Mil
novecentos e oitenta e dois
Um
ano de promissória fortuna arábica. Nesse ano o parapsicólogo Zandinga prevê a
descoberta de petróleo em Portugal, ainda não apareceu, mas… o azeite da casa
tem carburado e alumiado a contento e primor. Ramalho Eanes, presidente da
República, na sua mensagem de ano novo: “nenhuma sociedade democrática se pode
manter se tiver como único horizonte a austeridade, o bloqueamento do futuro
dos mais novos e o desperdício das capacidades e das experiências dos mais
velhos” [1]. Descomprimindo, numas férias em Baqueira Beret , estância
de esqui na província de Lérida, Catalunha, o primeiro-ministro Pinto Balsemão,
recebe um telegrama do Conselho de Ministros de 31 de dezembro com os sinceros
votos de um feliz ano novo “bem como a sua total solidariedade na execução das
tarefas que competem ao Governo, tendo como principal objetivo o cumprimento do
nosso programa (da AD) para a construção de uma democracia plena e salvaguarda
dos princípios fundamentais da justiça social”, assinava, o
vice-primeiro-ministro Freitas do Amaral. Justamente, socialmente, dilatam-se
os preços: “desde que o dr. Balsemão é chefe do Governo, o arroz e o leite já
aumentaram um pouco mais de cinquenta por cento de preço. O mais recente destes
aumentos, para vigorar, segundo garante o ministério da Agricultura, Comércio e
Pescas, durante todo o ano de 1982, foi ontem fixado passando o arroz carolino
a custar 56 escudos (custava 50$00), o arroz gigante de primeira 41$50 (35$00),
o leite pasteurizado 17$50 (15$00), o leite especial UHT 26$50 (22$50) e o
açúcar 45 escudos (40$00)”, o aumento do preço do pão está ainda no forno,
segundo o ministério: “a fim de proceder a um estudo aprofundado de toda a
problemática que envolve o fabrico (cereais, farinhas, tipos e pesos)” para
rever “o sistema de subsídios, ponderando naturalmente o justo preço a pagar
aos agricultores”.
Por
outro lado, contrabalançando os aumentos, os portugueses economizavam em
cultura com a falência da Seara Nova. No nº
1601, outubro, 1981, os editores comemoravam os sessenta anos num apelo ao
coração empedernido da banca: “o 60º aniversário da Seara Nova, que queremos
assinalar com este modestíssimo número, reflete as precárias condições de quase
total inatividade em que essa editorial se mantém, aguardando que a moratória
oportunamente solicitada pela sua administração à banca portuguesa, dita
nacionalizada, seja capaz de impressionar e mover a máquina burocrática e de
sensibilizar a vontade de quem decide ou o seu sentido de responsabilidade”. No
59º aniversário, a revista, já em palpos de letras, declarara reestruturação: “daqui,
no meio da instabilidade económica e da retomada do poder por aquela direita,
que nunca, afinal, deixou de controlar os mecanismos económicos do país,
resolveu-se utilizar os fortes incentivos do lucro e do poder que levaram pouco
a pouco as pequenas e médias empresas à crise, a atividade editorial da Seara
Nova à insignificância. Esta, como pequena empresa que é, endividada,
profundamente atingida pelo agravamento dos custos, pelas restrições ao
crédito, altas taxas de juro e ainda pela contração do mercado livreiro –
consequência da diminuição do poder aquisitivo da população em geral e da
alienação política que se fomentou –, não teve outra alternativa senão repensar
e redimensionar a sua atividade e tomar medidas adequadas que evitassem o pior”,
e o pior não evitaram, porque lhes faltava “ciclo virtuoso” que fumar, falindo
em janeiro [2].
No
ano de 82, a
revista americana Time elege como “homem do ano”
o personal computer, ombreando com outras máquinas, Hitler
em 1938 ou Estaline
em 1939. Nesse ano, sombreava Portugal sob a cultura: a 6 de maio, estreia no Cinebloco,
na avenida 5 de Outubro, “Silvestre”
(1981) de João César Monteiro [3]; e na
televisão cultura é mato: a telenovela americana “A balada de Hill Street” pinga
às sextas-feiras desde dia 9 de julho na RTP 1. A RTP 1, de segunda-feira
10 de maio a terça-feira 28 de setembro, avia a "Vila Faia", a primeira
telenovela portuguesa. A telenovela brasileira “Cabocla” (1979), solta a
franga na segunda-feira 18 de outubro na RTP 2 e a telenovela britânica “Reviver o passado em
Brideshead” engole perus terça-feira 23 de novembro na RTP 1. Na Rádio
Comercial, António Sérgio alista “O som da frente” (1982-1993)
muito à frente com a “Lista rebelde”.
No ano da música cristalina: dia 1 de outubro é comercializado, 730 dólares, no
Japão, o primeiro leitor de CDs, o Sony CDP-101 [4].
Sexta-feira,
8 de janeiro, na cerimónia de cumprimentos pelo 1º aniversário do executivo, Pinto
Balsemão, desanuviado, esquiado, nos Pirinéus catalães, patina em Lisboa no
ringue do Governo: “uma equipa coesa e não se deixa abalar por aquilo que
constantemente vai aparecendo na opinião pública, como seja, por exemplo, a
existência constante de remodelações ministeriais” – o ministro dos Negócios
Estrangeiros, Gonçalves Pereira, manifestava intenção de zarpar porque só aceitara
o cargo para curriculum para a candidatura ao Tribunal Internacional de Justiça
e o ministro das Finanças João Salgueiro tachava-se “ministro por meses e não
por anos”. Numa entrevista ao Expresso Balsemão auto-retratava-se: “irrita
profundamente os que profetizavam que eu não duraria mais de dois ou três
meses, os que me desenham sem rosto, os que pedem a minha demissão desde o
primeiro dia, e também os que gostariam de estar no meu lugar, mas não tiveram
a coragem de se candidatar abertamente”. Supunha-se ele imune a doenças: “os
espirros do dr. Álvaro Cunhal, de certos membros do Conselho da Revolução e de
mais alguns senhores importantes não constipam o país, não afetam a saúde do
Governo” [5]. Quinta-feira, 14, numa conferência
de imprensa da Comissão Permanente Política do PS, Mário Soares bacoreja
poleiro próximo: “ a continuidade do atual Governo arrastará o país
necessariamente para uma situação ainda muito mais crítica e tremendamente
perigosa para a estabilidade das instituições democráticas”, e os socialistas
fiam-se do seu palrador papagaio propondo-se “desafiar os responsáveis do
Governo para debates em direto na TV e na rádio” [6].
