes para sempre” do Equinox Fitness Club; a fumegante sessão fotográfica de Terry Richardson. ● Terra Santa: Skechers; Skechers; McDonald’s; Israeli Tourism; koolanoo.com, a primeira rede social judia do mundo; companhia de seguros; verificação do passaporte; “All I Want for Christmas is… Jews”; judias; o supermercado Mahsaney Kimat Hinam: “o anúncio televisivo foi filmado num subúrbio, no centro de Israel, e visa promover ‘o abate de preços’ no supermercado e cadeia de venda a retalho Mahsaney Kimat Hinam (‘Armazéns Quase Grátis’). Atores vestidos como membros de um esquadrão de execução percorrem o supermercado (…), enquanto câmaras CCTV registam cada um dos seus movimentos, evocando imagens de cenas divulgadas pela polícia do Dubai, após o assassinato do comandante do Hamas Mahmoud al-Mabhoud em Janeiro”.
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[1] Efésios 5:22-25: “mulheres, sujeitai-vos aos vossos próprios maridos como o fazeis ao Senhor. Porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da igreja, o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Ora, como a igreja se submete a Cristo, assim também as mulheres se devem submeter aos seus maridos em tudo”.
[2] Titus 2:3-5: “do mesmo modo, ensina as mulheres mais velhas a serem reverentes na sua maneira de viver, a não serem maldizentes ou viciadas em muito vinho, mas a ensinarem o que é benéfico. Então, elas podem incitar as mulheres mais novas a amarem os seus maridos e filhos, a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em casa, a serem gentis e a submeterem-se aos seus maridos, para que ninguém difame a palavra de Deus”.
[3] Homens que QUEREM ser mobília. Móveis em forma de corpos femininos.
música:
Michael Gondry – nascido dia 8 de maio de 1963 em Versalhes. Neto de Constant Martin, o inventor do clavioline, um dos primeiros sintetizadores, o pai programava computadores e a mãe era pianista. “É um cineasta vencedor de um Oscar, cuja obra inclui realização de anúncios publicitários, vídeos de música e escrita de argumentos. Ele é conhecido pelo seu estilo visual criativo e manipulação da mise en scène”. Sobre “Le Voyage en Ballon” (1960), realizado por Albert Lamorisse: “é o primeiro filme de que me lembro. É o filme que eu mais gosto de rever. Quando se é novo, somos muito recetivos a todas as coisas que vemos, às emoções. E então tentamos o tempo todo igualar-se a essas sensações. Portanto, neste sentido, pode ter mudado a minha vida, porque estou sempre a tentar recrear esse sentimento de ver esse filme”. “Gondry estreou-se no cinema em 2001 com ‘Human Nature’, recebendo críticas mistas. O seu segundo filme, ‘Eternal Sunshine of the Spotless Mind’ (também a sua segunda colaboração com o argumentista Charlie Kaufman), foi lançado em 2004 e recebeu críticas bastante favoráveis. (…). ‘Eternal Sunshine’ utiliza muitas das técnicas de manipulação da imagem que Gondry tinha experimentado nos seus vídeos de música”, por ele Gondry, Kaufman e Pierre Bismuth venceram o Oscar para melhor argumento. Filmografia: “The Science of Sleep” (2006); “Be Kind Rewind” (2008); “The Green Hornet” (2011); “The We & the I” (2012).
Gondry realizou inúmeros anúncios publicitários. Foi pioneiro na técnica “bullet time” no Smarienberg, para a Smirnoff, que em 1999 os irmãos Wachowski abusaram no filme “The Matrix”. Alguns outros anúncios: Levi's – Drugstore ▲ Air France – Le Nuage ▲ Air France – Le Passage ▲ AMD – Flatzone ▲ BMW – Pure Drive ▲ Coca-Cola – Snowboarder ▲ Earthlink – Privacy ▲ Fiat – Lancia Y10 ▲ GAP – Holiday Campaign ▲ Levi's – Bellybutton ▲ Levi's – Mermaids ▲ Levi's – Swap ▲ Motorola – Razr2.
Escreveu os livros, “You'll Like This Film Because You're In It”, sobre a realização do filme “Be Kind, Rewind” e a BD “We Lost the War but Not the Battle”; postou no YouTube o vídeo “Michel Gondry Solves a Rubik's Cube With His Feet”, logo desmascarado pelo “How Michel Gondry Faked His Rubik's Cube Stunt”; também resolveu o cubo com o nariz em menos de um minuto. {Canal YouTube}.
