O país de fé
(tl;dr)
Nasceu há
anos olvidados um povo com o cu virado para a economia que todos os indicadores
e polegares se lhe espetam positivos, otimistas, sustentáveis, até ao tutano,
bem fundo. O abafado segredo deste assombro é a qualidade das suas elites. No
patamar mais alto, alto pardal. De seu ministro da Economia Pires de Lima: “Rapidamente
passamos da condição de patinhos feios para uma espécie de cisnes elegantes aos
olhos dos investidores” (abril 2014). De sua ministra das Finanças Maria Luís
Albuquerque: “O meu marido não ajuda nas lides domésticas – ele faz tudo! Eu só
passo a ferro” (2015). No estrangeiro, comparar, é moer caranguejo numa Moulinex em noites de fome trituradas ao frio das argoladas. O
catedrático de Oxford Erasmus Wilson: “Quando a exposição de Paris [1890]
fechar, a luz elétrica fechará com ela e nunca mais se ouvirá falar dela.” Comentário
sobre o telefone, do 19.º presidente americano Rutherford Hayes: “É uma
invenção curiosa, mas quem estará disposto a utilizar uma coisa destas?” (1876).
Após escutar a sua encomenda de “O rapto do serralho” [1], José II, Sacro
Imperador Romano-Germânico: “Demasiado bonito para os nossos ouvidos e um
extraordinário número de notas, meu caro Mozart.” Seletando Baudelaire, Émile Zola:
“Daqui a cem anos os manuais da literatura francesa apontarão as ‘Flores do mal’
apenas como uma curiosidade.”
Nos bons velhos
tempos da extração da mais-valia (valor criado pelo trabalhador acima do custo
da força de trabalho), desapossava a burguesia, do destino da sua vida, a
classe trabalhadora, separando-a do produto produzido forçando-a ao trabalho
forçado. “A alienação do operário significa não somente que o seu trabalho se
torna um objeto, uma existência exterior, mas que o seu trabalho existe fora
dele, independentemente dele, estranho a ele e se torna um poder autónomo em
relação a ele; que a vida que ele, operário, deu ao seu objeto se lhe impõe, hostil
e estrangeira” em “Manuscritos
económico-filosóficos” (1844),
Karl Marx. Uma ajuizada distribuição da riqueza suspendeu a luta de classes, acedendo
a maior número de objetos, por parte da classe dominada, anestesiou-se as
diferenças e uniformizou-se a ideologia. [2] “Atualmente,
é mais útil falar-se de alienação do que de exploração; aquela define uma
relação social, a última, simplesmente uma relação económica. Um homem não é
alienado, porque as suas necessidades ‘naturais’ são esmagadas por uma
sociedade ‘desumanizada’, por trabalhar numa linha de montagem, pela congestão
urbana ou os meios de comunicação de massa. Tais expressões apenas dão origem a
vaga filosofia moral. É fácil de compreender por que elas irritam os filósofos
que aprenderam o uso mais exato que Hegel fez do conceito. Alienação deve ser
definida em termos de relações sociais. (…). A nossa é uma sociedade de
alienação, não porque reduz as pessoas à miséria ou porque impõe restrições
policiais, mas porque seduz, manipula e força o conformismo” em “The
Post-Industrial Society” (1971), Alain
Touraine. [3]
A suspensão
da luta de classes, que a destruição do estado social retornará, não aboliu a
hierarquia, desviou-a para o nível discursivo. “Por vezes dividem-se os seres
humanos em duas classes, os cultos e
os incultos. Os primeiros, para serem
dignos do seu nome, ocupavam-se das ideias, do espirito, e no período
pós-cristão, cujo princípio é o do pensamento e no qual eles dominaram, exigiam
um respeito submisso para as ideias que reconheciam. Essas ideias ou esses
espíritos, que existem apenas para o espírito, são o Estado, o imperador, a
Igreja, Deus, a moralidade, a ordem, etc. Um ser que apenas vive, um animal,
preocupa-se tanto com elas como uma criança. Mas os incultos, na verdade, não
são mais que crianças, e quem quer que seja que siga apenas as suas
necessidades vitais é indiferente em relação àqueles espíritos; mas, como é
igualmente fraco no confronto com eles, submete-se ao seu poder e é dominado
pelos… pensamentos. É este o sentido da hierarquia. A hierarquia é o domínio
dos pensamentos, o domínio do espirito!” em “O único e a sua propriedade” (1844),
Max Stirner. [4]
O discurso
dominante atual conserva as mesmas “ideias”, com o ajuste histórico, numa
fragância científica destilada em 1992 por James Carville: “a economia, estúpido”.
Lucro ou morte - grita-se no centro do capitalismo, se não rende extingue-se:
sejam seres reais ou imaginários. “Rancheiros, mineiros, promotores de energia
e autoridades públicas estão a expressar preocupações pelo passo do governo
federal para proteger um pássaro, mais ou menos do tamanho de uma galinha, temendo
possíveis restrições em terrenos públicos que podem ter consequências
económicas profundas no oeste rural. O U.S. Fish and Wildlife Service está sob
ordem judicial [2013] para estabelecer uma decisão final sobre a inclusão do galo
silvestre das Montanhas Rochosas (Centrocercus
urophasianus) na lista das espécies
ameaçadas de extinção. A espécie encontra-se em 11 estados ocidentais,
incluindo o Nevada, Utah, Idaho e Oregon. (…). ‘No resto do estado é uma
situação terrível. Em Elko County é um golpe de morte’, disse o comissário Jeff
Williams de Elko County. ‘Em Elko County é todo o condado. É tudo o que temos.
É a recreação, é a exploração mineira, é o petróleo, é a agricultura’.” “Defensores dos duendes na Islândia uniram forças
com os ambientalistas para obrigar as autoridades a abandonarem um projeto de
uma autoestrada que, alegam eles, irá perturbar o habitat dos duendes,
incluindo uma igreja duende. O projeto foi interrompido até que o supremo
tribunal islandês decida [2013] num caso apresentado por um grupo conhecido
como os Amigos de Lava, que citam o impacto ambiental e os efeitos nocivos na
cultura duende do projeto rodoviário. (…). Questões sobre os Huldufolk (islandês para ‘povo
escondido’) têm afetado decisões de planeamento anteriormente, e a
administração rodoviária e costeira criou um stock de respostas para os
inquéritos sobre duendes, que afirma, em parte, que ‘as questões têm sido
resolvidas atrasando os projetos de construção num determinado momento até que os
duendes que vivem lá, supostamente, mudaram-se.”
Ou, no
geral, o habitat humano ou rende ou morre. “Todos os anos, mil venezianos
abandonam, em média, a lagoa para irem viver para os arredores, em particular
Mestre, cidade dormitório com 170 mil habitantes e a que mais população
absorve. O segundo dado ainda é mais representativo: nos últimos anos, mais de
700 apartamentos no centro histórico foram transformados em espaços para
albergar turistas. ‘Muitos estão à espera que morra a avó para
arrendarem a casa e a converterem numa bed
& breakfast’, garante Michele Gottardi, professor de História na
universidade de Ca’ Foscara. ‘As pessoas desapareceram porque os únicos
trabalhos da cidade são para rececionistas, empregados de mesa ou para
limpezas’, acrescenta Bruno Fillppini, assessor municipal do Urbanismo,
‘enquanto há apenas umas décadas eram os artesãos do mármore, do ouro ou o
bronze os que alimentavam a economia de Veneza’. O som do trabalho foi
substituído pelo ruido das rodas das malas de bagagem entre as pontes. Esse é o
novo hino de Veneza. A fonte da sua riqueza e ao mesmo tempo a melodia da sua
derrota”, na revista Visão n.º 1119.
Quando
distribuição e produção de riqueza se desajustam, num dos ciclos de necessidade
da sua concentração na classe dominante, os decisores económicos sacodem a água
da Burberry trench coat em gabardine de algodão com acabamento em couro, Alexandre
Soares dos Santos: “Os
partidos políticos são daqueles que mais têm contribuído para o atraso em que
Portugal entrou” (2014). Os decisores políticos, voando sobre o ninho dos
partidos, como porteiros da classe dominante, sobressaem os melhores,
achegam-nos como conselheiros e aplaudem-nos como motores da economia. Na
inauguração da queijaria industrial Sabores do Dão, o primeiro-primeiro-ministro
Passos Coelho: “O Manuel Dias Loureiro que há pouco vi aqui, que
ainda não tinha visto, e cumprimento também de uma forma muito amiga e
muito especial, é um homem que, é aqui de Aguiar da Beira, mas
conheceu mundo, é um empresário bem-sucedido, viu muitas coisas
por este mundo fora, e sabe como, algumas pessoas em Portugal
sabem também, que se nós queremos vencer, na vida, se nós
queremos chegar longe, se queremos ter uma economia desenvolvida, pujante,
temos de ser exigentes, metódicos. Cada dinheiro que é
aplicado, tem de render o suficiente, para pagar a quem investiu,
a quem forneceu esse financiamento, a todos aqueles que participam no
processo produtivo.” O gabado empresário, veniam petimus damusque vicissim (“pedimos vénia e damo-la por nossa vez”), Manuel Dias
Loureiro: “Vim a Aguiar da Beira, associar-me à alegria natural dos meus
amigos, vim assistir a mais uma fábrica, mais postos de trabalho, mais
criação de riqueza, e deixa-me muito contente, como devem imaginar” (2015).
1984.
Janeiro. Quarta-feira, 4 “o tribunal de Albufeira, presidido pelo Dr. Norberto
Brito Câmara, juiz do Círculo judicial de Portimão, começou esta manhã a julgar
o palestiniano Youssif Al-Awad acusado de ter assassinado, em 10 de abril de
1983, no hall do Hotel de Montechoro,
o dirigente da OLP Issam Sartawi, que ali participava no Congresso da
Internacional Socialista. No momento do crime, cerca das nove horas da manhã,
Sartawi, que foi abatido com três tiros de pistola e que viajara até Portugal
com um passaporte diplomático falso emitido na Tunísia sob nome de Khelifa Ben
Othan, conversava com os delegados da Tanzânia e de Chipre. Ao entrar no
tribunal (rodeado por um forte dispositivo da GNR e da PJ) Al-Awad, que vestia jeans azuis e blusão de couro, disse aos
jornalistas que o procuravam entrevistar que ‘agora não, logo sim’. A sala de
audiências, com lotação para cerca de setenta pessoas, não estava completamente
cheia, tendo sido autorizada a entrada a todos os interessados, embora a
identificação fosse rigorosa. A sessão foi praticamente preenchida com o
sorteio dos dez jurados, sendo defensora oficiosa de Al-Awad a jovem advogada
Fátima Pontes, que é monitora da cadeira de Obrigações na faculdade de Direito
de Lisboa. Do rol de testemunhas (19 de acusação e 9 de defesa, algumas delas
em dupla função) figuram empregados da indústria hoteleira, agentes da PJ e um
jornalista.”