Sexta-feira,
15, duas bombas explodem entre as 03:00-03:30 horas, uma em frente ao posto da
GNR do Cacém e outra junto à casa de Armindo José Cambournac em Cascais,
provocando ferimentos em dois militares e no taxista Fernando Lopes Gonçalves
que estacionara o carro junto do posto transportando um cliente que se recusava
a pagar a conta. “Verificaram-se estragos no veículo de aluguer e na fachada do
edifício. (…). Os estragos na casa do administrador limitaram-se a vidros
partidos. O portão e a residência dos caseiros ficaram bastante danificados.
(…). A relação entre a explosão das duas bombas pode ser estabelecida a partir
do facto de os trabalhadores da Cambournac se encontrarem em greve desde 6 de
novembro, com adesões que rondam os 95%. Por outro lado, durante este processo
já se registaram duas intervenções a cargo da GNR do Cacém”. Terça-feira, 19,
morria em São Paulo Elis
Regina, na Europa, os futuros PIGS nem grunhem: “a participação de
Portugal e da Espanha nas reuniões de cooperação política no quadro da CEE
poderá limitar-se a um ou dois almoços ou jantares por ano que nem sequer
‘serão necessariamente efetuados à margem de uma reunião especificamente
destinada à cooperação política’. Este esclarecimento foi prestado em Bruxelas
pelo porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da Bélgica”. Balsemão
viajou pelas capitais europeias para acelerar a entrada de Portugal na CEE. Ignoraram-no.
Segunda-feira, 25, “não pôde tomar, em Bona, o pequeno-almoço com o ministro
alemão federal dos Negócios Estrangeiros, Hans Dietrich Gensher. Este preferiu
estar presente numa reunião da CEE, em Bruxelas”.
Terça-feira,
26 de janeiro, “Portugal menos violento mas mais burlão”. No relatório da
Polícia Judiciária sobre a criminalidade “os assaltos à mão armada, os
homicídios e os chamados atos de terrorismo contra a segurança do Estado,
apresentaram um decréscimo significativo. (…). Em contrapartida, registou-se um
aumento sensível dos casos de incêndio de origem eventualmente criminosa, injúrias,
resistência e desobediência às autoridades e falsificações, com destaque para a
emissão de cheques sem cobertura, modalidade que ocupou o primeiro lugar na
lista de infrações assinaladas por aquela corporação”. Sexta-feira, 29, “na
melhor das hipóteses o tabaco nacional regressa no final de fevereiro”. “O
tabaco importado que temos consumido nos últimos dias continuará, assim,
durante um considerável período, a massacrar a bolsa dos viciados”. Nas
tabernas “os Fortuna (72$50) têm alguma saída, nomeadamente na província, já
que o fumador das grandes cidades parece não se ter preocupado com a importação
de cigarros espanhóis. Esses, ou recorrem ao tabaco para cachimbo e esgotaram
as mortalhas que já tinham desaparecido das tabacarias mais modernas”. Quarta-feira,
3 de fevereiro, “a greve dos trabalhadores da Tabaqueira foi suspensa a partir
das 14 horas de hoje. A decisão foi tomada em plenário efetuado ao fim da manhã
de hoje e resultou de uma proposta da Comissão Negociadora Sindical após um
acordo de princípio ontem estabelecido com o conselho de gerência da empresa”.
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[1] Ramalho Eanes dava para
os dois lados, como presidente da República e como Comandante Supremo das
Forças Armadas; como aquele, “bacalhoou” com operários e como este gratificava magalas.
“O presidente da República passou a noite de fim de ano com operários que
trabalham em laboração contínua, como vem sendo habitual desde que exerce
aquelas funções. Ramalho Eanes jantou na Metalurgia Duarte Ferreira com os
trabalhadores e com a administração daquela empresa privada e depois deslocou-se
a uma empresa pública a Portucel, em Vila Velha de Ródão. Depois de visitar as
instalações da fábrica, Eanes reuniu-se com os operários e com eles passou de
1981 para 1982” .
Em 1980, discursava Ramalho Eanes numa visita ao campo militar de Santa
Margarida: “estou em
Santa Margarida na qualidade de Chefe de Estado-Maior General
das Forças Armadas e Comandante Supremo. Como Chefe de Estado de Estado do
Maior General das Forças Armadas pretendi com a minha presença gratificar
aquilo que tem sido o trabalho importante, profissionalmente digno e
competente, de todos os militares que aqui trabalham e ainda de todos os
comandos, quem com estes militares diretamente se relacionam, concretamente, os
do Estado-Maior do Exército e muito em especial o Chefe do Estado-Maior da
Marinha. Como Comandante Supremo entendi que devia também estar presente,
porque desde 76 que dissemos que Portugal pertencia à NATO e pretende nela
assumir todos os seus direitos e cumprir todos os seus deveres, e a
participação da Brigada, da 1ª Brigada Independente em exercícios na Itália,
demonstra precisamente a concretização desse propósito. A Força Aérea e a Armada,
como sabem, tem participado sistematicamente em exercícios náuticos, mas isso
não acontecia com o Exército. O Exército participa pela primeira vez, essa
participação significa que não falamos a nível militar, ou não falamos só,
falamos e cumprimos. E significa também que a partir desta data a nossa participação
na NATO, a nível do Exército, será uma realidade. Diria portanto nesta altura
as Forças Armadas portuguesas cumpriram integralmente os seus compromissos em
relação à NATO”.
[2] No futuro (2012) Portugal
não irá à falência. Vítor Gaspar, ministro das Finanças, na introdução da
apresentação do Orçamento do Estado para 2013: “importa recordar mais uma vez
que já alcançámos progressos significativos. Para 2013 prevemos um excedente da
balança corrente, o que não acontecia há 20 anos. Este excedente deve-se
sobretudo ao comportamento das nossas exportações. Isto mostra que estamos a
fazer uma transição de um modelo de crescimento, baseado na procura interna,
para um modelo mais assente nas exportações. Fizemos também progressos notáveis
na redução do endividamento das famílias e das empresas, e os nossos bancos
estão numa situação financeira mais forte. Ao nível das contas públicas o
ajustamento foi também muito significativo, concretizamos uma correção
significativa dos desequilíbrios que se verificavam no início do Programa. Nos
últimos meses Portugal tem vindo a acomodar, a acumular credibilidade e
confiança dos mercados internacionais permitindo perspetivar um regresso ao
financiamento de mercado. (…). Temos que continuar a executar o Programa de Ajustamento
de forma coesa e consistente, esta é a alternativa que nos conduzirá ao ciclo
virtuoso de credibilidade acrescida, acesso ao financiamento e recuperação da
atividade económica e do emprego”.
