Consumo
mínimo
1982.
Nesse ano também havia e não eram verdes, eram tecnocratas. O render das
gerações, em Portugal, por certeira “sobreposição cósmica” (Wilhelm Reich) ou
queca (Clara
Pinto Correia [1]), papás e mamãs avêm os
genes que das melhores proles advêm. No verão de 82, Nandim de Carvalho,
secretário de Estado do Turismo do Governo de Pinto Balsemão, refastelava-se: “correndo
o risco de me considerarem vaidoso, considero que há, sem dúvida, uma certa
classe técnica, entre os 30-40 anos, que se identifica com os secretários de
Estado do Turismo [ele], Plano
[José Robin de Andrade] e Comunicação Social [José Alfaia]. (…). É essa geração
técnica – profissionais de contabilidade, engenharia, direito, economia – uma
geração competente, que se reparte pela área daquilo a que eu chamo de
convergência democrática (a que fez a revisão constitucional). (…). Todos nós
fomos assistentes universitários, somos considerados de algum modo tecnocratas,
não temos preconceitos antiquados, somos sociais-democratas intervenientes.
(…). Direi apenas que não somos espalhafatosos mas temos preocupações sociais e
estamos dispostos a trabalhar para fazer avançar este país” [2]. E, no princípio, avançar é o verbo. Recuemos.
Na
quinta-feira, 15 de abril, o presidente da comissão da Comunidade Económica Europeia
(CEE) visita Lisboa: “se os quase vinte milhões de contos de dádivas e
empréstimos concedidos pela CEE não estão a ser utilizados em Portugal, a
responsabilidade não é da Comunidade, mas sim de Portugal, que não apresenta
projetos concretos para a utilização dessas verbas. A afirmação é de Gaston
Thorn, que em Lisboa deixou bem clara a incapacidade do Governo e da
Administração portuguesa para fundamentar as posições que assume nas
negociações da adesão de Portugal ao Mercado Comum”. Ajuizava ele: “não basta
introduzir dossiers, é necessário explicar e justificar as posições neles
expostas. E isso é necessário para fazer avançar as negociações” [3]. “Thorn não hesitou em recordar que quando se
discutiam os montantes a conceder a Portugal, os negociadores portugueses
entendiam ser modesta a contribuição da CEE”, e por que os portugueses, no arco
da moeda, não admitem modéstias, a recusa dessa ajuda da CEE esteve sobre a
mesa farta.
Sexta-feira,
25 de junho, “os estudantes que fumam em recintos fechados destinados à
ocupação de tempos livres vão estar sujeitos a uma multa de cem escudos – diz
um decreto aprovado na Assembleia da República. O decreto antitabaco que o
Parlamento aprovou por unanimidade vai obrigar a que os maços de tabaco
ostentem frases sobre os efeitos nocivos do fumo. As infrações a esta norma
estão sujeitas a multas de 50 a
cem contos”. “O decreto proíbe o fumo em todas as unidades de saúde, nos locais
destinados a menores, nos estabelecimentos de ensino, nos recintos desportivos
fechados, salas de espetáculo ou outros locais de diversão ou de ocupação de
tempos livres igualmente fechados”. Proíbe também, “todas as formas de publicidade ao tabaco
através de canais publicitários nacionais ou com sede em Portugal”. (Será a Lei
n.º 22/82 de 17 de agosto).
Terça-feira,
13 de julho, na Assembleia
da República suava-se de árduo trabalho, esfandegavam-se os
deputados na extinção do Conselho da Revolução,
um clube de graduados taratas na função de Tribunal Constitucional. “O Partido
Socialista terá proposto que o CR permanecesse em funções enquanto não
existisse alternativa. O CDS advogava uma data fixa para a extinção do
Conselho, quer estivessem, ou não, constituídas as alternativas. Os socialistas
não concordaram com os democratas-cristãos e estes apresentaram uma nova
proposta nos termos da qual o Conselho da Revolução é extinto até 15 de
outubro. Se até lá não fosse substituído as funções de fiscalização da
constitucionalidade ficariam no presidente da República, assessorado pela
Comissão Constitucional”. Votaram os laboriosos deputados no dia seguinte: “foi
possível ver Vítor Constâncio (ex-secretariado) votar a favor do acordo ou
Manuel Alegre e Tito Morais (soaristas) pedirem a suspensão do mandato por não
concordarem com todo este processo de negociações”. Quinta-feira, 28 de outubro
é o adeus numa rajada de lágrimas: “a cerimónia de condecoração do capitão
Marques Júnior com a Ordem da Liberdade, que teve lugar em Belém, foi marcada
por forte emoção. Quando Marques Júnior ofereceu ao presidente da República e
ao presidente da Assembleia
da República as bandeiras nacionais que estiveram durante
estes anos no Restelo, no Conselho da Revolução, as lágrimas caíram-lhe pelo rosto.
E o mesmo aconteceu com vários outros convidados presentes: conselheiros da
Revolução, deputados Jorge Miranda, Lopes Cardoso e Joaquim Gomes, major
Sanches Osório, Maria de Lurdes Pintassilgo e outros convidados. O próprio
presidente da República [Ramalho Eanes] não escapou à densidade deste clima
emocional desencadeado pelo mais jovem capitão do MFA e as lágrimas correram
também no seu rosto”.
Neste
ano epilogou a novela PRP. Sexta-feira, 11 de junho, Carlos Antunes, dirigente
do PRP, entra em greve de fome na cadeia de Custóias. “Foi preso em 20 de junho
de 1978 e condenado a 9 de abril de 1980 a 15 anos de prisão sob a acusação da
autoria moral de vários assaltos a bancos. Em julho do ano passado cumpriu 29
dias de greve de fome, que terminou com a carta-compromisso de 33 deputados de
apresentar na Assembleia
da República uma amnistia que abrangesse o caso PRP. A
amnistia foi derrotada em maio passado na AR”. Dizia-se ele: “responsável da
ingenuidade (compartilhada por alguns deputados) de ter aceitado acabar com a
greve de fome na base de um compromisso de honra, ultrajado por alguns
políticos sem escrúpulos”. “Enquanto Carlos Antunes inicia hoje o seu primeiro
dia de greve de fome, Amílcar Romano e João Santos, detidos em Caxias, estão
sem ingerir qualquer alimento há 21 e 11 dias, respetivamente”. Segunda-feira,
21, Isabel do Carmo, dirigente do PRP entra em greve de fome, “encontra-se
neste momento na prisão das Mónicas, acompanhada do seu filho André de 4 anos”.
Freitas do Amaral, vice-primeiro-ministro, democrata-cristão, rezava pela não
libertação: que seria “a destruição dos fundamentos da sociedade e do Estado”.
“Pelo facto de haver grevistas da fome isso não significa libertação”. “Uma
prisão preventiva excessiva obriga ao aceleramento do julgamento, não à
libertação”. Segunda-feira, 28, “foram necessários 28 dias de greve de fome
para que um dos presos do PRP, João Silva Santos, recuperasse a liberdade. Esta,
embora condicional, foi decidida por um juiz do Tribunal de Penas do Porto,
depois de um parecer favorável do conselho técnico da cadeia de Custóias. Na
base do parecer, três razões: o bom comportamento do detido, o facto de já ter
cumprido metade da pena, e a consideração de que ele está recuperado para a
reintegração social”. Sábado, 3 de julho, “terminou hoje, às 2 horas da manhã,
a greve de fome dos quatro presos do PRP visto estes considerarem que estavam
satisfeitas as condições de revisão do seu caso”. Joaquim Letria, porta-voz de
Ramalho Eanes, na sexta-feira, lera um comunicado na TV: “o presidente da
República tem acompanhado com preocupação crescente a situação em que se encontram
os quatro portugueses que se mantêm em greve de fome. (…). Não pode o
presidente da República deixar de considerar que os crimes de motivação
política de que são acusados os presos do PRP decorreram num período da vida do
país que teve ainda caraterísticas próprias de instabilidade institucional”.