“O réu
participou no dia 17 de maio [1983] na reconstituição do crime e, segundo a
Direção Central de Combate ao Banditismo da Polícia Judiciária, que investigou
o caso, ‘executou com rigor toda a cronologia dos acontecimentos, incluindo
gestos e percurso de fuga, e não hesitou em indicar o lugar onde tinha
escondido a arma do delito, uma pistola Beretta de 9 mm que tinha sido
descoberta pelo correspondente da ANOP, Humberto Ricardo, a cerca de 300 metros
do local do crime’. Na altura em que foi detido pela PJ em Lisboa, no quarto
507 do Hotel Fénix, Al-Awad tinha em seu poder cinco camisas, um
relógio-despertador, 10 990 escudos, 2239 dólares em notas e algum
dinheiro iraquiano, identificando-se como Youssif Al-Awad, de 26 anos,
solteiro, natural de Fass e residente na rua Cassone, n.º 5, em Casablanca. O
seu passaporte (n.º 306984, emitido em fevereiro de 1981) apresentava-o como
sendo negociante. Embora Al-Awad tenha confessado a autoria do crime, subsistem
dúvidas quanto ao facto de ter, ou não, atuado sozinho, havendo testemunhas
oculares que o afirmam ter visto falar com outro homem junto do Hotel de
Montechoro, minutos antes do atentado que vitimou Sartawi. E este homem seria
um jovem de 22 anos, Nizar Tawfig Mousa Mohid, que esteve até à véspera do
crime hospedado na residencial Roma, na travessa da Glória, em Lisboa.”
Al-Awad
“afirmou-se como inocente, ao depor perante os juízes do tribunal de Albufeira.
Reconhecendo-se, embora como um dos elementos que integravam o comando que
matou Sartawi, o réu disse que apenas funcionara como isco para atrair sobre si
a atenção das autoridades portuguesas. (…). ‘Na verdade não fui eu quem
disparou. Eu conhecia o plano, e se os meus companheiros me tivessem pedido eu
teria executado o atentado. Mas tudo o que fiz foi por sacrifício, porque sou
um combatente que lutará até à morte pela revolução’. Apoiado por uma
intérprete, Al-Awad recusou-se depois a revelar ao tribunal o número de
companheiros intervenientes no atentado. (…). O jovem palestiniano referiu que
‘pela causa da pátria’ teria sido ‘um comando suicida e, se necessário fosse na
altura, teria mesmo rodeado o seu corpo com explosivos’. Magro, moreno, Al-Awad,
recusou-se a revelar ao tribunal a sua verdadeira identidade, definindo-se como
‘um palestiniano sem idade, nem pátria, e nunca um criminoso, mas sim um
combatente que luta por uma causa’. A certa altura, mostrando-se incomodado com
o constante disparar das objetivas fotográficas e com as luzes dos operadores
de televisão, Al-Awad voltou-se para eles e perguntou-lhes (em jeito de
convite) porque não iam para o Líbano ‘ver e fotografar israelitas e americanos
que estão a matar todos os dias os palestinianos’. O Dr. Brito Câmara
esclareceu então o réu de que se encontrava numa sessão pública e que segundo a
lei portuguesa essa prática era permitida sempre que a audiência estivesse interrompida.
Al-Awad aceitou a explicação, mas pediu que não o voltassem a fotografar ou
filmar, pois considerava que se estava a passar como ‘especulação comercial’.
(…). Quanto aos ferimentos que apresentava, ao ser detido, em várias partes do corpo,
o réu referiu que foram feitos por si com uma pedra, para dar a entender aos
que o prendessem que fora ele ‘o autor do crime’. E frisou ‘se no princípio
disse à polícia que tinha sido eu, foi porque achei necessário’. (…). Revelou a
finalizar que Issam Sartawi ‘foi condenado à morte antes de 1974 por suspeita
de contactos contrários ais princípios da revolução palestiniana’.”
“Mas a
sessão foi sobretudo marcada pelos depoimentos, deveras contraditórios, de três
testemunhas presenciais do atentado. Assim, para um guarda da PSP, Al-Awad
vestia camurcina castanha e jeans
azuis. Para um agente do GOE trajava fato cinzento claro. E para o rececionista
do hotel vestia de maneira clássica, com um casaco de xadrez e calças lisas castanhas,
e era mais alto e bem constituído do que Al-Awad. Acrescentando depois que o
homem que vira disparar sobre Sartawi usava bigode e óculos, de lentes verdes.
Face às versões, a defensora oficiosa, Fátima Pontes, disse, em tom irónico, ao
guarda da PSP, Francisco Velhinho: ‘O senhor é tão bom fisionomista como
péssimo atirador’.” Quinta-feira, 5 “uma das testemunhas foi um inspetor da
Judiciária. Não apresentou qualquer prova conclusiva de que o réu em presença
fosse o criminoso, embora tivesse pronunciado estar convicto que foi A-Awad
quem matou Issam Sartawi. Para aquele inspetor da PJ, dois factos apurados no
decorrer da reconstituição do crime levam-no a acreditar nessa possibilidade,
tal como o reconhecimento exato do local onde foi escondida a arma e o local
onde o réu cai quando da fuga. (…). Para o inspetor da PJ, o facto de A-Awad
negar agora o que confessou durante a instrução do processo ‘constitui completa
surpresa’, que só explica admitindo que o réu não esteja, neste momento, a
assumir a sua verdadeira personalidade. Aquele técnico da polícia reconheceu
não existirem provas materiais de que Al-Awad foi o autor dos disparos, porque
a pistola não tinha impressões digitais e nas suas mãos não foram encontrados
vestígios de pólvora quando foi preso, horas mais tarde, já em Lisboa.”
Segunda-feira,
9 “autêntico golpe de teatro no tribunal de Albufeira quando esta manhã o
suposto Al-Awad, após uma ligeira interrupção da audiência pedida pela
defensora oficiosa, Fátima Pontes, revelou a sua verdadeira identidade, dizendo
chamar-se Mohamed Hussein Rachid, ser estudante de engenharia, de nacionalidade
palestiniana, e ter nascido há 23 anos em Jerusalém. (…). Manuel João da Palma
Carlos, o advogado que aceitara procuração para defender Mohamed Rachid, e que
a cerca de um mês do pleito acabaria por desistir, sendo então substituído pela
advogada oficiosa Fátima Pontes, veio a terreiro na edição de sábado do
programa Fim-de-Semana, na RTP 1, às 18h00. Entrevistado por Carlos Pinto
Coelho, Palma Carlos disse que a sua escusa se ficara a dever à impossibilidade
arranjar, a tempo, um intérprete enviado pela Abu Nidal (o intérprete
profissional ficaria em pelo menos 100 contos), única forma, frisou, ‘de
conhecer profundamente o seu cliente’.
Terça-feira,
11 país de fé na Justiça, “pródigo em golpes de teatro, o julgamento de Mohamed
Rachid terminou cerca das 19h45 no tribunal de Albufeira, com um acórdão
inesperado. Ou seja, com a condenação do réu em três anos de cadeia pela
utilização de passaporte falso, mas ilibando-o de qualquer tipo de
responsabilidade, tanto na execução como no planeamento, e cobertura, da ação
que vitimou Issam Sartawi em Montechoro. Com esta pena, acrescida do pagamento
de 500 contos relativos aos custos do processo, Rachid deverá vir a ser
libertado em agosto próximo. (…). Visivelmente satisfeito, embora comedido nas
suas reações, Mohamed Rachid diria, já no final do julgamento, ir
transmitir à sua organização para que Portugal seja afastado do caminho de
qualquer eventual atentado, pois os portugueses ‘são um povo bom e
compreensivo’. Aliás, já ao fim da manhã, e antes de conhecer o acórdão,
Rachid lançara um apelo aos seus companheiros da Frente Popular de Libertação
da Palestina (FPLP-CG), os quais em carta para a NP tinham ameaçado atuar
contra um avião da TAP ou raptar um diplomata português [5], para que não executassem qualquer tipo de retaliação em
território português, pois disse, o seu julgamento estava a decorrer ‘com
honestidade’. Quanto a Fátima Pontes, revelou a sua intenção de ir requerer a
liberdade condicional do seu constituinte, pelo que em agosto, ou no máximo em
outubro, Rachid poderá ser posto em liberdade, uma vez que terá cumprido então
metade da pena.” [6]
Terça-feira,
10 janeiro “a equipa de futebol de Portugal foi colocada no Grupo 2 defrontando
a RFA em Estrasburgo, no dia 14 de junho, no primeiro jogo da fase final do
campeonato da Europa, determinou o sorteio realizado hoje em Paris. No nosso
grupo ficaram ainda incluídas as turmas da Roménia e de Espanha. O segundo jogo
de Portugal será com a Espanha, no dia 17 de junho, em Marselha. Na 3.ª jornada
a seleção portuguesa defronta a da Roménia, dia 20 em Nantes. (…). A equipa
portuguesa ficará concentrada no Hotel Henrique IV (em Paris), onde apenas
haverá lugar para os 20 jogadores e comitiva oficial, não sendo permitida a
presença de órgãos de comunicação social ou qualquer outro hóspede. (…).
Amanhã, em Nuremberga, [a formação] vai escolher os equipamentos, que foram
ofertados pela Adidas. Sabe-se já que, a 10 de junho, Eusébio será homenageado
pelos nossos emigrantes, com um jogo que terá lugar entre compatriotas nossos e
uma turma de Juivisy (dos arredores de Paris) em que a artista Linda de Suza entregará uma prenda ao mais famoso jogador português
de sempre.”
Quinta-feira,
14 de junho, 16h15, hora portuguesa, mais uma em França, no estádio de La
Meinau, em Estrasburgo, capacidade 54 mil lugares, relvado 105 metros de
comprimento e 68 de largura, iluminação potência de 1200 lux, RFA 0
- Portugal 0. “Fernando
Cabrita declarou que Portugal atingiu um dos seus objetivos ao empatar (0-0)
com a RFA no jogo
inaugural do grupo 2 do
europeu de futebol, em Estrasburgo e acrescentou que o dispositivo tático
empregue, com cinco centrocampistas, no estádio de La Meinau, poderá não se
repetir. ‘Nós dançamos conforme a música toca’.” Nesta partida Fernando Gomes, bota
de ouro em 1983, jogou… a suplente. “Puseram-me a questão devidamente e
aceitei, como acontece quando as coisas são colocadas com certo respeito. A
minha reação não foi naturalmente a mesma do Luxemburgo, onde não me senti
magoado por me substituírem, e sim por não me terem saudado ou falado comigo
depois, a explicar a situação.” Gomes concluiu: “Eu sou um goleador e se não
queríamos marcar golos é natural que tivesse sido eu o suplente.” Domingo, 17
de junho, 19h30, no estádio Velódrome, em Marselha, lotação 55 177,
assistência ao jogo 40 000, Portugal
1 - Espanha 1. “Jogo
feio, lento, próprio de peladinha rústica: somente Chalana era o raio
cintilante, a promessa de que alguma coisa teria de surgir pelo calendário
fora. Mas, com os técnicos a ficarem todos satisfeitos em não perderem, como se
o futebol fosse um jogo negativo e o golo não existisse como corolário máximo
de um espetáculo vibrante, assim se passava o tempo até que, felizmente, chegou
aquele rasgo opulento do pequeno genial e eis que Chalana, espicaçado no seu
orgulho, virou-se para Anabela e dedicou-lhe a faena. Saiu por aí fora, bolinha
colada aos pés, endosse para Álvaro, rasgão magnífico do louraço e toque
sublime que Sousa [aos 52 min] converteu num chapelinho de se tirar o barrete.”
