Possibilidades,
possivelmente
1983,
junho. Quarta-feira, 15, o calor esturrava Portugal. “Com o termómetro a subir
e o fim de semana ainda longe, os lisboetas começaram a ser ‘perseguidos’ pelo
calor. Trinta e seis graus foi a temperatura máxima na capital, mas hoje há
mais… A previsão do Instituto de Meteorologia aponta para uma máxima de 38. Ao
fim da manhã, com o termómetro nos 30, há quem já planeie um mergulhinho para
acabar o dia” [1]. Nadava-se acima das nossas braçadas
certos que, na praia, as elites construíam castelos de tijolo e cimento (o
trabalho de casa) de uma economia espinafrada.
Na década de 80, os partidos políticos alicerçavam sim a bitola nacional. “Os gestores e os assessores tornaram-se numa curiosa classe. Os gestores são quase sempre ex-ministros ou candidatos a ministros.
Rodam entre si as empresas e os bancos; quanto aos assessores nomeados por interesses partidários ou pessoais,
engrossam o número sempre criticado do pessoal da Função Pública”. A vitória
eleitoral nas legislativas intercalares da coligação PSD / CDS / PPM (dita, Aliança
Democrática, em 2 de dezembro de 1979) benfeitorizou o país com “só assessores
foram 371… esta foi uma das heranças que a Aliança Democrática nos deixou. Mas
não só. Também cerca de 500 diretores-gerais ou subdiretores-gerais, para além
de nomeações com dispensa de habilitações académicas ou vínculo à Função Pública”.
“Era a limpeza, logo a partir de 1979, de
todos aqueles quadros superiores que não tinham a cor da AD. Muitos deles
afetos ao PS – por convicção ou interesse. (...). Ainda em 1979 logo no início
do Governo AD publicam-se 26 portarias de equiparação de cargos de dirigentes
de vários ministérios a diretores-gerais e subdiretores-gerais. Em 1980,
publicam-se 30 portarias de equiparação de cargos dirigentes a diretor e
subdiretor-geral, ou diretor de serviços, 40 portarias que alargam a área de
recrutamento de determinados lugares de quadros dirigentes com dispensa de
habilitações literárias e vínculo à Função Pública e 54 portarias que criam 117
lugares de assessores letra B ou C. (…). Sá Carneiro morre em dezembro de 80 e
Pinto Balsemão torna-se primeiro-ministro. E em 1981 sobe o número de portarias
para 68, criando mais 79 lugares de assessores; são 37 o número de portarias
que alargam as áreas de recrutamento de cargos dirigentes dispensando o
requisito de licenciatura e são 22 o número de portarias que equiparam
determinados cargos dirigentes a diretor e subdiretor-geral. E, chegamos,
finalmente, a 1982. São criados mais 144 lugares de assessores, com a
publicação de 111 portarias enquanto o alargamento da área de recrutamento é
contemplado com mais 35 portarias. O ministério da Agricultura e Pescas foi o
que produziu mais assessores, isto é, 68. Notou-se a rapidez de algumas
decisões de reserva de alguns ex-latifundiários, rapidamente transformados em
técnicos. (…). Mas, talvez, não seja por acaso que o outro setor parado da vida
económica portuguesa, a Habitação e Transportes (estes sempre com o machado do
défice), tenha sido o segundo ministério com mais assessores: 34”.
Quarta-feira,
1 de junho, “o aumento de 25 % nos maços de tabaco português entram dentro de
duas semanas em vigor, segundo fonte da Tabaqueira. Mas atenção: este prazo
poderá ser antecipado se se verificar açambarcamento de maços de tabaco. Os
portugueses (e não só) são useiros e vezeiros neste tipo de abastecimento. (…).
Os novos preços são: SG Lights 75 escudos; SG Gigante e outras marcas do mesmo
formato 66$00; SG filtro 60$00 e SG Ventil 59$00; e Definitivos e Provisórios
42$00”. (…). Estima-se que o consumo de cigarros em Portugal atinge 60 milhões
de unidades por dia”.
Quinta-feira,
9 de junho, na Inglaterra, a mãe de todas as soluções / pai dos náufragos do
capitalismo Margaret Thatcher [2] rapa uma maioria
absoluta na sua reeleição, florejando a Câmara dos Comuns de: (os seus) conservadores
- 397 deputados; trabalhistas - 209; liberais sociais-democratas - 23. Thatcher
foi uma sapateira remendona com a sovela do costume. “No retorno ao liberalismo
económico, recusando o Estado providência, a primeira-ministra britânica está
decidida a auxiliar apenas os que se ajudam a si próprios, ou seja, as
empresas com iniciativa e que optem por indústrias de ponta. Traduzido em
termos mais populares, o slogan dos
conservadores prometia fazer de cada inglês um capitalista [3], que possua a sua casa, que possa sair para a rua
sem ser atacado e que esteja pronto, como os jovens recrutas mortos na guerra
das Malvinas, a dar a vida pela ‘Rainha e pelo País’”. Em tempos de crise (3
milhões de desempregados), o eleitor aprochega-se sempre de um líder de calças.
“Os analistas políticos, no seu conjunto, favoráveis ou não à sra. Thatcher,
atribuem à sua determinação, à sua autoridade, ao seu êxito na réplica nas
Malvinas, a popularidade de que goza, muito mais do que às suas ideias ou aos
seus resultados, em suma medíocres, da sua política económica, com exclusão da
inflação baixada para 4 %. Muitos políticos falam de nanny complex, o complexo
da governanta, que teria atingido de súbito todos os ingleses que, tidas as
coisas de outra maneira, desejam um leadership
musculado neste período de crise” [4].
Quinta-feira,
16 de junho, Yuri Andropov, secretário-geral do Partido Comunista Soviético,
foi eleito chefe de Estado, sob ovações dos 1500 deputados do Soviete Supremo.
“‘Permiti que vos agradeça de todo o meu coração a alta confiança que acabais
de me testemunhar. Podeis estar certos de que farei tudo para ser digno dela’,
disse Andropov, visivelmente emocionado, ainda sob a longa ovação dos
deputados. Foi o antigo delfim de Leonid Brejnev, Konstantin Chernenko, que
apresentou pessoalmente a candidatura única de Yuri Andropov. Chernenko, que em
novembro já tinha proposto Andropov como secretário-geral do Partido,
justificou a escolha do Politburo com ‘as altas qualidades e a experiência’ de
Yuri Andropov. Este, sete meses após a morte de Leonid Brejnev, detém hoje
todos os poderes do seu predecessor. Andropov, que fez ontem 69 anos, fora
nomeado em maio presidente do Conselho de Defesa, posto que lhe dá o domínio
dos assuntos militares”. No plenário do Comité Central do Partido, na terça e
quarta-feira, Andropov discursara: “[a União Soviética] não permitirá que seja
rompido o equilíbrio militar estratégico entre o socialismo e o imperialismo.
(…). O estabelecimento desse equilíbrio é um dos principais resultados dos
últimos decénios e exigiu muitas forças e meios do nosso povo e dos outros
países da comunidade socialista. Não permitiremos que seja rompido. (…).
Continuaremos a fazer tudo o que for preciso para assegurar a segurança do
nosso país e dos nossos aliados. Continuaremos a reforçar a pujança das forças
armadas soviéticas, poderoso fator de dissuasão dos desígnios agressivos da
reação imperialista” [5].
Terça-feira,
21 de junho, no inseguro solo pátrio “o escudo foi desvalorizado em 12 % por
decisão do Conselho de Ministros, prevendo-se em função desta medida uma certa
expansão das nossas exportações mas sendo também de esperar efeitos muito mais
penosos no peso das importações e da dívida externa, com a consequente subida
em flecha do nível geral dos preços. Portugal importará este ano 200 milhões de
contos de combustíveis e 100 milhões em bens alimentares, especialmente cereais
[40 milhões], vindo este custo a ser substancialmente acrescido com a
desvalorização, enquanto o serviço da dívida externa aumentará também
proporcionalmente à desvalorização. O governador do Banco de Portugal, Jacinto
Nunes, comentou esta desvalorização considerando-a inevitável, [a
alternativa era gastar a totalidade das reservas de ouro para apoiar o escudo],
pois estava a sentir-se uma forte retração das remessas de emigrantes e da
vinda de capitais estrangeiros para o nosso país”.
Quarta-feira,
22 de junho, “crescimento zero para os próximos anos – ou mais exatamente
redução forte das fracas taxas de crescimento do PIB dos últimos anos – foi o
anúncio contido na primeira intervenção pública do novo ministro das
Finanças, Ernâni Lopes, um homem-chave no Governo Soares / Mota Pinto. O
ministro garantiu na Assembleia que vai ser necessário apertar ainda mais o
cinto, para combater o défice externo do comércio português. (…). As regras
da gestão da austeridade, de que o ministro falou em termos genéricos, vão ser
aplicadas no quadro de um Programa de Emergência para 18 meses a que Mário
Soares se referia ao apresentar o seu Governo na Assembleia”. “Um dos domínios
onde estes princípios parece vir a ter maior incidência é o do crédito, que vai
ser ainda mais seletivo e reduzido no seu conjunto, o que pressupõe
dificuldades extremas para as empresas, com a aceleração da vaga de falências
de empresas em crise. Ernâni Lopes
foi claro neste ponto, apenas admitindo que a racionalização de crédito,
beneficiará as atividades geradoras de divisas, construção civil e habitação e
a revitalização das pequenas e médias empresas em detrimento ao crédito ao
consumo”. Ernâni Lopes aos parlamentares: “Não vos escondo que a terapêutica
será dolorosa, nem ignoro a exata dimensão dos novos sacrifícios que o Governo
pedirá aos portugueses”. Prometeu combater: “A fraude, a corrupção, o
tráfico de influências generalizado. O desanimo e a falta de convicção
na capacidade dos portugueses” e “valorizar o trabalho e não o golpismo,
a honradez e não o oportunismo, o espírito de competição e não o privilégio, o
lucro legítimo e não a ganância especuladora ou a caça ao subsídio”.
