A ficção do Estado palestiniano
A guerra do Líbano não estava na agenda do Irão ou da Síria como se propagandeou pelos sete mares, cinco continentes e Estação Espacial Internacional (e… para a maior parte dos “manufactureiros de opinião”, pela Terra Encantada). Ela fazia parte dos planos de Israel e tinha um duplo objectivo. Em primeiro lugar, desviar as atenções da Faixa de Gaza onde comicamente os soldados são “raptados” e os ministros e deputados são “detidos”. Estas insólitas expressões são tipicamente europeias, derivadas da invasão da Polónia por Hitler, quando em 1939 a tropa polaca foi “raptada” e os dirigentes políticos “detidos”. Nunca mais foi utilizada desde esses tempos de cachaporrada global por isso caiu em desuso. E hoje achamos patusco “raptar” – em vez de “capturar” – soldados durante uma guerra, ou “deter” – no sentido de “atirar para a masmorra” – representantes eleitos por sufrágio universal, numas eleições que, ainda por azar, os isentos observadores internacionais garantiram não ter havido trafulhice.
Em segundo lugar – como tem sido feito desde 1948 – esta guerra serviu para manter a pressão sobre os árabes para que abandonem as suas terras ou, pelo menos, não atinjam um nível socio-económico que possam ser uma ameaça para Israel. Toda a gente sabe que daqui a dez/vinte anos Israel voltará a bombardear o Líbano, num previsível ciclo de destruição de casas, hospitais, escolas e outras infra-estruturas públicas, enviando as pessoas para a miséria, para que as prioridades em sustentar a família e labutar pela “farinha deles de cada dia”, (correspondente ao cristão “pão nosso de cada dia”), absorvam todo o tempo útil e esqueçam outras reivindicações políticas ou territoriais. (Numa guerra o objectivo primordial não é matar mas subjugar o inimigo. E isso consegue-se atrapalhando-lhe a vida. Na faixa de Gaza, o alvo quando não consta da lista a abater, recebe um amável telefonema de um graduado israelita, avisando que tem cinco minutos para pôr o canastro da família a salvo porque a casa será bombardeada dentro de momentos).
O que tornou esta guerra um pouco interessante foram os acidentes de percurso. Com ela o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafic Hariri adquire outra dimensão. Talvez os responsáveis sejam outros e não os suspeitos do costume. Não são apenas os serviços secretos sírios que actuam em Beirute, a Mista’aravim (que significa “transformados em árabes” em hebraico, e constituem uma elite de operacionais treinados para agir e sobretudo pensar como árabes que se infiltram desapercebidos entre a moirama) também por lá anda metendo achas na fogueira. E o ataque premeditado aos observadores da ONU, no sul do Líbano, para retirar da zona testemunhas incómodas e testar as reacções desta caduca instituição internacional, foi um golpe de mestre. Só é pena que não tivesse tido as mesmas consequências da invasão da Etiópia pela Itália de Mussolini que, em 1935, enterrou, a também inútil, Sociedade das Nações (o óvulo donde saiu esta ONU).
Quando se fala em “redesenhar o mapa do Médio Oriente pela via democrática” é preciso ter em conta quem tem a régua e o esquadro, porque a venda da banha da cobra foi transferida das feiras para os gabinetes dos políticos. Mais depressa se acredita no Sô Zé, o discípulo de Belzebu, colocando bombas semi-invisíveis e despoletando casos em Camarate, do que em Wbush criando injustificados conflitos e enviando U.S. Marines para os cinco cantos do mundo (aos quatro cantos habituais que os portugueses tão bem navegaram a América acrescentou o quinto – o espaço). Redesenhar o Médio Oriente significa criar Estados amigos, ou seja, instalar governantes corruptos para fecharem os olhos (como a casa de Saud) ou formados nas academias ocidentais (como Abdullah da Jordânia) que sirvam os interesses americanos por serem os justos donos do mundo. Mas o caso da Palestina é mais bicudo. Não se resolve com empoleirar o “homem da América” Mahmud Abbas porque seria um poleiro imaginário. Ele não teria onde governar. A não ser que se chame governar à gestão dos dinheiros da ajuda internacional. Só os tolos acreditam na possível existência de um Estado palestiniano. Este tem uma única data há muito anunciada, isto é, nunca.
Se os analistas puxassem pela cabeça encontrariam pelo menos duas singelas razões. A primeira, Israel nunca permitirá um Estado palestiniano. Um Estado como comummente se entende, com fronteiras e espaço aéreo invioláveis, Exército constituído, política externa própria, economia autónoma e, mais importante ainda numa região desértica, com acesso directo à água. E a segunda é ainda mais simples, fisicamente é impossível constituir um Estado, digno desse nome, com o território naquela partição. Para começar a passagem da Faixa de Gaza para a Cisjordânia e vice-versa seria um pesadelo. Careceria de um pedido, em triplicado pela certa, ao Estado judaico que accionaria os trâmites burocráticos e quando lhe aprouvesse, forneceria uma carinha Toyota de caixa aberta para efectuar a viagem. E depois a situação na Cisjordânia é ainda mais engraçada. Furada por colonatos e atravessada de estradas só para judeus daria uma peculiar província de um Estado soberano.