[7] Quarta-feira, 20 de junho, 19h30, no estádio
de la Beaujoire, em Nantes, Portugal 1 - Roménia 0. Este foi o primeiro jogo, desta sétima edição do Campeonato da Europa, que contou com a
prestação de Fernando Gomes dentro das quatro linhas e Nené rubricou o tento vitorioso
aos 81 min. Fernando Cabrita, o treinador: “Tem de prevalecer a nossa
velocidade, a nossa espontaneidade. A partir dos 20 metros da baliza deles,
toca a mudar ritmo sincronizando as ações da defesa para o ataque. Temos
absoluta necessidade de não entregar qualquer trunfo aos romenos: e obrigação
de vigiar estreitamente aquele canhoto nato que é o Laszlo Bölöni, Ştefănescu (que
joga primorosamente de cabeça) e também o Cămătaru, igualmente perigoso no
disparo final. O lateral direito tem de ser travado nas descidas. Mas, esses e
outros pormenores ainda serão objeto das últimas instruções que darei logo
depois do almoço e antes de abalarmos para o estádio.” [8]
Sábado, 23 de junho, 19h00, no estádio Velódrome, em Marselha França
3 - Portugal 2. Jordão – que
jogava contra o árbitro, Paolo Bergano, residente em Liverno onde é empregado
numa companhia de seguros, é empurrado por Le Roux dentro da grande área, na
1.ª parte, sem aquele apontar a marca de grande penalidade – empata o jogo aos 74 min, adiando a decisão do finalista da prova para
o prolongamento; aos 98 min, o mesmo Jordão coloca os Patrícios na dianteira do placard, os gauleses atiraram-se a
Portugal como a um prato de escargots,
fedia a escândalo uma derrota dos organizadores do torneio; na 2.ª parte do
prolongamento tombam as esperanças dos atónitos telespetadores portugueses que
não acreditavam nos seus olhos, o país de pé, Portugal vencendo a França; Domergue
marca aos 114 min e Platini aos 119 levou os adeptos da equipa da casa ao
delírio. Fernando Cabrita já no aeroporto: “Eu tinha dito aos meus rapazes: é
necessário evoluir, contemporizar, demorar com a bola, só pela certa voltar ao
ataque. Mas eles deslumbraram-se, perderam por momentos a cabeça, foi o diabo.”
“Quarta-feira, 27 de junho, 19h00, no Parque dos Príncipes em Paris, França 2 - Espanha 0. “Até atingirem o Parque dos Príncipes as duas turmas
de futebol latino, que hoje discutem a posse do título europeu, tiveram em
terra gaulesa o seguinte comportamento. França: venceu sucessivamente a
Dinamarca (1-0), Bélgica (5-0), Jugoslávia (3-2) e Portugal (3-2),
respetivamente em Paris, Nantes, St. Étienne e Marselha. Espanha: empatou a um
golo com as seleções da Roménia e Portugal em St. Étienne e Marselha, derrotou
(1-0) a RFA em Paris e depois encontrou-se com a Dinamarca e de novo apenas um
golo marcado e também um somente sofrido. Em grandes penalidades triunfou por
5-4. Este derradeiro encontro foi disputado em Lyon.” “O presidente do governo
espanhol, Felipe Gonzalez, assiste hoje em Paris à final do Campeonato
da Europa de Futebol entre a
Espanha e a França. Felipe Gonzalez ficará junto do presidente francês,
François Mitterrand, no estádio Parque dos Príncipes já totalmente esgotado. O
presidente francês e seus acompanhantes, logo após o desafio, prosseguirão a
reunião do Conselho de Ministros que hoje se realiza na capital francesa.” [9]
____________________
[1] Virtual vídeo ao banimento do YouTube, nele, quatro
jovens, saudáveis, desportistas de bom balneário, praticam ténis prescindindo do certificado Lacoste ®. Na testada
filosofia: corpo são em mente sã, foi inserida na banda sonora “Martern Aller
Arten”, do “Rapto do serralho”, acelerando as sinapses nas zonas mais superiores
do córtex, onde residem os neurónios intelectuais. Originariamente, o vídeo
continha “Imaginary
Battle”, dos Scooter, que atuava apenas no
cérebro reptiliano. Aliás, uma conceituada universidade estrangeira provou num
estudo científico que Mozart estimula as zonas boas do cérebro: Serenade in
G-Dur, KV 525 “Eine
Kleine Nachtmusik”. No vídeo
desportivo, as tenistas são: Anna Sbitnaya, 1,67 m, 48 kg, 89-58-89, sapatos 36, olhos e cabelos
castanhos, nascida a 1 de maio de 1987 em Kiev, Ucrânia, t.c.c. Anna, Anna AJ,
Anna S. “Gosto de chocolate, estar deitada ao sol, McDonald’s, animais e,
claro, a minha família. Desagrada-me pessoas excessivamente agradáveis e ostras…
são ambas viscosas.” Obra pictórica: {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos}. Obra fílmica: {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo}. – Paulina, 1,70 m, 53 kg, Ucrânia. Obra pictórica: {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos}. Obra fílmica: {vídeo}. – Angelica, 1,76 m, 55 kg, nascida em 1985 na Ucrânia. Obra
pictórica: {fotos} {fotos} {fotos} {foto}. Obra fílmica: {vídeo}. – Yvette Blanche, 1,74 m, 55 kg, 80-61-89, sapatos 40, olhos azuis,
cabelo castanho, nascida a 15 de julho de 1985 em Budapeste, Hungria, t.c.c. Linda
L, Amanda Lauren, Evette Elan, Ivett, Ivette, Ivette Blanch, Lara, Linda,
Toula, Yvette. Obra pictórica:{fotos} {fotos} {fotos} {fotos}. Obra fílmica: {vídeo} {vídeo + Tiffany Diamond + Angelina} {vídeo} {vídeo}.
[2] “Ela [a burguesia] aproveitou em seu exclusivo
proveito, e sem qualquer sacrifício, as ideias revolucionárias pelas quais se
sacrificaram homens altruístas e apaixonados, e transformou o espírito em
dinheiro. Obviamente, depois de ter retirado àquelas ideias a radicalidade, a
coerência, o empenho demolidor e fanático contra todo egoísmo” em
“Denkwürdigkeiten” (1844), Bruno Bauer.
[3] O conformismo automatiza os gestos físicos ou mentais.
As marcas hipnotizam os consumidores; por exemplo, os consumidores de marcas
futebolísticas refletem apenas esse imprinting,
como os patinhos que seguem o primeiro objeto tomando-o pela mãe. No programa de
debate “Prolongamento”, da tvi24, com Manuel Serrão, consumidor da marca FC
Porto, Fernando Seara, consumidor da marca Benfica e Eduardo Barroso,
consumidor da marca Sporting: “durante uns bons 20 minutos os participantes
discutiram uma mão de Maxi Pereira, com Manuel Serrão a dizer que seria
‘segundo amarelo e expulsão e isso mudaria a história do jogo’. A imagem foi
repetida à saciedade, e Serrão repetia sempre: ‘Segundo amarelo e expulsão’.
Fernando Seara, representante do Benfica foi se desculpando, dizendo que segundo
as ‘novas regras’ não seria expulsão. E Eduardo Barroso disse que sim mas que
também. Sucede que, ao fim de todo este tempo, o moderador, Joaquim Sousa
Martins, lembrou-se de consultar a ficha do jogo – e verificou-se que… Maxi não
tinha nenhum amarelo! Serrão é que ficou amarelo – e os restantes ficaram a
olhar uns para os outros. Tinham estado 20 minutos a discutir com base numa
invenção” no jornal Sol n.º 434.
[4] Os donos da palavra, os cultos, marcam o que o real é. O secretário de Estado dos Transportes
Sérgio Monteiro: “Quando uma medida de impacto tão grande na vida das famílias
que trabalham na TAP, mas depois no impacto económico no país, é tão grande, eu
só posso acreditar que o bom senso vai imperar e que os sindicatos decidirão
cancelar a greve ainda antes da sua realização” (28 de abril de 2015). O
primeiro-primeiro-ministro Passos Coelho: “Há muitos anos que temos este
problema, na TAP, não é um problema recente, e apesar do sindicato dos pilotos
estar a utilizar o processo de privatização para justificar esta greve, na
verdade, os pilotos, o sindicato dos pilotos tem ao longo de muitos anos
aprisionado a estratégia da própria empresa” (29 de abril de 2015). O povo, na
ideologia amalgamada, uniclasse, enreda-se na semântica; o trabalhador da TAP Fernando
Santos: “Esta iniciativa não é contra os pilotos, não é contra os sindicatos,
mas também não é a favor da administração. Esta iniciativa é a favor da TAP” (29
de abril de 2015).
[5] Segunda-feira, 9 “um indivíduo, que recusou
identificar-se, entregou à noite na sede da agência NP, à Lapa, uma carta a
ameaçar que a libertação do presumível assassino de Issam Sartawi poderá vir a
ser negociada por troca com um avião da TAP ou por um diplomata português. A
carta cujo portador era jovem e falava com dificuldade o nosso idioma, era
encimada por um emblema e pela frase em árabe, tal como o texto, ‘El Fatah, única
liberdade’, e dizia: ‘Al-Awad nem que a tua liberdade tenha o custo da troca de
um avião Air Portugal ou a troca por um diplomata de Portugal’.”
[6] Quarta-feira, 27 de junho “o Supremo Tribunal de
Justiça decidiu anular o julgamento que em 11 de janeiro condenara no tribunal
de Albufeira, em três anos de prisão, o suposto assassino do dirigente
palestiniano Issam Sartawi, em Montechoro, durante uma conferência da
Internacional Socialista, a 10 de abril de 1983. Mohamed Rachid, que
inicialmente se identificara como Youssif Al-Awad, e a quem os serviços
secretos israelitas descobriram recentemente uma outra identidade, ou seja a de
Arbi Tawfi Gamal, fora condenado apenas por uso de passaporte falso, sendo a
sentença na altura considerada um desaire para a Polícia Judiciária portuguesa.
Al-Awad, Rachid ou Gamal, que afirmou perante os juízes não ter sido o autor do
atentado que vitimou o dirigente da OLP, confessou, no entanto, ser um dos
elementos do comando que levou a cabo a ação. O delegado do Procurador da
República recorrera da sentença, alegando irregularidades nos quesitos,
contestando a formação do júri, e, por último, invocando o facto de o réu ser,
pelo menos, cúmplice no atentado de Montechoro contra o enviado de Yasser
Arafat. Em princípio, o julgamento deverá ser repetido no tribunal de
Albufeira, mas, segundo fontes citadas pela ANOP, o júri não será o mesmo.”
[7] “O portista Fernando Gomes, chateado que nem um peru
em véspera de Natal, não se recusa a manifestar espanto, desilusão e muita
mágoa pelo facto de, em Marselha, quando se sabia que o pai e os espiões do
Milão estavam na bancada exclusivamente para o observar, não ter sido colocado
no team mesmo no tal momento em que
(aos olhos de leigos) se notava que o apelo a mais um atirador à baliza não só
evitaria toda a sobrecarga de trabalho para um exausto Jordão como (igualmente)
poderia rapidamente construir um resultado que, e golos, significasse quase que
a porta aberta para a etapa seguinte.”
[8] “Mas o [telegrama] que provocou uma onda de
hilaridade quase geral, se não quisermos acrescentar que nada sensibilizou os
jogadores (antes pelo contrário), foi o remetido pelo Dr. Sousa Tavares, novo
ministro da Qualidade de Vida que, em fala da retórica mais inédita, lembrou
Nelson antes da batalha de Trafalgar, adaptando a citação velha de séculos
‘cada português espera que vocês cumpram o seu dever’. O nosso ilustre
causídico double de jornalista e
agora tripartido em elemento governamental certamente que teria qualquer coisa
de mais elegante e apropriado, no arquivo das suas intervenções na barra do
tribunal ou perante grandes audiências populares. Logo, a sua entrada perante
os futebolistas foi de estatelar no solo.”
[9] Terça-feira, 19 de junho “perto do meio-dia, Eusébio
pediu o carro que a federação francesa colocou à do presidente português, Dr.