[3] Do mesmo autor “Conserva acabada”, “produzida em 1990 pela
secretaria de Estado da Cultura e a RTP no contexto de uma série intitulada Clips
sobre Fernando Pessoa”.
[4] “O
primeiro CD experimental foi prensado em Langenhagen, perto de Hanover,
Alemanha, pela fábrica Polydor Pressing Operations. O disco continha uma
gravação de ‘Eine
Alpensinfonie’ de Richard Strauss, tocada pela Filarmónica de Berlim,
dirigida por Herbert von Karajan. A primeira demonstração pública foi no
programa da BBC ‘Tomorrow’s World’, quando o álbum ‘Living Eyes’ dos Bee Gees
(1981) foi tocado. Em agosto de 1982,
a prensagem industrial estava pronta para começar numa
fábrica nova, não muito longe do local onde Emile Berliner tinha produzido o
seu primeiro disco para o gramofone 93 anos antes. Agora, a Deutsche
Grammophon, empresa de Berliner e editora da gravação de Strauss, tornara-se
uma parte da Polygram. O primeiro CD a ser manufacturado na nova fábrica foi ‘The Visitors’ (1981) dos
ABBA. O primeiro álbum a ser relançado em CD foi ‘52nd Street’ (1978) de
Billy Joel, que chegou ao mercado em simultâneo com o leitor CDP-101 da Sony”.
[5] Pinto Balsemão numa jornada
pela Alemanha roda a imortal roda do hamster português: “estou convencido que
sim. O investimento alemão em Portugal decresceu um pouco até 1980, julgo que,
porque não havia sido ainda assinado ou ratificado o acordo de proteção aos
investimentos. Além disso, criou-se algum mau ambiente na Alemanha, todo o
problema das indemnizações. (…). O problema das indemnizações foi resolvido
agora. O acordo de proteção aos investimentos vai ser ratificado, quer na
Alemanha, quer em Portugal, a partir daí estou convencido de que será possível
o aumento substancial do investimento alemão em Portugal e esta visita à
Siemens, que tem já uma larga contribuição no desenvolvimento industrial
português, animou-me também pelas conversas que aqui tive, a acreditar que não
apenas a Siemens, mas muitas outras empresas alemães estão interessadas em
investir em Portugal e que vão fazê-lo”; o jornalista pergunta-lhe: “pode citar
alguns desses casos?”; Balsemão: “eu preferia que fosse as próprias a
anunciá-lo, na medida em que, nós apenas podemos estimular e desejar o
envolvimento do estrangeiro mas depende, como é evidente, da economia privada”.
[6] Silva Pais, último
diretor da PIDE/DGS, topou as capacidades psitácidas de Mário Soares, numa
carta de 25 de março de 1968, ao inspetor Nogueira Branco, descreve-as: “indivíduo
com especial habilidade para enganar incautos”. Mário Soares, membro do PCP em
1943, é expulso em 1950, por caguinhas e medricas da repressão subsequente à
candidatura presidencial de Norton de Matos, farejando tacho, fundou uma agremiação
com mais possibilidade de poleiro, a Ação Socialista Portuguesa. No futuro
(2011) ainda transmitirá psitacose: “os mercados mandam nos Estados e já não há
quase Estados, e realmente todas as decisões que se tomam, são tomadas pelos
mercados e os e os Estados funcionam em relação às às posições que tomam os
mercados. Por exemplo, uma empresa de de rating
começa a dizer que Portugal era um lixo. Foi uma desgraça. Porque uns imbecis
disseram que Portugal era um lixo e isso passa a ser uma verdade absoluta e
toda a gente começa a funcionar em meio daquilo”.
na sala de cinema
Valérie Kaprisky: 1,68 m , 86-55-86, é a atriz
da década de 80, da piscina genética, da mãe, polaca, do pai, turco e
argentino, nenhum realizador, nem Deus a criou, foi um pecado que morou ao lado
da indústria. “Depois
de escoar a infância no subúrbio de Paris, Neuilly-sur-Seine, Valérie Kaprisky,
nascida Valérie Chérès, transitou aos 8 anos para Cannes, onde os amigos e
família a aquentam na descoberta da 7ª arte através do Festival. Em 1975, a passagem da Romy
Schneider na Croisette convence-a a fazer também carreira no cinema. Retorna sozinha
a Paris pelos seus 17 anos e inscreve-se nos cursos de Florent. Depois de rodar
alguns anúncios, ela foi fisgada por Jean-Marie Poiré que lhe ofereceu o seu
primeiro grande papel em ‘Les hommes
préfèrent les grosses’ (1981). Em 1982, acede a um papel de
primeira importância em ‘Aphrodite’”: “Harry é um jovem milionário
de férias, navega no seu iate até uma ilha grega, e permanece na mansão do seu
amigo, o conde Orloff. O conde organiza uma festa, por três dias e três noites,
que é a encenação do culto do amor da deusa Afrodite. Harry encontrará nela Pauline,
uma jovem que se converte na sua deusa”; adaptação livre da novela homónima de Pierre
Louÿs: “‘ataraxia’, pensava ele, ‘indiferença, quietude, ó serenidade
voluptuosa! Quais os homens que vos apreciarão? Agitamo-nos, lutamos, ansiamos,
quando só uma coisa é preciosa: saber fruir no instante que passa todas as
alegrias que nos possa dar, e abandonar o leito tão pouco quanto possível’”. Outros
filmes de Valérie: “Breathless” (1983), – (remake do godardiano “À bout de souffle”: “a
rapariga bonita. O rufia. O revólver. O homem gentil. A mulher cruel. A morte.
A pequena americana. O ladrão de carros. O concerto para clarinete. A polícia.
A pin-up. O romancista. A empregada.
Humphrey Bogart. Marselha. O meu amigo Gaby. Picasso. O fotógrafo italiano. Os
anarquistas. O magnetofone. A ternura. A aventura. As mentiras. O amor. Os Campos
Elísios. O medo. O diabo
no corpo. Rififi chez les hommes. E Deus criou a mulher. Scarface. À bout de
souffle”) – com Richard Gere: “foi maravilhoso trabalhar com Richard Gere. Ele
dá-nos tudo para reagir. Não estávamos a representar as cenas de amor. Elas
eram meio reais. Não se pode dizer: você representa apenas quando dizem ‘ação!’…
Penso que o filme mostra. Se você não tem realmente vontade de fazê-lo, ele
mostra”. Banda sonora com fôlego, de Philip Glass “Opening” a Joe “King”
Carrasco “Caca de Vaca”.