Vaticinou: “As circunstâncias atuais já não permitem desenvolver sem ser
austero primeiro”. E diagnosticou: “Os três grandes grupos de problemas com
que a economia portuguesa se defronta: [Primeiro], a extrema gravidade da
situação a curto prazo, resultante dos desequilíbrios ao nível da balança de
pagamentos e do endividamento externo, que exige medidas de ajustamento
urgentes e enérgicas. [Segundo], os constrangimentos impostos por uma economia
de há muito desregulada, com a irracionalidade, a irresponsabilidade e a
descoordenação instaladas no seu funcionamento corrente. [Terceiro], está
ligado às exigências de modernização estrutural de uma economia em estádio
intermédio de desenvolvimento, nitidamente atrasada em relação aos seus mais
importantes parceiros comerciais”.
Quinta-feira,
23 de junho “depois da desvalorização do escudo entrada em vigor hoje o
Governo divulgou a segunda injeção do tratamento de choque ao défice das contas
externas. Tratou-se desta vez de aumentos, bastante fortes, de bens alimentares
essenciais (pão, leite e açúcar), dos óleos vegetais, adubos e rações para
animais. O ministro das Finanças, Ernâni Lopes, que corporizou o odioso da
comunicação dos aumentos, na televisão, já avisou também que ainda falta
aplicar a terceira fase do tratamento: o corte nos investimentos e nos créditos
às empresas do setor público”. Disse na TV Ernâni Lopes: “Todos os portugueses
compreenderão que este estado de coisas não pode continuar. Não podemos
continuar a endividar-nos, irresponsavelmente, apenas porque compramos
ao estrangeiro para vivermos muito acima dos meios que temos sido
capazes de produzir e criar com o nosso próprio esforço [6]. (…). Contemporizar, pretender esconder as evidências,
privilegiar a captação de simpatias em detrimento da assumpção das
responsabilidades, em suma, anestesiar o país, são atitudes que só podem
contribuir para tornar cada vez mais difícil e dolorosa a solução. Não há mais
lugar para pequenos jogos políticos. A hora é de trabalho, de serenidade e de
coragem”. – Nova tabela de preços: pão 1.ª qualidade 45 g - 2$75 (custava 2$25);
500 g - 28$00 (23$00); 1 kg - 56$00 (46$00); 2.ª qualidade 500 g - 23$00
(18$50); 1 kg - 46$00 (37$00). Açúcar refinado - 59$00 / kg (51$50); granulado -
60$00 / kg (52$50). Leite gordo 1 litro - 33$50 (26$50); meio gordo 1 litro - 32$00
(25$00); comum 1 litro - 24$00 (16$50); esterilizado / gordo 1,5 litro - 46$50
(33$80).
Em
1983, um desses importantes parceiros comerciais de Portugal, a Inglaterra,
bufava dinheiro e imaginação. “Funcionários públicos, preparando-se para a
Terceira Guerra Mundial, escreveram uma comunicação à nação na qual a rainha
falaria do horror do envolvimento da Grã-Bretanha num conflito nuclear. Ela era
parte de um detalhado ‘jogo de guerra’ realizado em 1983, no qual funcionários
de Whitehall representavam os papéis de Margaret Thatcher e os membros do seu
gabinete, a responder a um ataque simulado, desencadeado pela União Soviética.
Wintex-Cimex 83 era o nome de código da NATO para o exercício, que foi
concebido para testar as respostas do Ocidente em caso de um ataque nuclear e
incluía um discurso, a ser feito pela rainha, após a declaração de guerra. A
monarca devia falar da terceira luta pela liberdade ‘neste triste século’, numa
referência às duas guerras mundiais anteriores. O texto inclui referências à
rainha ter apreciado o ‘carinho e comunhão de um Natal em família’ quando ‘os
horrores da guerra não podiam parecer mais remotos. (…). O meu marido e eu
compartilhamos com as famílias por todo o país, o medo que sentimos pelos
nossos filhos e filhas, maridos e irmãos, que deixaram a nossa companhia para
servir o seu país. O meu amado filho Andrew está neste momento em combate com a
sua unidade [era piloto
de helicópteros na Royal Navy, na época] e continuamente rezamos pela sua
segurança e pela segurança de todos os militares, homens e mulheres, no país e
no ultramar’. (…). [Este discurso] era um dos elementos chave da
pormenorizadamente calendarizada marcha para a guerra, documentada no
exercício, que começava com uma ‘nova liderança de linha dura’ a chegar ao
poder em 1982 – uma clara referência à eleição de Yuri Andropov em novembro
desse ano para secretário-geral soviético. Os documentos do ‘jogo de guerra’ de
março de 1983, cuidadosamente, evitavam qualquer referência explícita à União
Soviética ou aos poderes do Pacto de Varsóvia, em vez disso, referiam-se ao
agressor como ‘Orange’. A evolução da guerra foi detalhada numa série de
reportagens jornalísticas ficcionadas, incluindo uma com uma foto do príncipe
William – que na altura tinha 9 meses – no seu batismo, com a legenda:
‘Mantenha-o a salvo Charlie, vamos precisar dele?’”.
Entretanto,
nos jogos de poder reais. “John Kerr, um secretário privado no Tesouro,
escreveu a 17 de março de 1983 à sra. Thatcher sobre a possível nomeação de William
Hague [atual ministro dos Negócios Estrangeiros e herói de Jimmy Carter]. ‘A
primeira-ministra com certeza lembrar-se-á do discurso
dele em 1977, na conferência do Partido, enquanto jovem estudante de 16 anos’,
salientou Kerr. Uma cópia do CV de Hague foi anexada, incluindo detalhes da sua
extensa ‘oratória pública e experiência nos meios de comunicação’, incluindo
aparições no Nationwide, Look North, Calendar e Good Afternoon”.
Thatcher “rabiscou na parte superior da carta em letras grossas com tinta
preta: ‘Não (sublinhado três vezes) – isto é um artifício e seria profundamente
ressentido por muitos que têm experiência económico-financeira’. Em vez disso,
ela subscreveu a apreciação do seu secretário privado Robin Butler, que
assinalou: ‘Por muito promissor que William Hague seja, é um pouco difícil
perceber como uma pessoa de 21 anos contribuirá como conselheiro especial do
Tesouro’ [7]. Na resposta oficial a Kerr,
Butler escreveu: ‘(a primeira-ministra) sugere que, se o chanceler e o
secretário-chefe querem que o sr. Hague lhes ajude nos discursos, ele deve ser
contratado pelo Conservative Research Department ou outras instituições
privadas’. Porém, com a notícia de que Hague ia trabalhar para o Tesouro já
divulgada, o assessor de imprensa de Thatcher, Bernard Ingham, teve de informar
os jornalistas que os relatos eram ‘incorretos’ e que lhe tinha sido dado um
destacamento muito mais modesto no Conservative Research Department na ‘área
económica’”.
No
dia 5 de março de 1983, no Coliseu do Porto, no XX Festival RTP da Canção, a Sofia
cantara “Erva ruim”;
a Helena Isabel “E afinal
quem és tu?”; e a Tessa “Ave do paraíso”. No
final de outubro, Paul McCartney cantaria “Pipes of peace”.
___________________
[1] “Uma
breve e incompleta História do fato de banho”. “1996, Bangalore, Índia, é a
cidade anfitriã do concurso Miss Mundo, mas as forças de indignação local obrigam
que a passagem em fato de banho seja realizada nas Sheychelles. 1999, o
concurso Miss América muda as suas regras sobre o fato de banho para proibir
biquínis e tangas. 2011, fartos de ver turistas seminus, Barcelona proíbe
biquínis nas ruas que não sejam adjacentes da praia. Os infratores enfrentam
uma multa de 300 €”.
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[2] Paira um tremor
ontológico sobre se as mulheres que saem da Cozinha para o Gabinete são (être pour-soi) mulheres ou são homens. Em
sociedade, aos outros, (être pour-autrui),
o inferno de Sartre, elas aparecem como mulheres, numa convenção metafísica
para uma evidência física contrária. Só por ilusão ótica são mulheres: Margaret
Thatcher, Indira Gandhi, Gro Harlem Brundtland, Angela Merkel, Tarja Holonen, Jóhanna
Sigurðardóttir, Golda Meir… desta, filha de um carpinteiro da Ucrânia, resumia
Ben Gurion: “É o único homem do meu gabinete”. Delas, não escreveria Zola: “logo
ao primeiro beijo se revelou cortesã” nem arrebatariam um certo filósofo português.
Sobre a sua 2.ª esposa, Manuel Maria Carrilho: “Há um ano que a Bárbara [Guimarães]
trata a depressão dos 40 com álcool, silicones, botox e 50 comprimidos por dia”. A 1.ª esposa, Joana Moraes Varela,
j’accuse: “Fui espancada durante um
dia inteiro e tive uma faca encostada ao pescoço”. Manuel Maria Carrilho, la bête humaine: “Não vejo essa senhora
há 33 anos e desminto tudo o que disse”. – Às “mulheres de armas”, que confecionam
furor na política e na economia, contrapõe o bom senso mulheres
com armas (ou Gorgeous Girls
With Guns), mulheres sem indeterminação ontológica, como:
Tilsa Lozano, 1,73 m, 51 kg, 86-60-92,
sapatos 40, olhos e cabelos castanhos, nasceu Tilsa Marcela
Lozano
Sibila
a 31 de outubro de 1982, em Lima, Peru. Em 2012, foi assinalada em Itália ao “ser
vinculada sentimentalmente con el futbolista Juan Manuel Vargas”.
Posição que lhe causou um lío mediático. “‘A Tilsa ya le dieron de
alta. El miércoles ingresó a la clínica por un cuadro de descompensación y
estrés, sufrió un desmayo, pero ya está bien. No hay de qué preocuparse’,
indicó la mamá de la ‘Miss Colita’, quien no quiso precisar si el lío mediático
con el ‘Loco’ Vargas provocó el sorpresivo malestar”.
Entrevista:
“Me encantan los hombres machistas, que me dominen, sobre todo en la intimidad,
ahí me dejo llevar. ¿Si me gusta el sexo? Claro, es riquísimo, además soy bien
boca sucia. Y qué, así soy yo”. “No soy sinónimo de trasero, no por mi poto
gané popularidad”.
