Pratinho de Couratos

A espantosa vida quotidiana no Portugal moderno!

sábado, outubro 13, 2018


O futuro já não é o que era dantes (tl;dr)

Portugal, nas quatro paredes da sua galeria de maiores, pendura um gigantão: Rui Pereira, foi ele ministro da Administração Interna (2007/2011). Mal tomou o freio do cargo destrambelhou a falar no idioma científic’-ó-policial como quem puxa um gazelle flip no skatepark. Ele era a “ação policial”, o “acontecimento tácito-policial”, os “agentes do crime”, um fluxo fraseológico académico ad captandum vulgus (“para captar a populaça”) da arte de bem cacetar todo o corpo [1]. Ora, precisamente, da “ação policial” faz parte plantar provas e agressões, é normal. Plantar provas, para prender os “agentes do crime”, e, agressões, para eles confessarem até às paredes. Como também é normal a “sede de julgamento”: o país é o mais pobre da Europa, – a sua maior empresa é o Santuário de Fátima –, não há trabalho produtivo para os jovens, nesse mar salteado desbaratam a vida como juízes, advogados, polícias, fiscais, seguranças, trabalhos de fidalgo. Também é normal, para validar uma máquina judicial com excesso de funcionários, realizar julgamentos com desfecho previsível, poupava-se dinheiro não os realizando, passando diretamente à sentença, um salto processual que forçaria dispensa de operadores judiciais. É o caso do julgamento iniciado terça-feira, dia 22 de maio de 2018, uns anjinhos processaram a polícia, um vagalhão alucinatório acredita que, sem Cristo descer à Terra, haverá condenações.
“Pontapés. Socos. Tiros. Ofensas racistas. Fabricação de factos. Depois de recolhidas e analisadas as provas – exames médicos, relatos de testemunhas, inspeções, entre outras – o Ministério Público (MP) é perentório no despacho de acusação dos 18 agentes da PSP da esquadra de Alfragide: «de forma inequívoca e sem sombra de dúvida» conclui que os factos descritos nos autos da polícia sobre o que se passou a 5 de fevereiro de 2015 não se verificaram. Esses autos foram feitos com o objetivo de incriminar os seis jovens da Cova da Moura (Amadora) que começaram por ser acusados de tentativa de invasão da esquadra naquele 5 de fevereiro. Dois anos e meio depois, o despacho do MP está escrito de modo a desconstruir a versão apresentada pela polícia, terminando com acusações duras: prática dos crimes de falsificação de documento agravado, denúncia caluniosa, injúria agravada, ofensa à integridade física qualificada, falsidade de testemunho, tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou desumanos e sequestro agravado. A acusação refere ainda que os agentes da PSP agiram «pelo sentimento de ódio racial, de forma desumana e cruel pelo prazer de causarem sofrimento aos arguidos».”
O advogado da tribo policial Hélder Cristóvão: “Partem realmente duma invenção e duma imaginação fértil, mas não são não serão nada mais do que uma imaginação fértil. (A locutora pergunta: De quem? Do Ministério Público, dos ofendidos?). Não do Ministério Público, porque o Ministério Público não lhe podemos apontar o dedo, o Ministério Público apenas transcreve para a acusação aquilo que é dito pelos ofendidos.” (22/05/2018).
Protesto da polícia na esquadra de Alfragide. Os senhores guardas atuais estão a milhas dos cinzentos de Salazar, bem remunerados, bem treinados, bem instruídos, com liceu concluído, primavam e irmanavam pela originalidade, gritando: “Polícias unidos jamais serão vencidos!” De meia-idade, (a idade é muito importante, pois significam cãs, sabedoria, skills), Armando Ferreira, do Sindicato Nacional de Policia declarava: “Tem havido varias pressões por parte de ehh movimentos políticos que ‘tão a haver, a fazer aproveitamento sobre aquilo que se ‘tá a passar aqui, principalmente num ano de campanha de campanha eleitoral, para as autárquicas, no sentido em que os polícias devem ser suspensos, que os policias ainda estão a trabalhar. (…). O que aconteceu, vai-se provar se aconteceu ou não em sede de julgamento. Não está nada provado. Se tivesse provado já havia condenados.” (…). Cátia Lopes, de meia-idade, chefe da PSP Oeiras: “Eu tenho conhecimento, por exemplo, de que uma pessoa que nem sequer ‘tava na esquadra, mas porque é conhecido de da população, destes jovens ehhh do bairro da Cova da Moura, e que num reconhecimento presencial foi reconhecida, essa pessoa, esse elemento policial, não estava nesse dia na esquadra, estava ausente.” António Ramos, na terceira idade, ex-drigente sindical da PSP: “Numa reposição de ordem pública, evidentemente que a gente não pode ‘tar aos beijinhos às pessoas, tem que ser reposta a ordem pública. (…). Isto da da de fazer já o julgamento na praça pública, e pedir a suspensão deles, portanto isto é um erro, até trânsito em julgado todo o cidadão é inocente.” Guilherme Lemos, de meia-idade, comerciante da Amadora: “O meu estabelecimento ficava a cerca de 500 metros do bairro de Santa Filomena, e eu assisti a muitas coisas, e digo nunca assisti a intervenções desastrosas de violência da polícia.” (22/07/2017).