“La femme publique” (1984):
“uma jovem atriz inexperiente é convidada para desempenhar um papel num filme
baseado em ‘Os demónios’ de Dostoievski. O realizador, um emigrante checo em
Paris, assume o controle da sua vida, e em pouco tempo ela é incapaz de
desenhar a linha entre teatro e realidade. Ela acaba desempenhando um papel na
vida real como a esposa falecida de outro emigrante checo, que é manipulado
pelo cineasta para cometer um assassinato político”. “L’année des méduses” (1984),
canções da Nina Hagen:
“como todos os verões, Chris passa as suas férias em St. Tropez com a mãe. Aos
16 anos, ela não é mais uma adolescente. Agressiva e sensual, manipula
habilmente com o seu corpo. Todavia, ela sai ferida de uma ligação com Vic, um
amigo dos seus pais, ainda apaixonado por ela. Ela reprova-lhe a sua cobardia e
a sua irresponsabilidade quando, grávida dele, teve de fazer um aborto”.
no aparelho de televisão
Canções-tema
de desenhos animados dos anos 80. “Dempsey
and Makepeace” (1985-86), série inglesa. O tenente James “Jim”
Dempsey, um polícia de Nova Iorque, com a vida em risco no departamento, apeçonhentado
pela corrupção, é despachado, para sua proteção, para a Inglaterra, onde alcança
um verdadeiro um prodígio – desencantou uma inglesa bonita. A
atriz Glynis Barber, sul-africana, 1,65 m , 81-60-88, incorpora Lady
Harriet Alexandra Charlotte Makepeace. A sargento “Harry” Makepeace, a nova
parceira de Dempsey na SI-10, uma brigada especial da bófia londrina, é filha
de lorde Winfield, dono de uma casa senhorial na Grã-Bretanha e neta de um excêntrico
vitoriano colecionador de antiguidades. A tensão de luta de classes entre eles,
a aristocrata inglesa suportada por séculos de linhagem e o plebeu da classe
operária americana de pestana aberta na esperteza das ruas, aniquila qualquer
hipótese de impunidade aos meliantes. Makepeace conduz um Mercedes SL de 84,
branco, na 1ª e 2ª temporadas e prateado na 3ª. Dempsey conduz um Ford Escort
1.6i Cabriolet, prateado, na 1ª e 2ª temporadas e branco diamante na 3ª. No episódio
piloto: “Armed and
Extremely Dangerous”: Dempsey: “sou um polícia, é a única coisa que sei
fazer, é tudo o que posso fazer”. Quem está armada é Makepeace, a arma de
serviço, é uma cortesia de Sua Majestade, e extremamente perigosa, as suas curvas,
são infinita bondade de Deus. “The Dukes of Hazzard” (1979-1985), bons
rapazes que a lei nunca botará as patas em cima, no genérico, canta Waylon
Jennings: “Just’a good ol’ boys, / Never meanin’ no harm. / Beats all you've
ever saw / Been in trouble with the law / Since the day they was born. // Straightnin’
the curve, / Flatnin’ the hills. / Someday the mountain might get ‘em, but the
law never will”. Os primos Bo e Luke
Duke, prego a fundo, no General
Lee (um Dodge Charger de 1969), iludem as perseguições do xerife Roscoe P. Coltrane,
lacaio do comissário Boss Hogg. A prima Daisy, “as melhores pernas de toda a
Georgia”, segundo Boss Hogg, conduz como meio de transporte “Dixie” (um Jeep CJ-7 branco de 1980). O tio Jesse desloca-se num camião Ford
branco. Por eles, a bófia espatifa o seu parque automóvel, faz figuras tristes
e chucha no dedo, não os prende. Factos sobre os Dukes:
“o esboço da história pode ser recuado até Jerry Elias Rushing, um distribuidor
de álcool ilegal na Carolina do Norte. Aos 12 anos, ele começou a fazer
entregas, eventualmente, usando um Chrysler 300D de 1958 artilhado para a
tarefa. O carro, chamado ‘Traveller’, como o cavalo do general [Robert E.] Lee,
estava modificado para despejar óleo na estrada para danificar os veículos das
forças da lei em perseguição.
Rushing era muitas vezes acompanhado pelo seu irmão Johnny, e algumas vezes,
pela sua prima Delane. Mas eles apenas entregavam o álcool, que era fabricado efetivamente
pelo tio Worley. Rushing eventualmente deixou o negócio e tornou-se num caçador
consumado, especialmente com um arco. As histórias sobre as suas aventuras
inspiraram o filme de 1975, ‘Moonrunners’, que por sua
vez desembocou nos Dukes of Hazzard”. “James Best cresceu na pobreza e numa
família desfeita para se converter num fenomenal ator de sucesso no momento em
que foi contratado como o xerife Roscoe Pervis Coltrane. Trabalhou durante
décadas como professor de representação e proveu instrução a, entre outros
atores, Burt Reynolds, Clint Eastwood, Farrah Fawcett e Quentin Tarantino,
assim como a alunos menos famosos, enquanto professor da Mississippi State
University. No tempo livre, obteve um cinturão negro e agora pinta”. “A série utilizou
cerca de 150 Generais Lees, porque normalmente um era destruído em cada episódio
como consequência das cenas de ação. Isso são muitos Dodge Chargers, e durante
um período de exibição da série a Warner Bros. teve escassez. Então, os seus
funcionários deixavam notas nos pára-brisas de Chargers nos estacionamentos das
mercearias oferecendo-se para comprar os carros”. “Para que os saltos funcionassem, os Generais
Lees tinham que ser carregados na traseira para compensar o peso do motor na
frente. Os duplos soldavam caixas de aço nas bagageiras dos carros e
adicionavam peso consoante o necessário, geralmente 140-180 kg . Quanto mais elevado
o salto fosse, mais peso era necessário para equilibrar o carro”. “Catherine
Bach (Daisy Duke) engendrou os calções curtos de jeans, levando a que a peça fosse apelidada ‘Daisy Dukes’. O plano
original era Daisy vestir uma minissaia”. “As suas pernas já foram seguradas
por um milhão de dólares, mas Catherine Bach agora vive um estilo de vida mais modesto”, o corpo chocou contra o tempo.
na aparelhagem stereo
Era
uma vez… num país muito próximo havia um dragão que devorava caixas de música estrangeira.