Angie Jibaja, 1,72 m, 53
kg, 90-65-98, sapatos 38 ½, olhos castanhos, cabelos pretos, nasceu Angie Janinne Jibaja Liza
a 29 de maio de 1980 em Lima, Peru. Angie
Jibaja “se caracteriza por ser una mujer bastante liberal, sin pelos en la
lengua, y si se quiere, calentona”. Augusto Bresani – “secretário de imprensa
do ex-assessor presidencial Vladimiro Montesinos, de quem recebeu dinheiro dos
fundos públicos para pagar os donos dos diários El Tio, El Chato, El Mañanero, La Chuchi , entre outros, para
que em troca destacassem nas capas a imagem do presidente Alberto
Fujimori e atacassem políticos opositores do regime e jornalistas
independentes”
– no seu livro “Ocaso
y persecución” acusou Angie de ser uma das putas, cobrando 400 dólares /
hora, no hotel Las Suites de Barranco, onde, na década de 90, Vladimiro
Montesinos filmava políticos, militares, jornalistas, empresários e juízes em
espasmos sexuais. “Fidel Liza, abuelo de Angie Jibaja, negó que su nieta fuera
dama de compañía después de que ella confesara en El
valor de la verdad que estuvo en el hotel Las Suites de Barranco.
‘En ese tiempo vivíamos frente a Las Suites de Barranco, y Angie y sus amigos
se metían ahí para tomar licor y fumar marihuana. Su madre cuando llegaba de
trabajar entraba a ese lugar para sacar a Angie. Incluso se peleaba con ella’”.
Angie explicou no Facebook
“El sábado también quedó una respuesta al aire. La pregunta de Beto fue: ‘¿Estuviste
con tu mamá en las suites de Barranco?’ Y mi respuesta fue ‘SI’. Pero no
expliqué por qué estuvimos en ese lugar las dos. Debo contarles que mi madre
sólo entró un par de veces y fue a sacarme de los pelos, porque cuando tenía 17
años conocí a la novia del administrador, quien me invitaba junto a mis amigos
a los previos y como éramos jóvenes y todo era gratis. Mi mamá vivía al frente
y es por eso que ella estuvo conmigo en ese lugar”.
Filmografia: “Mañana te cuento” (2005), “El
rey de los huevones” (2006), “Tú
no quieres saberlo” (2008), “Lo
peor de los deseos”. E editou o single
“Bla bla”.
[3] O sonho internacional.
Jana Cova, 1,63 m,
45 kg, 86-61-91, sapatos 37, olhos verdes, cabelos loiros, nascida a 13 de
abril de 1980, em Vyškov, Checoslováquia. Colegas favoritos? “Aquela de quem
mais gosto ultimamente é Jesse Jane.
Recentemente fizemos uma grande cena juntas para ‘Hot
Rod for Sinnners’ (2006). Foi a última cena de sexo do dia. Estávamos
vestidas em jeans apertados com tops vermelhos e tínhamos posto um batom
vermelho muito sexy. Jesse estava
sentada no chão a brincar com um chupa-chupa e eu aproximei-me e agarrei no
chupa-chupa. Ela segurou-me e começou a tirar-me a roupa. Então, empurrou-me
para o chão, abriu-me as pernas e começou a lamber-me como uma doida. Terminado
o serviço, pôs-me de gatas, e começou a foder-me por trás com os dedos e depois
com um brinquedo que parecia uma pistola. Então, ela pegou no chupa-chupa e
começou a esfregar a minha rata com ele e a lamber os meus sucos nele. Então,
foi a minha vez, ela meteu a rata na minha cara e eu comi-a com o chupa-chupa.
Depois de a cena estar feita, eu estava tão exausta! A Jesse é grande. Ela está
cheia de energia e fode como ninguém. Normalmente, as raparigas com quem
trabalho agem como se eu fosse uma boneca de vidro, mas eu gosto de foder à
bruta! Não conheço muitos colegas masculinos porque não trabalho com homens.
Mas aquele que vejo sempre no plateau
é Scott Nails. Viu-o nu e, foda-se, a piça dele é enorme! Quase que me assusta!”.
Experiência estranha? “Sempre quis fazer sexo na praia, já não. Porque, quando
fomos para Bora Bora filmar ‘Island
Fever 4’ (2006), tínhamos que fazer sexo na praia o tempo todo. E, enquanto
eu e a Jesse estávamos a tentar fodermo-nos uma à outra e parecer sexy ao mesmo tempo, tínhamos ambas
areia por toda a parte. Entre os dentes, na rata e água salgada por todo o lado
também, e não sabe lá muito bem. Por isso, foi muito engraçado. Não é fácil
fazer sexo na praia”. Posição favorita? “Adoro à canzana, porque posso senti-lo
fundo e duro. E porque gosto de sexo violento, assim estas posições são as
melhores para sexo violento, puxar o cabelo, palmadas no rabo”. Planos? “Ter
uma família e ganhar o máximo de dinheiro que puder e abrir o meu próprio
restaurante. Este é o meu plano para o futuro”.
Mão
de obra de leste no vídeo “La
Slavinoj” (“os eslavos”), de jOmO, (nome artístico de Jean-Marc Leclercq
que canta em esperanto): Vesna Rozic, (jogadora de xadrez eslovena
falecida aos 26 anos), Oleksandra
Nikolayenko, (modelo e atriz ucraniana n. 3 de julho 1981, em Budapeste,
Hungria, miss Ucrânia 2004, casou-se
a 6 de janeiro 2008 com o bilionário septuagenário Phil Ruffin, tiveram o
primeiro filho, Richard William Ruffin, em abril de 2010), Joanna Pacula (atriz n.
2 de janeiro 1957, em
Tomaszów Lubelski , Polónia), Mina Cvetkovic
(modelo n. 18 de fevereiro 1989, em Niš, Sérvia), Karolína
Kurková (modelo n. 28 de fevereiro 1984, em Děčín, Checoslováquia), Maria
Sharapova (tenista n. 19 de abril 1987, em Nyagan, Rússia), Ewelina Olczak (modelo
n. 24 de agosto 1990, em Stargard Szczecinski, Polónia), Maryia Essman
(Мария Есьман, bielorussa, n. 19 de agosto 1989, em Minsk, miss Simpatia no Miss Intercontinental 2009), Katja, Jana Cova, Rositsa
Ivanova (modelo, miss Bulgária
2005, n. 30 de julho 1987, em Ruse, Bulgária), Maria
Kirilenko (tenista n. 25 de janeiro 1987, em Moscovo), Hana
Soukupová (modelo n. 18 de dezembro 1985, em Karlovy Vary, Checoslováquia),
Olga Antropova
(Ольга Антропова, miss Bielorrússia
2004 n. em 1983 em Polorsk, Bielorrússia), Alyona, Joanna
Krupa
(modelo e atriz n. 23 de abril 1979, em Varsóvia), Adriana
Sklenaříková Karembeu (modelo e atriz n. 17 de setembro 1971, em Brezno, Eslováquia.
Ex-recordista das pernas mais longas do mundo, no Guinness, destronada por Svetlana
Pankratova), Bianna
Golodryga (jornalista e apresentadora americana n. 15 de junho 1978, na
Moldávia), Anelia
(Анелия Георгиева Атанасова, cantora n. 1 de julho 1982, em Stara Zadora ,
Bulgária), Masha
Tyelna (modelo n. 28 de dezembro 1990, em Kharkiv, Ucrânia), Petra Němcová
(modelo n. 24 de junho 1979, em Karviná, Checoslováquia), Michaela
Ochotská (apresentadora de TV e atriz n. 19 de dezembro 1984, em Bruntál,
Checoslováquia), Eliška
Bučková (modelo n. 23 de julho 1989, em Hodonín, Checoslováquia), Natalia
Vodianova (modelo n. 28 de fevereiro 1982, em Gorky, Rússia), Carmen Kass
(modelo n. 14 de setembro 1978, em Tallinn, Estónia), Marija
Vujović (modelo n. 19 de maio 1984, em Titograd, Jugoslávia, agora
Podorica, no Montenegro), Euguenia
Volodina (modelo n. 17 de setembro 1984, em Kazan, Tartaristão, Rússia), Natasha
Poly (modelo n. 12 de julho 1985, em Perm, Rússia), Valentina
Zelyaeva (modelo n. 11 de outubro 1982, em Moscovo), Ingūna
Butāne (modelo n. 24 de fevereiro 1986, em Riga, Letónia).
[4] Mulheres
normais como Diana
García, desenhadora moda ou Carolina
Soto “Y tu mamá también” (2001, filme
mexicano, real. Alfonso Cuarón). “O filme combina uma narrativa simples com
interrupções na bandas sonora, durante as quais a ação continua, mas um
narrador fornece detalhes adicionais e contexto sobre personagens, eventos ou
cenários mostrados. Além de ampliar a narrativa, estas notas de rodapé, algumas
vezes, chamam a atenção para questões económico-políticas no México, especialmente
a situação dos pobres nas zonas rurais do país. A história em si concentra-se
em dois rapazes no limiar da idade adulta. Julio (Gael García Bernal), de uma
família da classe média de esquerda e Tenoch (Diego Luna), cujo pai é um
político importante. O filme começa com ambos os rapazes a terem sexo com as
namoradas, uma última vez, antes de elas partirem numa viagem para Itália. Sem
a companhia das namoradas, os rapazes depressa se aborrecem. Num casamento,
conhecem Luisa (Maribel
Verdú),
a esposa espanhola do primo de Tenoch, Jano, e tentam impressionar a mulher
mais velha com paleio e a invenção de uma praia isolada chamada Boca del Cielo.