E se estas razões não fossem suficientes podemos referir um mecanismo psicológico característico do povo judaico, propositadamente excluído das análises, por não ser politicamente correcto devido à coacção cultural que o povo judeu mantém sobre os “manufactureiros de opiniões” europeus e americanos desde o fim da Segunda Guerra Mundial – a questão da segregação contra os gentios. O deus de Israel é um deus que não aceita partilhas de poder com outros. È o deus verdadeiro. Todos os outros são falsos. Um povo eleito por deus olha os outros altivamente. Não aceita misturas. Os portugueses bem conhecem este fenómeno porque quando vão trabalhar em Israel são despachados para os bairros de árabes israelitas.
A democracia é uma coisa muito bonita de se ver desde que ganhem os certos. Se ganham os outros cai o Carmo e a Trindade e o Governo do Hamas. Vencendo os errados inicia-se a propaganda negativa. Ridiculariza-se o sevandija por vestir mal como Chavez e Ahmadinejad. Diaboliza-se a súcia que nos quer apertar o gasganete como o Hamas e o Hizballah. E para abrochar com alfinete de peito de ouro arreda-se ambos dos Meios de Comunicação Social que importam. Para ser verdadeiro o acto democrático tem que ser repetido até ganharem os bons… se a Fatah não ganhar agora volta tudo para a bicha da urna outra vez (pelo menos os vivos).
A única solução para aquela zona seria um equilíbrio entre Estados. Só haverá paz quando os Estados árabes tiverem um poder militar equivalente ao de Israel. Enquanto isso não sucede o mundo fica-se pelas visões de Wbush.
A guerra do Líbano não estava na agenda do Irão ou da Síria como se propagandeou pelos sete mares, cinco continentes e Estação Espacial Internacional (e… para a maior parte dos “manufactureiros de opinião”, pela Terra Encantada). Ela fazia parte dos planos de Israel e tinha um duplo objectivo. Em primeiro lugar, desviar as atenções da Faixa de Gaza onde comicamente os soldados são “raptados” e os ministros e deputados são “detidos”. Estas insólitas expressões são tipicamente europeias, derivadas da invasão da Polónia por Hitler, quando em 1939 a tropa polaca foi “raptada” e os dirigentes políticos “detidos”. Nunca mais foi utilizada desde esses tempos de cachaporrada global por isso caiu em desuso. E hoje achamos patusco “raptar” – em vez de “capturar” – soldados durante uma guerra, ou “deter” – no sentido de “atirar para a masmorra” – representantes eleitos por sufrágio universal, numas eleições que, ainda por azar, os isentos observadores internacionais garantiram não ter havido trafulhice.
Em segundo lugar – como tem sido feito desde 1948 – esta guerra serviu para manter a pressão sobre os árabes para que abandonem as suas terras ou, pelo menos, não atinjam um nível socio-económico que possam ser uma ameaça para Israel. Toda a gente sabe que daqui a dez/vinte anos Israel voltará a bombardear o Líbano, num previsível ciclo de destruição de casas, hospitais, escolas e outras infra-estruturas públicas, enviando as pessoas para a miséria, para que as prioridades em sustentar a família e labutar pela “farinha deles de cada dia”, (correspondente ao cristão “pão nosso de cada dia”), absorvam todo o tempo útil e esqueçam outras reivindicações políticas ou territoriais. (Numa guerra o objectivo primordial não é matar mas subjugar o inimigo. E isso consegue-se atrapalhando-lhe a vida. Na faixa de Gaza, o alvo quando não consta da lista a abater, recebe um amável telefonema de um graduado israelita, avisando que tem cinco minutos para pôr o canastro da família a salvo porque a casa será bombardeada dentro de momentos).
O que tornou esta guerra um pouco interessante foram os acidentes de percurso. Com ela o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafic Hariri adquire outra dimensão. Talvez os responsáveis sejam outros e não os suspeitos do costume. Não são apenas os serviços secretos sírios que actuam em Beirute, a Mista’aravim (que significa “transformados em árabes” em hebraico, e constituem uma elite de operacionais treinados para agir e sobretudo pensar como árabes que se infiltram desapercebidos entre a moirama) também por lá anda metendo achas na fogueira. E o ataque premeditado aos observadores da ONU, no sul do Líbano, para retirar da zona testemunhas incómodas e testar as reacções desta caduca instituição internacional, foi um golpe de mestre. Só é pena que não tivesse tido as mesmas consequências da invasão da Etiópia pela Itália de Mussolini que, em 1935, enterrou, a também inútil, Sociedade das Nações (o óvulo donde saiu esta ONU).