Os príncipes locais armaram-se de paus e forquilhas para esfolar o cuspidor de
fogo dessa estrangeirada; Natália Correia, “a mais linda mulher de Lisboa”, (José-Augusto
França), “era muito mais linda que a mais bela estátua feminina do Miguel
Ângelo”, (Mário Cesariny), “beleza sem costura”, (Ary dos Santos), “esta
hierofântide do século XX”, (Luiz Pacheco), deputada, em 1981, pregoa sobre a lei de
proteção à música portuguesa: “o princípio está assente, não há discussão sobre
ele. Pois haverá, talvez cof que, burilar um pouco a proposta das percentagens
no sen no sentido de não criarmos doses excessivas, mas sim ir conquistando
gradualmente o povo português, não é? para uma habituação à sua musa… à música
dos seus autores”. O radiofónico Jaime Fernandes ruge em nome do dragão: “é
simples fazer um decreto-lei em que se estipula que a rádio tem que passar
necessariamente 60% de música portuguesa. É muito simples fazer isso. E agora
nós dizemos: e a produção irá acompanhar as necessidades que esse decreto-lei estipula?
Eu ‘tou-me a lembrar, por exemplo, os instrumentos para fazer música são
extremamente caros, por exemplo. Depois há a própria capacidade dos músicos em
produzirem material original que alimente, neste caso, em Portugal, há quatro
estações de rádio, quatro canais de radiodifusão. Existe uma emissora privada,
que é a Rádio Renascença. Haverá material suficiente para preencher esses 60%
em cinco canais de de rádio?”.
O
povo na praça musicava:
Antologia
do Pop Rock Português ♫ TNT: Francisco
Landum (guitarra e voz), C. Frederico (guitarra), C. Casimiro (baixo) V. Cruz
(bateria) → “É o nosso rock”
(1981); Landum troca Francisco por simplesmente Ricardo numa carreira a solo com
dois singles, “Vontade Louca” e “Eu
Gosto de Você” (tema da D. Xepa), da CBS, com produção de Manuel Cardoso (dos
Tantra) e Pedro Luís (dos Da Vinci). Fez parte dos Samurai, Ibéria, Da Vinci e Os
Helena, antes do sucesso global na produção da excelente música ligeira
portuguesa: “Na minha cama
com ela”, “Mãe querida”,
“Perfume de mulher”… ♫
CTT: Luís Plácido (voz), Augusto Alves (teclas),
Tozé Monteiro (guitarra), Hernâni “Nani” Teixeira (baixo) e Gabriel Matos
(bateria) → “Destruição”
(1981) → “Hora de
ponta” (1981); originais do grupo de baile, Conjunto Típico Torriense, de
Torres Vedras, como acrónimo, arriscaram fortuna no Rock Português dos anos 80. Na primeira parte das Girlschool, a 11
de dezembro de 1981, no pavilhão dos Olivais, Coimbra, os técnicos ingleses
desligaram-lhes o som. Segundo dados de 1999 cartaram-se: Luís Plácido, 40
anos, vocalista, e que tocava guitarra com os dentes, como o Jimmy Hendrix, é
técnico de electrodomésticos e refrigeração e responsável da programação
cultural da colectividade da Caixaria, Torres Vedras. Augusto Alves é dono de
uma empresa de produção e promoção de bandas. Tozé Monteiro, 44 anos, desistiu
em meados da década de 80 da banda, por incompatibilização com o trabalho que exerce
ainda nas Finanças de Torres Vedras. Nani Teixeira, 40 anos, é o único que
permanece como músico profissional. Emigrou para o Luxemburgo, regressou a
Portugal, e tem tocado com Luís Represas ou Mafalda Veiga. Gabriel Matos, 49
anos, desenhador, funcionário público, agora é decorador de interiores, toca na
Banda Sonora, uma banda de bar ♫ Roquivários: Midus
(voz e baixo), Mário Gramaço, (saxofone e voz), Luís Jorge Loução (guitarra),
Paulo Corval (baixo) e Rabanal (bateria: ex-Aranha, de Luís Firmino) → “Ela controla” (1981) → “Totobola”
(1981) → “Cristina (beleza é
fundamental)” (1981); Midus em 1985 edita o single “Lá
Longe”. Radicou-se em Londres onde tinha ido gravar um disco com Luís
Jardim. Midus e a Banda Amazónia participaram no Prémio Nacional da Música de
1988 com o tema “Amazónia”,
escrito por Luís Jardim. Gravou um álbum em 1990 com os Coming Up Roses, na Utility
Records, editora de Billy Bragg. Tocou seis anos com Anne Clark. E também com Tanita Tikaram, Kym Marsh e Melanie C. No Correio da Manhã em
2001 dizia: “tenho muita coisa escrita e gostava de gravar para uma editora
portuguesa”. Mário Gramaço, desde 1988 professor de saxofone, na Escola
Profissional de Música de Almada, tocou no disco “Timidez” (1998) de Miguel
Ângelo [1] e nos concertos de apresentação do
álbum “Babilónia”
(2002) dos Delfins. Luís Loução, professor de Educação Musical, foi vocalista
dos Graffiti, que editaram um álbum em 1988, tocou em bares até se fixar no bar
Woodstock, em Almada ♫ Ferro & Fogo: João
Carlos (voz, ex-Hosanna) e os ex-Plutónicos, grupo dos anos 60 da Pontinha,
Necas (guitarra), Alfredo Azinheira (baixo) e Mário Rui (bateria) → “Super
Homem” (1981) → “Vai de
roda, vem de rock” (1981) → “Santa
Apolónia” (1982) → “Oxalá”
(1984) → ainda estão ativos como banda de covers.
Tocaram pela primeira vez a sério, com os Tantra, em janeiro de 1978, no
pavilhão do Beira Mar, Aveiro. Foram primeira parte em 1982 dos concertos dos Classix Nouveaux no Porto
(Pavilhão Infante Sagres) e em Lisboa (Pavilhão do Restelo). João Carlos é
participante de programas de TV, “Chuva de Estrelas”, “Casa de Artistas”,
“Cantigas da Rua”. Alfredo Azinheira foi metade do duo Nevada vencedor do
Festival da Canção de 1987 ♫ Xeque Mate: da
cidade do Porto, 1979, Francisco Soares (voz), António Soares (guitarra),
Aurélio Santos (baixo) e Joaquim Fernandes (bateria) →
“Vampiro da uva”
(1981) → “Entornei o molho” (1981) → “Filhos
do metal” (1984) → “Ás do volante” (1984). Em
1985 editam o seu álbum único “Em Nome do Pai, do Filho… e do Rock ‘n’ Roll”,
censurado na emissora católica Rádio Renascença por causa da prostituição de “Escrava da noite”, o
satanismo de “Ritual”
e as detenções de “A prisão”.