Inicialmente, ela recusa o convite para ir com eles, mas muda de opinião depois
de um telefonema, onde Jano
em lágrimas confessa tê-la traído. Embora Julio e Tenoch não façam ideia de
como encontrar a praia prometida, os três partem para ela, de carro, através do
México rural e pobre. Passam o tempo a falar das suas relações e experiências
sexuais, com os rapazes a gabarem-se das suas modestas proezas, e Luisa falando
em termos mais discretos de Jano e melancolicamente do seu primeiro amor, que
morreu num acidente de mota quando ela era adolescente. Numa paragem noturna, num
motel, ela telefona a Jano deixando-lhe uma ‘nota de despedida’ no seu
atendedor de chamadas. Tenoch vai ao seu quarto à procura de champô, mas
encontra-a a chorar. Ela sedu-lo e ele desajeitado, mas entusiasticamente, faz
sexo com ela. Julio vê através de uma porta aberta e de raiva diz a Tenoch que lhe
tinha comido a namorada. No dia seguinte, Luisa tenta empatar o jogo tendo sexo
com Julio, Tenoch então revela que também lhe comeu a namorada. Os rapazes
começam a lutar até que Luisa ameaça ir-se embora. (…). Os três
dançam juntos sensualmente, em seguida, retiram-se para o quarto. Começam a
despir-se e a apalparem-se bêbedos, ambos focando a sua atenção em Luisa. Ela ajoelha-se
para mamar nos dois, eles agarram-se e beijam-se apaixonadamente”. – Maribel
Verdú,
1,65 m, 49 kg, 86-60-88, sapatos 37 ½, olhos e cabelos castanhos, nascida a 2
de outubro de 1970, em Madrid. Pergunta: “Clássico do cinema mais enfadonho da
História?”, Resposta: “2001: odisseia no espaço”.
Banda
sonora: “Here Comes The Mayo” Molotov y Dub Pistols ♫ “La sirenita” Plastilina
Mosh ♫ “To Love Somebody” Eagle Eye Cherry ♫ “Showroom Dummies” Señor Coconut ♫ “Insomnio” Café Tacuba ♫ “Cold Air” Natalie
Imbruglia ♫ “Go Shopping” Bran Van 3000 ♫ “La tumba sera el final”
Falco Jiménez ♫ “Afila el
colmillo” Titán e La Mala Rodríguez
♫ “Ocean in Your Eyes”
Miho Hatori e Smokey Hormel ♫ “Nasty Sex” La Revolución de Emiliano
Zapata ♫ “By This River”
Brian Eno ♫ “Si no te
hubieras ido” Marco António Solís ♫ “Watermelon in Easter Hay”
Frank Zappa.
[5] Yuri
Andropov, “enquanto embaixador na Hungria (julho 1954 / março 1957) desempenhou
um papel importante na coordenação da invasão soviética do país durante a
revolução de 1956”. Nesta revolta popular contra o poder soviético, Andropov
apanhou uma doença chamada “complexo húngaro”; segundo o historiador
Christopher Andrew “ele assistiu horrorizado da janela da embaixada como os
agentes dos odiados serviços de segurança húngaros eram pendurados nos postes
de iluminação. Andropov permaneceu obcecado, para o resto da vida, pela rapidez
com que um, aparentemente todo-poderoso Estado comunista de partido único,
tinha sido derrubado. Quando, mais tarde, outros regimes comunistas pareciam em
perigo – em Praga 1968, em Cabul 1979, em Varsóvia 1981, ele estava convencido
que, tal como Budapeste em 1956, apenas as forças armadas poderiam garantir a
sua sobrevivência”. Chefe
do KGB (1967-1982) será o primeiro chefe da polícia política eleito secretário-geral
do PCUS e chefe de Estado. Será durante o seu comissariado que Ronald Reagan,
um bonzinho, a 8 de março de 1983 batizará a União Soviética de “império do
mal”. E Andropov esteve-lhe na mira.
“The Secret Life of Uri Geller – Psychic Spy?” (2013), documentário realizado por Vikram
Jayanti. Uri Geller foi recrutado para trabalhar com as agências de espionagem
americanas como arma contra Nina Kulagina na “corrida
ao armamento psíquico”, entre as duas superpotências, durante a Guerra-fria. “Geller
ainda permanece recatado sobre as suas atividades de espionagem. No entanto, o
psíquico reconhece que, uma vez, os seus controladores lhe pediram para usar a
telepatia para parar o coração de um porco. Ele recusou, sabendo que, se ele
fosse bem sucedido, o próximo objetivo seria quase de certeza um ser humano [o
então chefe de Estado soviético Yuri
Andropov]. ‘Tentei executar missões que fossem possíveis’, afirma Geller. ‘Eu
disse não a coisas negras’. (…). Infere-se que Geller tentou usar os seus
poderes psíquicos para desativar radares durante o raid em Entebbe, quando os comandos israelitas invadiram um avião
sequestrado. O dobrador de colheres também usou os seus poderes mentais para
tentar apagar o conteúdo de disquetes levadas para a Rússia por diplomatas
soviéticos [agentes do KGB] e para convencer um ministro russo a assinar um
tratado de redução de armas nucleares [em Genebra, projetando mensagens de paz
na sua cabeça]. (Geller é retratado ao lado desse ministro ladeado por um jovem
e sorridente vice-presidente americano Al Gore). (…). ‘Quando Jimmy Carter foi
eleito presidente, uma das primeiras coisas que fez foi, ter o Uri Geller a
dar-lhe um briefing de quatro horas
sobre a ameaça psíquica soviética. A
América não queria uma lacuna psíquica e Uri era o tipo a
consultar nestas coisas’ disse o realizador Vikram Jayanti. (…). Após o 11 de
setembro, aparentemente, Geller foi reativado como espião psíquico. O
acontecimento formativo fundamental na juventude de Geller parece ter sido a
sua experiência de quase morte quando combatia pelo exército israelita durante
a Guerra dos Sete Dias. Ele ficou cara a cara com um soldado jordano e matou-o
para salvar a sua própria vida. ‘De toda a guerra, esse incidente particular,
essa fração de segundo de matar um ser humano, deixou-me cicatrizes e
definitivamente, tenho pesadelos recorrentes sobre ele. Aprendi a viver com
isso’, Geller diz-me. ‘Quando acordei num hospital em Jerusalém, percebi o que
tinha cometido…aquele soldado está incorporado na minha alma agora. É como meu
irmão. É dessa forma que sinto. Embora esses pesadelos recorrentes são tais que
ele aparece e agarra-me e diz: O que fizeste comigo, ainda sinto a sua alma na
minha’. Apesar de Geller ser comedido sobre como ajudou a Mossad, ele tinha uma
anedota reveladora sobre o líder militar Moshe Dayan num restaurante. Ele
(Dayan) era um ávido colecionador de objetos arqueológicos, muito antigos, de
quatro, cinco, seis mil anos. Eles estão por todo o lado em Israel. Quando ele
me conheceu e viu os meus poderes, a primeira pergunta que me fez, depois de
perguntas sérias sobre uso militar e tudo isso… foi: ‘Uri, achas que podes
encontrar-me alguns artefactos arqueológicos com os teus poderes’. Eu disse
‘Sabe, Moshe, nunca o fiz mas vamos tentar!’. Isto resultou em várias viagens
altas horas da noite quando Geller levaria Dayan com ele quando ia caçar
relíquias antigas. ‘Encontrei algumas coisas para ele. Ele adorou. Ele
costumava juntá-las no seu jardim’. (…). Em Sheffield, Geller, tardiamente,
ofereceu as suas desculpas ao povo escocês por usar os seus poderes psíquicos, de
um helicóptero, sobre Wembley, para tentar mover a bola antes de Gary McAllister
marcar o seu fatídico penálti falhado contra a Inglaterra no Euro 1996. Ele
reconheceu que essa foi uma ocasião em que definitivamente cruzou as linhas
éticas”.
[6] A conta,
por favor. O primeiro-ministro francês Manuel Valls: “Não é a Europa que nos
impõe este caminho, é uma questão de soberania. Não podemos viver acima das
nossas possibilidades”, abril 2014, no anúncio de um corte de 50 mil milhões de
euros no Estado.
[7] Um artista
enquanto jovem cão. “Tú
mataste a Tarantino”
(2003), curta-metragem mexicana, realizada por Teresa Suarez Maceiras, c/
Gabriela de la Garza ,
Juan Rios, Mariana Goya e Patrícia Llaca. “Enquanto Diana participa numa sessão
de empoderamento de mulheres no retiro Cuarto Camino, o seu marido Eugenio na
cidade do México mistura sexo e cocaína com a sua amante, Cecilia, a irmã de
Diana. O cão da Diana, Tarantino, come alguma da coca e a tragédia sucede. Eugenio
tenta encobrir as coisas enterrando-o. Quando Diana regressa procura
freneticamente Tarantino”. –
Gabriela de
la
Garza, 1,75 m, 90-62-92,
sapatos 39, olhos cor de café, cabelos castanhos, 3 de outubro de 1976, “sou da
cidade do México, nascida e criada em Colonia Condesa e
San Miguel Chapultepec, perto de Chapultepec, um dos grandes pulmões da
cidade”. Entrevista:
“Fui modelo, bailarina, intenté con la música, soy psicóloga, he tenido negocios;
no creo que haya un momento en la vida en que uno sepa qué va a hacer el resto
de sus días. Cuando llega ese momento, tampoco es definitivo. Nada nos
determina en la vida”. Gabriela é Olga
Ivanova, bailarina do trio Zubareff,
e cunhada de Mario
Moreno, na
biografia de “Cantinflas”
(2014).
na sala de cinema
“Devil Hunter” (1980), real. Jess Franco, c/
Soledad
Miranda, (sob pseudónimo de Susan Korday), Paul Muller, Andrés Monales,
Greta Schmidt... “Uma mulher é perseguida através da selva por uma multidão
furiosa vestindo tangas de pele, enquanto que outra é perseguida nas ruas por
hordas de fotógrafos em calças vincadas. As pessoas perseguindo a primeira
querem oferecer o seu coração ainda palpitante ao seu seminu deus, enquanto que,
aquelas perseguido a segunda, querem vender a sua imagem a quem pagar mais.