Silva Resende, para ir fazer umas compras à cidade, com a promessa de voltar
depressa. Talvez se tenha demorado mais uns minutos, quem sabe? Mas, mal passou
entre a barreira de uma dezena de polícias (fardados e à paisana) que defendem
permanentemente a turma portuguesa de qualquer assédio estranho, eis que Bruno
Santos se atira ao antigo astro como se fora gato a bofe ou dono do carro a um
qualquer ladrão de estrada. Às quinhentas chamava-lhe tudo, culminando por
gritar, perante o espanto de larga dezena de circunstantes, coisas como, ‘agora
já não vales nada, ninguém quer saber o que é que fostes e por isso é que eu
não gosto de pretos, nunca pude com vocês’.”
na sala de cinema
“Prisoners of the Lost
Universe” (1984),
real. Terry Marcel, c/ Richard Hatch, Kay Lenz, John Saxon … “Embora eles
tivessem alguns filmes de espada e feitiçaria [1]
de sucesso para imitar, não é o que Terry Marcel e Harry Robertson fizeram. Em
vez disso, ‘Prisoners of the Lost Universe tira as suas deixas principalmente
de Edgar Rice Burroughs, atirando três terráqueos, relativamente comuns e
contemporâneos, num mundo selvagem de fantasia, via um acidente de ficção
científica apressadamente projetado. Carrie Madison é a apresentadora de um programa
de jornalismo ligeiro, localizado em Los Angeles, chamado ‘The Weird and the
Wacky’. (A propósito, se está a pensar que esta versão de LA parece de alguma
forma remota, é porque a maior parte do tempo é de facto algum lugar na África
do Sul). No percurso para entrevistar um físico chamado Dr. Hartmann, sobre uma
sua invenção que a comunidade científica não leva a sério, Carrie por pouco evita
um grave acidente de viação, quando um ligeiro tremor de terra acontece,
precisamente, quando ela passa pelo que parece ser o único outro veículo na
estreita e sinuosa estrada através de Hollywood Hills. O condutor da carrinha, do
tipo faz-tudo, chamado Dan Roebuck, é menos afortunado que Carrie. As
circunstâncias do cruzamento dos carros, basicamente, ofereceu-lhe a escolha de
bater no Datsun 280ZX dela ou bater na própria colina, e Dan escolheu a última.
A sua furgoneta não vai a lado nenhum sem um reboque, provavelmente precisará
de alguns milhares de dólares de mecânico uma vez libertada, e como se isso não
bastasse, a espada kendo de bambu do Dan (custou-lhe 40 dólares) estava na
traseira com as suas ferramentas, e foi reduzida a papa. Esta última queixa
parece, à primeira vista, um bizarro non
sequitur, mas é na verdade um ponto
de viragem em embrião.” “Ela tenta dar-lhe dinheiro for everything, Dan
recusa caridade e quando a discussão aquece, ameaça pô-la nos joelhos e dar-lhe
um good spanking, Carrie foge.” “She” (1982), real. Avi Nesher, c/ Sandahl Bergman, David
Gross, Quin Kessler, Harrison Muller Jr. … “‘She’ – aparentemente rodado em 1982 mas não lançado até
1985 – abre com uma citação da novela-fonte, ‘She: A History of Adventure’
(1887) de H. Rider Haggard, ‘Na Terra e céu e mar / Estranhas coisas existem’,
que, aparentemente, é todo o impulso que o argumentista / realizador Avi Nesher
precisa para atirar a novela pela janela fora e deixar a sua pancada voar por
uma hora e quarenta e cinco minutos. Bem, ‘She’ já tinha sido filmado algumas
vezes antes, variando em graus de fidelidade (‘She’ (1935), real. Irving Pichel e Lansing C. Holden, c/
Helen Gahagan, Randolph Scott, Helen Mack … ‘uma novela aventurosa de grande
luxo’ estreada quarta-feira, 11 de março de 1936 nos cinemas Odéon e Palácio. ‘She’ (1965), real. Robert Day, c/ Ursula Andress,
‘autêntica deusa feita mulher’, Peter Cushing, Bernard Cribbins, Christopher
Lee … estreado em Cinemascope - Technicolor sexta-feira, 12 de novembro de 1965
no cinema Condes). Talvez fosse altura para a abordagem ‘Road Warrior encontra
Conan the Barbarian’, com uma banda sonora de heavy metal (música
composta e arranjada por Rick Wakeman, música adicional original Justin
Hayward, Motörhead, Bastard). Após uma sequência de abertura semianimada,
aparentemente com a intenção de representar a destruição da Terra por uma
guerra nuclear (há um ameaçador ceifador com uma foice, um crânio, etc.), é-nos
dito que é o ‘ano 23: depois do Cancelamento’. (…). Pouca explicação é dada de
como o mundo veio a ser o que é agora – há uma divertida referência mais tarde,
quando um personagem diz, ‘O que é uma bomba?’ – mas, de alguma forma, foram
necessários somente 23 anos para toda a gente começar a vestir trajes dos
Masters of the Universe, usar cavalos como principal meio de transporte, lutar
apenas com espadas e motosserras (as armas de fogo, por alguma razão, já não
existem), dividirem-se em fações e começarem a adorar os seus governantes como
deuses, e, para alguns sortudos, desenvolverem poderes mágicos através das
maravilhas da radiação nuclear. Também, os cereais Kellogg e Mountain Drew
atingem preços exorbitantes no mercado. Nesse mercado, chamado Heaven’s Gate,
os nossos heróis, Tom e Dick, são assaltados por um bando de rufiões a cavalo
vestindo roupas da caixa de pechinchas de uma loja de disfarces (capacete de
futebol, capacete de centurião romano, capa de mágico, etc.), o único tema
identificador sendo uma quantidade de suásticas. A irmã de Tom, Hari, (Elena
Wiedermann) é raptada durante a luta, que parece relativamente pouco afetado na
próxima cena, pois ele e Dick casualmente sacam uma prostituta (Laurie Sherman).
A prostituta droga-lhes a comida, e entrega Tom à sua deusa, She, interpretada
pela bailarina tornada atriz, Sandahl
Bergman.” [2] “The Retaliator / Programmed To Kill” (1987), real. Allan Holzman, c/
Robert Ginty, Sandahl Bergman, Paul Walker … “Uma terrorista, Samira, é baleada
e capturada por Eric Mathews e o seu grupo de mercenários, ao serviço da CIA, durante
uma missão de resgate, nos arredores de Beirute, de duas crianças americanas, american little pigs, fedelhos insolentes
– ‘Oiça, senhor, os marines vão
cuidar de você’. Elas tinham sido raptadas num ataque ao mercado de Miokos,
Creta, ‘matando 24 e ferindo mais de 50’, executado pelos United Freedom
Fighters, liderados por Hassim Nabier, amante de Samira. Transportada de volta
a Los Angeles, na Cybertron Industries & Research., a terrorista sofre uma
operação, substituindo o lóbulo frontal por microcircuitos, após morte
cerebral, e é transformada numa máquina cibernética de matar. Agora a CIA tem
uma arma secreta para mandar para Beirute para matar os seus próprios camaradas,
- ‘Vai ser muito divertido vê-la rasgar terroristas ao meio’ -, mas por quanto
tempo conseguirão controlá-la?” “Battletruck / Warlords of the 21st Century” (1982), real. Harley
Cokliss, c/ Michael Beck, Annie McEnroe … “filme de aventura e ação futurista”
estreado sexta-feira, 9 de maio de 1986 no cinema Éden. “Um filme de ação
repleto de aventura, no muito provável futuro – um futuro pós-petróleo – um
futuro onde os países faliram e os governos colapsaram, anunciando a chegada de
uma nova era sem lei … e o Carro de Combate. Filmado na inóspita paisagem de
Central Otago na Ilha Sul da Nova Zelândia, ‘Battletruck é uma história de
conflito – conflito entre o coronel Straker, comandante canalha do Battletruck,
que leva o que quer e Hunter, o herói, que, como um samurai, acha o seu código
e o amor por uma mulher demasiados fortes para se submeter à tirania de Straker.” “O nosso filme começa em 1994, ‘o futuro próximo’,
após as consequências daquilo que é chamado a Guerra do Petróleo ou Terceira
Guerra Mundial. O Battletruck, um veículo blindado futurista acelera nalguma
esquecida estrada rural no meio da América, apesar de ter sido filmado na Nova
Zelândia, quando encontra uma carrinha puxada por cavalos com dois homens
transportando bidões de cento e noventa litros de diesel. O Battletruck
interceta a carrinha antes de Straker e os seus soldados aparecerem e começarem
a interrogar os homens, perguntando onde conseguiram o diesel. Tal como nos
filmes ‘Mad Max’, [“2015 pertence aos loucos”], a gasolina é rara e é
muitas vezes disputada.” “America 3000” (1986), real. David Engelbach, c/ Chuck Wagner,
Laurene Landon … “900 anos depois do Grande Ataque Nuclear. O mundo que o homem
criou, o homem destruiu. Das trevas e da ignorância dos seixos radioativos
emergiu uma nova ordem… e o mundo era woggos
(doido).” “Novecentos anos depois do Grande Ataque Nuclear, as Frauls mandam.
Depois de uma batida na qual são capturados Plugarts, Rhea (Camila
Sparv), a Tiara das Frauls de Combo
Frisco, inspeciona os prisioneiros, dividindo-os em ‘machos’ e ‘semeadores’. Um
jovem Plugart, Korvis (Steve Stropiana), reage violentamente e tenta a fuga
para a liberdade, escapando, apesar dos esforços das Frauls para recaptura-lo.
Um segundo jovem Plugart, Gruss (Eli Pilo), vai com Korvis. As Frauls perseguem
os dois, mas param na fronteira de uma área proibida, conhecida como o Contam.
Korvis e Gruss pilham juntos. Um dia, descobrem uma mala cheia de roupa e um
pequeno livro, uma cartilha, que o Korvis guarda… Anos mais tarde, os adultos
Korvis (Chuck Wagner) e Gruss (William Wallace) fazem parte de uma comunidade
de Plugarts, que sobrevive no Contam. Korvis ainda tem o livro que encontrou, e
lentamente apender a ler sozinho. Desta forma, ele aprende que não é um
‘Plugart’, mas um ‘homem’.” [3]
____________________
[1] P. ex. “Die Nibelungen: Siegfried” (1924), real. Fritz Lang. Ou “La
corona di ferro” (1940),
real. Alessandro Blasetti, estreado segunda-feira, 27 de março de 1944 no
cinema Trindade. “O ministro da Propaganda do Reich, Joseph Goebbels, não
gostou deste filme quando o viu no Festival de Cinema de Veneza. O seu
comentário, devido ao pacifismo do enredo, foi que, se um realizador alemão
fizesse este filme, esse realizador teria sido fuzilado”. Ou “Fire and Ice” (1983), real. Ralph Bakshi, estreado terça-feira, 31
de dezembro de 1985 nos cinemas Berna e Mundial. – Filmes de espada &
feitiçaria nos anos 80.
[2] Na Playboy de março 1980, uma foto de Sandahl ilustrava o filme
“All That Jazz” (1979), onde ela tem o papel de “Sandahl”, bailarina
principal. Filme estreado sexta-feira, 19 de setembro de 1980 no cinema
Trindade, no Porto, e nas quatro salas do cinema Quarteto, agora com novo som,
novo equipamento, nova decoração.