Quarta-feira, 7, “na sequência de um mandado de soltura emitido pelo juiz do
3.º Juízo Criminal de Lisboa, a militante do PRP, Fernanda Fráguas, foi
libertada esta madrugada da prisão de Custóias (…). Detida há cerca de 4 anos,
cumpria uma pena de 10 anos e meio de prisão maior. A sua libertação imediata
deveu-se ao facto de não ter contra si qualquer outra acusação ou julgamento
pendente”. Sexta-feira, 16, Carlos Antunes e Isabel do Carmo foram absolvidos
do crime de “autoria moral” dos assaltos às agências bancárias da Moita e da
Damaia. “No julgamento, que decorreu no tribunal da Boa Hora, o juiz reconheceu
não existirem provas para incriminar aqueles dois dirigentes do Partido
Revolucionário do Proletariado (PRP)”.
No
mundo, chorava-se e ria-se, como o palhaço. Sábado, 29 de maio suicida-se a
atriz austríaca Romy Schneider, “nascida em Viena em 23 de setembro de 1938,
encontrava-se muito abatida psicologicamente desde a morte do seu filho, David,
de 14 anos, ocorrida em circunstâncias trágicas, em casa dos avós paternos em
Saint-Germain-en-Laye, na região de Paris, no dia 6 de junho de 1981. Além
deste filho, do primeiro casamento, [com o ator Harry Meyen, que também se
suicidou em 1979, em Hamburgo], Romy Schneider deixa uma filha, Sarah,
[4] do segundo casamento [com o seu secretário
pessoal Daniel Biasini] (…). Iniciou a sua carreira cinematográfica em 1953 no
filme “Lilases Brancos”.
Romy interpretou o “drama
de ciúme sexual e possessão”, numa vivenda em Saint-Tropez, “La piscine” (1969), um
filme de Jacques Deray, c/ Jane
Birkin;
– no sul de França, também Charlotte Rampling se confrontou com as urgências da
carne e as imaginações do espírito em "Swimming Pool” (2003) c/ Ludivine
Saigner.
– Sábado, 5 de junho “a atriz italiana, Sofia Loren, foi finalmente libertada.
A atriz, condenada a 30 dias de cadeia por fuga ao pagamento de impostos, só
cumpriu cerca de metade da pena imposta, tendo saído da cadeia de Caserta pouco
depois das 6 horas da manhã em liberdade condicional (…). Após 17 noites de
reclusão, a libertação de Sofia
Loren, 47 anos, confirmou as previsões anunciadas ontem pelo seu advogado e
primo, Vicenzo Sepe, de que sairia da cadeia apenas cumprida metade da sentença”.
Sexta-feira,
2 de julho, “o Jerusalem Post atribuía a Ariel Sharon [ministro da Defesa] uma
afirmação, feita num círculo de amigos na Knesset (parlamento israelita),
segundo a qual ‘se ele fosse primeiro-ministro ajudaria os palestinianos a
formarem um Estado na Jordânia, derrubando o rei Hussein’. Segundo o mesmo Jerusalem
Post, Sharon ‘concederia apenas 24
horas a Hussein para abandonar Aman, que deveria
transformar-se em capital desse Estado palestiniano’. Por outro lado, ‘o futuro
da Cisjordânia e da faixa de Gaza dependeriam das relações entre esse novo
Estado e Israel’. (…). Admitiu que houve ‘um erro histórico de Israel’ na
sequência do célebre Setembro
Negro, quando os palestinianos foram expulsos dos territórios que ocupavam.
‘Israel não deveria nessa altura ter apoiado Hussein. Os palestinianos têm direito
a território na Jordânia’”.
Domingo,
11 de julho, encerra em Madrid o Mundial 82 com a Itália
campeã: “toda a Espanha se interroga sobre o aspeto financeiro da Taça do Mundo
de Futebol. O próprio Governo, através da Comissão de Vigilância da Taça do
Mundo, convocou o presidente do comité da organização, Raimundo Saporta, [“tenho
um único chefe, o rei (…) quando tudo estiver terminado entregarei ao rei um
cheque de 1000 milhões de pesetas”], para tentar esclarecer aquilo a que a
imprensa espanhola chama ‘o mistério da bilheteira’. É que os estádios
estiveram meio vazios, quando, oficialmente, os lugares estava todos vendidos.
Segundo as previsões do secretariado de Estado do Turismo deviam ter vindo a
Espanha à volta de um milhão e trezentos mil supporters estrangeiros. Na realidade apareceram apenas 250 a 300 mil. Possível
explicação: a Mundiespaña, uma sociedade criada propositadamente e a quem foi
entregue a exclusividade da exploração do Mundial 82 (agrupando algumas
importantes agências de viagens e de cadeias hoteleiras), pagou a pronto à FIFA
50% dos bilhetes de entrada nos estádios. Isto é, cerca de um milhão duzentos e
cinquenta mil. Depois esforçou-se por vender esses mesmos bilhetes acompanhados
da instalação hoteleira… a preços proibitivos. Resultado: ao querer
rentabilizar tanto este Mundial, provavelmente a Mundiespaña matou-o. Ao que se
julga apenas conseguiu vender 500 mil bilhetes. Por tudo isto é generalizado o
mau humor na indústria turística espanhola e algumas agências de viagens estão
em risco de falência”. Miguel Angel Martínez do Partido Socialista Operário
Espanhol (PSOE) na oposição: “o projeto da FIFA, absolutamente legítimo no que
lhes diz respeito, é organizar um grande festival de futebol-espetáculo em
proveito de diversas multinacionais de que ela, FIFA, é o instrumento. Quero
antes de mais referir-me a uma multinacional de equipamentos desportivos
[Adidas]”. Pierre Georges do Le Monde simplificou: “num país que hoje tem dois
milhões de desempregados, uma dívida externa, em 1981, de 2 500 mil milhões de
pesetas e um défice da balança comercial de 1 067 milhões de pesetas, este
Mundial só podia ser uma sorte ou um luxo perigoso” [5].
Portugal
era um país falido em 82. Ontem como hoje, de abundante beef tenderloin ADN abastecido.
Nandim de Carvalho é uma combinação genética detrás da gónada, um grande vulto
da cultura portuguesa, que inovou, descalçou ele o turismo descalço: “eu
referi-me ao turismo de pé descalço ou turismo caracol (os jovens que aparecem
com as mochilas às costas). (…). Apenas quis, a exemplo do que acontece noutros
países, impedir que em Portugal entrassem pessoas sem dinheiro. E fomos até
bastante modestos: para entrar no país o estrangeiro tem que provar que tem
consigo, no mínimo, cinco contos e, se vier para ficar mais de dez dias, tem
que ter uma média de 500$00 por dia. (…). Quase que poderíamos dizer que
estabelecemos uma espécie de consumo mínimo para entrar em Portugal. (…).