Qual é a diferença? – pergunta você. De certo modo, é cultural [1]. No entanto, o argumentista e realizador Jess
Franco [‘Eugénie de Sade’
(1974)] e o argumentista e produtor Julián Esteban dão um passo em frente em ‘Devil
Hunter’ (ou, ‘Sexo canibal’), uma película canibal saturada de miolos e pouco
mais. À superfície, o filme parece mais uma tentativa de ganhar dinheiro com
toda a loucura canibal que varria a Europa durante a era disco. Todavia, a borbulhar por debaixo de todo esse absurdo de
mastigar tripas, existe uma empolgante sátira, uma que deita um olhar arguto ao
vacilante estado da supremacia branca no final do século XX”.
“Prime Evil” (1988), real. Roberta Findlay,
c/ William Beckwith, Christine Moore, Mavis Harris… “Um grupo de monges
renegados assina um pacto com o Satanás em pessoa. Em troca da sua
imortalidade, a cada 13 anos, eles juraram sacrificar um parente em seu nome.
Nos tempos antigos, as vítimas eram abundantes e os corpos facilmente descartados.
Com o passar dos anos, porém, eles têm de se aventurar cada vez mais perto da
cidade. Agora, no século XX, a sua busca levou-os a Nova Iorque, onde os
homicídios são comuns e a maior parte das vezes ignorados. Contudo, uma freira
notou e, junto com a congregação, contratou um investigador privado. A cidade
está prestes a transformar-se em torta de carne moída, quando as forças do bem
e do mal se confrontam antes que a próxima cerimónia sacrificial esteja completa”.
“Matou a família e foi ao cinema” (1991),
real. Neville de Almeida, c/ Cláudia
Raia (Márcia), Louise Cardoso (Renata), Alexandre Frota (Bebeto)… “No Rio
de Janeiro, após uma discussão com os pais, um jovem chamado Bebeto mata a
família e vai ao cinema, onde assiste a quatro estranhas curtas-metragens. A
primeira é sobre uma mulher rica, Márcia, enfastiada com o casamento, decide
passar um par de dias sozinha na sua casa de Petrópolis. Quando, inesperadamente,
a sua melhor amiga Renata chega para lhe fazer companhia, embebedam-se, e algo
trágico acontece. A segunda é sobre um falhado que chega a casa chateado e
bêbedo e mata a família. A terceira é sobre um trágico relacionamento lésbico
reprimido. A última é sobre um homem viciado em roubar roupa interior feminina”.
___________________
[1] No século
XXI, o papel cultural da mulher para o homem, viril, culto, ativo, confina-se a
simples screen 3D para o sacrifício
a) que ele presta ao deus egípcio Atum (ou Tem, Temu, Tum, Atem criou
o universo masturbando-se. O fluxo e refluxo do rio Nilo são consequência das suas
ejaculações).
–
a) Quadro clássico moderno de “The Fourth Body” (2004), livro & DVD de Roy Stuart, publicado pela
Taschen, c/ Anna Bielska, Mika'ela
Fisher, Li Jin, Aviva Manya… música: Roy Stuart, Gary Lucas, Antonio
Floriot; letra: Nelson Villamor, Guillaume Apollinaire; vozes: Anna Bielska,
Aviva Manya, Gary Lucas, Louise Berton, Nelson Villamor”. “Roy Stuart começou
como fotógrafo mas também fez filmes documentais como ‘Glimpse’.
As suas fotos, amiúde, lidam com o corpo feminino. Em ‘The Fourth Body’ aparentemente
vemo-lo a trabalhar. Não que vejamos muito os fotógrafos, o filme concentra-se
nas mulheres. Algumas vezes estão vestidas, usualmente estão nuas. Vemos cenas hardcore a serem rodadas, mas geralmente
vemos as mulheres no cenário. Muitos destes cenários são artísticos, estranhos
ou fascinantes. Há também breves imagens da mudança da guarda em Copenhaga. Este
filme não é um filme no sentido tradicional, pois, de facto, não é contada nenhuma
história. Na verdade, é mais ou menos uma colagem de fotografias em movimento”.
A
heroína Anna Bielska – modelo no site
Met-Art rendia arte como Takya A
em produções fotográficas de Roy Stuart tais como “Mademoiselle”
(12 de março 2003) ∙ “Mademoiselle
Does Not Behave” (22 de agosto 2003) ∙ “Libertas”
(14 de julho 2003) ∙ “Cap D\’Agde” (16 de dezembro 2006). Uma
“Blowjob Queen” nos filmes de Roy Stuart: Anna Bielska / Anna Biella,
na série Glimpse
(vídeo extraído de Glimpse 3), ou em “Giulia”
(1999), produzido por Tinto Brass para a compilação “Tinto Brass presenta
Corti Circuiti Erotici”, ou “The Lost Door”
(2008): “um thriller erótico que
estica a linha entre fantasia e realidade. Esta interação é já um tema
dominante na fotografia de Stuart e é explorada sob uma nova luz, com as
adicionais complexidades do diálogo, movimento e música”.
O
fotógrafo e realizador Roy
Stuart nasceu a 25 de outubro
de 1959 em Nova Iorque.
“1977-1980.
Estes foram os anos da evolução de Roy Stuart em Nova Iorque no
contexto da chamada contracultura americana. Poetas, músicos e drogados. Ele convive
com Gregory Corso e Allen Ginsberg, mas de extrema importância foi o encontro
com o poeta cubano Nelson Villamor de quem se tornou amigo íntimo. Stuart e
Villamor partilharam uma experiência musical ligada à banda Pigeons of the
Universe. Paralelamente à música, na alvorada dos anos 70, Stuart teve a sua
primeira experiência cinematográfica: um pequeno papel no ‘Padrinho II’ e,
posteriormente, em muitos outros filmes, entre os quais alguns classificados
para adultos na época (do realizador italiano Lasse
Braun).
(…). 1980-1990. Stuart, aparentemente decidido na recusa do american way of life, abandonou os Estados Unidos para a
Europa. Estabeleceu-se na Inglaterra, onde tirou instantâneos eróticos da sua
namorada, que mais tarde venderia a algumas revistas francesas. (…). Roy Stuart
tornou-se fotógrafo profissional e, durante um certo período, trabalhou também
como fotógrafo de moda. O clima tenso em Londres nos anos 80 desencadeou a sua
partida para Paris”. ▫ Michel Houellebecq gaba-o:
“Ele é dotado a filmar as mulheres, a sua dança…”. ▫
Na promoção do filme “The Lost Door”, para “Le
cabinet des curiosités”, “o mestre do erotismo dos salões burgueses
parisienses propõe-nos uma trip rock ‘n’
roll poética ao encontro de Guillaume Apollinaire”. ▫ Roy StuartDocumentary (2013). ▫ Obra fotográfica no site Met-Art: Eloise
A
¶ Elsi
A ¶ Keiko
A ¶ Swanna
A
¶ Yuka B
/ Yuka
B
¶ Asuka
A
¶ Yuka
B & Asuka A ¶ Yuka
B & Melinda A ¶ Ajanna A ¶
Elettra
¶ Carla
A ¶ Bisine
A ¶ Cribelle
A ¶ Yomor
A.
no aparelho de televisão
“Sweet & Sour” (1984), série transmitida
de segunda a sexta-feira pelas 20:30 na RTP 2. De segunda-feira, 20 de outubro
a sexta-feira, 14 de novembro de 1986. Publicitava-a a RTP: “série australiana dirigida
ao vastíssimo público jovem e refletindo a vitalidade da juventude, ‘Sweet and
Sour’ combina a música dos nossos dias, o drama e a comédia, numa mistura
destinada a divertir os jovens e a estimular o interesse daqueles que não estão
ainda habituados ao som e ritmos modernos. A série documenta os esforços dos
The Takeaways, um conjunto recentemente formado, e que tenta penetrar e vencer
no circuito dos pubs do centro da sua
cidade”. Enredo: “em meados de 1983, uma banda de Sydney, The Takeaways, é
formada. Inicialmente, composta por Carol Howard, Martin Kabel e George
Poulopoulos. Carol Howard (Tracy
Mann) é uma atraente vocalista e guitarrista principiante de Melbourne; ela
seguiu uma carreira na representação com pouco sucesso, mas está focada agora
na sua música. Carol escreveu a sua primeira canção no comboio para Sydney.
Martin Kabel (David Reyne) é um estabelecido, embora sem sucesso, guitarrista
que quer progredir na sua banda atual: ele gostaria de cantar as suas próprias
canções. Martin tem a sua oportunidade com os Takeaways. George
Poulopoulos (Arky Michael) está mais interessado em jogar futebol pelos
Combined Hellenic Travel Agents, mas relutantemente junta-se ao grupo para
tocar baixo. Ele aprende a tocar na primeira sessão de ensaio da banda,
lentamente, supera a sua timidez e torna-se num músico confiante. (…).
Enquanto isso, Christine
Yates (Sandra Lillington) invade a casa deles e, em vez de a entregarem à
polícia, eles oferecem-lhe um lugar na banda. O pai de Christine, o lendário
saxofonista dos anos 60, Shrug Yates (Martin Vaughan), ensina-a a sentir a
música enquanto toca o saxofone. Christine é vocalista principal
nalgumas canções”. “Gloss” (1987-1990), série transmitida na
RTP 1 cerca das 13:30 às sextas-feiras, de 16 de junho de 1989 / 20 de Julho de
1990. “Gloss
foi uma popular série dramática neozelandesa produzida pela TVNZ que foi
exibida no final dos anos 80. Acompanhava uma família rica, os Redferns, com um
lucrativo negócio nas revistas de alta-costura. Yuppies, enchumaços e méthode
champenoise abundam nesta glitter soap”. “Foi dirigida por Chris Bailey. A telenovela neozelandesa
centra-se em torno da família Redfern, donos de um império editorial que
enfrenta muitos escândalos, controvérsia e dificuldades. O império editorial
tem a sua sede em Auckland e foca-se no cruel mundo das revistas de
alta-costura. Maxine Redfern (Ilona Rodgers)
é uma editora glamorosa e sensata, a trabalhar duro para trazer a sua visão
original para a empresa, apesar do drama que muitas vezes a rodeia”
na aparelhagem stereo
No
princípio… os sons pipilavam ao redor, os da natureza “Sons da British
Library”, os da voz humana “BBC Voice recordings”, emulsionados
em placas de Petri, umas de ócio outras de negócio, fez-se música. “22
miles of hard road / 33 years of tough luck / 44 skulls buried in the ground /
Crawling down through the muck / Aw yeah”: “Souljacker Part I”
(2001), p/ Eels (vídeo realizado p/ Wim Wenders). Dois dedos de evolução depois.