Dia 15 de dezembro de 1984 participam no primeiro festival do heavy metal português em
Santo António dos Cavaleiros, Loures, no Pavilhão da
Associação de Moradores, 200$00 o bilhete, organizado pelo primeiro clube de
fãs do metal Purgatório do Heavy
Metal / fanzine Folha Metálica, c/ os S.T.S. Paranoid: os ex-Atomic
Mushrooms, formados na Falagueira, Amadora, em setembro de 1982, Tózé Alho
(voz), Orlando Matias (guitarra), Nuno Almeida (guitarra), João Carlos Lopes
(baixo) e Joaquim Andrade (bateria), estreiam-se na primeira parte dos Arte
& Manhas, a 16 de julho de 1983, na Sociedade Filarmónica da Amadora, em 84
trocam de nome → “Lady of
the Night” → “The Sign” ♫ Sepulcro: dos Olivais, Lisboa, Miguel Pinto (voz),
Jorge Marmitas (guitarra), Beto (guitarra), Isidro Chibo (baixo) e Manuel
Animal (bateria), em 85 editam a primeira demo,
em 86 a
segunda, em 88 separam-se, entrementes, tocaram em 85 com os Tarântula, no Rock
Rendez Vous dia 10 de outubro e dia 30 de novembro no Teatro Amador de Sandim,
Vila Nova de Gaia → “Venom and
Treason” ♫ Mac Zac: de Valadares, Vila Nova
de Gaia, João Campos (voz), Paulo Barros (guitarra solo), Fernando Pereira
(guitarra rítmica), Toni Ezequiel (baixo) e Luís Barros (bateria) → “Metal
Demons”. Estreiam-se na Grande Maratona do Rock Português, organizada pelo
jornal Musicalíssimo no Pavilhão do Cevadeiro, Vila Franca de Xira, no mês de
dezembro de 1981; em 85, os irmãos Barros, mais o Carlos Meinedo (voz), João
Wolf (guitarra), José Baltazar (baixo) e Paiva (teclados) serão os Tarântula (no vídeo, já
com Jorge Marques na voz,
presentemente um artista plástico) ♫ Valium: da
Amadora, Paulo Silva (voz), Jorge Figueira (guitarra solo), João Figueira
(guitarra rítmica), José Figueira (baixo) e Rui Pereira (bateria), em 88 trocam
o nome para Casablanca → “Anjos” → “Religião”
♫ Jarojupe: acrónimo dos irmãos Parente de Santa
Maria de Portuzelo, Viana do Castelo, Jaime (voz, bateria), Rosa (baixo), Juca (guitarra)
e Pedro (guitarra), em 82 vencem a Grande Noite do Rock no Pavilhão de
Alvalade, no dia 5 de dezembro de 1986, no concerto da Somewhere On Tour dos Iron Maiden c/ os Wasp,
no Dramático de Cascais, c/ os Jarojupe no bilhete,
nem puseram os butes no palco. Constou que por excesso de tempo de sound check das outras bandas, a sua
atuação fora cancelada → “Garotas excitadas” → “No
dia em que a terra abortou” ♫ Low Valley:
projeto do vocalista João Henriques, ex-STS Paranoid e ex-Wild Shadow,
incluídos no cartaz, não apareceram → “Flames of Eternity”.
__________________________________
[1] Miguel Ângelo, no
programa “Inferno” c/ Pedro Vieira, canal Q: “olha, os Delfins não estão a
fazer nada, vou gravar um disco a solo. Na realidade esta é a explicação
oficial, mas a verdadeira razão é que eu e o Fernando
Cunha [“é também sósia de Steven Seagal, herói de acção que partilha com
ele o facto de ser guitarrista e, tal como Samuel L. Jackson, adepto de boinas
da Kangol”], dos Delfins, estávamos a construir um estúdio profissional de
gravação e precisávamos de dinheiro, e o facto de eu fazer um disco a solo, e
ele também ter feito um disco a solo, enquanto os Delfins estavam parados, fez
com que recebêssemos da editora um budget
p’á gravação desse disco, e com os dois budgets
juntos, conseguimos pagar as dívidas durante dois ou três anos”.
42 Comments:
At 6:04 da manhã, Táxi Pluvioso said…
O primeiro post sobre o ano de 1982, até nem ficou muito longo, o próximo supera-lhe em mais um terço, não era a minha ideia inicial fazer tantos posts por ano, um ou dois chegariam, mas para 1982 acho que nem quatro bastarão para tanta História. Mas esta época é muito parecida com os dias de hoje para não perder algum tempo na sua descrição. Portugal estava em austeridade desde 79 e os anos de 83, 84, 85, serão bastante duros, com muita fome no país e muitos sacrifícios em nome do amanhã melhor. A mensagem de Natal de Passos Coelho de 2012 poderia muito bem ter sido feita nesses anos magros (que só engordaram com a chuva da massa da Europa e não por mérito da classe empresarial, política, intelectual ou popular).
A personalidade do ano de 82 na muito celebrada escolha da revista Time foi o computador pessoal, tal como em 38 fora Hitler, 39 foi Estaline, ou em 2012 será o sex-symbol dos crentes mais intelectuais, o presidente Obama.
A década de 80 teve uma das melhores atrizes, Valérie Kaprisky, que injustamente nunca atingiu um estatuto Bardot, o problema das atrizes francesas é despirem-se nos filmes e com a tomada do poder cultural americano, Hollywood não permite isso, pois significa mudança na classificação do escalão etário e logo menos espectadores e logo menos dinheiro. E a televisão também deu emprego a duas atrizes de belo peso, a Makepeace de Dempsey and Makepeace e a prima Daisy dos Três duques.
Os linques: só se forem do heavy metal português, ridicularizado, não levado a sério, por se distanciar muito do excelente gosto português que é Dino Meira, mas que com o tempo se tornam vintage. Os Ferro & Fogo ou o exímio grupo de Viana do Castelo Jarojupe.
At 2:14 da tarde, lampâda mervelha said…
Caro Taxi,
Onde posso deixar a garrafinha de vinho e as azevias?
Boas Festas!
At 2:26 da tarde, São said…
Não descobriram petróleo, mas estão a descobrir ouro!
Cá para mim, deve ser aquele que está a ser vendido às toneladas , já que na avenida principal daqui existem três lojas!!
Boas FEstas, rrss
At 8:55 da tarde, Anónimo said…
Wonderful, what a webpage it is! This weblog gives valuable data to us,
keep it up.
