A fachada do edifício do Centro de Trabalho de Beja do
PCP foi vandalizada com inscrições alusivas à ofensiva militar da Rússia na
Ucrânia, que já foram parcialmente apagadas, constatou hoje a agência Lusa no
local.
As inscrições, que terão sido feitas na noite de
sábado ou na madrugada de domingo, ainda se conseguiam reconhecer hoje à tarde
na fachada do edifício, apesar de se notar ter havido uma limpeza.
No ato de vandalismo, um risco com tinta vermelha foi
pintado na porta do edifício e, na parede, a preto, foram inscritas as frases
“Russos = Comunas” e “Têm sangue ucraniano na foice”.
Contactado pela Lusa, o PCP, através do gabinete de
imprensa, limitou-se a dizer que “os atos antidemocráticos falam por si”.
Já o comandante distrital de Beja da PSP, o intendente
Raúl Glória Dias, também contactado pela Lusa, disse que a força de segurança
“não teve conhecimento” da ocorrência, “nem formal, nem informalmente”, e que
não foi apresentada qualquer queixa.
Na passada quinta-feira, dia em que a Rússia lançou a
ofensiva militar em território da Ucrânia, a classe política portuguesa, com a
exceção do PCP, condenou a ação, apelando à imposição de sanções e equacionando
a mobilização de militares portugueses no quadro da NATO como forma de
dissuasão.
Num debate sobre a invasão da Rússia à Ucrânia, na
Comissão Permanente da Assembleia da República, o líder da bancada parlamentar
do PCP, João Oliveira, considerou que a “guerra não é solução” para a resolução
da situação entre aqueles dois países.
João Oliveira exortou o Governo a contrariar a
“escalada de confrontação política” impedindo o envolvimento de militares
portugueses e apontou o dedo aos Estados Unidos da América, que qualificou como
sendo os “verdadeiros interessados numa nova guerra na Europa”, estando
“dispostos a sacrificar até ao último ucraniano ou europeu para a promover”.
Já numa ação partidária em Lisboa, o secretário-geral
do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou que as declarações de Vladimir Putin, sem
especificar quais, refletem a Rússia “como país capitalista” e representam “um
ataque à União Soviética”, defendendo a via do diálogo para encontrar uma
solução para o conflito na Ucrânia.
Fonte: Rádio Campanário, 28 de fevereiro de 2022
Etiquetas: fascismo melhorado, guerra américa rússia, história, pcp
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