“And trust me they know it all alone / From the first time they lay their eyes
on you / They said I really shouldn’t want you back / oooh oooh oooh”: “They Know” (2014), p/
Índia Malhoa. No
intervalo, festejam-se os países orgulhecidos. “Para a esquerda para a direita
/ Ao som do kuduro Portugal se ajeita / Para a direita para a esquerda / Ao
ritmo do kuduro / Com as cores da bandeira”: “As Cores da Bandeira” (2012),
p/ Índia Malhoa, Ana Malhoa ft DJ True Love. Num élan remissório, escreveria Miguel de Cervantes: “Onde há música
não pode haver coisa má”. Subtraindo-se o mal sobra o bem, e o bem…
“When Metal Ruled the World
(80's LA Sunset Strip
Story)”. Simplificava a década de 80 em Los Angeles o fotógrafo de rock Neil Zlozower: “Eram os anos do reaganomics, excesso de tudo: excesso de dinheiro, excesso de
drogas, excesso de bebida, excesso de mulheres” [1].
Em Lisboa, brandiam as facas da casa os Samurai.
“Eram um projeto de hard FM / pop de Francisco Landum, guitarra / voz
(ex-TNT / Ibéria) e Manuel Cardoso, guitarra / voz (do grupo de rock progressivo Tantra), com a ajuda de
Tónica, baixo e Tony Duarte, bateria. O seu primeiro concerto foi na discoteca
Voxmanias a 29 de maio de 1987. No final de 1986 gravaram o seu álbum de
estreia ‘Samurai’ nos estúdios M.I.D.I., produzidos por Landum e Cardoso. O
álbum incluía 9 canções, metade cantadas em inglês, metade em português, ‘Dance Forever’, ‘Shout for Love’, ‘Amazona’, ‘I Know’, ‘Radio Suicide’,
‘Bandeira’, ‘Sem ti’, ‘Sexo
no chão’, ‘Amazona (O regresso das amazonas)’” [2].
“Get Thrashed: The Story of Thrash Metal”. Substanciava este subgénero musical o
vocalista dos Slipknot Corey Taylor: “Era um grito de guerra, vamos queimar os
nossos ídolos, vamos criar algo completamente diferente, e têm que se aguentar,
portanto vão-se foder”. Em Lisboa, trashavam
os Decay. “Da Parede, Lisboa,
banda de black / trash metal. Formada em agosto
de 1990 por dois amigos, J. A., guitarras / voz e Nuno, guitarra. Com a
colaboração de Pedro na bateria e Carlos no baixo, os primeiros ensaios
aconteceram em setembro.
Em outubro, Jorge ‘Divino’ Fonseka (futuro Cunnilingus
– ‘Sodomizada pelo
pentagrama’ ♫ ‘Pantera
negra’ ♫ ‘Beber e
foder’) juntou-se como vocalista. Em dezembro, a banda gravou a sua cassete de promoção com
quatro faixas: ‘Untold Tales (Intro)’, ‘No Tomorrow’, ‘Our Existence’ e ‘Too
Fast’, e no mesmo mês tocaram o seu primeiro concerto na Parede, no dia 16 de
dezembro. A segunda atuação é realizada a 17 de março de 1991, e logo Pedro e
Jorge abandonaram o grupo, sendo substituídos por Mike (Moonspell) e João
(Moonspell, Grog, Ironsword), respetivamente. É por volta dessa época que eles
mudaram o nome para Decayed”. “A banda viria a
mudar o nome para Decayed e avança para um black
metal estilo Bathory. Com várias
formações, os Decayed lançaram uma sucessão de maquetes, 7 polegadas e álbuns
em várias etiquetas underground
europeias. Por volta de 1996, o baterista J.B. saiu e nas gravações posteriores
usaram uma caixa de ritmos. Em 2002, o último membro restante abalou, deixando
o fundador, J.A., como o único sobrevivente que, até hoje, continua a banda
recorrendo a músicos de estúdio” – “The Conjuration of the
Southern Circle” (1993) ♫ “In Lustful Mayhem” (EP
1995) ♫ “The Book of Darkness”
(1999) ♫ “The Black Metal
Flame” (2008).
“Reportagem [TVI] - Black Metal”.
Peça de bom jornalismo, a locutora introduz: “A Portugal a música de Satanás
chegou uma década depois, os seguidores do black
metal, anticristãos e satanistas,
aumentaram consideravelmente nos últimos anos, profanar cemitérios e incendiar
igrejas são rituais satânicos cumpridos por muitos que fazem do black metal uma forma de estar na vida”. Bate forte com Ciência,
o sociólogo João Teixeira Lopes: “Atacar o cristianismo é uma forma também de
promoção. Eles são tão audazes, são tão corajosos, são tão fora do sistema que,
vão diretamente à raiz daquilo que costuma ser o ritual dos outros, o sagrado
dos outros, digamos, as normas dos outros. É uma forma de demarcação radical.
Agora, não é uma forma, como é que hei de dizer, consciente, reflexiva, que
tenha uma ideologia no sentido clássico da palavra, não. É meramente uma
revolta difusa que encontra algo que agrega energias, que agrega fúrias, que
agrega ódios, que agrega no fundo um conjunto de frustrações que vêm, como eu
disse, do falhanço da integração social noutras instituições, designadamente na
escola, na família e no mercado de trabalho” [3].
– “A expressão black metal foi cunhada pela banda inglesa Venom
com o seu segundo álbum ‘Black
Metal’ (1982). Embora considerado trash
metal em vez de black metal, pelos padrões
de hoje, as letras e imagética do álbum focavam mais temas anticristãos e
satânicos do que qualquer outro antes. A música era rápida, rude na produção e
com vocais roucas ou grunhidas. Os membros dos Venom também adotaram
pseudónimos, uma prática que se propagaria entre os músicos de black metal”.
Em
Gaia, masturbava-se… intelectualmente, os Candle
Serenade. “Mais do que um mero projeto de black metal, os Candle
Serenade constituía para os seus membros uma horda, uma congregação esotérica
em torno da qual se realizavam debates, reuniões e rituais orientados pela
crença no oculto em geral e no satanismo, vampirismo e paganismo em particular. Formados
no verão de 1993 pela guitarrista Daniela Portela (aka Stregoyck, editora do fanzine
‘Metalkraft’),
o quinteto era ainda constituído por Odranoel (voz), Belfegor (guitarra),
Nihasa (baixo) e Demogorgon (teclas). A banda estreou-se no ano imediatamente a
seguir com a promo-track ‘Tales from Walpurgis’,
gravada nos Estúdios Rec'n'Roll e aclamada no meio underground. O registo denotava uma vastidão de influências,
explorando especialmente texturas familiares ao gothic / doom / black metal. Esses elementos seriam ainda mais evidentes no único álbum
publicado, ‘Nosferatu's
Passion’, em que
Stregoyck assume o lugar deixado vago por Odranoel”. – O doom desce em linha reta dos Black
Sabbath. Exempli gratia a banda formada em 2006 em Hickory, Carolina do Norte, Hour
of 13. Levanta-se o seu vocalista Phil Swanson: “Não sou realmente um ‘cantor’
cantor. Concentro-me mais no fraseado e na prestação do que em carregar notas.
Nunca fui treinado e efetivamente não acredito nisso, rouba toda a sua
identidade, e você parece um grande maricas ao fazer toda essa merda. Isto é metal, não ópera! Simplesmente deite-o
cá para fora! É tudo o que precisa de saber. O meu treino é como fã, presto
atenção e tomo nota das pequenas nuances que ouço. Prefiro mil vezes um cantor
estilístico como Bon Scott a Bruce Dickinson. Não é que eu não aprecie talento,
simplesmente não tenho nenhum” – “Who’s to Blame”. No doom, em Portugal, os Agon doominavam
na Bobadela (1996-98), com Paulo Ribeiro, voz / guitarras, Soraia, voz, Rui
Bettencourt, guitarra rítmica, Jorge Bettencourt, teclas, Capitão, baixo e
Pedro Peres, bateria. Gravaram a maquete “The Dawn of Times” (1997) e o EP
“Silent Cries” (1997) com as faixas “The Night” ♫ “Silent Cries” ♫ “Bestial Devotion” ♫
“Fearing Myself” ♫
“Eternally”.
“A Documentary about Death Metal”. Danny Nelson, vocalista dos Malignancy, matava de vez
a definição: “Death metal, para mim, é o período mais extremo
de toda a gama metal, quero dizer, é
o mais técnico de tocar, realmente difícil de tocar, é quase como o equivalente
metal do jazz” [4]. De Espanha soprava os bons ventos dos Haemorrhage,
formados em 1990, c/ Lugubrious, voz, Luisma, guitarra, Ana Belén
de López, guitarra rítmica, Ramón Checa, baixo e Jose, bateria – “Via Anal
Introspection” (1995) ♫ “Mortuary Riot” (2002) ♫ “Suzio Policia” (2012). Em Gafanha
da Boavista, Ílhavo, jazeram os Deification com
três maquetes: “Promo tape Fev. 95” (1995), “A New God Had Been Created” (1995)
com as faixas “A New God
Had Been Created” ♫ “Unholy
Truth” ♫ “Putrid Mind”
♫ “Eternal Dream” ♫ “Suffer Land” e “The
Stolen Tracks (the last rehearsal)” (1996) com as agradáveis melodias
“Cadaveric Decomposition” ♫ “Hands of Disfiguration” ♫
“I’m Encarnation of Evil”.
Folk metal
local, os Hyubris. “A banda formou-se em 1998 e
começou uma aventura chamada ‘Lupakajojo’, as iniciais dos seus integrantes.