Não faz sentido dizer que o Governo se desinteressa pelas divisas, poucas ou
muitas, que os jovens estrangeiros trazem. O que não queremos é que venham
trabalhar para Portugal para pagar as suas férias. (…). Descalços ou de topless – eu até prefiro o topless, tanto faz. O que é preciso é
que tragam dinheiro. Por outras palavras: queremos turistas e não emigrantes
clandestinos. Podem vir de viola às costas, descalços ou de sandálias, cabelos
longos ao vento, como quiserem. Até é romântico e eu gosto disso. (…). Sou a
antítese do sapato engraxado, da gravata, da brilhantina no cabelo. Mas isso
não quer dizer que não seja rigoroso na análise dos problemas e que queira
defender os postos de trabalho dos portugueses. (…). Certamente não quer
continuar a ver jovens estrangeiros nas ruas a fazer e a vender cintos, anéis,
colares, etc. etc. prejudicando os portugueses. Como vê, trata-se, no fundo, de
atitude patriótica”.
__________________________________
[1] Queca com vagar é… amor. “Quando
fazer amor se transforma numa queca está tudo perdido. Há a ideia de que é
preciso despachar tudo a correr, nada é para fruir calmamente”. Entre janeiro e
fevereiro de 2010, o marido, o fotógrafo Pedro Palma, expôs no Centro Cultural
de Cascais” “Sexpressions”,
dez fotos artísticas da boa esposa durante o paroxismo sexual c/ cigarro no fim,
o vulgo “vir-se” dos menos favorecidos das letras. “Nenhuma pessoa fica bonita
no sexo, mas uma pessoa apaixonada e entregue à pessoa que ama transfigura-se.
Fica com um sorriso que não tem em circunstância alguma, um brilho nos olhos
que não é deste mundo e que a levanta não sei quantos centímetros acima do chão”.
[2] No futuro (2011), cada
combinação genética, cada melro. Carlos Moedas, secretário de Estado adjunto do
primeiro-ministro: “o país só tem duas escolhas para ser mais competitivo, ou
baixa a Taxa Social Única, ou baixa salários. Portanto, quem tem uma agenda
escondida tem que ser o PS, ou então o PS não quer que o país seja mais
competitivo. Porque só temos estas duas soluções técnicas”. “Eu acho que
Portugal deve exigir uma nova geração de políticos, de pessoas, que digam as
coisas como elas são”.
[3] Em 1977, escrevera Thorn
sobre o alargamento da CEE ao sul da Europa: “se a Comunidade não for capaz de
fornecer uma resposta aos novos problemas que serão suscitados pelo alargamento
ela será submetida a pressões internas tão fortes que se desintegrará
progressivamente: talvez subsista um nó integrado à volta da RFA, com os países
ao norte e ao sul, que ficarão mais ou menos ligados por acordos de cooperação
a níveis diversos”.
[4] Também atriz, Sarah
Biasini, estreou-se no telefilme “Julie, chevalier de Maupin”
(2004).
[5] Calculou Pierre Georges:
“a West Nally, sociedade de capitais suíços, alemães e britânicos, sedeada no
Mónaco e cujo acionista maioritário era, até uma data muito recente, a firma
Adidas, obtém, grosso modo, a exclusividade da comercialização
publicitária. Uma das filiais, Rofa Sports Merchandising, tem a exclusividade
dos contratos publicitários e conclui vários contratos com várias
multinacionais, ao todo uma dezena. Estas serão representadas por painéis
publicitários nos dezassete estádios espanhóis por uma soma equivalente a
duzentos e dezasseis mil contos por sociedade, outra filial, a Consortium
Mundial de Televisão, tem o agrément
da FIFA e do Comité Real para a Gerência dos Direitos das Rádios e das
Televisões. Por fim, a West Nally criou, com a Federação Espanhola de Futebol,
uma sociedade, a Ibermundial, encarregada da exploração dos símbolos da Taça do
Mundo. O mercado é importante visto que mais de oitenta sociedades vão fazer
figurar o Naranjito, [criadores,
María Dolores Salto e José María Martín], a pequena laranja-mascote da prova, e
outros símbolos, nos seus produtos. No conjunto destas operações, a West Nally
ou as suas filiais, devem ter investido uns quatro milhões e duzentos mil
contos. Elas poderiam, segundo números necessariamente aproximativos, ter um
lucro limpo de um milhão e duzentos mil contos a um milhão e oitocentos mil
contos”.
na sala de cinema
“American Gigolo” (1980), estreia em
Portugal a 12 de setembro de 1980 no Tivoli; argumento e realização de Paul
Schrader inspirados no filme “Pickpocket” (1959) de
Robert Bresson. “O atraente Julian Kaye (Richard Gere) ganha a vida como
acompanhante de senhoras ricas. O seu chulo, Anne (Nina Van Pallandt), percebe
que ele é o seu prostituto vedeta. Ela combina um trabalho altamente remunerado
com uma mulher que está prestes a chegar da Europa, mas ele parece mais
interessado em obter uma percentagem maior dos lucros. Após alguma negociação,
Julian sai recusando o convite para tomar banho de sol com outras duas moçoilas
(Michele
Drake
[1] e Linda Horn). Algumas vezes, Julian tenta
encontrar as suas próprias clientes. Assim, uma noite, faz uns avanços a
Michelle Stratton (Lauren Hutton), que está sentada sozinha num restaurante de
luxo. Na conversa que se seguiu, Michelle vê Julian por aquilo que ele é,
embora ele afirme ser guia e motorista”. Na fase de
crescimento económico, Julian cobra mil dólares, conduz um Mercedes Benz 450
coupé preto de duas portas, veste Armani,
vive num apartamento de luxo, quando o ciclo descende, reajusta-se,
empobrecendo, e oferece os seus serviços a um chulo roscofe: “como paneleiros.