Quando se fala em “redesenhar o mapa do Médio Oriente pela via democrática” é preciso ter em conta quem tem a régua e o esquadro, porque a venda da banha da cobra foi transferida das feiras para os gabinetes dos políticos. Mais depressa se acredita no Sô Zé, o discípulo de Belzebu, colocando bombas semi-invisíveis e despoletando casos em Camarate, do que em Wbush criando injustificados conflitos e enviando U.S. Marines para os cinco cantos do mundo (aos quatro cantos habituais que os portugueses tão bem navegaram a América acrescentou o quinto – o espaço). Redesenhar o Médio Oriente significa criar Estados amigos, ou seja, instalar governantes corruptos para fecharem os olhos (como a casa de Saud) ou formados nas academias ocidentais (como Abdullah da Jordânia) que sirvam os interesses americanos por serem os justos donos do mundo. Mas o caso da Palestina é mais bicudo. Não se resolve com empoleirar o “homem da América” Mahmud Abbas porque seria um poleiro imaginário. Ele não teria onde governar. A não ser que se chame governar à gestão dos dinheiros da ajuda internacional. Só os tolos acreditam na possível existência de um Estado palestiniano. Este tem uma única data há muito anunciada, isto é, nunca.
Se os analistas puxassem pela cabeça encontrariam pelo menos duas singelas razões. A primeira, Israel nunca permitirá um Estado palestiniano. Um Estado como comummente se entende, com fronteiras e espaço aéreo invioláveis, Exército constituído, política externa própria, economia autónoma e, mais importante ainda numa região desértica, com acesso directo à água. E a segunda é ainda mais simples, fisicamente é impossível constituir um Estado, digno desse nome, com o território naquela partição. Para começar a passagem da Faixa de Gaza para a Cisjordânia e vice-versa seria um pesadelo. Careceria de um pedido, em triplicado pela certa, ao Estado judaico que accionaria os trâmites burocráticos e quando lhe aprouvesse, forneceria uma carinha Toyota de caixa aberta para efectuar a viagem. E depois a situação na Cisjordânia é ainda mais engraçada. Furada por colonatos e atravessada de estradas só para judeus daria uma peculiar província de um Estado soberano.
E se estas razões não fossem suficientes podemos referir um mecanismo psicológico característico do povo judaico, propositadamente excluído das análises, por não ser politicamente correcto devido à coacção cultural que o povo judeu mantém sobre os “manufactureiros de opiniões” europeus e americanos desde o fim da Segunda Guerra Mundial – a questão da segregação contra os gentios. O deus de Israel é um deus que não aceita partilhas de poder com outros. È o deus verdadeiro. Todos os outros são falsos. Um povo eleito por deus olha os outros altivamente. Não aceita misturas. Os portugueses bem conhecem este fenómeno porque quando vão trabalhar em Israel são despachados para os bairros de árabes israelitas.
A democracia é uma coisa muito bonita de se ver desde que ganhem os certos. Se ganham os outros cai o Carmo e a Trindade e o Governo do Hamas. Vencendo os errados inicia-se a propaganda negativa. Ridiculariza-se o sevandija por vestir mal como Chavez e Ahmadinejad. Diaboliza-se a súcia que nos quer apertar o gasganete como o Hamas e o Hizballah. E para abrochar com alfinete de peito de ouro arreda-se ambos dos Meios de Comunicação Social que importam. Para ser verdadeiro o acto democrático tem que ser repetido até ganharem os bons… se a Fatah não ganhar agora volta tudo para a bicha da urna outra vez (pelo menos os vivos).
A única solução para aquela zona seria um equilíbrio entre Estados. Só haverá paz quando os Estados árabes tiverem um poder militar equivalente ao de Israel. Enquanto isso não sucede o mundo fica-se pelas visões de Wbush.
3 Comments:
At 12:59 da tarde, A Chata said…
Porque não a solução do presidente Iraniano apresentada ao entrevistador de 60 Minutos quando este o questionou sobre a 'famosa' negação do holocausto.
O holocausto do povo judeu deu-se onde? Na Europa.
Porque são os Palestinianos, que têem de sofrer as consequências da reparação de um acto no qual não tiveram responsabilidade?
At 1:20 da tarde, Táxi Pluvioso said…
E nem é novidade. No fim da 2ª Guerra Mundial Abdul Aziz bin Saud disse a mesma coisa ao Roosevelt, quando este no regresso da conferência de Ialta, chamou o rei da Arábia Saudita a bordo do Quincy, para tratarem da instalação da base de Dhahran.
O problema com os judeus durante a guerra foi exactamente que nenhum país queria acolhê-los.
At 4:17 da tarde, Lord of Erewhon said…
__________FELIZ NATAL__________
________E O ORGASMO GLOBAL_____
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