Juntos exploravam o heavy metal. Em 2001 surgiu uma mudança na
formação da banda: Filipa Mota tornou-se na vocalista e introduziu a flauta na
sonoridade do grupo. A banda mudou o nome para Hyubris que significa Desafio
aos Deuses. Ainda nesse ano lancharam o EP ‘Desafio’. Em 2002 destacaram-se em
participações como na Festa do
Avante” – “Canção de
Embalar” (2005).
“American Goth” (2005)
documentário de Ryan Rhea. “Em 2002, a cidade de Blue Springs, Missouri,
candidatou-se e recebeu uma verba federal de 273 000 dólares para investigar a
cultura gótica”. Este “documentário de 86 minutos fornece uma análise
aprofundada da cultura gótica que é, muitas vezes, tipificada por roupas pretas
e um interesse em música sombria, literatura e cultura. Numa era pós-Columbine,
os góticos têm sido percebidos e estereotipados de muitas formas. American Goth
é um documentário coloquial em estilo ‘faça você mesmo’ que pergunta se a
cultura gótica constitui uma ameaça para a sociedade ou se é simplesmente um
estilo de vida alternativo”. Na margem alternativa do Tejo, os Capela das Almas. “Foi uma banda de gothic metal nascida em Almada em finais de 1989. Muito influenciados por
grupos como The Sisters of Mercy ou Fields of The Nephilim, só em 1993, após
diversas alterações no seu line up inicial, gravam o seu único trabalho,
‘Estranhos São os Desígnios de Deus’, que será editado no ano seguinte no
formato cassete. Dada a muito boa aceitação por parte do público apreciador do
género, esta demo permitiu-lhes a
possibilidade de atuação em cerca de 40 concertos. Destes, poder-se-ão destacar
a abertura da tour ‘Under The
Moonspell’ dos Moonspell e a primeira parte do derradeiro concerto dos Land of
Passion ocorrida no Ponto de Encontro em Almada” –
“Fogo de outra sorte”
(1994) ♫ “Avé” (1994).
“Em
janeiro de 2008, um jovem casal
gótico de Dewsbury, West Yorkshire, viu recusada a sua entrada num
autocarro… porque o rapaz trazia a sua namorada pela trela – precisemos que ela
é totalmente consenciente e que ela se considera como um animal doméstico. Quem
diz gótico diz interesse pela música (entre outras formas de expressão
artística), confirmado pelo facto de a jovem, Tasha Maltby, 19 anos, ser
estudante de tecnologia do som. (…). Considerada a madrinha e a inspiradora da
franja mais rigorista do movimento gótico (tal como John Cale, que participa
muitas vezes nos seus discos), Nico
deixou uma obra somítica – seis álbuns de estúdio em vinte anos – mas
extremamente singular. (…). Nos anos 80, vivendo entre Manchester e Ibiza –
onde morre, vítima de uma hemorragia cerebral, após uma queda de bicicleta em
1988 – ela adaptou-se à nova geração cold,
dando concertos acompanhada de jovens músicos britânicos, como os Bauhaus. O
seu cantor Peter Murphy dirá: ‘Nico era gótica, mas de um modo Mary Shelley,
enquanto que os outros eram de um modo filmes de terror da Hammer. Todos
tinham produzido Frankensteins, mas o de Nico era o verdadeiro’”,
na revista “Les inrockuptibles hors série - Les filles du rock” [5].
___________________
[1] Em
Portugal nessa década vivia-se o habitualnomics
i.e. a aplicação de medidas de austeridade para corrigir desvios na economia
que, cientificamente, se chamava “apertar o cinto”, e o lógico passeio no
parque. As salas de cinema abriam as portas como bocas esfomeadas e o dinheiro
para as trespassar jazia nas ruas. 1983 estreou. “Sem Sombra de Pecado”
(1982), real. José Fonseca e Costa, c/ Victoria Abril (Lucília / Maria da Luz),
Mário Viegas (Henrique), Armando Cortez (tenente Sanches), João Perry (tio
Miguel), Lia Gama (Adelina)… do conto “E aos costumes disse nada”, de David
Mourão-Ferreira, no livro “Gaivotas em terra”. – Com razão, David Mourão-Ferreira
ficou desgostado por não se ter “nem no cântico dos seios nem no soluço das
pernas” de Victoria
Abril; explicou Fonseca e Costa: “Fiz uma pergunta sacramental ao David:
está interessado em trabalhar comigo na adaptação, sendo você escritor? E ele
disse não, não, não quero meter-me nisso. Você faz da história aquilo que
quiser, e assim foi, e assim foi. Eu levei as coisas ao ponto de nem sequer
convidar o David para assistir às filmagens. O David, depois, falando sobre
isso, disse-me: Ao Zé nunca lhe perdoarei que nem sequer me tivesse apresentado
a atriz que veio fazer o papel. E foi confrontado com o filme depois de ele ter
ficado pronto. Quando o filme acabou, eu estava à espera que o David viesse
dizer-me qualquer coisa. O David saiu da sala, parecia uma seta, e nem me viu e
atravessou a rua para entrar em
casa. Eu fiquei espantado, bom, ele deve ter detestado o
filme. Não viu o filme, com certeza absoluta, porque nem sequer me disse nada
antes de entrar em casa. O David
volta-se para trás, vem a correr para mim a dar um grande abraço e disse-me: Olhe,
gostei muito do filme. Bom, fiquei tranquilo, como imagina”. Estreou na sexta-feira,
11 de fevereiro de 1983 no Éden e Cinebloco (Lisboa), Lumière (Porto), Gil
Vicente (Coimbra) e Rosa Damasceno (Santarém).
Também
estrearam nesse ano, não um mas dois James Bond. “Octopussy” (1983), c/
Roger Moore estreia quinta-feira, 27 de outubro de 1983 no São Jorge sala 1, no
Ávila, av. Duque d’Ávila, 92-A e no 7.ª Arte, av. da República, à estação de
Entre Campos, junto ao n.º 68. “Never Say Never Again”
(1983), c/ Sean Connery estreia quinta-feira, 15 de dezembro nos mesmos
cinemas. “Bilbao” “a
história de um fascínio” (1977), real. Bigas
Luna, c/ María Martín (María), Àngel Jové (Leo), Isabel Pisano (Bilbao)… estreia
sexta-feira, 13 de maio no Quarteto sala 1, rua Flores de Lima, 16. “María é
uma atriz em decadência, que tenta conservar o glamour dos seus tempos de glória. Assim, mantém um caso com Leo,
mais novo que ela, e com o tio (Jordi Torras) do rapaz, que garante o seu
sustento. A relação entre eles é uma mistura de autoritarismo, materialismo e
sadomasoquismo. Na sua busca por motivações fetichistas, Leo conhece e apaixona-se
por Bilbao, uma bela mulher que ganha a vida prostituindo-se e fazendo strip-tease nos lugares mais sórdidos.
Como se ela fosse um objeto, ele quer apropriar-se dela”.
“Sob a influência de ‘The
Collector’ (1965), o filme de William Wyler, baseado no best-seller homónimo de John Fowles, em que Terence Stamp
rapta uma jovem e ‘coleciona-a’ como faz com as borboletas, e que no final
morre por falta de assistência médica, Luna consegue uma das maiores obras-primas
do cinema espanhol de todos os tempos, ao filmar apaixonadamente esta sórdida
crónica impregnada de um erotismo mórbido e doentio, pleno de magnetismo e
revestida de uma pátina suja e decadente, edificada sobre a vida quotidiana de
um psicopata maníaco e escrupuloso nos abismos do delírio e da perdição”.
Na
quadra natalícia de 1983 é reposto o filme mais importante alguma vez exibido em Portugal. Os desenhos
animados, os “101 Dálmatas”
(1961), de quinta-feira, 15 de dezembro de 1983 / quarta-feira, 4 de janeiro de
1984 no cinema Tivoli. De sexta-feira, 16 de dezembro de 1983 / sexta-feira,
17 de fevereiro de 1984 no cinema Alvalade. De sexta-feira, 16 de dezembro de
1983 / quinta-feira, 5 de janeiro de 1984 no cinema Turim, estrada de Benfica,
723 A. De sexta-feira, 17 de fevereiro de 1984 / quinta-feira, 22 de março
de 1984 no cinema Caleidoscópio. O filme impactou fundo nos jovens portugueses impacto
que medrará. Em 2014, o candidato às eleições europeias Paulo Rangel: “Gostaria
de dar uma novidade, é que este Manifesto é um manifesto da geração das redes
sociais (…). Está organizado em 101 tweets,
tantos como os dálmatas, 101, todos, todos e cada um deles, com menos de 300
carateres”. “Tootsie”
(Quando ele era ela) (1982), nomeado para 10 Oscares, incluindo melhor filme,
melhor ator Dustin Hoffman, melhor realizador Sydney Pollack, melhor atriz
secundária Jessica Lange, melhor atriz secundária Teri Garr, estreia
sexta-feira, 25 de março nos cinemas Castil, 7.ª Arte e Cine Estúdio Terminal.
Entretanto, no Terminal, um pouco mais acima, queimava-se tempo, gamava-se e arrebentava-se:
“‘a
escumalha do Cais do Sodré transitou para o centro comercial’, diz, desabridamente,
uma lojista do centro comercial Terminal, no Rossio”. “Outros, sobretudo
rapazes, esperam nos corredores ou nos largos de acesso à estação do Rossio,
por um gesto de simpatia. Então, vagarosamente, dirigem-se à casa de banho da
estação, a única que não tem guarda, e a troco de dinheiro, por lá ficam longos
minutos. (…). ‘Tivemos de cerrar as portas das casas de banho para podermos
contar as pernas. Quando lá estão quatro é porque a coisa não está bem’. Este
processo engenhoso contado por uma empregada dos sanitários do centro
comercial, onde depois de instaurado um sistema de controlo não existem
problemas, não vigora nos sanitários junto às plataformas de embarque, onde o
terreno é dos ‘arrebentas’”. Por 200$00 o homem casado, infeliz pela inaptidão
da esposa, finalmente tinha um orgasmo mamando um Calipo morno nas casas de
banho da Estação do Rossio. Os 200 paus chegavam, por exemplo, para ir ao Cine
222, av. Praça da Vitória, 37 (ao Saldanha), ver bom cinema como os Gansos
selvagens, “The Wild Geese” (1978),
onde morriam mais pretos que no enriquecimento da Guiné Equatorial para em 2014
resgatar bancos
portugueses, BCP, Banif… (Exibido de quinta-feira, 12 de janeiro / sexta-feira,
10 de fevereiro de 1984). “O filme teve a assessoria do famoso mercenário
Coronel Mike Hoare, também conhecido como Mad Mike, que ficou mundialmente
conhecido pelas suas ações em África nos anos 60. (…). Em meados da década
de 70, Hoare foi contratado como consultor técnico para o filme ‘The Wild
Geese’, a história fictícia de um grupo de soldados mercenários contratados
para resgatar um presidente africano deposto. O coronel Alan Faulkner
(interpretado por Richard Burton) teve como modelo o próprio Hoare. Pelo menos
um ator no filme (Ian Yule) foi efetivamente mercenário sob o comando de Hoare.