[3] “Os homens têm o obstáculo de ter uns egos enormes e
demasiada testosterona”, Christine Lagarde, diretora do FMI, pugnando por mais
mulheres em lugares de chefia. Megan Salinas, 1,57 m, 45 kg, 86-58-86, sapatos 37, olhos
castanhos, cabelos pretos, nascida a 2 de março de 1994 em Rio Grande Valley,
Texas, t.c.c Mercedez Pequeno. Entrevista: “Partes do corpo favoritas e menos favoritas?” R: “A
minha parte favorita são os meios seios e os olhos, odeio o meu nariz, ha.” “Um
dia na vida de Megan Salinas.” R: “Bem limpo, fazer tarefas, dormir, fazer um
pouco de exercício, sair com a minha melhor amiga @gisellemari, amo-a e fazemos coisas loucas como filmar vídeos e
rir basicamente sobre tudo, ha.” Obra pictórica: {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos}. Obra fílmica: {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo + Sara Luvv} {vídeo} {vídeo + Catie Parker + Marissa Mei} {vídeo + Catie Parker). – Catie Parker, 1,66 m, 46 kg, 86-69-97, sapatos 37 ½, olhos verdes,
cabelo loiro, nascida a 3 de agosto de 1993 Palm Beach, Florida. Entrevista: “Partes do corpo favoritas e menos favoritas?” R:
“Gosto do meu corpo todo.” “Brinquedo sexual favorito?” R: “Tudo o que estimule
o grelo.” “Um dia na vida de Catie Parker.” R: “Acordar, dar umas passas,
arrumar o meu armário, descobrir o que tenho para fazer… normalmente muita
condução. lol.” Obra
pictórica: {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos}. Obra fílmica: {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo + Krissy Lynn} {vídeo + Odette}.
Lily Carter, 1,60 m, 47 kg, 81-63-89, sapatos 37, olhos azuis,
cabelos castanhos, nascida a 15 de abril de 1990 em Yoncalla, Oregon. Entrevista: “Como arranjaste o teu nome porno?” R: “Primeiro
chamava-me Nevaeh – Heaven, ao contrário – mas, realmente, não gostava do nome.
Um dia alguém disse-me que eu me parecia com a Lynda Carter, que interpretou a
‘Wonder Woman’. O meu primeiro nome vem da flor. Assim, Lily Carter nasceu.” “Tem
a expetativa da representação correspondido aos desejos?” R: “Ó, sim! Não tive
uma cena bera. Disfrutei cada talento masculino com quem atuei. Mas,
surpreendentemente, tenho tido dificuldades em fazer cenas rapariga / rapariga.
As raparigas excitam-me tanto que fico nervosa e trapalhona quando passamos à
ação.” “Descreve a tua melhor experiência sexual.” R: “Aconteceu recentemente,
eu estava a fazer sexo e descobri uma nova posição, onde ele está deitado de
barriga para cima no chão, eu estou em pé, ele entre as minhas pernas, e ele
ergue as ancas do chão quando me agacho. Tive o melhor orgasmo de sempre. Ele
martelava-me quando eu me agachava e esguichei mais do que nunca. Ele estava
encharcado na minha esporra. Até o umbigo dele estava cheio da minha esporra.
Soa esquisito mas senti-me fantástica.” “O que gostas de fazer nos tempos
livres? Alguns hobbies?” R: “Gosto de
caminhar e jogar ténis. Sou também uma rata de livros (book nerd). Recentemente
tornei-me obcecada pela Janet Evanovich. Adoro os livros dela. Ó, e gosto de me
masturbar no meu tempo livre… bastante.” Entrevista: “Partes do corpo favoritas e menos favoritas?” R: “Favorita:
a minha cara e o rabo. Menos favoritas: os meus pneus e as ancas hahaha.” “Brinquedo
sexual favorita?” R: “A varinha mágica.” “Tens algum talento especial?” R: “Hm,
eu esguicho… Será que isso conta?” “Como é um teu dia normal?” R: “Um dia na
vida de Lily Carter… Quando estou na Califórnia, acordo e duche. Encontrar
café. Ir para o set. Ter sexo.
Arranjar comida no caminho para a casa dos modelos. Talvez fazer exercício.
Relaxar. Masturbar-me. Ir para a cama. Repetir. Lol.” Obra pictórica: {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos}. Obra fílmica: {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo + Dani Daniels} {vídeo + Victoria Rae Black}.
no aparelho de televisão
“Doubletake” (1988), real. Jud Taylor, c/ Richard Crenna, Beverly
D’Angelo … telefilme
transmitido na RTP 1, às terças-feiras, pelas 21h05, de 16 de maio / 6 de junho
de 1989. “Frank Janek, detetive da polícia nova-iorquina, é chamado a pôr à
prova as suas capacidades de investigação para deslindar o mistério de um duplo
crime: duas mulheres encontram a morte em estranhas circunstâncias. Uma
professora de uma escola privada e uma prostituta, que viviam em lados opostos
da cidade e com diferentes estilos de vida, a quem o assassino trocou as
cabeças. Determinado em descobrir o autor daquele crime quase perfeito, Janek
socorre-se da ajuda da namorada, Caroline Wallace, a única pessoa em quem
confia.” “Acompanhado pelos seus fiéis colaboradores, dois jovens polícias
destacados para o ajudarem a encontrar o maior número de provas possíveis,
Janek prepara-se finalmente para o confronto com o cérebro que planeou o
tenebroso assassínio. A investigação que leva a cabo acaba por colocar em risco
a sua vida e a de Caroline, pois o assassino revela-se extremamente inteligente
e perigoso.” “Retalhos da vida de um
médico” (1979), real. Artur Ramos, estribado no romance de Fernando
Namora, com adaptação e diálogos de Artur
Ramos, Bernardo Santareno, Carlos Coutinho, Olga Gonçalves, Urbano Tavares
Rodrigues e Dinis Machado, “esta série chegou a ser um dos maiores êxitos da
RTP no início dos anos 80”, c/ José Peixoto, Cármen Santos, Rui Mendes, Francisco
Nicholson, Morais e Castro, António Machado, António Marques, Fernanda Barreto,
Adelaide João, Eugénia Bettencourt, Leónia Mendes, Lídia Franco, Maria Alexandre
e os pequenos Carlos Macedo, Luís Almerindo, Félix de Matos, Carlos Silva,
Joana Vilaverde, Pedro Gaspar, Ana Gonzalez, Manuel Galvão e Marta Alexandra. Transmitida
na RTP 1, aos domingos, pelas 21h15, estreia 20 de abril de 1980 / o 11.º episódio, “Dois casos bicudos”, será exibido na sexta-feira, 27 de junho e o 12.º e
último, “O rapaz do tambor”, no sábado, 5 de julho. A série voltou ao convívio
dos amáveis telespetadores às quintas-feiras na RTP 1, pelas 16h00, de 10 de
julho / 25 de setembro de 1986. “No primeiro episódio intitulado, ‘A Prima
Cláudia’, assistimos à infância do futuro médico e às suas dificuldades para
entrar na Universidade, já que é um pobre provinciano, filho de pais pobres. E
fala-se do seu primeiro caso humano como médico: a doença e a morte do marido
da sua prima Cláudia.” Ou… “Pedro Martins, finalista de Medicina da Universidade
de Coimbra, vai a Condeixa visitar a família, pequenos burgueses que fizeram
grandes sacrifícios para lhe pagarem o curso.” [1]
“The Bourne Identity” (1988), minissérie americana c/ Richard Chamberlain,
Jaclyn Smith … “Um homem inconsciente dá à costa na praia de uma pequena aldeia
francesa durante uma forte tempestade. Um médico reformado cuida do
desconhecido inconsciente. Quando o homem misterioso recupera, ele não consegue
lembrar-se de nada. Não sabe o seu nome, não sabe de onde vêm os seus flashbacks e não sabe por que o código de
acesso GEMEINSCHAFT BANK ZURICH 0. 7. 17. 0. 12. 14. 26. 0, de uma conta
anónima de um banco suíço, está implantado na sua coxa.” Esta adaptação do
romance de Robert Ludlum, “The
Bourne Identity” (1980), retém
um reto lugar na História pelo metatexto da sequência onde o herói beija o repugnante corpo de mulher [2] “Joana” (1985) série brasileira c/ Regina Duarte, Rodrigo
Santhiago, Umberto Magnani … transmitida na RTP 2, às quartas-feiras, pelas
22h25, de 4 de maio / 26 de outubro de 1988. A partir de 7 de julho desse mesmo
ano inicia-se a repetição, às quintas-feiras, no horário das14h55. “Joana é
jornalista e mãe de família. A força de carácter de Joana deriva da união da
família com o trabalho. Da mesma forma os enredos dos episódios nascem da união
da realidade com a ficção. Ou seja: se por vezes é a reportagem que provoca o
desenlace de um acontecimento doméstico, o inverso também sucede e é um
acontecimento familiar que leva Joana a realizar um trabalho jornalístico de
investigação.” “A jornalista Joana Martins está no seu segundo
casamento, com o professor Guilherme, mas tem três filhos (Rafael, Isabel e
Carolina) com o seu ex-marido, o advogado Sérgio. Joana precisa conciliar a sua
vida em família com o seu trabalho na revista semanal Ideia Nova, na qual
trabalha ao lado do fotógrafo Cacau e dos repórteres Joca e Caetano. Seguindo a
linha do jornalismo investigativo, Joana envolve-se em questões sociais,
políticas e criminais.” “Helena” (1987), telenovela brasileira escrita por Mário
Prata, Dagomir Marquezi e Reinaldo Moraes, adaptação do romance homónimo de
Machado de Assis, dirigida por Denise Sarraceni e Luiz Fernando Carvalho, com
supervisão de José Wilker, produzida pela Rede Manchete c/ Luciana Braga,
Thales Pan Chacon, Aracy Balabanian … transmitida na RTP 2, de segunda a sexta,
pelas 16h55, de quarta-feira, 6 de julho de 1988 / quarta-feira, 15 de
fevereiro de 1989. “Em 1859, a jovem bastarda Helena recebe uma grande herança
com a morte do seu pai, o rico Conselheiro Vale, que deixou um filho legítimo,
Estácio, e a irmã Úrsula. Só que Helena sabe que não é filha do conselheiro,
foi apenas perfilhada depois que ele e sua mãe tiveram um romance passageiro.
Assim, Estácio, apaixonado por Helena, vive o dilema de gostar da irmã, e a tia
Úrsula vê-a como uma intrusa.” “Automan” (1983-84), série americana produzida por Glen A.
Larson, c/ Desi Arnaz Jr., Chuck Wagner, Heather McNair … transmitida na RTP 1,
aos sábados, pelas 17h40, de 24 de novembro de 1984 / 16 de fevereiro de 1985. “Walter
Nebicher, um especialista em computadores, dá vida a um personagem de um dos
seus jogos, para ajudar o Departamento da Polícia de Nova Iorque a combater a
criminalidade.” “Walter Nebicher é um especialista em computadores do
departamento de polícia, apesar de o seu superior hierárquico não dar nenhum
crédito quanto ao seu contributo para a instituição. Para corrigir isso, ele
desenha um programa especial que cria o Automan, uma inteligência artificial
gerada por computador, que parece real, soa real e, dando-lhe energia
suficiente, consegue ter uma presença física efetiva fora do computador que
parece real. Juntos, Walter e Automan, ao lado do Cursor, um pequeno androide
flutuante que produz qualquer objeto que o Automan necessite, combatem os
criminosos da cidade.”
____________________
[1] Luís
Filipe Menezes, médico, também
retalha: “Face à letargia comatosa, não há que ter receio de mostrar a nossa
diferença, nossa do PSD, em matéria de legislação laboral, reforma do Estado
social, de descentralização e regionalização, de diminuição do peso do Estado
no controlo da economia, de descorporativização da justiça. Seria esse o
caminho que seguiriam ‘médicos’ corajosos como Sá Carneiro e Cavaco Silva.”