Faço esquisitices. Farei qualquer coisa que queiras que eu faça”;
inadvertidamente, da ficção, uma saída profissional real para os jovens
desempregados portugueses [2]. “À nous amours” (1983), estreia dia 21 de
dezembro de 1984 na sala 1 do Quarteto; na banda sonora “The Cold Song”, de Klaus
Nomi. “Suzanne (Sandrine
Bonnaire) tem 15 anos e faz sexo
com muitos rapazes, apenas por diversão, mas não conseguiu amar realmente
nenhum deles. A sua família não a entende. O pai não gosta do seu
comportamento. Quando ele sai de casa, a mãe torna-se um pouco neurótica. E o
irmão de Suzanne, Robert, começa a espancá-la como castigo”. Sandrine
Bonnaire não se envergonhava de seus bens móveis e prodigalizou-os
propulsionando cinema em arte nos filmes “Tir
à vue” (1984) ou “Police”
(1985). “Gelado de Limão” uma charola de judiaria
fílmica que muito refrescou os cinéfilos portugueses nos anos 80. “Lemon Popsicle / Eskimo Limon” (1978), publicitado em Portugal
como “o sabor doce e ácido de quando se é jovem, o filme surpresa do ano,
Gelado de Limão”, estreia dia 14 de dezembro de 1979 no cinema Castil pelas
15:30: “Bentzi, Momo e Yuda’leh são três adolescentes que crescem no Israel dos
anos 50, que não é muito diferente dos EUA em 1950, se acreditar no que vê no
filme. É claro que eles estão obcecados com uma única coisa – sexo”. “Going Steady / Yotzim
Kavua” (1979), estreia: 12 de setembro 1980 pelas 21:30 no Castil, Éden e Estúdio
444: “quando uma nova moça, Tammy, chega à cidade, Bentzi apaixona-se
profundamente por ela. Depois de tentar todos os truques para levá-la a sair
com ele, ela finalmente concorda”. “Hot Bubblegum / Shifshuf
Naim” (1981), estreia, 17 de dezembro 1981 pelas 21:30 no Castil e no Roma:
“Momo e Yuda’leh revezam-se curtindo com a rechonchuda prima estrangeira de
Bentzi, mas Yuda’leh e ela ficam um com o outro. Momo eleva a fasquia ainda
mais alto provando os rumores de permissividade de uma roliça tutora de piano
mais velha, Fritzi [Christiane
Schmidtmer, a Liebesbombe
berlinense ocidental]. Bentzi procura o amor”. “Private Popsicle / Sapiches”
(1982), estreia, 25 de março 1983 pelas 15:30 no Avis e no Roma: “os três
jovens israelitas alistam-se no exército, e logo se vê que eles estão mais
interessados em perseguir saias que seguir ordens”. “Baby Love / Roman Za'ir”
(1984), estreia, 18 de julho 1986 no Avis e no Roma: “Bentzi anda às turras com
Ginny, a irmã mais nova de Momo, quando percebe que ela já não é uma criança e
cresceu numa atraente mulher”. “Up Your Anchor / Harimu Ogen”
(1985): “com Momo de férias nos EUA, Bentzi e Yuda’leh estão à cata de
raparigas”. “Young Love
/ Ahava Tzeira” (1987): “enquanto os seus pais estão de férias Yuda’leh e os
seus amigos Momo e Bentzi sacam o carro para uma passeata à procura de
raparigas. Depois de perseguir um gang
de raparigas Yuda’leh estampa o carro contra uma árvore”. “Summertime Blues / Blues
BaKaitz” (1988): “Yuda’leh, Momo e Bentzi estão um pouco mais velhos e procuram
todos trabalho quando Yuda’leh sugere que comprem um clube chamado West of
Eden, mas Yuda’leh esqueceu-se de mencionar que é uma espelunca”.
__________________________________
[1] Miss maio 1979 na revista
Playboy, Michele Drake, 1,65
m , 49
kg , 86-60-86, foi uma das virgens vestais no filme de
Mel Brooks “History of
the World: Part I” (1981), neste filme, as outras sacerdotisas de Vesta,
quase todas virgíneas playmates,
eram: Lisa Sohm, Jeana
Tomasino, Lisa Welch,
Janis Schmitt, Heidi Sorenson, Karen Morton, Kathy Collins, Lori Sutton e Lou Mulford.
[2] Somente no estrangeiro.
Porque no país nem isso. Pelo líder da oposição se vê o andar baratinho do
país; António José Seguro, descreve-se: “eu sou uma pessoa muito bem disposta,
não tenho nenhuma razão para ser uma pessoa mal disposta. Sou uma pessoa muito
bem disposta” (de cachecol, em
Vila Nova de Gaia, sobre o humor da sua reposta à carta do
Governo para a refundação do Estado). E descreve sua política: “em nenhuma
circunstância o Partido Socialista será muleta deste Governo e não seremos
cúmplice de uma política que é uma política de empobrecimento e que tem levado
o nosso país a uma situação que eu considero de pré-rutura social”.
no aparelho de televisão
“Teenage
Mutant Ninja Turtles” (1987-1996): “They're the
world's most fearsome fighting team (We're really hip!) / They're heroes in a
half-shell and they're green (Hey - get a grip!) / When the evil Shredder
attacks / These Turtle boys don't cut him no slack!”. Estreou na RTP 1 em 1991 aos sábados de manhã. “Splinter
era anteriormente um ser humano, um honorável mestre ninja chamado Hamato
Yoshi. Yoshi foi banido do clã Foot, no Japão, depois de ser enganado pelo
sedicioso Oroku Saki, que prendeu o dogi
(uniforme para artes marciais) de Yoshi à parede com uma faca, impedindo-o de
se ajoelhar perante o seu sensei, o
que era visto como um insulto. Quando Yoshi removeu a faca, o sensei foi novamente insultado, acreditando
que Yoshi desembainhara a lâmina contra ele. Exilado do clã ninja, Hamato Yoshi
mudou-se para Nova Iorque, onde vivia nos esgotos. Enquanto vivia nos esgotos
com os ratos como seus amigos, Yoshi, um dia, encontrou quatro tartarugas,
recentemente compradas numa loja de animais de estimação por um rapaz que,
acidentalmente, as deixou cair no esgoto. Yoshi regressou um dia das suas
explorações ao redor de Nova Iorque e encontrou as tartarugas cobertas com uma
estranha gosma brilhante. A substância transformou as tartarugas – mais
recentemente expostas a Yoshi – em humanóides, enquanto que Yoshi – mais
recentemente exposto aos ratos – tornou-se num rato humanóide. (…). Yoshi adota
as quatro tartarugas como seus filhos e treina-as na arte do ninjutsu”. O poder tartaruga! salvou
Lisboa, cowabunga! no episódio “Ring of Fire” (1992), Splinter
constata: “a festa do touro aqui em Lisboa é muito pitoresca”. Uma aventura que
visita os esgotos de Lisboa, largadas de touros nas ruas da capital, as praias
da cidade, a praça de touros do Campo Pequeno com os seus cartazes
publicitários “Linda de Suza”, “Aldeia Vela”, “Porto”… de onde Shredder retira
a areia ultra silício ideal para construir lentes. – Foram produzidos vários
filmes com atores reais, os espetaculares “Teenage
Mutant Ninja Turtles” (1990) c/ “This What We Do” do MC
Hammer, estreado em Portugal a 21 de dezembro de 1990, e “Teenage Mutant Ninja
Turtles II: The Secret of
the Ooze” (1991) c/ Vanilla Ice em “Ninja Rap”, estreado a 15
de Agosto de 1991 [1].
__________________________________
[1] E mais “Teenage Mutant Ninja Turtles
III” (1993) c/ “Tarzan
Boy” dos saudosos Baltimora, Jimmy McShane morreu de sida em 1995, e a
animação digital “TMNT”
(2007) c/ “Roses” de
Meg and Dia.
na aparelhagem stereo
Falinhas
musicais sobre clave de sol e chuva. “Alguns objetos produzem imediatamente uma
sensação agradável por causa da estrutura original dos nossos órgãos, e, por
isso, são denominados BONS; enquanto que outros, por causa da sua imediata
sensação desagradável, são chamados de MAUS. Assim, o calor moderado é
agradável e bom; o calor excessivo, doloroso e mau”, David Hume na “Dissertação
sobre as paixões” (1757). Miguel Guedes comentador do F.C. Porto e vocalista
dos Blind Zero (1995):
“como sabes o rock é um bocadinho
importado de algumas coisas que vêm lá de fora, nomeadamente dos Estados Unidos,
e também é por aí um bocadinho que nos regemos, ou seja, vamos buscar moldes,
que se calhar nos são um bocadinho externos e tentamos europeizá-los um
bocadinho”, no programa
da RTP1 86-60-86
(1994-1998), apresentado pela Sofia Aparício
[1]. Fernanda de Sousa, “L’amour à la française”
(1979) de Art Sullivan, trabalhadora heroína de “Heróis trabalhadores”
(1975): “Sonhar com mais tratores / Para trabalhar a terra / Sonhar, sonhar,
sonhar / Sonhar que bom que é”, com o nome de palco, Ágata: “com as Doce,
saíram para jantar e quando voltámos, as entradas eram pagas e nós dizíamos,
mas nós queríamos passar, somos as Doce, dizia o senhor lá
na entrada da porta: não quero saber se são doce
ou são treze, aqui tem de pagar bilhete e mais nada”. Kátia Guerreiro, ex-vocalista
dos Charruas e
neo-fadista: “a ideia foi chegar ao estúdio o mais virgem possível, e ser o
mais autêntica que eu conseguisse na minha interpretação e dar o meu cunho
pessoal, porque, se não, estaria a fazer o mesmo que os outros fizeram, e para
isso não estaria aí, não estaria a acrescentar nada de novo”. Marco Paulo, um
alentejano de papelotes: “os meus brinquedos era a música que eu não tinha
brinquedos. Eu não tinha brinquedos e como, não tinha brinquedos, eu ouvia
rádio e depois cantava e entretinha-me precisamente a cantar. Sabes qual era o
meu brinquedo nessa altura? Era uma vassoura. A minha vassoura era o meu
microfone e foi precisamente uma vassoura que me deu a possibilidade de hoje cantar
como eu canto. Foi precisamente uma vassoura. Eu brincava com uma vassoura a
fazer de microfone, é engraçado”, no seu programa “Eu tenho dois amores”
(1995).