My webpage: red hot elevator ride coins
At 11:46 da tarde, Tétisq said…
Não te preocupes com o tamanho dos posts, depois vem 1983 que teve um único acontecimento relevante:- o nascimento de um piqueno anjo a 07/07/1983 que viria a adoptar o nome de Tétisq...bom talvez também seja de referir "O Tal Canal" que me lembrava de ver no final dos anos 80 e descobri este Natal na RTP Memória que afinal é de 1983 e parece que nesse ano também cá andou a Troika, mas isso se calhar não vale a pena referir:)
Gostei muito da música, não conhecia quase nada...
Voltarei!*
At 10:08 da manhã, Táxi Pluvioso said…
lampâda mervelha: isso é que tem sido um apagão da net. Este ano ainda é bom para postar, para o ano se calhar paga imposto.
At 10:09 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: o nosso ministro Álvaro anda empenhado na garimpagem, ele é homem para cumprir a profecia de Zandinga, dentro de uns dias anuncia descoberta de petróleo nalguma santa terrinha.
Essas lojas devem começar a fechar, não creio que os portugueses tenham assim tanto ouro nos potes e nas caixas das avós. Por aqui, também tenho uma dessas lojas, não reparei que tivesse assim tanto movimento, nem sei se ainda está de portas abertas.
Mais engraçado foi ontem ter ouvido isto da boca da secretária de Estado Encarregada das Vendas a Retalho “aqui neste processo como aconteceu, aliás nos processos anteriores da EDP e da REN tivemos a sorte de que as propostas que se apresentam melhor estrategicamente, são também aquelas que têm a preço mais elevado”. uau! tivemos a sorte! País sortudo assim nem precisa de bons governantes, nunca precisou, autogoverna-se.
At 10:09 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Tétisq: com certeza que não me esquecerei de referir tão importante nascimento nos posts de 1983 (se conseguir despachar 1982), tinha decorado 7 do 7, mas não sabia o ano, (números repetidos são mais fácies de decorar, o único aniversário que sei de cor é o da Lili Caneças 4 do 4 de 44).
Também não sabia que o Tal Canal era de 83, devo então ter visto alguma reposição, pois só comprei um aparelho a cores no final da década, e até no início, nem TV tinha, costumava ver em casa de amigos.
At 12:07 da tarde, Rafeiro Perfumado said…
Apetece dizer: Portugal, desde 1143 entregue aos bichos, só vai mudando a espécie. Abraço, TP, bom ano!
At 12:20 da manhã, São said…
Também ouvi essa ! E quando pensei na TAP , fiquei abismada! Principalmente quendo me lembrei do debate no Parlamento onde ouvi o nosso culto Primeiro-Ministro, em defesa do seu mais-que-tudo "Dr" Relvas, acusar João Semedo (BE) de "tosque".
Tu já foste ler aquele primor que é a mensagem do Pedro? Sugiro que não percas, rrrssss
Um abraço
At 5:10 da tarde, Mariazita said…
Meus votos para 2013:
"Que tenhas felicidade bastante para que possas suportar os momentos tristes; dificuldades para que venças e te fortaleçam a cada luta; sonhos para que busques a cada dia um novo objectivo; amor que te aqueça a alma; e esperança, sempre, para que não te falte o desejo de viver cada dia melhor, todos os dias.
O que a vida quer de nós é simplesmente coragem!"
╔═════════ ೋღღೋ ══════╗
ೋ ♫ FELIZ ANO 2013 ♫ ೋ
╚═════════ ೋღღೋ ══════╝
At 3:56 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Rafeiro Perfumado: a constância é a nossa marca, que comemos com bacalhau e pastéis de nata.
At 3:57 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: vi na TV a mensagem de Passos, até lhe guardei umas frases para citar nestes posts dos anos 80, é que também nessa época havia no ar a conversa que, os sacrifícios, iam salvar os netos e filhos no futuro, que se fazia agora para mais tarde recolher riqueza, enfim, o que mudou foi a cor dos telefones, antes eram pretos e agora são coloridos e brilhantes como as missangas dos nossos navegadores.
At 3:57 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Mariazita: bom, pelo menos, para 2013, já tenho uma agenda nova, o resto virá. Feliz ano.
At 2:33 da tarde, Brontops Baruq said…
Táxi,
Na correria de final de ano, não consegui sentar pra lhe responder direito.
Até esta "resposta direita", segue um abração de ano novo e que todos sejamos mais felizes e infelizes na justa medida.
Super-hiper 2013 pra vocês todos aí do outro lado do Atlântico.
At 4:34 da tarde, Paulo said…
FELIZ 2013. Abraço
At 6:34 da tarde, José said…
Taxi, passei aqui só para vir desejar um feliz ano novo, promete que voltarei com mais tempo, para ler tudo e comentar, não sei se terei dinheiro para aqui chegar.
Obrigado
Abraço,
José.
At 9:59 da tarde, Clecilene Carvalho said…
Desejo um 2013 de...
Sonhos realizados, encontros, vitórias, amores, paixões, saúde, energia, trabalho, novos sonhos, amizades (bom demais), mãos estendidas, afagos, palavras de incentivo, gestos, ações, conquistas, planos, metas, paciência, fraternidade, assertividade, empatia, sorrisos e se tiver lágrimas que sejam de alegria.
At 2:33 da manhã, Pedro said…
Feliz dois mil e treuuuuze
http://www.youtube.com/watch?v=jzfRYDYJ0yY
At 9:45 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Brontops Baruq: esperemos que seja a justa medida, que nos toque Aristóteles ao menos, já que Demócrito fica para os alemães (é uma piada europeia, a chanceler Angela Merkel agora deu-lhe para citar filósofos gregos, e na mensagem de ano novo citou Demócrito para dizer que é preciso coragem que eventualmente haverá felicidade para os persistentes – dito de forma mais simples: a Europa está fo%$#). Um super 2013 aí nesse calor, 40º? é bom para mulher pelada :)))
At 9:45 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Correia: parece que será. Temos garantias de Passos que chegamos todos vivos ao fim, não sei como ele vai proibir a morte, mas os políticos são poderosos, têm os banqueiros no bolso.
At 9:45 da manhã, Táxi Pluvioso said…
José: o dinheiro vai parar o país, é que nem podemos ir pedir esmola na fronteira com Espanha, eles já estão a pedir na fronteira com a França, que sob efeito Hollande, está a pedir na Alemanha, e a coisa continua até Vladivostok.
At 9:45 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Clecilene Carvalho: com tanta hipótese com certeza que atingirei alguma, obrigado.
At 9:46 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Panurgo: com a Victoria, o ano seria bem leve, mas tenho a convicção que me vai tocar a derrota.
At 11:23 da manhã, José Sousa said…
Vim desejar-lhe um bom ano!
Felicidades e boa escrita.