Dos atores interpretando mercenários, quatro tinham nascido em Africa, dois
eram antigos prisioneiros de guerra e a maioria recebeu treino militar”.
Na
década de 80 chupava-se também muitas pílulas de alho Rogoff, extrato
concentrado de alho forte, “para chegar à mesma idade e estar ainda fresco e
cheio de vitalidade tome as famosas pílulas Rogoff”; preparado por: Woelm
Pharma (Alemanha Ocidental); representantes: CREFAR – Representações, Lda. rua
da Madalena, 171 - 2.º Lisboa.
[2] No
programa “Deixem passar a música” (1987-1988), transmitido na RTP 1, Manuela
Bravo convidou os Samurai. Apresentou-se Manuela: “Foi assim que tudo começou,
1979, Festival da Eurovisão em Istambul, a cantiga chamava-se ‘Sobe sobe balão sobe’, e
por ela eu deixei o meu curso de Direito para enveredar por uma carreira
profissional a tempo inteiro como cantora. Carreira essa que já dura nove anos,
nove anos de muita luta, muito sacrifício, muito esforço, de muita música, de
muitas canções, mas tem valido a pena. A todo o meu público, a todas as pessoas
que sempre me receberam com muito carinho, com muita amizade, eu dedico esta
dúzia de canções”. Os Samurai tocaram “Shout for Love”. Depois, Manuela
apresentou-os: “Os Samurai são uma ótima banda e merecem maior projeção, pois o
seu trabalho não é inferior a muitos outros de importação. É com prazer que os
tenho no meu programa, e quero agradecer-lhes terem regravado um dos seus temas
mais fortes, de modo a que fosse possível cantá-lo comigo”. E
juntos cantaram “Amazona”, ela vestida de blusa branca, gravata e calças de
cabedal pretas: “Amazona let me into your heart / Amazona / I have the right / Have
the right / Have the right to be in love”.
O
balão do tempo. Em 2013, a cantora Manuela Bravo “apresentou uma queixa-crime em
tribunal por ‘difamação, insultos em via pública e tentativa de agressão’
contra a atriz Paula Martin da Silva, ex-colaboradora do projeto
‘Cumplicidades’. (…). ‘Do que se passou nos bastidores, não vou falar’, diz a
atriz. ‘Quero apenas salientar que escrevi um musical para ela, que nunca me
agradeceu’. O início da história remonta a fevereiro, quando o produtor Vítor
Aroeira decidiu homenagear Manuela Bravo pelos 40 anos de carreira e encomendou
um texto a Paula Martin da Silva. Assim nascia ‘Cumplicidades’, espetáculo que
cruza música e palavra e era interpretado pelas duas artistas. Vítor Aroeira
diz que investiu ‘cinco mil e tal euros’ no projeto, onde ‘toda a gente tinha
concordado ganhar à bilheteira’. Depois de sete sessões no Parque Mayer e com
sessão marcada para amanhã (23/8/2013) na Costa da Caparica, a cantora
abandonou o show, no dia 12, por e-mail. ‘Fez uma birra porque foi chamada à
atenção por usar indevidamente o patrocínio de um cabeleireiro, e quis
sair", conta Teresa Santos, colaboradora de ‘Cumplicidades’. ‘Para mim, é
uma grande infantilidade’”.
[3] O mercado
de trabalho, em Portugal, só será domado like
a bitch pelo ex-ministro da Economia Álvaro Santos Pereira: “Tínhamos
um mercado laboral demasiado rígido, e um mercado laboral que também é um
bocado muito dual, ou seja, para as pessoas da vossa geração – o que os
economistas gostam de dizer no seu jardão jargão, a história do insider outsider – para as pessoas da vossa geração, poucos direitos,
para outras pessoas, muitos direitos, portanto era importante fazer e estimular,
flexibilizar a contratação. (…). É muito fácil falar de crescimento. Eu
gosto de crescimento. E eu pergunto a todos vós: quem é que não gosta de
crescimento? Quem não gosta de crescimento não percebe o que o crescimento
é. (…). Porque é que a competitividade fiscal é tão importante? Porque se eu
for um investimento um investidor estrangeiro, eu olho p’a Portugal e p’a
outros, outros países no mundo, na Europa e noutras partes do mundo e pergunto:
porque é que eu hei de investir em Portugal? O investidor só investe em
Portugal se fizer sentido. (…). Ou seja, é todo um pacote de incentivos que
esse investidor está à procura. Porque se o pacote de investidor não for
competitivo, esse investidor vai a outro país e vai conseguir um pacote de
incentivos tão bom ou melhor do que nós avançamos. (…). Não era sexy apostar na agricultura, na
indústria, nas minas e por isso abandonámos tudo (…) e quando o fizemos criámos
as condições para termos a crise atual que temos atualmente” (perolava para
jovens de JSD, fevereiro 2013).
[4] Para
apreciar plenamente este género musical “Aquela que é já considerada a mais
importante revolução no campo do áudio depois da grafonola, eis que os
melómanos portugueses têm desde dezembro de 1983 a oportunidade de observar e
adquirir o fenómeno compact-disc.
(…). Fundamentalmente, o CD tem por característica forte a reprodução de música
gravada em pequenos discos de 12 cm de diâmetro, sem que qualquer ruído de
fundo, distorção em graves e agudos, reverberações, ou mesmo sujidade, possam
afetar a audição. (…). Mas o CD não fica por aqui e traz-nos, por extensão, uma
dinâmica de sons a todos os títulos notáveis, permitindo, pelas suas
caraterísticas técnicas que, todos os instrumentos musicais possam ser ouvidos
com perfeita clareza. (…). Além disso, CD tem uma outra e definitiva
caraterística: sabendo-se que o elemento de leitura dos discos é um feixe
laser, portanto, sem qualquer contacto físico com os discos, estes obviamente,
deverão ter uma duração ‘infinita’, sem perda de qualidade. (…). Os discos têm
12 cm de diâmetro (1/6 da área dos 30 cm vinil). Apenas um lado se encontra
gravado, podendo comportar 60 minutos de música ininterrupta, e em certos casos
70 minutos. Contrariamente ao sistema vinil, a leitura faz-se do centro do
disco para o exterior a uma velocidade de 200 rotações p/m no interior e 500
rotações p/m no exterior (no vinil: 33 1/3 rotações p/m). (…). O CD não para
aqui. Dada a sua fácil utilização, e bem assim a possibilidade de ser deslocado
do seu ponto de apoio normal, os técnicos desenvolvem já a utilização em
automóveis, ponto máximo e meio caminho para a quebra da cassete neste tipo de
veículo.
Numa
primeira fase, e dos cerca de trinta leitores já comercializados na Europa,
Portugal, por dimensões de mercado, verá apenas três marcas. Curiosamente, duas
delas utilizando a mesma tecnologia da terceira. As duas são a Marantz e a
Grundig, a terceira é a Philips. A Marantz é, digamos assim, um ‘agente
tecnológico e comercial’ da Philips, no Japão. A Grundig tinha já há algum
tempo sido parcialmente comprada pela Philips, e agora vai mesmo ser gerida
totalmente pela multinacional holandesa. (…). Numa segunda fase, a Pioneer e
pelo menos a Denon, farão também a sua entrada. (…). Para não assustar já,
começamos por dizer que eles custam em média o equivalente a um bom conjunto de
alta-fidelidade. Em escudos, isto traduz-se por cerca de 160 contos para o
Philips e 190 para o Marantz. (…). Em Portugal, um bom gira-discos custa mais
de 60 contos, se conseguirmos ter um CD a 90 ou 100 contos, já seria bom (na
Grã-bretanha ele custa em média 70 contos, para um poder de compra 4 ou 5 vezes
superior). (…). Fomos falar com um responsável da Polygram e ficámos a saber
que o disco após entrar no país sofre uma inflação total na ordem dos 350 %, no
meio existe um fator proeminente, uma sobretaxa de 60 % que penaliza as importações,
o consumo, e também a cultura. (…). Quer isto dizer que o disco compacto não
custará mais de 1000$00 à entrada na fronteira, chegando à vítima (o
consumidor) por 4000$00. (…). Ninguém em pleno juízo compra discos a quatro
contos – a menos que ‘ache giro’, tão ‘pequeninos e brilhantes’ – depois, toda
a gente vai ao estrangeiro, e se não há sempre um amigo que vai; a seguir, o
tal ‘pequenino’ custa por lá, sempre menos de 2000$00”.
[5] “Strip-tease”
(1963), real. Jacques Poitrenaud, c/ Nico,
Dany Saval, Jean Sobieski… música p/ Serge Gainsbourg, canção “Strip-tease”,
interpretada por Juliette Gréco. “Nico interpreta Ariane,
uma aspirante a bailarina que é preterida em favor de uma estrela famosa, numa
produção teatral, em que estava completamente empenhada e, lentamente,
envolve-se com a cena de clubes
noturnos de strip, no despertar deste
fenómeno. Obviamente, ela é muito reservada no começo, mas lentamente
entrega-se à atuação e ao entretenimento dos outros mas, no processo, perde
bastante de si própria”.