As
roupas da Cenoura salvaram uma década:
Ministars,
primeira banda infanto-juvenil portuguesa. António Manuel Rolo Duarte importou da
Holanda / rebentou em Portugal um dique de ouro: “consistia em selecionar um
grupo de crianças (recrutados no Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras), organizar
um repertório com os sucessos nacionais e internacionais do momento e, neste
último caso, fazer as versões das canções em língua portuguesa, encenar uma
coreografia moderna, com guarda roupa da última moda infantil (da marca Cenoura,
ou equivalente: Pakalolo, Benetton… para os espetáculos em palco e em
televisão) e dar aos temas um tratamento muito próximo dos originais”. Editaram
o seu primeiro single e LP em 1986 ► “Cantar em português” (1986)
♠ “Jackpot” (1987), c/
uma balbuciação de Rui Veloso ♠ “Só me quero divertir” (1991)
♠ “Super Mac” (1991) ♠
“É bom cantar para ti”
(1992) ♠ “Abanar o
capacete” (1993) ♠ “Já
ninguém acredita” (1993). – Deste pepino torceram-se uns grandinhos como a Joana Pedro ► “O tempo que me faz voltar”
ou o neo-fadista Pedro Moutinho; em 1994, os
Ministars mudam-se para a Vidisco, como a antiga editora, a Edisom, era proprietária
do nome, mudaram-no para Starkids ► “O bicho” ♫ Onda Choc, grupo infanto-juvenil engendrado
pela Ana Faria [2] no final de 1896 ► “A bamba” (1987),
voz principal Tiago Pinto ♠ “Naquele oásis” (1988),
Rute Lobo do Vale ♠ “Vais
pedir-me para namorar” (1989), Susie Gonçalves ♠ “Bater, tocar, chamar” (1990),
Joana Seixas ♠ “Ela só
quer só pensa em namorar” (1991), Bárbara Remédios ♠ “Ele é o rei” (1993),
Vanda Antunes ♠ “Comboio
sem volta” (1994), Patrícia Matos ♠ “Carinha
de santo” (1995), Diana Pires, Diana Franco, Inês Martins ♠ “Tenho o
meu rádio sempre a tocar rádio” (1996), Inês Martins ♠ “Sem ti
(perdi a esperança)” (1997), Ana Filipa, Marisa Liz, Rita Alves ♠ “Confia em
mim” (1997), Marisa Liz. – Desta onda quebraram na praia do sucesso a atriz
Joana Seixas
a atriz Patrícia Resende o ator Manuel Melo a jornalista Cláudia Pinto a argumentista das
Produções Fictícias Patrícia Castanheira a
empresária Patrícia Matos a gestora de produto
Andreia Alvaleide a produtora de TV Rute Lobo do Vale a engenheira florestal Raquel Lobo do Vale a locutora Lara Santos Bruno
Correia Pedro
Camilo Susana
Micaela Sérgio
dos Maxi Marisa Liz, vocalista dos Donna Maria e dos Amor Electro [3], Nuno Ribeiro, o “Ricky”, crisalidou antes e, a 4
de novembro de 2008, esvoaçou, depois de uma operação de reajustamento sexual,
na cantora Patrícia Ribeiro: “gostava de brincar com
bonecas e de estar junto das meninas. Dos 10 aos 16, ia para a rua vestida de
miúda, mas às escondidas da minha mãe. Depois dos 20, comecei a tomar hormonas
e aos 23 fui a uma consulta que mudou a minha vida”. “A vagina, propriamente
dita, por dentro, é feita com excertos de jejuno do intestino delgado, portanto
é uma vagina com autolubrificação e obviamente que tenho sensibilidade e
obviamente que tenho prazer” ► “Vamos dançar o natal” ♫ Popeline, engendração feminina de Ana Faria ► “Madalena” ♠ “Sem idade” (1995) ♫ Ultimatum, os filhos da Ana Faria ► “Se fores no meu carro” ♠ “Esta canção mexe comigo” ♫
Malta Pop, com alguns Onda Choc, Ana Rita
Rolo, Inês Martins, Ana Ferreira, Vanda Antunes… ♫ PopKids.
– O futuro infanto-juvenil da pátria perdurará após a extinção do país, uma
promessa, Ana Malhoa ► “Lambada” (1989) ♫ uma
certeza, Starlie, nome artístico de Mafalda Tavares, de Vila
Nova de Gaia, aos 3 anos, na Academia de Música de Vilar de Paraíso, estudou
Iniciação Musical, Coro Infantil, violino, ballet, formação musical, jazz e flauta transversal, trabalhou nos
musicais de Filipe La Féria ,
“Música no coração”, aos 12 anos, “Um violino no telhado”, “A gaiola das
malucas”, foi “Patrícia Silveira” na série 8 de “Morangos com açúcar” (2010-11); o seu desejo
para 2013: “2013, espero que a Starlie continue a bombar, ainda mais do que
esteve em 2012, e vou tirar a minha carta de condução” ► “Nada nos pode parar /
Quero-te aqui” ♠ “Over
You”.
__________________________________
[1] No vídeo dos Wraygunn “Honey You’re Too Much”, no beijo a Elsa Raposo em “Um estranho em casa”
(2002), atriz e manequim de Viana do Castelo: “quando me maquilho, uso base da
marca Hakansson, blush Guerlain, máscara L’Oréal Paris e hidratante de lábios Dior”.
[2] Em 1977 era um elemento
do grupo de adoçamento da tradição oral para os ouvidos urbanos, Terra a Terra, com Mário
Piçarra (filho de Luís
Piçarra), Jaime Ferreira, Rosário Pires, Jorge Vieira, Eduardo Torres, Mário
Luís Pontes e Luísa Vasconcelos. Em 1982 gravou um marco da música infantil, “Brincando aos clássicos”,
um disco harmonizado com a idade mental do povo redutor das tabelas etárias
para a idade única de meninice. Depois de uma paragem, no final da década, empreende
nos grupos de cantores infanto-juvenis como os Jovens Cantores de Lisboa,
(onde aos 11 anos cantava Mónica Sintra), os Onda Choc, as Popeline ou com os
seus filhos Pedro, Nuno e João Faria Gomes, nos Queijinhos Frescos. É casada
com o produtor de discos Heduíno
Gomes, dito o “Vilar”, um secretário-geral do PCP (M-L). Que em 1974 “era
eu um jovem e inteiramente dedicado comunista que — graças a Deus! —, dez anos
antes, já tinha percebido que o comunismo soviético era coisa infecta”. “Oficialmente
exilado na Bélgica mas permanentemente de serviço em Paris”, à notícia da queda
de Marcello Caetano, não pulou de alegria: “então porque é que um comunista no
exílio, com sete anos e tal dele às costas, desejoso de poder falar e fazer a
sua propaganda livremente, cheio de saudades da família, dos cantos da sua
casa, do cheiro da leira de coentros da horta do seu avô, do sol e das coisas
boas que só há em Portugal, pensava que um golpe de Estado a derrubar o regime
e a permitir o seu regresso não era uma boa coisa? A reposta é muito simples.