[2] No manual compreensivo das mulheres “Malleus Maleficarum”: “Mais amargo que a morte, outra vez, porque esta é
natural e destrói apenas o corpo; mas o pecado que soleva da mulher destrói a
alma privando-a da sua graça, e entrega o corpo ao castigo do pecado. Mais
amargo que a morte, outra vez, porque a morte do corpo é um medonho e visível
inimigo, mas a mulher é um bajulador e secreto inimigo. E por isso ela é mais
perigosa que uma armadilha, não falo da armadilha de caçadores, mas de demónios.
Pois os homens são apanhados, não apenas através dos seus desejos carnais,
quando eles veem e ouvem as mulheres; pois S. Bernardo*
diz: A sua face é um vento ardente, e a sua voz o silvo das serpentes; mas elas
também lançam perversos feitiços sobre inúmeros homens e animais. E quando se
diz que o seu coração é uma rede, fala-se da malícia inescrutável que reina nos
seus corações. E as suas mãos são como faixas para amarrar; pois quando elas põem
as mãos numa criatura para enfeitiçá-la, então com a ajuda do diabo, elas
executam o seu desígnio. Para concluir. Toda a bruxaria vem da luxúria carnal,
que na mulher é insaciável, ver Provérbios XXX: Há três coisas que nunca são
satisfeitas, de facto, uma quarta coisa que diz: não, não é suficiente. Essa é
a boca do ventre. Portanto, por causa de satisfazerem a sua concupiscência elas
unem-se até com demónios.” – “Malleus Maleficarum” (1988) é também o auspicioso álbum de estreia do
grupo de death jazz holandês Pestilence.
PS: A
prova de *S. Bernardo. Nikky Case, 1,65 m, 50 kg, 90-60-90, sapatos 37, olhos azuis,
cabelo loiro, nascida a 12 de dezembro de 1983 em Praga, República Checa,
t.c.c. Irena, Irena G, Irena Gesvindrová, (Ирена Гесвиндрова), Irena Stevens,
Irene, Irene Richie, Irenne, Irina, Irina Nile, Iris, Iveta, Jackie, Nicci,
Nikki, Nikki Case, Nikky, Rita. Nikky: “Adoro viajar nos EUA e estou lá a maior parte do
tempo em Miami. Adoro-a porque é uma cidade muito excitante e muito boa para a
minha carreira de modelo. Gosto de frequentar boîtes com amigos e dançar. Gosto
de música comercial de discoteca mas também antiga como Pink Floyd e Genesis. O
meu sonho é ter uma família grande, viver numa casa grande com piscina e um
jardim grande para dois cães.” {Website}. Obra pictórica: {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {foto da
polícia}. Obra
fílmica: {vídeo} {vídeo} {vídeo + Anetta Keys} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {vídeo} {“Cholita de la cumbia”, p/ Los Yes-Yes}.
na aparelhagem stereo
“‘Amen, Brother’ foi um
pouco conhecido lado B lançado em 1969. Desapercebido na época, o seu solo de
bateria foi extremamente influente, aparecendo, sob diferentes formas, em mais
de 1500
canções, mas a banda por detrás dele nunca ganhou dinheiro com isso. (…).
Ao longo das últimas três décadas, bandas dos dois lados do Atlântico, têm usado
os seis segundos do solo de bateria de ‘Amen, Brother’ enquanto inspiração. [Dos
primeiros samples: “King of the Beats”
(1988), p/ Mantronix \/ “Bring
the Noise” (1988), p/ Public Enemy \/ “Wordz Of Wisdom” (1989)
p/ 3rd Bass \/ “Straight
Outta Compton” (1989), p/ N.W.A.]. O vocalista Richard Lewis Spencer
lembra-se do dia em que o gravaram em Atlanta, Georgia, na primavera de 1969.
Os Winstons estavam
encravados no estúdio necessitando de um lado B para a sua nova canção ‘Color Him Father’. Por
fim, decidiram gravar um instrumental, livremente baseado numa velha canção gospel chamada ‘Amen’. [Jester Hairston
tinha feito os arranjos para Sidney Poitier cantá-la
no filme “Lilies of the
Field” (1963), real. Ralph Nelson, estreado em Portugal como “uma obra de
cinema do mais alto significado”, quinta-feira, 10 de dezembro de 1964 no
cinema São Jorge. Curtis Mayfield viu o filme [1]
e fez novos arranjos para os The Impressions (Curtis,
Sam Gooden e Fred Cash) em 1964]. Elementos do instrumental dos Winstons vieram
de um riff de guitarra que, o
legendário músico de R&B, Curtis Mayfield, tinha tocado uma vez para
Spencer. Mas eles não tinham música suficiente para a faixa completa, então
decidiram esticá-la adicionando-lhe um solo de bateria. ‘A
banda não queria de facto ensaiar a canção. Nós não estávamos lá para fazer
‘originais’, éramos uma banda de bar. Os rapazes estavam um pouco irritados,
eles queriam tempo livre, então, foi tipo a despachar’, diz Spencer. A meio da
faixa, os outros instrumentos calaram-se, enquanto o baterista Gregory
Cylvester ‘GC’ Coleman bate por conta própria durante quatro compassos. ‘Em
cerca de 20 minutos tínhamos uma canção tocável’, diz Spencer. Quem criou o solo de bateria
exatamente, não é claro. Spencer diz que o orientou, enquanto Phil Tolotta, o
único membro sobrevivente da banda, discorda, diz que o solo era ‘puro GC’.
(…). Coleman agarrou-se às drogas e morreu sem abrigo e indigente nas ruas de
Atlanta em 2006. Spencer pensa que é improvável que ele estivesse ciente do impacto
do seu solo de bateria, gravado há décadas.” [2]
P. ex. o solo de bateria Amen
em “I Desire” (1986),
p/ Salt ‘N Pepper ♫ “The Crablouse” (1994) p/
Lords of Acid ♫ “Deutschland Has Gotta Die!”
(1996), p/ Atari Teenage
Riot ♫ “No Remorse (I Wanna Die)”
(1997) p/ Atari Teenage Riot & Slayer ♫ “Powerpuff Girls”
(1998-2005) ♫ “Futurama” (1999-2013).
Das ruas chiques de
Paris, um cadáver normal. Dominus
Vobiscum, “O Senhor esteja convosco”, “este é o cartão da cerimónia fúnebre
de Stiv Bators. Realizou-se em Cleveland no velho clube Babylon A Go Go, 2523
Market Street. Marian e Steven J. Bator Sr., os pais de Stiv, estiveram lá, um simpático
casal polaco, rodeados por paletes de envelhecidas descargas-punk de Cleveland e jovens parasitas do rock alternativo. Para um velório foi um
momento incrível. Era suposto a VJ da MTV, Martha Quinn, estar lá,
visto que ela e Stiv namoraram recentemente ou algo parecido … De qualquer
forma, apenas as câmaras da MTV apareceram. Mostraram-se videoclips de pessoas
famosas que não puderam levar o seu balofo rabo a Cleveland. (…). E um
formidável de Lydia Lunch. Ela contou uma história de como, ‘A primeira vez que
encontrei o Stiv foi no banco de trás de um táxi. Fiz-lhe um broche. Gajo
simpático, pichota grande’.” [3] Em 1978, Stiv
participou numa sessão fotográfica / entrevista de Brooke Shields,
então uma jovem muito sábia de 12 anos, para um episódio do programa de TV por
cabo, “The Efrom Allen Show”. Em 1988, sofreu
uma experiência de quase-morte
em palco. “Ele morreu, durante um minuto, após uma rotineira performance de auto-estrangulamento dar
para o torto. Se ele não se tivesse mijado, alertando os colegas da banda e os
membros da equipa, que algo estava errado, ele poderia não ter sobrevivido.”
Em 1990, Stiv Bators é atropelado por um táxi ao atravessar uma rua em Paris. “Ele
foi transportado para um hospital parisiense depois do acidente, mas foi-se
embora antes de receber qualquer tratamento. O roqueiro reclamou que estava
fino, mas depois morreu durante o sono mais tarde nessa noite. A namorada de
Bators, Caroline Warren, afirmou que espalhou algumas das suas cinzas no túmulo
de Jim Morrison, mas também guardou algumas para snifar, numa tentativa de
ficar mais perto do seu falecido amante.” Provavelmente,
outra inverdade, contada por John
Waters: “A sua namorada disse-me que depois do funeral snifou as cinzas
dele.” [4]
Sardinha viva a saltar da
cesta dos anos 80:
█ “Kokomo” (1988), p/ The Beach Boys. “A canção surgiu quando o produtor
musical Terry Melcher foi contratado para trabalhar numa música dos Beach Boys
para o filme ‘Cocktail’ com Tom Cruise. Os dias de glória dos Beach Boys tinham
ficado para trás, e eles estavam a tocar em feiras e espetáculos nostálgicos.
Eles foram uma das bandas mais populares dos anos 60, e tinham uma data de
canções sobre diversão e pândega, razão pela qual foram convidados para gravar
para o filme. Na entrevista com Mike Love, ele contou como aconteceu: ‘Terry
estava no estúdio produzindo uma faixa com uma maquete, porque nos pediram para
fazer uma canção para a banda sonora do filme ‘Cocktail’, protagonizado por Tom
Cruise. Então, foi-nos pedido pelo realizador para arranjar uma canção para
esta parte do filme onde o Tom Cruise passa de barman em Nova Iorque para a
Jamaica. Então, foi aí que eu bolei a ideia do ‘Aruba, Jamaica’, essa parte’.
(…). Melcher era filho da atriz Doris Day. Em 1964, ele
trabalhou como produtor na Columbia Records, onde se juntou ao futuro Beach
Boy, Bruce Johnston, no êxito ‘Hey Little Cobra’, que
foi atribuído aos Rip Chords. (…). Terry Melcher escreveu a canção [Kokomo] com
a ajuda de John Phillips, antigo membro dos Mamas And The Papas, juntamente com
Mike Love e Scott McKenzie, que teve um êxito em 1967 com ‘San Francisco (Be
Sure To Wear Some Flowers In Your Hair)’. A filha de Phillips, Chyna, estava no
grupo Wilson
Phillips com as filhas de Brian Wilson, Carnie e Wendy.” – Em 2004, Bob &
Tom aperfeiçoaram a canção com a paródia “Camel Toe”: “Your
biscuit, your beavage I see your tooter cleavage / Your monkey, your muffin you
aint hiding nothing / Your koochie, your flapper your showing off your snapper
/ Your camel toe, it looks alright so baby let it show / Looks like a big taco
/ I see your camel toe.” █ “Just A Gigolo” (1985),
p/ David Lee Roth. “É uma canção popular,
adaptada por Irving Caesar em 1929 da canção austríaca ‘Schöner Gigolo, armer Gigolo’,
composta em 1928, em Viena, por Leonello Casucci para a letra de Julius
Brammer, escrita em 1924. (…). A versão original é uma visão poética do colapso
social vivido na Áustria após a Primeira Guerra Mundial, representado pela
imagem de um ex-hussardo que se lembra de desfilar no seu uniforme, ao passo
que agora ele tem que se sustentar como um solitário bailarino contratado.” [5] █ “Shake You Down” (1986),
p/ Gregory Abbott. “Shake you down é uma
frase que Abbott criou, a qual, julgava ele, expressava a forma como um homem se
sente quando vê uma mulher atraente – ‘Girl, I want to shake you down’. Ele
tentou o parlapié numa amiga e quando ela respondeu positivamente, tornou-se no
título para uma canção que ele estava a trabalhar. (…). Este foi o único êxito
de Abbott. Antes de ser lançado, ele era professor de inglês na Universidade de
Berkeley, e aos 8 anos era membro do Coro da Catedral de St. Patrick. Ele foi
casado entre 1976 e 1979 com a cantora Freda Payne, que teve um sucesso em 1970
com ‘Band of Gold’.” █ “Cherish” (1985) p/ Kool & The Gang. “Durante a produção o álbum ‘Emergency’ (1984), a
banda decidiu gravar nas Bahamas, nos estúdios Compass Point em Nassau.