Nos sindicatos, cada um puxa o rabo do seu boi. O chefe Meireles, vice-presidente do Sindicato da Carreira de Chefes da PSP: “Como é que estes elementos, estes 18 elementos têm motivação, se não houver agora aqui um trabalho até psicológico do gabinete de psicologia PSP, para ir trabalhar amanhã p’a Cova da Moura? Como? Quando eles estão sujeitos todos os dias a agressões. (…). São todos jovens elementos policiais. Com dois, três, quatro, cinco anos no máximo, acabados de sair da EPP, estão na gíria policial verdes. (…). Se houvesse um ascendente hierárquico, se houvesse um chefe ali no local, que dissesse: Meu caro senhor, e na eventualidade e alegadamente de tal se ter praticado, caro senhor, o seu comportamento não é correto, faz favor abstenha-se de ter esse procedimento. Mas não há ascendente. Os agentes ‘tão entregues a si próprios no terreno. Os agentes por vezes fazem da tripa coração, por vezes ingenuamente julgam até que estão a proceder bem, e não estão, falta-lhes ali uma voz de comando que não existe neste momento na polícia. (…). Se de facto forem apurados factos atentatórios ao bom nome da PSP, crimes graves como aqueles que agora alegadamente estão imputados (…) pois nesse caso que se faça justiça.” (13/07/2017).
1984. Dezembro. Domingo, 9, “o presidente da República, general Ramalho Eanes, admitiu hoje publicamente a sua intervenção a nível político-partidário, após o termo do seu mandato. Isto «se a ação governativa dos partidos políticos existentes não der resposta satisfatória aos problemas do país». Ramalho Eanes falava aos microfones da Rádio Renascença, numa entrevista concedida ao programa «Cartas na mesa». «É evidente que depois do meu mandato, vou exercer uma ação política com caraterísticas diferentes, mas defendendo os mesmos valores». (…). Eanes deixava assim relativamente claro um aspeto que nos últimos tempos tem suscitado muitas interrogações e que é o da sua posição relativamente ao Movimento lançado em Santarém. Eanes lembrou que, além de um compromisso, tinha um programa apresentado aos portugueses e que foi impedido de cumprir pelas limitações que lhe foram impostas pela revisão constitucional que, segundo afirmaria, «fechou o espaço de intervenção política autónoma dos independentes e acabou por fazer que o presidente da República, tendo embora um projeto político, não pudesse realizá-lo, bem como impediu o programa de candidatura, uma carta compromisso com o eleitorado». (…). «Um país com a nossa idade, uma juventude promissora, ao contrário do que muitos dizem, e em contacto com o mundo, pode encontrar soluções». Na opinião do general Ramalho Eanes «as resistências para suportar a crise estão a atingir o limite» mas «a situação não é desesperada» nem «crítica».
