Pratinho de Couratos

A espantosa vida quotidiana no Portugal moderno!

quarta-feira, outubro 01, 2008

O talismã

A boa índole dos portugueses avocou-lhes a atenção do mundo. Oitocentos anos de gigantescos feitos conferiram-lhes pedigree. Natália Correia trovou-lhes, as solares ou marítimas, origens: “Pois que te é divino mister / Humanos olhos extasiar / A dúvida é só perceber / Se vieste do sol ou do mar”. Bom, na verdade, a poetisa refere-se ao cavalo, mas os versos assentam que nem uma sela ao português, que não dá passo atrás, como as emas e os cangurus. Estes simpáticos animais constam do brasão de armas australiano exactamente por causa dessa fisiológica característica. E, pela mesma razão, poderiam figurar no escudo português. O povo que, só passa do estado asinário, para o equídeo, e galopa sempre em frente.

Na semana passada, Costa Neves, presidente do franchise açoriano do PSD, realizou um feito de uma enorme importância cultural. Concretizou algo que escorria durante séculos entre os dedos de filósofos e pensadores. Conseguiu definir a essência lusa. Aludindo às futuras eleições regionais concluiu: “o haver muita abstenção, também significa algo que responsabilizo directamente os socialistas, que é a falta de esperança. O pior que os socialistas fizeram, aos açorianos, foi matar a esperança”. O genial político não reconhece: “eu sou um palerma. Não consigo arrebanhar para o meu verde pasto, as ovelhas descontentes, com promessas e marchandising de campanha”. Antes, prevendo uma situação, manda as culpas para os outros.

[
The Partridge Family em “Walking in the Rain”, Jodie Foster, ainda sem idade para opções sexuais alternativas, participou neste episódio e é a miúda loira na assistência. “I Can Feel your Heartbeatuu “I Think I Love You” uu “I Would Have Loved You Anyway”. The Partridge Family foi uma série de TV de sucesso, do princípio dos anos 70, sobre as aventuras de uma mãe e filhos músicos, protagonizada por David Cassidy, Shirley Jones, Susan Dey, Danny Bonaduce, Suzanne Crough e Brian Forster. Foi inspirada numa família real da música pop, dos finais dos anos 60, The Cowsills, que foram convidados para interpretá-la, mas os produtores não queriam que a mãe entrasse e impuseram Shirley Jones para o papel. Eles não aceitaram – “Hair” uu “Monday Monday].

Consta que a palavra “testemunhar” deriva de “testículos”, porque nas cortes romanas, jurava-se sobre eles. Antes da publicação da Bíblia, pôr os tomates no cepo, era uma boa ideia para garantir testemunhos verdadeiros nos tribunais. Ora, uma promessa política não é uma situação de “cortem-nos rentes se não cumprir”. É para se ir cumprindo. Se não for nesta legislatura, será na próxima, ou na próxima, ou na próxima, até a memória olvidar-se. Mesmo assim, Costa Neves não se refugiou na arte de prometer, aproveitou para substancializar a essência da condição portuguesa. Nenhum português admite ser burro, eu sou esperto, os burros, são todos os outros. A melhor imagem desta peculiar forma de ser é rodoviária. Para o condutor luso, as estradas pululam de aselhas, excepto ele. Precisamente este “expertism-o” avassalou o mundo e os portugueses são chamados, em todas as ocasiões, para good luck.

Cavaco Silva é o maior talismã nacional. Economista de formação, cai que nem chocolates Cadbury, para clarificar a actual crise financeira. E, como um sábio Buda, pronunciou apenas uma palavra zen: “complexa”. Uma adjectivação laminar para não explicar uma coisa simples. A produção, distribuição e consumo de bens (a Economia) assenta em dois sectores: o real e o financeiro. O primeiro produz riqueza. O outro, rapina sobre a riqueza. Como não há pais ricos para todos, para desenvolver os seus negócios, as pessoas necessitam de pedir algum emprestado. Aí surge o sector financeiro publicitando ter dinheiro para dispensar e, em troca do favor, recebe juros aceitáveis ou quase. Na prática, o “dinheiro” financeiro não existe, mas tem de aparecer quando chamado. Se não é o pânico.