Enquanto trabalhavam na praia, o vocalista ‘JT’ Taylor observava os filhos dos
membros da banda alegremente a brincar e pensou para os seus botões ‘como somos
abençoados. Deus tem sido bom para nós e devemos estimar (cherish) isso’. Taylor apresentou a ideia ao baixista, Robert
‘Kool’ Bell, que gostou.”
█ “Paid In Full” (1987), p/
Eric B. & Rakim. “Neste clássico do início
do hip-hop, Rakim canta sobre a
satisfação de ganhar dinheiro fazendo aquilo que gosta, que é fazer música. Em
contraste com muitas canções rap
posteriores, onde os MC pavoneiam a sua excessiva riqueza, Rakim é bastante
humilde na sua canção, com o dinheiro permitindo-lhe a liberdade de comprar um
prato de peixe e ser pago por trabalho honesto.” █ “Copper” (1982), p/ Tones on Tail. “Os Tones on Tail foram um projeto
musical paralelo de Daniel Ash, do grupo de rock
gótico Bauhaus, juntamente com o seu amigo da escola de arte, colega de quarto
e roadie dos Bauhaus, Glenn Campling,
em 1982. O nome da banda é uma referência à forma como os tons de calibração
eram gravados na ‘cauda’ de bobinas. Após a dissolução dos Bauhaus em 1983,
juntou-se-lhes o baterista Kevin Haskins. A sua música foi descrita por um
crítico como doom-e-dance-pop. A
banda separou-se em 1984, pouco antes de Ash e Haskins formarem os Love and
Rockets.” [6] █ “Music is a Better Noise” (1980), p/ Essential Logic.
“Lora Logic, nascida Susan Whitby, saxofonista, cantora e compositora inglesa,
foi, fugazmente, membro do assombroso grupo de punk rock X-Ray Spex. É o
saxofone de Lora no primeiro single
dos Spex, ‘Oh Bondage, Up Yours’ (1977). Mas o que Lora fez a seguir foi ainda mais
grandioso. Formada em 1978, a banda Essential Logic atrai um grupo de músicos (masculinos) em torno das
suas explorações de uma sumptuosa mistura de jazz, punk, poesia beatnick e berros. Dizer que ela ‘abriu
novos caminhos’ nem chega perto, que tal: ‘ela colonizou um novo planeta’. O
primeiro single dos EL, na sua
etiqueta própria Cells Records, foi ‘Aerosol Burns’ (1978), uma furiosa canelada combinada com o que
pode ser um discurso contra a domesticidade, mas quem sabe? Como muitos discos
dos EL, os vocais eram outro instrumento, ao lado do furioso sax de Lora, mas
não tão coerentes. ‘Aerosol Burns’ foi seguido por um EP sem título, na Virgin (1979), que foi retirado após
objeções da Disney – a capa exibia alguém num fato de coelho da Disney. Agora,
Lora estava a combinar o seu trabalho nos EL com uma existência paralela
cantando e tocando na encarnação de finais de 70 / início de 80 dos Red Krayola
de Mayo Thompson – na época, conhecidos como The Red Crayola (ela está nos
álbuns ‘Soldier Talk’ (1979) e ‘Kangaroo?’ (1981) e em numerosos brilhantes singles, um dos quais, ‘Born in Flames’ (1980).”
█ “88 Lines About 44 Women” (1982) p/ The Nails. “O vocalista dos Nails, Marc Campbell,
escreveu a letra desta canção e compôs a música com o teclista David Kaufman. [Campbell
disse: “‘88 Lines’ foi tão simples que foi estranho. Os Nails tinham um estúdio
no nosso sótão em Manhattan. Era no tempo em que se podia alugar todo o andar
de alguma antiga fábrica por 1000 dólares, e tínhamos posto lá um pequeno estúdio
de gravação e lugar de ensaio. O meu teclista, David, e eu estávamos a trocar
de posições na banda, comigo a tocar bateria e ele a tocar viola baixo, e
estávamos apenas a executar alguns riffs
no seu novo teclado Casio, que tinha algumas faixas rítmicas pré-programadas. A
breve faixa rítmica que se ouve em ‘88 Lines’ foi tirada diretamente do Casio.
Ele ligou essa pequena faixa rítmica e eu estava na bateria e gostei do que
ouvi. Então peguei na cassete que fizemos desse riff e fui para casa. Apercebi-me que havia lá quatro ou cinco
minutos aproveitáveis de riff, e que
isso acomodaria 88 versos ou 44 dísticos. Isso determinaria a duração da
canção. Curiosamente, 88 é um número bastante cósmico. Existem 88 teclas no
teclado. ‘Rocket 88’
foi uma canção chave do rock and roll.
Então pensei, sobre o que é que se pode escrever em 88 versos? Sobre o que é
que se pode escrever em 44 dísticos? Bem, quero dizer, o que é que existe por
aí, verdadeiramente, senão mulheres?”].
A canção é exatamente o que o título diz: uma breve descrição de 44 mulheres,
cada uma recebendo dois versos. Campbell
entrou naquilo que ele chama um ‘estado de transe’ quando começou a escrever
sobre as mulheres, algumas eram reais, outras foram inventadas e algumas ele
não tem a certeza; como Marc acredita, a sua mente pode ter construído algumas
das memórias. Uma das mulheres na canção – aquela cujo verso é ‘Tanya, turkish,
liked to fuck while wearing leather biker boots’ – tornou-se namorada de
Campbell, cerca de 30 anos depois de ele a ter posto na canção. Ele disse em
2012: ‘Divorciei-me há três anos após 18 de casamento e foi devastador. Alguém
disse, Marc, tens de espreitar esta coisa chamada Facebook? Então eu espreitei
esta coisa chamada Facebook e liguei-me a velhos amigos em Manhattan, e
decidimos que eu iria de carro até Manhattan a partir do Texas, e visitaria os
meus velhos amigos e jantaria com eles. E uma das mulheres presentes era Tanya.
Bom, juntámo-nos e o resto é história.”
____________________
[1] Curtis Mayfield: “Eu tinha ido ver o
filme ‘Lilies of the Field’, e a canção ‘Amen’ foi muito inspiradora para mim,
assim como foi o filme … Naturalmente, decidi fazer uma versão dela. Montámo-la
no estúdio, começando com uma melodia ‘swing low sweet chariot’, e depois chegámos
a essa canção em particular com algo de ritmo de marcha.”
[2] Impactante é antonomásia da elite portuguesa.
Numa impactação, em 2015, dois dos mais impactantes líderes, José Maria
Ricciardi, vedeta da boa gestão bancária, e Marcelo Rebelo de Sousa, vedeta da
gramática generativa de olaria, impactaram. “Em fevereiro, a TVI recusara-se a
transmitir um direito de resposta de Ricciardi, no qual eram tecidas fortes
críticas ao comentador. A polémica começou quando Marcelo afirmou no seu espaço
semanal na TVI que o BESI, liderado por Ricciardi, avalizara a emissão de papel
comercial pela holding Espírito Santo
International. Ricciardi respondeu com um violento comunicado em que desmentia
as declarações de Marcelo e frisava que, durante anos, o comentador passou
férias no Brasil a convite de Ricardo Salgado. O presidente do BESI enviou
também um texto de direito de resposta para a TVI, mas a estação recusou
transmitir a declaração, alegando que a mesma continha ‘expressões
desproporcionalmente desprimorosas’ a respeito de Marcelo. (…). Ricciardi
refez esse texto e entregou nova declaração, mas a TVI manteve a recusa,
invocando que conteria outras expressões igualmente desprimorosas. Numa das
frases contestadas pela TVI, Ricciardi refere que Marcelo ‘não reúne as
condições de imparcialidade, isenção e objetividade que lhe permitam uma
avaliação séria e ponderada’”, no Diário
Económico.
Proporcionalmente
primorosas expressam-se. Bristol
Everett, 1,65 m, olhos azuis, cabelos loiros, nascida a 1 de janeiro de
1994, no Colorado. Obra pictórica: {fotos} {fotos} {fotos}
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{fotos} {fotos}.
– Emma
Nicholls, 1,65 m, 55 kg, 81-71-86, sapatos 38, olhos e cabelos castanhos,
nascida a 22 de março de 1991 em Cambridge. Contagiada pela cidade é uma
autêntica rata de biblioteca. Ela é tipo a rapariga sabichona perfeita. Tem óculos
sexy, mamas grandes e adora ler, livros e jornais. Obra pictórica:
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{fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos}. – Yolanda F, 1,73 m,
50 kg, 88-63-91, olhos azuis, cabelos castanhos, nascida a 1 de janeiro de 1990,
na Rússia, t.c.c. Ilona, Yuta A, Yuta B. “Muito bonita e sexy, Yuta A é
uma estudante de pós-graduação em design e adora História e Arte. Ela gosta de
dançar e, na maioria dos seus escaldantes vídeos vemo-la posar travessa
enquanto dança sensualmente.” Yuta
A: “Estudo na universidade para ser designer
de moda masculina. Também gosto de História e Arte bem como de cantar. Gosto de
dançar estilos modernos.” Obra pictórica: {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos} {fotos}
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Susannah
Benjamin
“nasceu em Nova Iorque no verão de 1993. Ela está a fotografar desde os 11 anos
e seu trabalho tem sido publicado desde os 13.” “O meu trabalho explora temas
de metamorfose, adolescência, autoimagem, etc.” “Susannah é uma preternatural
contadora de histórias. Escreve desde que se lembra, ela começou a traduzir as
suas histórias em imagens os 11 anos, quando a mãe lhe deu uma câmara compacta da
Kodak pelo Natal. Ela descreve a sua cidade natal de Greenwich, Connecticut,
como realidade banal, e encontrou um meio de viajar para outro lugar com a
câmara. A fotografia era uma forma de escape, uma maneira de criar novos
mundos. O seu estilo é baseado numa narrativa, com alto contraste e humor
pesado. Para ela, a fotografia não é sobre uma pessoa bonita num lugar bonito,
é sobre a interação entre o fotógrafo e o modelo.” “Em 2011, com
17 anos, Susannah foi chamada para trabalhar numa sessão fotográfica para a
Beyoncé. Jenke Tailly, o agente criativo de Beyoncé na altura, era representado
pelo mesmo agente da Susannah. ‘Ele queria trabalhar comigo porque gostou do
meu trabalho, e deve ter partilhado com a Beyoncé’, disse Susannah. ‘Beyoncé
gostou realmente do aspeto narrativo do meu trabalho. Ela tinha acabado de
fazer 30 anos, e tinha feito tudo o que há para fazer no planeta, de modo que,
aparentemente, procurava descobrir algum novo talento’. Susannah criou algumas
ideias para as sessões de fotos da Beyoncé, e Beyoncé adorou os conceitos, mas
Beyoncé partia em tournée e Susannah prestes a iniciar a sua primeira semana na
faculdade, o timing não estava certo.
Em vez disso, foi oferecida outra oportunidade a Susannah. ‘Eles disseram, ela
vai fazer concertos quatro noites na tua cidade, porque não és a sua fotógrafa
de imprensa numa dessas noites?’” Susannah:
“Eu senti literalmente que nasci sabendo o que queria fazer. Não considero a
escrita e a fotografia coisas diferentes. Ambas contam histórias. Às vezes
conto histórias com fotos, às vezes com palavras. Como temas, adoro o surrealismo
e raparigas
adolescentes. Mas tento abordar as grandes questões. Sempre que tenho as minhas
incertezas, tento resolvê-las através da minha arte.” “Neste verão passado,
tive raparigas a posar para mim no ginásio de Payne Whitney. Amigos da escola
emprestaram-me os seus uniformes, e todas vestiram-nos, exceto uma, que estava
nua, no centro do círculo de alunas.