Gondry “iniciou a sua carreira cinematográfica com a criação de vídeos para a banda pop francesa Oui Oui, na qual era baterista”. (No menu do DVD “Work of Director” toca uma bateria preparada com… gaiatos). A Björk viu um dos seus vídeos na MTV e convidou-o para realizar seu primeiro vídeo a solo “Human Behaviour” em 1993. Videoclips:
1988: – Oui Oui “Junior Et Sa Voix D'Or”; “Bolide” // 1989: – l'Affaire Louis Trio “Il y a ceux”♫ Oui Oui “Les Cailloux “ // 1990: – Oui Oui “Ma Maison” // 1991: – Les Objects “Sarah” ♫ Les Objects “La normalité” ♫ Peter & the Electro Kitsch Band “Dad, laisse-moi conduire la Cad” // 1992: – Mark Curry “Blow Me Down” ♫ Etienne Daho “Les Voyages Immobiles” ♫ Oui Oui “La Ville” ♫ Laurent Voulzy “Paradoxal Système” ♫ Thomas Dolby “Close But No Cigar” ♫ Inspiral Carpets – “Two Worlds Collide” ♫ RoBERT “Les Jupes” // 1993: – Les Négresses Vertes “Hou! Mamma Mia” ♫ Jean François Coen “La Tour de Pise” ♫ IAM “Je Danse Le Mia” ♫ Malcolm McLaren feat. Amina “La main parisienne” (no colo de Amina Annabi está Paul, o filho de Gondry, também artista) ♫ Sananda Maitreya aka Terence Trent D’Arby “She Kissed Me” ♫ Lenny Kravitz “Believe” ♫ Belinda Carlisle “Big Scary Animal” ♫ Hothouse Flower “This is It (Your Soul)” // 1994: – Stina Nordenstam “Little Star” ♫ Sinéad O'Connor “Fire On Babylon” // 1995: – Björk “Army of Me” ♫ The Black Crowes “High Head Blues” ♫ Massive Attack “Protection” ♫ Björk “Isobel” ♫ Rolling Stones “Like a Rolling Stone” // 1996: – Björk “Hyper-Ballad” ♫ Cibo Matto “Sugar Water” // 1997: – Neneh Cherry “Feel It” ♫ Daft Punk “Around the World” ♫ Sheryl Crow “A Change Would Do You Good” ♫ Foo Fighters “Everlong” ♫ Björk “Jóga” ♫ Beck “Deadweight” ♫ Björk “Bachelorette” // 1998: – Stardust “Music Sounds Better With You”♫ Wyclef Jean “Another One Bites the Dust” ♫ Rolling Stones “Gimme Shelter” // 1999: – Chemical Brothers “Let Forever Be” // 2001: – Radiohead “Knives Out” ♫ Chemical Brothers “Star Guitar” (making of) // 2002: – The White Stripes “Fell in Love With a Girl” ♫ The White Stripes “Dead Leaves And The Dirty Ground” ♫ Noir Desir “A l'envers a l'endroit” ♫ Kylie Minogue “Come into My World” // 2003: – The Whites Stripes “The Hardest Button to Button” // 2004: – Steriogram “Walkie Talkie Man” ♫ The Vines “Ride” ♫ Michael Andrews e Gary Jules “Mad World” ♫ The Polyphonic Spree “Light & Day” // 2005: – The White Stripes “The Denial Twist” ♫ Kanye West “Heard 'Em Say” // 2006: – Cody ChesnuTT “King of the Game” ♫ Beck “Cellphone's Dead” // 2007: – Paul McCartney “Dance Tonight” ♫ Björk “Declare Independence” // 2008: – Dick Annegarn “Soleil du soir” // 2009: – Flight of the Conchords “Carol Brown” // 2010: – Mia Doi Todd “Open Your Heart” // 2011: – The Living Sisters “How Are You Doing?” ♫ Björk “Crystalline”.
22 Comments:
At 8:17 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Para não insultar os banqueiros, que muito têm feito por nós, sem eles não teríamos salas com ar condicionado para onde fugir na canícula estival, quero explicar que usei a palavra “banqueiro” como um substantivo coletivo, incluindo banqueiros, investidores, corretores, traders, e todo uma série de profissões de que o nome não sei.