Tudo começou com os pobres. Os Bancos americanos, para não ficarem a chuchar no dedo, praticavam o “redlining”, isto é, não emprestavam dinheiro a pretos e a brancos pobres para compra de casa ou negócios. A administração de Jimmy Carter quis solucionar o chocante problema, indigno do século XX, através do “Community Reinvestment Act”, obrigando a uma reavaliação das condições dos empréstimos. A coisa funcionou. A malta feliz com dinheiro, gerava mais dinheiro, e pagava empréstimos e juros. Mas este serviço é prestado por empresas privadas que têm de dar todos os anos lucro e mais lucro e mais lucro. Sob pressão, os gestores inventaram um criativo sistema de viagem de créditos entre instituições financeiras. A cada passagem aumenta-se o valor para dar lucro que isto não é a Santa Casa da Misericórdia. Para suportar este castelo de cartas o mercado imobiliário é inflacionado. Quando as casas caíram para o seu valor concreto, não havia dinheiro real para cobrir aquele, que as instituições diziam ter, e sobre o qual os gestores engordavam-se a si próprios e aos accionistas. É o pânico!

Jean de la Fontaine escreveu: “para salvar o crédito é preciso ocultar a perda”. Wbush quer escondê-la com um cheque de 700 mil milhões de dólares. Bolou um plano para comprar o crédito incobrável, chamado entretanto “activos tóxicos”. Categórico, como nas bombas nucleares de Saddam, anunciou aos americanos: “o plano é suficientemente grande para resolver um problema sério”. E esclareceu: “o Governo é a única instituição, suficientemente paciente, para comprar estes activos, ao baixo preço actual, e agarrar-se a eles, até que os preços voltem ao normal”. Ou seja, está fora de questão permitir que as Leis do Mercado reduzam a economia americana ao seu real valor, baixando os preços dos bens, imobiliários e outros. Segundo o Spectrem Group, desde 2003, a taxa de crescimento de milionários nas terras do tio Sam ronda os 8%. Existiam 9.2 milhões em 2007. Juntando os 400 bilionários da Forbes é muita gente rica. Se permitirem o amado mercado funcionar nesta “crise”, seria uma hipótese muito optimista, esperar que apenas metade deles, não acabasse na porta do Exército de Salvação, para uma refeição quente.

Os economistas liberais, mas não muito, arrumaram na gaveta as Leis do Mercado, que separam as boas das más empresas. Prosperando umas, falindo as outras. No caso das instituições financeiras, dizem, não vale a pena separar o trigo do joio, porque não há trigo, é tudo joio. E o que será do mundo sem crédito? O cidadão normal diz adeus à compra de casa e às férias em Punta Cana. E as empresas são impossibilitadas de abrir fábricas na China por falta de financiamento. No meio deste apocalipse toxic Cavaco Silva visita a Bolsa de Nova Iorque e faz votos: “faço votos que a supervisão e regulação sejam mais transparentes e mais eficientes. Vamos ver como a BNI reage, hoje, ao discurso dramático do presidente Bush, ontem à noite”. E ninguém viu um tipo a ler o teleponto mas um presidente ianque with a plan.

Cavaco Silva é uma perna de coelho em New York. A força da fé, que imprimiu no dedo, quando tocou o badalo, para dar início à sessão da Bolsa, mudará a maré dos mercados. Já se sente o cheiro do dinheiro no ar. Ele, um bom turista português no estrangeiro, não esqueceu a sua terra natal, e mandou um piedoso recado: a crise “quase de certeza vai atingir os portugueses”. Os Bancos nacionais são de olhinho, não precisam de incentivos presidenciais, a reboque da crise, desataram a aumentar a taxas juro. E, não é preciso grandes projecções económicas, para adivinhar que este ano, os seus lucros serão chorudos. Tudo começou com os pobres e não vai terminar nos ricos.