(…). Sabia que o duo Brejnev-Cunhal constituía o inimigo principal de Portugal”.
Em Novembro de 1975, “naquela noite, o grupo político-militar de Melo Antunes e
Eanes traiu os portugueses e traiu os Comandos, que, chefiados por Jaime Neves
(a quem Portugal muito deve e pouco reconhece), tiveram um papel determinante
na vitória sobre a esquerda do PREC, [quando não marginalizaram o PCP do
social-fascista Álvaro Cunhal]”. O Partido Comunista de Portugal (Marxista-Leninista)
foi um campo de reeducação de comunistas bacteriologicamente puros, maoistas, em bons PSDês. Além
de Heduíno, também se PSDizou o fundador da secção do norte do partido, José Pacheco Pereira:
“nós acompanhámos de perto o ciclo político europeu e mundial - muito mais do
que os de 62 -, vivemos em tempo real, somos muito diferenciados na nossa visão
do mundo no que toca aos costumes, ao entendimento das relações familiares, à
vida sexual, à cultura. É a primeira geração portuguesa cuja cultura é mais
anglo-saxónica do que francesa. É pós-existencialista, interessa-se pela
literatura anglo-saxónica, a banda desenhada, a ficção científica, os meios
audiovisuais. Se você verificar o percurso posterior dessa mesma geração - para
lá dos que estão na política e que são mais fáceis de identificar -, encontra
centenas deles na rádio, na televisão, nos meios de comunicação social, no
cinema, etc. E trocámos a Françoise Hardy e o Bécaud pelos Beatles. Há aí uma
grande diferença cultural”. Guinou Pacheco à direita no CEL.
“O Clube da Esquerda Liberal é em grande parte uma construção de três pessoas:
eu, o João Carlos Espada e o Manuel Villaverde Cabral. Todos com percursos
diferentes. Eu conheci o Espada de capuz. Numa reunião em casa da Vieira da
Silva em que eu, como pertencia ao setor clandestino, estava de capuz, o que
além de ser ridículo criava um enorme problema. Muitas vezes dormíamos no chão
das casas em que reuníamos e mesmo nessa altura tinha de usá-lo. Reuni muitas
vezes com um capuz enfiado na cabeça”.
[3] Marisa Liz sobre o CD dos
Amor Electro: “é um disco de música portuguesa, pop, com influências dos quatro, rock, eletrónica, mas um disco de música, mesmo, acho eu, ou
achamos nós”; sobre o hit “A máquina
(parou)”: “ eu acho que esta letra fala, acho não, fala de amor, a máquina é
vista, do meu ponto de vista, como o nosso coração. Mas acho que qualquer
pessoa pode interpretar à sua maneira, como muitas letras. Acho que fala sobre
coisas que todos nós já passámos, de uma maneira ou doutra. E cada um leva p’a
aquilo que quer, ou p’a parte positiva ou p’a parte negativa. Cada um sabe de
si”.
27 Comments:
At 3:45 da manhã, Táxi Pluvioso said…
O quarto post sobre 1982, pensava eu que seria o penúltimo, mas acho que ainda há boa história portuguesa para mais dois. Naquele tempo, tal como hoje, havia uma geração nova, moderna, dinâmica, na política, eram os tecnocratas. A palavra caiu em desuso, hoje são os empreendedores, é uma evolução no speak, necessário para comunicar melhor com os carneiros, perdão, com o soberano povo. Dizer “poupanças” e não “cortes”, o resultado é o mesmo, mas custa menos (há a vaga ideia que poupar é pôr de lado. E não encolher a economia, para sustentar empresas falidas, como são os bancos portugueses). E pôr Paulo Portas ao lado de Gaspar nas aparições públicas é outro belo golpe de marketing que até Marques Mendes, o mais alto político português, gosta.
Nadim de Carvalho era um desses tecnocratas, injustamente esquecido na nossa História, e a sua polémica do turismo pé descalço, e o pagamento de 5 contos para entrar em Portugal, como ele dizia era o consumo mínimo. Interessava muito a entrada de massa no país, havia uma elite para enriquecer, o imobiliário e os fundos europeus ainda não era o motor da economia. Nem o Governo arranjava volume de negócio para as micro-empresas, como a PT, Vodafone, Optimus, obrigando à compra de máquinas novas. Como as pessoas não têm dinheiro, a PT facilita uma por 100 euros por mês, e lá para maio ou lá o que é, os comerciantes têm de ter obrigatoriamente net, e assim são mais uns milhares de clientes para essas micro-empresas e a PT ganha quota de mercado (não sei se as outras fazem o mesmo).
Neste ano acabou o caso PRP, uma prova de que é sempre necessário dar algum tempo para que o clima jurídico mude, e no final Carlos Antunes e Isabel do Carmo foram absolvidos, mas estiveram com os costados na cadeia, ainda não havia hipótese de ser-se presidente da Câmara de Oeiras.
Neste ano suicidou-se a Romy Schneider, e precisamente por não ser presidente de uma Câmara em Portugal, Sofia Loren passou 17 dias na pildra por evasão fiscal nesse ano. Também neste ano Sharon já falava na ideia de que já existe um Estado palestiniano, que se chama Jordânia, o problema é enxotar os palestinianos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. O mundial de futebol em Espanha também deu para enriquecer alguns num país com 2 milhões de desempregados e uma dívida de 2500 mil milhões de pesetas, e para mostrar a diferença entre mercado negro e ser dos que mandam. Um tipo compra bilhetes e vai vendê-los mais caro é mercado negro, uma empresa compra os bilhetes mete uns pacotes pelo meio e já pode vender pelo preço que lhe der na gana.
O filme American Gigolo é uma boa ideia para resolver o desemprego jovem, para dar uso ao que tomam os fiscais do Viegas, pois o português macho é feminino. As tartarugas ninja, além de grande série de TV, salvaram Lisboa num episódio, se não fossem elas hoje nem o fado piavam por lá. As grandes canções de intervenção não eram cantadas pelo Zeca Afonso, mas pela Ágata. Na década de 80 as roupas da Cenoura foram a grande revolução, e apareceram os melhores grupos portugueses: os Ministars e os Onda Choc, de lá saíram gente de sucesso, como o Nuno, depois Ricky, e agora Patrícia.
E tive que carregar o post com uma longa alínea. Ana Faria é casada com Heduíno Gomes que foi secretário-geral do PCP (M-L) tal como Pacheco Pereira, hoje dois ilustres PSDês. Que chão genial de génios foi a extrema-esquerda, do MRPP veio Franquelim Alves, um génio da inovação.
At 9:51 da manhã, São said…
Não li o post inteiro, que as minhas lentes (e, desculpa, a minha pachorra) não dão para tanto, mas adorei o resumo.