At 11:29 da manhã, Táxi Pluvioso said…
José Sousa: igualmente. Acho que desta vez só fui aos seus blogs desejar bom Natal, e bom ano escapou-me, é que eles são difíceis de carregar, tenho um problema qualquer com o flash, deixo-os para o fim e depois vem o esquecimento. Aqui ficam os desejos de bom ano.
At 6:37 da tarde, São said…
Pois----só os telefones, para quem ainda os consegue ter!
Bom ano, melhor do que aquele que nos preparam.
At 1:41 da tarde, Pérola said…
Parece que foi ontem.
O tempo passa demasiado depressa. Verdade tola, mas verdade.
Saudades...
Deixaste-me nostálgica, Taxi.
UM BOM ANO!
At 5:19 da tarde, Filipa Júlio said…
Feliz Ano Novo!
At 1:20 da manhã, Anónimo said…
Táxi, ano novo vida nova, deixo-te aqui dois filmes da cinemateca do Eurico Cebolo:
Satánico Pandemonium (1973):
http://www.youtube.com/watch?v=FXsHaCSRSOo
Killer Nun (1978)
http://www.youtube.com/watch?v=B3Ob18bu9hY
At 10:18 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: será mais um ano histórico, deve ser, pois todos os políticos lhe depositam muita fortuna. Então ao primeiro-ministro grego só lhe faltou dizer que vai finalmente descobrir o jardim de Epicuro. A propósito, o salário mínimo grego desce 20% este ano, para 586 €, parece-me que já esteve em 700 e tal euros. Faz-me certa confusão pois vão baixar também os salários dos militares em 27%. Por mexer na malta com armas, Marcello Caetano foi acabar o mandato no Brasil e Ramos-Horta levou uns balázios, se não fossem os australianos estaria a pensar no seu erro no outro mundo.
At 10:18 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Pérola: e o mais engraçado disto tudo é que os tempos parecem iguais. Estive a ver um resumo de 2002 e também era muito parecido com 1982, ou seja, crise, austeridade, e tal…
At 10:18 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Filipa Júlio: igualmente… desejar ainda não paga imposto, espero.
At 10:18 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Anónimo: ó Manuel então viraste anónimo? Não será o anonimato que te protegerá da bomba nuclear fiscal, ou da outra a seguir, a bomba de hidrogénio. Aliás, o anonimato será castigado. Tentei entrar no Google + com o nome de táxi pluvioso e recebei, dias mais tarde, um simpático e-mail de Deus Google dizendo que, se calhar, aquilo não é um nome, tentei com uma abreviatura do meu nome, mas Deus correu-me do Paraíso para sofrer as dores do parto sem comunicação. Devem querer o nome para questões de controlo mais fácil por parte dos Estados, para evitar que os países andem sempre a chateá-los para eles divulgarem o nickname.
Espero que voltes, anónimo ou nomeado, até tinha falado no grupo de Viana neste post, para te recordar a cultura da terra. Hoje não tenho tempo para ver os filmes, preciso de sair para comprar um jornal, terá que ficar para amanhã.
At 1:13 da tarde, São said…
Aqui a Revolução dos CRavos também começou por reivindicações semelhantes.
E estamos pagando com juros de mora, o erro crasso de ninguém da ditadura ter sido julgado!!
Beijo
At 2:59 da tarde, Verdinha said…
Hé Táxi !
Que bom receber a tua visita no meu cantinho verde !
Peço desculpa para aquilo do Viagra, estes malandros dos spammers entram nas nossas "casas" e fazem o que querem. Viste a minha foto, sou uma pessoa de quase 60 anos e nunca entraria neste tipo de oferta !!! Aliás, quem me conhece sabe que estas coisas são independente da minha vontade. Se alguém souber como fazer para eliminar isso, agradeço a dica !
Quando entro nos comentários dum amigo, também me aparece uma página de clicksor.com. Será isso que aparece na minha ?
Quanto à tua postagem, como sempre, bem elaborada mas comprida demais para mim, li com gosto o que não tem a ver com política porque esta não me interessa há muitos anos !
Desejo-te um ecelente ano de 2013 cheio de belas surpresas e boas postagens !
Beijinhos da
Verdinha
At 10:34 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: julgar esses pouco adiantava, se uma coisa o Salazar sabia é que não se pode viver com dinheiro emprestado nem se deve criar dívidas à parva, e que mesmo os capitalistas têm que ter rédea curta.
O problema foi o tipo que saiu ao passo do Salgueiro Maia, na praça do Comércio, não ter feito fogo, ter ouvido a canção do bandido do Salgueiro ou foi do Tavares de Almeida, e não ter dado ordem para os tanques dispararem. Já nem sei o nome do tipo, Junqueira Reis, creio, se foi este ainda por cima era brigadeiro, tinha obrigação de ter feito melhor. Merece ir para a história como otário. Não adiantava nada. O regime caía na mesma. Caía de velho. Nem o Marcello queria lá estar, queria voltar para a universidade. Mas dava um outro colorido à revolução e o filme da filha do Vitorino d’Almeida ficava com mais ação. A coisa ficava mais interessante.
Finalmente, ontem, com o relatório do FMI, tivemos um pálido vislumbre que aí vem, do que sucede quando um país vai à falência, ou melhor, uma zona, um bocado de terra, vai à falência, pois Portugal ao entrar no euro deixou de ser um país independente, ficou sem os instrumentos clássicos da teoria económica para resolver esta situação. E, ao ser governado por idiotas, e idiotas na lista para governarem, o futuro será brilhante.
At 10:34 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Verdinha: bem, isto não é bem política, ou não pretende ser, pretendo apenas descrever uma década, que em Portugal são todas iguais, e as vedetas, claro, são os políticos, não há outros portugueses mais ilustres.
Estes spammers devem ser de um país muito atrasado para andarem nos blogs – até o comentário em cima em inglês, como é possível que ainda ande gente a meter publicidade em blogs, que são coisa do passado, agora anda toda a gente no Facebook, ninguém perde tempo com blogs.
Não sei como resolver a situação. Estava à espera de ser oficialmente velho para ir a um curso de informática de alguma câmara, mas agora, nem eu chego a essa idade, e as câmaras faliram para estarem a dar algo aos munícipes.
At 4:16 da tarde, Anónimo said…
Táxi, para uma política de redefinição do Serviço Público:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=E3pRqxKR5fY
At 8:31 da tarde, Anónimo said…
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At 6:01 da manhã, Táxi Pluvioso said…
don medina: epá, parece angolano, espero que o Relvas venda já para termos TV a sério.
At 6:03 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Gay Manchester? nem é preciso ir tão longe, por cá é uma rua um melro, salvo seja.
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