[
The Ugly Ducklings, grupo canadiano, dos anos 60, a canção foi escrita durante o debate parlamentar sobre a pena de morte – “Hangman”.
Luv’d Ones, grupo feminino do Michigan – “Up Down Sue”.
The Rattles, grupo de Hamburgo – “The Witch”.
The Lords, grupo alemão – “Poor Boy
The Marbles – “Only One Woman”. Duo formado pelos primos Graham Bonnet e Trevor Gordon. Com a falta de sucesso Gordon desiste da música, mas Bonnet prossegue uma carreira a solo. Entre 1978 e 1980 foi vocalista dos Rainbow de Ritchie Blackmore, guitarrista dos Deep Purple.
The Gun – “Race with the Devil”. Jimi Hendrix gostou da canção e tocou-a na ilha de Wight. Outros grupos fizeram versões: Judas Priest uu Black Oak Arkansas uu Girlschool. Com o fim da banda os irmãos Gurvitz juntaram-se ao baterista Ginger Baker, dos Cream, para formar os Baker Gurvitz Army.
The Family Dogg, grupo inglês – “Brown Eyed Girl
The Herd – “Paradise Lost” uu “I Don’t Want Our Loving To Die”. Grupo de lançamento de Peter Frampton, farto com o estatuto de ídolo da juventude, sai para se juntar a Steve Marriott nos Humble Pie. Por seu lado, em 1976, Andy Bown foi contratado para tocar teclas nos Status Quo].

33 Comments:

  • At 5:34 da tarde, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Mais um assunto com pano para mangas. Faltaram umas coisas importantes. Tenho de voltar no próximo post.

    A porcaria do blogger deu-lhe para não assumir todos os parágrafos. Só postou correctamente à terceira tentativa. Não verifiquei se os links ficaram correctos...

     
  • At 12:03 da manhã, Blogger xistosa, josé torres said…

    Vou tentar comentar este antes do anterior, que não acabei.
    Ainda agora no blog da "são", comentava-se Natália Correia.
    Daqui a uns anitos ninguém saberá quem foi, só será um nome no Diário da assembleia.
    Os novos não gostam de ler, salvo honrosas excepções e nem necessitam de saber ler e escrever ... razão tinha o bicho.
    Os portugueses são um povo que não sente necessidade de ler.
    Só de beber uns bons tragos, que os líquidos fazem bem.
    Estou sem a enciclopédia e já não me recordo do que são eleições.
    temos promoção do povão que passa de asinino, melhor asinário a equídeo, pior fora andar ao revés.

    Tenho dificuldades não só no inglês, como no açoriano e madeirense, falta de dicionários ...
    Os links vão funcionando, ou não tivesse eu lubrificado todo o computador ... suja os dedos, mas sai tudo á primeira.
    Antes que me esqueça dum diamante bruto, por lapidar, afinal está contemplado o propagar da espécie, nem que seja de boca em boca.
    "Complexa"

    Nunca foi de muito palavreado e não seria agora, que deve ser comedido, pois m... aquela pasta oleaginosa que se extrai do cag... aquele cínico que flutua e, que quando puxamos o autoclismo, nos cumprimenta antes de descer.
    Tenho umas vagas noções de economia e por perceber pouco é que vou deixar uma pergunta, será que aqueles que exorcizaram os medos e roubaram descaradamente durante a tripa forra, agora., de bolsos rotos e sem nada, de corda ao pescoço como o outro infeliz, compram-lhe as dívidas na vã esperança que o papel suba com algum furacão e o lixo se transforme em dinheiro?
    Então não se confiscam bens, nem as fortunas ???

    São estas cousas que fazem entrechocar os neurónios e aquecer os miolos.

    Há felizardos que acertam no euromilhões e sem jogarem ...

    Felizmente que há pobres que sustentam o mundo!

     
  • At 3:03 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Essa é a grande verdade. Os pobres lá vão ter que fazer mais um esforço para enriquecer quem de direito. Por isso, é que toda a vida, por mais insignificante que seja, é importante.