Manuel meti umas citações da Bíblia para elevar o espírito, quanto aos links precisam mesmo um roteiro: Heraclito e os Behemoth; “até essas putas todas rastejarem”, o busílis está, na melodia agradável, aquilo que eles estão a dizer. “Nitrate love”, não me lembro já te mostrei esta compilação de imagens de filmes e músicas. O Orson Welles sempre um bom conversador e continuo a gostar do filme “Tepepa”, do “Citizen Kane”, já não tenho tanto a certeza. Uma coisa estranha, pelo que percebi a Sagres lançou uma cerveja com sabor a chocolate? Pergunto-me a que é que ela saberá, a… chocolate? A Annette Vadim a senhora que se seguiu a Brigitte. O filme “Head” escrito pelo Nicholson a tripar e com o Zappa a passear um boi. “Big Tits Dragon”, mais strippers e zombies, espero que a vagina flamejante seja um clássico. “Rabos” é a minha homenagem ao fado, acho que agora os portugueses deviam candidatar o rabo a património imaterial da UNESCO ou então a carga fiscal, vai tudo bater ao mesmo, vale a pena ver o Safarel DJ. “Déjeneur sur l’herbe”, mas isso já é muito conhecido. “Les fiancés du Pont MacDonald”, com o Godard como ator. Michel Gondry é fantástico, os vídeos e a publicidade, vale a pena ver pelo menos o da vodka Smirnoff.
At 9:59 da manhã, Rafeiro Perfumado said…
O tal cocktail arremessado contra as repartições públicas só seria verdadeiramente nacional se apelidado do "cocktail Licor Beirão". E convém sempre saber distinguir os banqueiros dos bancários, não vá a ira popular confundir-se e arriar nos lombos errados.
At 10:15 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Também pensei que as garrafas licor Beirão seriam ótimas, mas há o problema de serem de litro, e a gasosa está cara. Com a Sagres, mesmo um revolucionário pobre, com uma mini, sempre faz alguma festa.
At 5:08 da tarde, São said…
Fado, património...ainda bem, embora eu não seja grande apreciadora da canção de Lisboa!
Abraços
At 5:15 da tarde, Mariazita said…
Olá, Táxi
Não sei para que é tanta confusão, quando a coisa é tão simples.
Veja o que diz o "grande pensador":
"Pagar a dívida é ideia de criança", diz José Sócrates
O ex-primeiro ministro afirmou, em Paris, que a "Europa está a andar para atrás" e que para um país como Portugal é vital o financiamento da economia.
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/pagar-a-divida-e-ideia-de-crianca-diz-jose-socrates=f692830#ixzz1frzvdtHM
Simples, não???
Voltarei para o ano... ou talvez no Natal.
Tudo de bom. Beijinhos
At 12:41 da manhã, Anónimo said…
“Orlacs Hände” (1924)
Tenho esse em dvd mesmo. O Mad Love tb é muita fixe.
At 9:45 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: eu nem acho que seja canção. É um berreiro que os lisboetas fazem às tantas da matina com os olhos fechados, mãos nos bolsos e pescoço esticado. Como não têm que trabalhar podem cantar fado. Não deixa de ser curioso que uma música de calaceiros represente musicalmente o país. Com a inevitável expulsão do euro talvez possamos todos cantar para passar o tempo.
At 9:45 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Mariazita: Sócrates é o grande bode expiatório nacional. O país carregou-o com todos os pecados e mandou-o para Paris, o que já não é mau – na tradição judaica, o bode era lançado no deserto para morrer. Primeiro, houve um escarcéu sobre as declarações de Sócrates, até Freitas do Amaral veio para a TV dizer mais umas baboseiras, depois, os nossos sábios lá pensaram melhor no assunto e fez-se luz sobre o que são as dívidas dos países, que não são pagas, isso seria o fim da indústria financeira, são pagos juros e despesas da dívida e são feitos mais empréstimos e lá vêm mais despesas e por aí fora, até o país ser vendido a retalho.
At 9:46 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Manuel: não me lembro de ter visto o Mad Love, os outros vi. Perdi muito do meu tempo (que nunca mais será possível recuperar) em cineclubes e em salas de cinema.
At 9:59 da manhã, São said…
Eu ainda vou colocar a definição de fadista dada no tempo de Eça....
Pior do que calceteiro, profissão digna e difícil
Fica bem
At 10:34 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: Não sei não. A profissão de Tony Carreira parece-me muito mais difícil: dar 8 mil beijos por concerto, é obra pior que calceteiro.