Eu queria realmente retratar algo que me estava a perturbar: a ideia de bullying. Até pudemos usar a arena de
luta greco-romana. Catorze raparigas em formatura, a intimidar aquela rapariga
no centro.”
{flickr}.
[3] Uma boa história, provavelmente,
inverdadeira. Não sendo inédito a carne de Stiv Bators na boca de uma mulher, “Caught
With The Meat In Your Mouth” (1981), p/ Dead Boys, Lydia
conheceu-o aos 14 anos, trazia ela um gravador com uma cassete de Iggy Pop and
The Stooges. Todavia, ela garante que os Dead Boys são
uma grande foda, porque os fodeu e eles escreveram-lhe “I Need Lunch” (1977): “Well
I, baby, I don't need romance / You know, girl, I just wanna get in your pants”.
Lydia Lunch
“depois de chegar a Nova Iorque, com 16 anos, vinda de Rochester, com nada mais
que ‘uma pequena mala vermelha, um casaco de inverno e uma atitude do caralho’,
ela trabalhou como empregada de bar e go-go
dancer no Baby Doll Lounge, nas Church e White Sts., em Tribeca, na baixa
de Manhattan. [“Baby Doll”
(1982), real. Tessa Hughes-Freeland, c/ Ferne e Irene, duas dançarinas do Baby
Doll Lounge]. Lydia conheceu os Suicide no Max’s Kansas City, (que se tornaram
nos primeiros amigos em NYC) e Willy DeVille (que lhe deu o nome de Lunch,
porque ela muitas vezes roubava o almoço para os Dead Boys). Em seguida, ela
foi viver, durante cerca de um ano, com o então namorado, James Chance (nascido
James Siegfried), que tinha vindo para Nova Iorque (de Milwaukee) na última
semana de 1975.”
[4] “Stiv Bators e os seus
amigos, o guitarrista Jimmy Zero e o baixista Jeff Magnum, procuravam músicos
em Cleveland, Ohio, em 1975. Eles eram grandes fãs de Iggy Pop e queriam tocar covers do Iggy e estroinar.
Simultaneamente, o guitarrista Cheetah Chrome e o baterista Johnny Blitz tinham
uma banda chamada Rocket
From The Tombs, juntamente com David Thomas e Peter Laughner (Thomas e
Laughner mais tarde formaram os Pere Ubu), mas era um
pouco artística demais para Chrome e Blitz. Os Rocket From The Tombs
separaram-se e Bators, Zero e Magnum conheceram Chrome e Blitz no verão de
1975, e juntos formaram uma banda nova. Chamaram-se Frankenstein, fizeram o
primeiro concerto no Dia das Bruxas desse ano. Os Frankenstein deram apenas
quatro concertos em Cleveland e gravaram um EP-maquete intitulado ‘Eve Of The Dead Boys’
com três canções – ‘Sonic Reducer’, ‘High Tension Wire’ e ‘Down In Flames’. Era
difícil marcar concertos nos conservadores clubes de Cleveland e eles
separaram-se, frustrados, três meses depois. Na Páscoa de 1976, Stiv foi
convidado a ir a Nova Iorque, pelo guitarrista dos Heartbreakers, Johnny
Thunders (ex-membro dos New York Dolls). Stiv gostou tanto da atmosfera de Nova
Iorque que após regressar a Cleveland queria voltar com o resto dos Frankenstein.
A banda era agora chamada Dead Boys, tomando o seu nome da canção dos
Frankenstein ‘Down In Flames’ (‘Dead boy, running scared’). Eles mudaram-se
para Nova Iorque em julho de 1976 e a sua primeira aparição no CBGB, em agosto, foi
assegurada em seu favor por Joey Ramone (The Ramones), que os
havia conhecido anteriormente em Youngstown, Ohio. (…). Depois da separação dos
The Wanderers em
1981, Stiv formou The Lords Of The New Church com Dave Treganna no baixo, Brian
James na guitarra (ex-Damned)
e Nick Turner na bateria (ex-Barracudas). Mesmo no
princípio, a banda chamava-se The Damned Dead Sham Band, com Stiv nos vocais,
James na guitarra, Treganna no baixo e Rat Scabies (dos Damned) na bateria.
Eles fizeram um concerto pontual em Clarendon, Londres, em 1980. Mais tarde,
Scabies foi substituído por Turner. Os Lords combinavam o punk dos anos 70 com os apocalípticos dos anos
80 para criar um som original. Com os Lords Stiv obteve finalmente o merecido
sucesso na Europa e também nos EUA. Os Lords gravaram três álbuns. O primeiro
autointitulado ‘Lords Of The New Church’ (lançado em 1982) tem uma intensa
energia escura com canções como ‘New Church’, ‘Russian Roulette’ e ‘Open Your Eyes’. Em 1983
os Lords editaram o seu segundo LP intitulado ‘Is Nothing Sacred?’. As canções
mais conhecidas desse álbum são ‘Dance With Me’, ‘Black Girl / White Girl’
e uma versão da veneranda ‘Live
For Today’ dos Grass Roots. O último álbum de estúdio, ‘The Method To Our
Madness’ (lançado em 1984), é talvez o mais popular disco dos Lords com canções
como ‘Murder Style’,
a canção título ‘Method To
My Madness’ (com uma engraçada interjeição dita pelo dono da Illegal Records,
Miles Copeland: “Well boy, you better shut your mouth / You can't afford to
bail / Now don't go telling secrets / This record's gotta sell”) e a formidável
balada ‘When Blood Runs
Cold’.”
[5] O último filme com Marlene Dietrich
chamava-se… “Schöner
Gigolo, armer Gigolo” (1978), real. David Hemmings, c/ David Bowie (Paul
Ambrosius von Przygodski), Sydne Rome
(Cilly), Kim Novak (Helga von Kaiserling) … transmitido na RTP1, no programa
“Lotação esgotada” dia 29 de maio de 1991. “Terceira longa-metragem realizada
por David Hemmings, ator britânico que Antonioni revelou em ‘Blow Up’. Neste
filme, Hemmings traça o retrato de um jovem aristocrata de origem prussiana,
cuja família ficou arruinada após a I Grande Guerra. Ao descobrir o fascínio
que exerce sobre o sexo oposto, o ovem encontra no ato de seduzir um meio de
sobrevivência. David Bowie surge como o protagonista ideal desta história
amarga, onde se destaca igualmente a atriz Marlene Dietrich, que com este
título se despediu definitivamente da sétima arte.”
[6] “No outono de 1982, a Fantagraphics
publicou o primeiro número de Love
and
Rockets,
uma revista a preto e branco apresentando histórias e arte dos irmãos Jaime,
Gilbert e Mario Hernandez, t.c.c. Los
Bros. Hernandez. Esta banda desenhada inicial, influenciada pelo amor dos
irmãos pela BD Archie,
ficção científica, punk rock e a sua herança latina do sul da
Califórnia, lançou as fundações para uma das mais ambiciosas, influentes e aclamadas
bandas desenhadas independentes de todos os tempos.”
{Esboço para uma série
de TV}. “Na década de 1980, uma série em quadrinhos inovadora, inteligente
e divertida surgiu na revista Love and Rockets e foi aclamada pela crítica,
pelo público e pelos leitores do mundo inteiro. Era Locas, de Jaime
Hernandez, que contava as aventuras de duas jovens amigas, Maggie e Hoppey,
num mundo maluco que quase poderia ser o nosso. Ao mesmo tempo em que têm
problemas para conseguir dinheiro e pagar o aluguer, a dupla ainda convive com
super-heróis desmiolados, romances confusos, dinossauros, irmãos chatos,
bilionários mulherengos e gajos passados.”
“A personagem central da
história ‘Locas’, de 1981 até 2011, Margarita Luisa ‘Maggie’
Chascarrillo é uma chicana (mexicana-americana) nascida e criada na ficcional,
maioritariamente chicana, cidade do sul da Califórnia, Hoppers. Na adolescência
ela descobre um talento para o trabalho de mecânico e uma paixão pela cultura punk rock.
Esta última quebra o gelo entre ela e a irada e alienada Hopey, de quem se
torna melhor amiga e, eventualmente, ora sim ora não, amante. Após um período de
dois anos de aventuras no país e no estrangeiro como assistente do mecânico
Rand Race, por quem tem uma não retribuída paixoneta, abandona a vida de
mecânico. Maggie
aceita uma série de trabalhos bizarros, um romance de dois anos com o amigo de
infância, Ray, seguido por outra relação aberta com Hopey, seguida por um longo
período de errância. Finalmente, reunindo-se com Hopey de volta a casa, estabelece
ligação com o seu antigo namorado do liceu, Tony Chase, e casa-se com ele,
apenas para se divorciar amigavelmente dois anos depois, porque ainda está
inquieta e insatisfeita. Logo depois, aceita o seu primeiro emprego fixo em
anos, como administradora de um complexo de apartamentos. Vários anos mais
tarde, ela completa o ciclo da sua carreira abrindo a sua própria garagem. Ela
até consegue encontrar o amor duradouro.”
“Esperanza Leticia
‘Hopey’ Glass é a melhor amiga e, por vezes, amante de Maggie. De mistura
genética escocesa e colombiana, quando criança resiste às tentativas da mãe
para fazer dela uma estrela de TV. No liceu, Hopey, no princípio, é amiga da
cadela-mor da turma, mas depois cai sob o encanto do seu colega, o altaneiro
guitarrista de punk rock, Terry Downe, fugindo de casa para
viver com ele num pardieiro punk. Ela
distancia-se da mãe, que a criou a ela e ao seu irmão, Joey, depois de se
divorciar. Enquanto Hopey abraça o estilo de vida ‘punk zangado’, rapidamente inverte a sua relação com Terry e, no
final, troca-o pela Maggie. No entanto, continua a tocar (mal) viola baixo na
banda do Terry, deixando Hoppers e Maggie para ir em tournée. Na sequência do
suporte acrimonioso da banda, Hopey regressa a casa com o seu roadie Tex, acidentalmente ficando
grávida dele e sofrendo um aborto espontâneo. Uma reconciliação com Maggie
prova-se de curta duração, quando elas se separam outra vez, depois de uma
amarga discussão sobre as suas atitudes contraditórias face à sua identidade
hispânica. Quando a banda da Hopey sai em tournée, algum tempo depois, ela e
Aggie têm um reencontro agridoce e voltam a juntar-se noutra relação aberta que
sobrevive, tanto o casamento da Maggie como a Hopey ter-se enrolado com a
colega Rosie. Hopey, passados os dias de rebeldia punk, torna-se professora assistente de jardim-de-infância e,
finalmente, professora, assentando com uma mulher não identificada com quem
cria um filho.”
Antes de assentar, Pedro
Passos Coelho tragava livros. “‘Queria coisas mais diretas. Os autores
existencialistas que problematizavam matérias sobre as quais eu também me
interrogava’. E deu como exemplos Kafka, Sartre e até Voltaire: ‘Li Kafka muito
depois da Fenomenologia do Ser, de Sartre. Li Voltaire muito mais cedo do que
consegui ler Camilo ou Eça’.”
Precedendo a existência a essência, Love &
Rockets é um clube de strip, com duas localizações,
Fortitude Valley e Petrie Tce, em Brisbane, Austrália.