     
  • At 4:10 da tarde, Blogger o que me vier à real gana said…

    " A boa índole dos portugueses avocou-lhes a atenção do mundo. 800 anos de gigantescos feitos conferiram-lhes pedigree" T. pluvioso... Demais!
    "Pois que te é divino mister..." N. Correia... No contexto, sublime!
    "... do franchaise açoriano do PSD" T. pluvioso... de partir a moca a rir, eheheh, de tão humoristicamente sério ser!
    ... Reacção ao redlining: o 80 negando o 8. Publicita-se, agressivamente, e empresta-se em alto risco, tendo como garantia apenas o valor do imóvel. Ora, quando este resolve deixar de ser mentiroso e mostar quanto realmente vale, é a tragédia!
    ... Não, não vai terminar nos ricos, táxi!

    Táxi, é mister vir ao teu blog!

    Se tiveres um tempito, gostaria que comentasses o meu novo post.

     
  • At 4:39 da tarde, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Os crises têm o dom de fazer mais ricos. E, o ex-empregado da Goldman Sachs, com 700 mil milhões na mão, vai fazer tão bom serviço como no seu antigo emprego. Tenho pena de não conhecer Henry Paulson.

     
  • At 8:50 da tarde, Blogger Maria said…

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • At 8:53 da tarde, Blogger Maria said…

    Grande post, como sempre!
    Fiquei a saber o origem de testemunhar e não posso deixar de pensar na necessidade de fazer um upgrade ao termo. Não só porque, como disse “uma promessa política não é uma situação de “cortem-nos rentes se não cumprir””, como pelo facto de serem cada vez mais as mulheres na política o que obriga à conversão para “uma histerectomia, já!”

     
  • At 8:55 da tarde, Blogger Maria said…

    Bem, tive que eliminar o comentário anterior e tornar a escrever. Mas já que cá volto, aproveito para reforçar que os posts deste blog, são tão acutilantes que os meus neuróniosinhos demoram a digerir ;)

     
  • At 10:54 da tarde, Blogger stériuéré said…

    Era bom demais , e a malta ainda sonha muito com isso, os Cassidy e a família Partridge eram um grande ícone dos anos 70 como dizes e bem.Mas será que ainda se conseguiria viver nesse mesmo estilo?
    E já agora , os ovos das Emmas, devem ser tão bons como os das avestruses, não?Com um milho cozido a acompanhar e tal.....
    Muito bom trabalho , andas a dar-lhe!

     
  • At 11:18 da tarde, Blogger xistosa, josé torres said…

    Aqueles arautos da desgraça que arvoravam a bandeira da fome que o snr. Silva, (o meu jardineiro), levou, quando foi a "terra", enganaram-se.
    Afinal a pata de coelho ainda mexe e graças aos abnegados esforços, não fiquei sem os meus, para dizer a verdade, nem sei bem como se chama, se activos, passivos ou observadores.
    Os que espiolham são os mais afortunados e nada perdem ... só ganham.

    Felizmente que há pobres.
    Isto não é uma crítica.

    Alguém, para acertar nas lotarias e quejandos e levar uma pipa de massa, tem que ter contribuintes ... destes, se forem crentes, será o reino do dinheiro ... um dia!!!!

     
  • At 11:43 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Maria: Não tenho bem a certeza da origem de “testemunhar”. A raiz parece a mesma. Retirei-o de uns escritos sobre curiosidades. As outras coisas estranhas do mundo humano que eles referem estão correctas, não tenho razão para duvidar desta. No caso de dizer a verdade, deve estar em jogo uma parte valorizada do corpo, ou então, ganhar dinheiro como no programa da Teresa Guilherme.

    Stériuéré: a família Partridge ensinava os jovens na vida saudável para não darem em hippies ou pior. Lembro-me de um episódio ecológico, sobre poupar electricidade, mas numa cena a Shirley Jones lava os dentes com a torneira aberta. A água ainda não era problema. Continuo a gostar da série.

    José Torres: acho que devíamos reunir as economias e comprar títulos da dívida pública americana. Eles têm de arrebanhar 700 mil milhões. Segundo ouvi são os árabes e chineses que vão emprestar. O nosso Portugal não devia ficar atrás.