Da extrema-esquerda, te esqueceste, surgiu também essa luminária que é Durão Barroso, que vi um destes dias numa declaração à televisão desses tempos, rrrsss
Nunca apreciei Nandim Carvalho e nem sei do seu actual destino.
Um bom dia para ti.
At 6:23 da tarde, Tétisq said…
a geração que fazia parte dessa classe de técnicos brilhante dos anos 80 deu-me cabo da vida...
a Sofia Loren só esteve presa 30 dias mas esteve, em Portugal foge-se e não se paga (de uma forma ou de outra)
5 contos para entrar em Portugal? Agora compram uma casa de férias no Algarve e ganham o direito à cidadania
as tartarugas com nome de Pintores Italianos eram obrigatórias ao sábado de manhã, eram quase tão pitorescas como a 'festa dos touros'...depois venho ver os filmes e a música...
Tudo de bom!*
At 10:13 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: não falei no Barroso por ser sobejamente famoso, mas outros grandes vultos de lá vieram como aquela deputada PS, meio amalucada, a Ana Gomes, e muitos mais Jorge Coelho, Maria José Morgado, Mariano Gago, José Manuel Fernandes, até Riu Pereira, que foi ministro da Administração Interna, fez parte da mina.
Agora que os cursos são cada vez mais curtos, mas haverá mais tempo para crescer, nas faculdades, ervas benignas destas que mais tarde tomarão as rédeas. Já há cursos superiores com menos de 3 anos, é preciso formar rapidamente carne para canhão, perdão, trabalhadores qualificados, “empregabilizados”, para suprir exigências do mercado, claro que, quando forem atacados pela peste grisalha será muito fácil pô-los no olho da rua. Isto partindo do princípio que os líderes de visão de futuro, como de facto têm, apostarem nas empresas e indústrias certas e não irão para o pandeco dentro de um par de anos.
E mais algum progresso e os cursos serão tão curtos que não dará tempo os estudantes gritarem ao Relvas. (Que teve o azar de lhe calhar a fava do bombo da festa – o povo precisa sempre de um para descarregar – não consigo ver alguma diferença entre Portas e Relvas, ou entre Gaspar e Relvas e até entre Seguro e Relvas, são todos geniais.
At 10:13 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Tétisq: mas agora vamos começar a pagar em multas, e dessas não há como fugir, acho que nem com um bom advogado, se for bom casuístico pode adiar, mas no final a massa cai. As coisas mudaram muito, com 5 contos nem se sai de Portugal. Por aquela altura havia uma taxa para sair de Portugal, não me lembro, creio que era um conto, era uma taxa paga no aeroporto, ou nos bilhetes de comboio, e suponho que nas fronteiras para quem fosse de carro.
Eu ainda tenho as cassetes VHS que gravei da série das tartarugas ninja, não sei se gravei a série toda, mas são muitas cassetes. E quando eles salvaram Lisboa fiquei ainda mais fã, embora a cidade se parecesse com Espanha, como os americanos a entendem, com largadas de touros nas ruas.
At 1:09 da tarde, São said…
Acho que, por esta via, qualquer dia chegamos ao regime das regentes de Salazar: para quê cursos que fazem perder tempo?!
Relvas só tem o que merece (é ainda pior do que os outros idiotas), mas receio que esteja a servir ede cortina a Borges e afins....
Fica bem
At 5:18 da tarde, José said…
Sim tens razão, ao dizeres que as músicas de intervenção eram cantadas pela a Ágata, pois ela já falava no ali bábá bá báboli e os quarentas ladrões andavam por ai, a tomar conta dos lugares onde havia dinheiro, muitos deles ainda estão por aqui outros foram para o Estrangeiro.
At 12:46 da tarde, Rafeiro Perfumado said…
O problema em Portugal não é o consumo mínimo, é a ladroagem máxima. Abraço!
At 11:35 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: ainda voltaremos à 4ª classe bem tirada pois Portugal retorcerá a tempos dos anos 50 ou anteriores. Mas há esperança. Ontem li que um ministro alemão propõe que se distribua a carne de cavalo aos pobres, ainda não é o brioche da Maria Antonieta, mas aproxima-se, e dentro de pouco estarão, os pobres, a comer camarão de espinho, aquilo é só casca e bigodes, impróprio para empreendedores que ganem (de ganir) de sucesso e dinheiro (aqueles de quem Américo Amorim diz: “atacar quem tem dinheiro e sucesso é uma cachorrice”).
Há também esperança porque Passos a vê. Ele fez belas declarações em que tudo aclarou. A culpa é da situação da Europa e da zona euro, por cá está tudo a correr bem, Gaspar é maravilhoso. É discurso de condutor para quem o culpado da sua má condução é a estrada estar torta mas dá esperança aos eleitores. Estes são tempos estranhos, nos quais, governar é fazer previsões e não arranjar soluções, é que as primeiras qualquer pateta as faz e é promovido a génio, as segundas, já é necessário visão de futuro e isso é tão raro em governantes, indígenas ou estrangeiros, como autarcas que não querem concorrer à Câmara do lado (num belo regime eleitoral como Medevdev e Putin, ora sou eu presidente e tu ministro, ora és tu ministro e eu presidente…).
E a esperança maior é o nosso Álvaro. Não há mais esperançoso. Deixou o Canadá e o blog para nos salvar com boas ideias. Então não quer ele construir um porto, uma marina, linhas de TGVês para mercadorias, pôr o país a circular? Suponho que tudo isto será feito em parcerias público privadas, mas não terão esse nome, claro, serão outra coisa porque se chamarão de forma diferente.
At 11:35 da manhã, Táxi Pluvioso said…
José: não seria má ideia cantarem o repertório das Doce para desenjoar a Grândola, que é variado, e pode até melhorar as fatiotas dos manifestantes canoros, se lhes imitarem nas coreografias e trajos. Então, o Tony Carreira tem uma canção para cada ministro, isso sim seria personalizar a revolução.
At 11:36 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Rafeiro Perfumado: há que tratar da vida, porque esta são dois dias e o Carnaval nenhum, diz o ditado atualizado. Os donos de Portugal, bancos, grandes famílias e grandes negócios, não estão a roubar, estão a ganhar o pão com o suor do seu rosto. Claro que o padeiro não é o diabo, é um chef français.
At 11:57 da manhã, São said…
Das duas , uma: ou a Alemanha é desfeita definitivamente ou recorrentemente aquelas criaturas põem a Europa a ferro, fome e fogo!!
Cavalo para pobres, mas para ele caviar, certamente( nunca comi cavalo, mas detesto caviar).
Amorim é um novo rico idiota e presunçoso, que disse a um dos Melo "Eu sou o homem mais rico de Portugal" , ao que o outro respondeu"E eu já fui"
Gaspar (e há quem concorde, talvez com medo de parecer aquilo que é, isto é, burro) diz que as previsões são só isso mesmo e, portanto, errá-las não é tão importante assim.
Para eles , não será...mas para quem está a sofrer sacrifícios e roubos para rigorosamente nos afundarmos cada dia mais, é!
´
No tempo de Sócrates ,segundo o PSD, tudo o que corria mal era culpa dele e o que corria bem era mérito da Europa...agora é precisamente o contrário.
Ora vão ver se chove!!