Para Ramalho Eanes é necessário uma remodelação global» que inclua «um aparelho administrativo eficiente transparente, uma prática mais coordenadora, maior participação da juventude e definição de um projeto mobilizador». (…). «Cabe-me evitar situações de perturbação sociopolítica, cabe-me garantir a pacificação social e garantir, inclusivamente através de novas oportunidades políticas, sempre que a eficácia governativa não seja satisfatória e não seja satisfatoriamente aceite pela população». O presidente da República acrescentou não se demitir de tudo o que esteja constitucionalmente atribuído às suas funções, adiantando que «a renúncia, a demissão do governo, a dissolução da Assembleia da República, têm, nessa perspetiva um valor permanentemente disponível para o presidente da República». «O presidente da República nunca poderá dizer que não vai usar este ou aquele instrumento. É o caso da renúncia. Trata-se de um instrumento disponível que usarei ou não em função daquilo que seja a evolução política nacional, em função daquilo que esse instrumento possa interessar num determinado momento à evolução e à estabilização da vida democrática portuguesa».  (…). Ao ser-lhe feita a pergunta sobre a possibilidade de golpes militares em Portugal, Eanes considerou «impensável» neste momento, um golpe de Estado militar. «Pela primeira vez não é possível, dada a consciência política dos militares e ainda das condições objetivas existentes em Portugal. Enquanto o nosso país teve um império, é evidente que as forças armadas tinham de ter, quer quisessem quer não, um poder e uma participação política relativamente ativa. A partir do momento em que o império desapareceu elas podem ter ou não essa participação política – não é indispensável que a tenham». «Não estão interessadas em tê-la, têm uma consciência política suficiente para perceberem qual é o papel que lhes cabe em democracia».”      
Acerca do papel da Igreja em Portugal, o presidente da República considerou-o especial e com um peso cultural significativo, defendendo uma estreita ligação, sem que signifique dependência, entre o Estado e a Igreja, de tal maneira que haja possibilidade de coordenar esforços. «Sempre que os políticos se esqueceram que a Igreja tem um peso social importante, houve desvios graves e desnecessários».” [2]
Terça-feira, 11, “o volume de investimentos existente em Portugal nos últimos anos em vez de criar riqueza contribuiu, apenas, para gerar prejuízos, afirmou hoje, em Lisboa, o ministro das Finanças. Portugal apresentou nos anos recentes uma das mais significativas proporções entre o volume de investimentos e o Produto Interno Bruto, no espaço da OCDE» os quais «em vez de criar riqueza e de contribuir para a ultrapassagem dos bloqueios estruturais, serviu apenas para gerar prejuízos». «Muitos dos investimentos serviram, apenas, para criar novos constrangimentos à gestão da política económica e agravar a situação das empresas que os realizaram», disse Ernâni Lopes, na sessão de enceramento da 2.ª Conferência Nacional dos Economistas que decorreu durante dois dias na Aula Magna da Universidade de Lisboa, por iniciativa da Associação Portuguesa de Economistas. «Ao longo dos últimos dez anos a economia portuguesa foi vivendo a crédito e pôde ignorar ou fingir ignorar» o tipo de questões essenciais limitando-se a «responder às pressões imediatas e evoluindo em contraciclo relativamente ao padrão da economia internacional». (…). O ministro referiu-se na sua intervenção de 22 páginas, à sociedade civil, a qual «anquilosada por décadas de imobilismo, desorganizada por uma revolução contraditória, tem-se mostrado incapaz de se definir estrategicamente». «Desaparecidas as orientações de fundo na voragem das crises políticas, enfraquecido nos seus próprios alicerces, o Estado foi perdendo peso contratual e capacidade de arbitragem perante grupos de pressão e poderes intermédios» o que causou, na sua opinião, a proliferação de «feudos e baronatos, gerando-se as condições para o reinado do provisório e do arbitrário».”        
Terça-feira, 11, «o futuro já não é o que era dantes»: foi com esta fórmula de Paul Valéry que Edgar Morin abriu hoje à noite, no auditório superlotado do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, a sua conferência sobre «Passado, presente, futuro», que inaugurava uma série de colóquios organizados pela Fundação e pelo Centro Nacional de Cultura. Já não é o Morin de «Paradigma perdido», do «Diário da Califórnia» nem dos textos para-sociológicos que o marcaram até finais dos anos 60. Herdeiro de Illitch, de Lefort e de Castoriadis, o Morin de hoje é filosoficamente um cético, e o seu discurso sobre a mudança social é um utopismo poético: ele acabaria a sua conferência dizendo que «a esperança reside no improvável, que nós não conseguimos ainda hoje tematizar nem escrever». Mas não é só o futuro que «já não é o que era»: também o passado se modifica, à medida que cada geração lança sobre ele novas luzes – luzes que alteram o seu rosto. Quanto ao presente, é sempre cego sobre si próprio: o presente não deteta nunca, nos desvios que vão tornar-se norma, a chegada do futuro. Morin procede por sínteses, tenta avaliar o estado das questões: assim, se é certo que conseguimos libertar-nos, na leitura do devir, da linearidade e dos continuismos vários, também é certo que a leitura do devir pela descontinuidade, pela rutura, não substituiu, subsumindo-a, a primeira. Entre passado, presente e futuro haveria antes circularidade, uma circularidade que se vai modificando. Fundamentalmente, Morin viria a abordar os modos como vivemos a ideia de futuro, desenvolvendo duas direções de análise: primeiro, o nosso presente «perdeu o futuro»; depois, e apesar disso, «há futuro demais no nosso presente».