     
  • At 2:12 da tarde, Blogger São said…

    Por estes assomos, o PSD ainda desaparece no nevoeiro...
    Boa semana.

     
  • At 2:42 da tarde, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Eu nem acredito nalgumas coisas que oiço aqueles dirigentes dizer. Eu acho que sonhei a Srª. Leite dizer que o PS pede para eles apresentem projectos, que eles não têm nada de apresentar alernativas, têm é de criticar o Governo. Devo ter sonhado isto? Não pode ser verdade...

     
  • At 9:44 da tarde, Blogger o que me vier à real gana said…

    Táxi, tb tenho pena de não conhecer pessoalmente esse ultra liberal que recorre, sempre que lhe dá jeito, a políticas de Equerda!... É curioso, o sr. Paulson!

    P.S. se tiveres um tempito... post novo no meu blog.

     
  • At 10:19 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Não percebo nada de economia mas sei que os pobres se quilham sempre.

     
  • At 4:06 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Real Gana: imagino a correria da malta com papel para o gabinete do Paulson. Devem dormir-lhe à porta como nos concertos dos Tokio Hotel.

    Manuel: sabes mais do que imaginas. Essa é a lei básica da economia. Para haver ricos tem de haver pobres. E quanto mais pobres estiverem mais mais cheios ficam os ricos.

     
  • At 1:57 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    http://learning2share.blogspot.com/2008/09/four-gay-kitchens-1956.html

     
  • At 1:34 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    http://lpcoverlover.com/2008/09/28/god-have-mercy/

     
  • At 1:43 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    http://www.youtube.com/watch?v=mX9cvvezZhY&feature=related

     
  • At 8:09 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Aquelas cozinhas são comercializáveis em Portugal.

     
  • At 5:16 da tarde, Blogger NWO Observer said…

    Obrigado por comentar no meu blogue. abraços.

     
  • At 7:32 da tarde, Blogger o que me vier à real gana said…

    Táxi, como vão as coisas aí nessas ilhas maravilhosas? Eheheh!

    Se puderes, dá um saltito ao real gana!

     
  • At 3:29 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Tenho que adiccionar o Against Big Brother.

     
  • At 10:27 da manhã, Blogger Carla said…

    Começaste com Natália Correia e isso foi logo o mote para ficar presa à tua peça...depois tens uma escrita leve, perspicaz e que chega facilmente ao essencial da questão de uma forma cativante.
    A economia rebentou e estalou o verniz e o pior é qu as alternativas eclipsaram-se no ar como fumo (deve ser efeito da lei anti-tabaco). primeiro caiu o comunismo e com ele as expectativas ainda enraizadas em alguns, agora o capitalismo começa a dar sinais de estar a passar de moribundo a defunto propriamente dito (se a economia privada não consegue só por ela criar os lucros que a caracterizam, necessitando de uma intervenção estatal, então o capitalismo perdeu a sua batalha).
    Agora pergunto-me o que resta?
    Meia dúzia de políticos corruptos sem ideias e uma mão cheia de empresários que ditam (mal) as leis que gerem o mundo... entretanto, a classe média desaparece em ordenados que não chegam para custear a inflação e em impostos que têm que alimentar uma máquina mal gerida...as poupanças essas correm o risco de desaparecerem com a falência de mais um ou outro banco!
    beijos

     
  • At 12:04 da tarde, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Carla: a riqueza tem de voltar ao seu valor real.

    Estive a ler numa notícia, que ontem Belmiro e o Amorim ficaram sem 500 milhões (dinheiro que não tinham, nem nunca tiveram). Não espero vê-los na Almirante Reis, na sopa dos pobres, mas era bom que a sua riqueza tivesse um valor real e não fosse assente na especulação.

     
  • At 1:19 da tarde, Blogger Débora Cunha said…

    eu empaquei na história de jurar sobre os testículos... muita informação! eu nunca mais vou encarar testemunhos da mesma forma! uahuahuaa
    (eu sou muito retardada mesmo, tu escreve um texto tão inteligente e eu consigo me focar em algo que certamente não é o ponto central da questão!)