At 2:25 da tarde, José said…
O fado já não mora só em Lisboa, mora um pouco por todo o lado, atravessou o Tejo numa canoa, e é património imaterial da humanidade.
A seguir vamos ter a moda Alentejana
ou talvez o baelinho da madeira
o Alberto João a descascar a banana
sacando mais algum da nossa carteira.
Eu vou cantando até que a voz me doa
com o tom de uma cana rachada
caminhando por esta estrada à toa
sem saber onde é a minha morada.
At 12:38 da manhã, São said…
Sim, aturar aquelas criaturas serôdias aos berros....coitado, rrrss
Sempre achei ridícula aquela gritaria nas adolescentes, imagina agora em criaturas já com idade para serem avós das ditas!!
Bons sonhos
At 4:45 da tarde, Anónimo said…
Táxi, eliminei para já a opção de comentar lá no blog, mas podes sempre comentar no último post da Lebre que eu vou lá ver. Não te esqueças no post do sexofone e no James Chance de falar de James White and The Blacks!
At 5:03 da tarde, Anónimo said…
E quando tiveres links catitas:
ljljuu@hotmail.com
A partir de agora vou criar uma marca para os teus links lá eheh, um copyright.
At 5:20 da tarde, Mariazita said…
Olá, amigo
Perdão pelo “copy & paste”, mas não dá para individualizar…
Trago votos de BOAS FESTAS, fazendo minhas as palavras de Gandhi…
“Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos;
A consciência de aprender tudo o que for ensinado pelo tempo afora;
Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem;
A capacidade de escolher novos rumos;
Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável:
Além do pão, o trabalho; Além do trabalho, a acção.
E, quando tudo mais faltasse, um segredo:
O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída."
(Gandhi)
BOM E SANTO NATAL E FELIZ ANO NOVO
Beijinhos
At 9:13 da manhã, Táxi Pluvioso said…
José: Portugal tem tanta imaterialidade que dar à humanidade, virão da Índia às avessas o caminho descobrirão, para carregarem mais esta riqueza de nossa alacridade. Os infantes e os barões a cepa endireitarão, galantes. Os alemães encherão submarinos para levar a suas cidades e os chineses as eletricidades arrebatarão. Quem ficará com as águas ainda não se sabe, talvez um árabe.
At 9:15 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São : sim, as primeiras fãs já devem ser avós. E nesta época de juventude eterna (ou de espelhos baços) devem comportar-se como as netas e gritarem até lhes saltem os bofes. A família Carreira será uma dinastia da cultura portuguesa, agora que o D. Duarte Pio desapareceu em Vila Viçosa. Já lançou dois filhos que também movem multidões e ainda há uma filha na calha (creio que ainda tem 10 anos, mas sem dúvida será outro talento).
At 9:18 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Manuel: epah, isso sem se poder mandar umas larachas sobre os posts fica um pouco Vítor Gaspar, sem sal. É uma chatice, o James Chance e suas personas ficarão apenas por um link. Aquilo ficou muito grande, comecei pelo saxofone e acabei nos bordéis de Lisboa, quer dizer, na escrita sobre os bordéis de Lisboa, que agora a cidade está mais funcional com serviço ao domicílio, já não há alcoices.
At 9:18 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Mariazita: não sei se o Gandhi acreditaria no Natal. Ele era um bocado esquisito. Tenho que passar pelos blogs a desejar os votos da quadra a todos, se o tempo não for contra mim.
At 12:21 da manhã, Anónimo said…
"comecei pelo saxofone e acabei nos bordéis de Lisboa"
Isto parece do Álbum Bronco, dos Ena Pá 2000...
At 11:24 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Esse também seria uma boa fonte de informação. Tive que recorrer ao especialista, ao Vilhena, pois o tempo de ouro dos bordéis não é o meu. Já cheguei tarde à vida, e o meu tempo é o das trabalhadoras da calçada, graças a Deus, portuguesa, e das pensões de águas quentes e frias. Que muitas vezes era só fria e outras nem água havia. E em que as roupas da cama ainda conservavam o perfume da put… da operária do sexo anterior, deixando os clientes numa viagem de recordações proustianas, ali para os lados de Swan, enquanto uma henrymilleriana personagem tratava do corpinho, transpirado como um trópico. Muita referência literária, pois estava aqui a ver a mitologia grega para o post e pegou-se-me a cultura.
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