Bom domingo
At 6:22 da tarde, José said…
As previsões sobre a politica, aqui no Pratinho de Couratos, São bem mais certas que aquelas que faz a Maia na televisão, eu diria mesmo que são mais certas que a meteorologia, no tempo do Costa Malheiro. Mas vendo bem com os políticos que Portugal tem, até eu que não entendo nada de politica, era capaz de acertar uma ou outra. Aos mercados já foram, agora falta o Paulinho, arrumar os submarinos para ir às feiras. E O Gaspar levar uma do seu amigo e congénere Alemão
Abraço,
José.
At 3:49 da tarde, Pedro said…
Grândola, Vila Morena!
http://3.bp.blogspot.com/-Y6o_IqY6uyk/USa3cVRYjGI/AAAAAAAAAJw/idAuV4UZDGs/s1600/ANGELA_SOFT_FINAL.jpg
At 10:13 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: a Alemanha e os países nórdicos têm de sair do euro, ou vice-versa, saem os países do sul. Não é possível, para países como Portugal estarem numa moeda tão forte, bom, é possível com 100 anos ou eternidade de miséria, por isso é que os 4 mil milhões de cortes, perdão, de poupanças, é uma grande laracha para entreter o pagode por enquanto, depois virão restrições do Tribunal Constitucional e a desculpa de que é preciso carregar na austeridade, a culpa não é nossa, é deles que não nos deixam tomar as medidas adequadas – como já sucedeu com o caso dos subsídios dos pensionistas e funcionários públicos no orçamento do ano passado. Os cortes, perdão, as poupanças definitivas terão que ser pelo menos de 10 mil milhões.
Para Portugal se manter no euro, - e eu não vejo como é que isso será possível -, os funcionários públicos terão que ser reduzidos a um número perto de zero e a receber ordenado mínimo, (privatizar as escolas seria um bom passo porque grande parte deles são professores), claro com a salvaguarda de polícias, cobradores de impostos, fiscais e militares, esses têm de ser bem pagos ou o caldo entorna.
Hoje os jornais económicos parangonam, um, “Itália ameaça atrasar regresso de Portugal aos mercados”, no outro, tem mais certezas “impasse em Itália trava regresso de Portugal aos mercados”. Como se um país cotado de lixo fosse vender dívida sem ser em ambiente controlado, como há tempos, em que no final, apareceram os estarolas todos, Ulrich, Mira Amaral, Ricardo Salgado, etc. etc. a dizerem que foi coisa boa, um grande sucesso.
Não tenho tanta certeza em relação à carne de cavalo. Como comi vários anos nas cantinas universitárias, a minha atitude é zen, comer não é degustação, comer é comer, fazer-se duas coisas ao mesmo tempo leva ao sofrimento, a dukkha. Quando serviam coelho, por exemplo, eu sentava-me e comia coelho (embora não acreditasse que não viessem uns gatos misturados, não sei quantas refeições serviam, mas em mil coelhos não estarem 10 gatos é que há algo errado com o distribuidor). A mesma coisa com a carne de cavalo.
Os ricos devem contar magníficas anedotas entre eles, aquilo deve ser uma galhofa pegada, de manhã à noite, e têm razão para isso, estas situações de “crise” são propensas ao humor. Estes são tempos revirados, apareceu o grupo de choque do PS, o Costa do castelo de Lisboa, o Assis dos passarinhos e o Santos Silva o trotskista da porrada, clamar contra a falta de democracia por causa dos cantares da Grândola, e os tipos do PSD a dizerem que isso não é nada é normal. Há de facto uma consciência no centrão, que levou o país a este estado, no poder são, na oposição não mexer muito que os carneiros, perdão, o povo soberano, nos vai deitar o poder no colo.
Quando se distorceu os mercados para salvar os ricos – os nossos sábios viram muitos restaurantes e que era preciso fali-los para que o tecido económico se reestruture, mas não viram bancos a mais a sugar a economia – Portugal assinou a sua sentença de morte e agora sim, a crise está a chegar cá.
At 10:14 da manhã, Táxi Pluvioso said…
José: de facto, fazer-se previsões é a coisa mais fácil do mundo, só é difícil para quem estudou muito. Retiraram o dinheiro às pessoas, e depois admiraram-se muito que as pessoas não consumiam agravando a recessão e tudo o resto: falências, desemprego, etc. Uma pessoa que não tenha estado na escola percebia logo que sem dinheiro não se pode comprar. Mas nos nossos sábios, não, estão sempre à espera do comportamento da economia.
O que me parece é que levamos a boca quanto ao segundo submarino. Já cá devia estar. Faz falta. E gasta pouco, como é sempre a descer, para o fundo do mar, ou operações no hemisfério sul, é só desligar o motor, como se faz com o carro e deixar ele rolar, só é preciso ligar o motor nas retas ou nas subidas. Os gastos de combustível são mínimos.
At 10:14 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Panurgo: muito bom. A malta não que é pagar a dívida, porque meios há-os e bons. Só espero que a Joana Ferreira tenha treinado muito para que a sua primeira cena não saísse mal interpretada. Se o passas lebre não faz… o campino entra por trás! Genial. Estou a ver que ainda há indústria do humor em Portugal, para além de o Rui Sinel de Cordes.
At 7:10 da tarde, São said…
Se me permites, assino tudo quanto está na tua respostas.
Agora descobriram esse fanático que é o César das Neves : começa a aprecer em todos os canais,,,um estafermo que afirma"abençoada crise que nos trouxe de volta ao essencial, a caridade" e não sei quantas coisas mais do género: estas criaturas idiotas deveriam ser objecto da caridade que tanto apregoam, para ver se gostavam!!
O que é feito da lambisgóia da Clara Pinto Correia?
Beijinhos
At 11:37 da manhã, Táxi Pluvioso said…
São: o César em todos os canais? que diabo não o tenho visto, e ele é muito bom, difícil de citar, pois tem um defeito na fala e para eu transcrever o que ele diz vejo-me grego e irlandês ao mesmo tempo, mas vale a pena. (E eu transcrevo tudo o que dizem para não se perder pitada, o gagueio, os erros, repetições de palavras, etc.).
Já publiquei umas coisas que lhe saíram da boca sobre os anarquistas, sei que ele descobriu a causa da crise: que é o casamento gay, mas não sei se ele já descobriu mais coisas, é um intelectual a seguir com atenção mas nunca mais o vi na TV.
Não faço ideia do que se passou com a Pinto Correia, mais outra que nunca mais vi na TV, suponho que continuará nos orgasmos, mas agora já não os fotografa, ou então vivem em quartos separados.
At 8:29 da manhã, Anónimo said…
Mais Portugal é Macho......
At 3:03 da tarde, Olinda said…
espectáculo de texto.:-)
At 9:21 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Anónimo: bastante macho, é verdade, era vê-los de noite rodando os seus carros por Lisboa.
At 9:23 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Olinda de Freitas: só os escritores russos é que conseguem escrever mais palavras, isto é um calhamaço dos posts :))))
At 6:34 da tarde, Pérola said…
O teu post dava para uma pós graduação.
Como gostava de te acompanhar,mas o meu QI é insuficiente.
Gostei muito da associação do mundo infantil à crua realidade.
Beijinho
At 10:48 da manhã, Táxi Pluvioso said…
Pérola: e bem necessários serão, ou muito a economia cresce, pouco provável, ou muitas universidades fecharão, e curso? só mesmo à Relvas: troca de créditos por diplomas.
At 12:46 da manhã, Anónimo said…
Mayo de 1982: Johnny Metgod ficha por el Real Madrid
At 12:17 da tarde, Táxi Pluvioso said…
O Johnny Metgod, ya nadie se acorda de el.
Enviar um comentário
<< Home