     
  • At 2:09 da tarde, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Bem, a questão da verdade está muito na ordem do dia, pois agora, as pessoas descobriram que os banqueiros são mentirosos e falsos. Nem entre eles há confiança.

     
  • At 3:19 da tarde, Blogger Carlos Rebola said…

    Parabéns por este post.
    Aqui está a explicação que os políticos fogem a dar, todos falam da necessidade urgente de restabelecer a confiança, mas não explicam (não lhes interessa) dizerem qual é a verdadeira causa da desconfiança.
    Não fosse o parecer poético de Natália Correia verdadeiro, o caso mudaria de figura, este modelo de mercado financeiro longe da realidade económica teria mudanças profundas, os tais setecentos mil milhões e outros só servem para manter tudo como estava.
    Duvido que, mesmo com os tomates no cepo, a coisa resultaria por cá, logo o utilizador do cutelo seria "comprado" e não o utilizaria, resultando daí mais uma ficção tomada como real, de coragem e honestidade do dono dos tais tomates, sobre o cepo, que continuaria a debitar promessas que nunca cumpriria.
    Também me parece que vão ser os mesmos a produzir riqueza que empobrece cada vez mais os próprios e enriquece cada vez mais os ricos.
    Obrigado

    Um abraço
    Carlos Rebola

     
  • At 3:36 da tarde, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Carlos Rebola: gostei daquele post sobre o trabalho da terra.

    A ideia de crescimento infinito é absurda. Pensar que a riqueza das sociedades pode crescer infinitamente deu nisto.

    Para as coisas estabilizarem, muitos ditos milionários, ficariam na miséria, que é a sua situação económica real, mas não creio que isso suceda. Pelo menos, é o que Wbush está a tentar fazer que não suceda.

     
  • At 9:10 da tarde, Blogger Paula Barros said…

    Obrigada pela visita. Voltarei para ler com calma.

    abraços

     
  • At 3:55 da manhã, Blogger xistosa, josé torres said…

    Passei por aqui por passar ... estou sem sono e lembrei-me de verificar se alguém já teve a ideia de fazer um peditório, tipo súplica, para os nossos, gestores de contas ou finanças ou lá como raio chamam aos que ganham sacos azuis, verdes e vermelhos de euros, para fazer render o peixe e os sacanas desligaram as câmaras frigoríficas e deixaram apodrecer tudo.
    Lá vai o pobre pagar e cantando e rindo elevar o nome de Portugal.

    Ando pior que um cão numa avenida sem árvores.

    A confiança que se dá a um cão, por vezes é prejudicial.
    Dependendo da raça, mas alguns mordem a mão que lhe dá de comer.

    Eu tive agora, um caso com uma pu ... ra donzela de Braga.
    Um caso de paleio.
    Nada de refeições, mesmo ligeiras ...
    Nem a idade dá para aviar as sardinhas duma lata, mesmo em tomate e picantes.
    Mas enfim ...

    Já desabafei mais um bocado.
    Se der um tiro na internet, conseguirei atingir alguém?

    Uma boa noite!

     
  • At 9:13 da manhã, Blogger Táxi Pluvioso said…

    Paula Barros: eu também agradeço a visita.

    José Torres: essa ideia do peditório não é descabida. Aliás, é o tema do post que estou a escrever. Temos a obrigação de salvar os ricos, e como a situação é grave, devemos usar um ar revolucionário, tipo, proletários de todo o mundo uni-vos, mas agora por uma boa causa.

    Fazer um pobre é fácil. Basta um preservativo roto. Mas ricos, demora o seu tempo, e não é garantido. Ontem vi a notícia que a Porsche, Ferrari, Rolls Royce etc. aumentaram as vendas este ano. Isto significa que os árabes trocaram os camelos pelos cavalos de potência. Se não ampararmos os nossos ricos, eles trocarão os cavalos de potência pelos camelos (não nós, os animais).

     
  • At 2:35 da tarde, Blogger Inside Me said…

    oi, obrigada epla visita: adorei o ponto de vista :D parabéns pelo seu blog. abraços, yzy

     

Enviar um comentário

<< Home