O nosso presente perdeu o «lindo» futuro quando, em 1973, as sociedades industriais compreenderam que não iam conduzir o homem à abundância, ao lazer. O mundo ocidental perdeu o otimismo industrialista e admitiu, pela primeira vez desde o pós-guerra, que não conseguiria exorcizar completamente a «crise». Pelo contrário, a «crise» instalou-se irreversivelmente nele. Mas o otimismo industrialista não era estritamente «ocidental»: também Krutchev dissera nos anos 60 – como lembrou Morin – que o comunismo estaria realizado em 1980, na URSS. Quebradas as promessas, instalada a «crise», o futuro passou a ser dominado pela ameaça do caos termonuclear e pela ameaça do totalitarismo. Nascidos do pós-68, a vontade e o desejo de viver o presente tão intensamente quanto possível já são influenciados por essas imagens do futuro e, segundo Morin, acabaram por desembocar num «realismo sonambúlico»: a exaltação do dia-a-dia viria a acentuar, também ela, a tendência para a «perda de futuro». Curiosamente, como nota Morin, assiste-se então a novas procuras da identidade sectária no passado: os fundamentalismos religiosos, como aquele que nesta década atravessa o Irão, seriam, nesta ótica, tentativas de reconquista da identidade por parte de sociedades que se sentiram arrastadas pela crise do otimismo industrialista. Mas este movimento não seria apenas característico do Irão, nem de sociedades tradicionalmente «opacas» para o ocidental: o Reaganismo é igualmente um fundamentalismo à americana, um mergulho nas raízes mitológicas dos EUA. (…). Por outro lado, o nosso presente está demasiado carregado de futuros: os futuros «acotovelam-se» mesmo no seu seio, segundo as palavras de Morin. Ele identificou sobretudo três: o «tecnológico», o «exterminacionista» e o «totalitário». O primeiro é representado pela promessa das novas tecnologias. Morin nunca fez das técnicas uma leitura «ingénua», sabe que elas não são «neutras» e distingue dois modos de as viver: há as «boas» tecnologias, que através da computorização das informações e da biologização das indústrias realizarão o bem-estar pós-industrial (o seu profeta terá sido Illitch e a escola de Cuernavaca, mas a liderança da sua defesa ideológica é hoje conduzida por Alvin Toffler) … e há um «mas», como em todas as mitologizações: são as que acarretarão o desemprego massivo, a robotização e sobretudo o controlo total do individuo pelo Estado informatizado (descrito por Orwell) e a manipulação integral do desvio.
Para Morin, o sentido mais profundo da mudança que vem com as novas tecnologias reside na computorização, que vai provocar uma cerebralização artificial de todo o tecido social: ele afirma que está a nascer, com esta mudança, uma espécie de «novo sistema nervoso da sociedade», fenómeno radical que afetará profundamente a natureza do social. Os computadores, diz ele, poderão transformar-se em «máquinas lógicas de guerra». Mas o nosso presente comporta igualmente um antifuturo: é o futuro exterminacionista da ameaça termonuclear. Diz-se com demasiada facilidade que o terror modera essa ameaça – o terror dos próprios detentores de armas atómicas – mas o facto é que a possibilidade de destruição total existe realmente hoje, e que nós a vivemos como um dos nossos futuros possíveis. Finalmente, Morin retoma a imagem orwelliana do totalitarismo enquanto «poder não controlado», já evocado como uma das versões possíveis do desenvolvimento da apropriação, pelo Estado, das novas tecnologias da informação. E é em conclusão de tudo isto que surge, para Morin, a necessidade de simultaneamente, se ser «conservador» e «revolucionário»: «é indispensável deslocar o nosso presente da posição onde o puseram». «Afinal não estamos nos postos avançados da história».”                     
Quarta-feira, 12, “um tribunal de Lisboa ordenou uma penhora, à RTP, de um prédio na Lapa, um carro de exteriores e três automóveis Volvo para pagamento de uma indeminização à Filform – disse à Anop advogado da firma exequente, José Manuel Galvão Teles. Este advogado afirmou que a RTP foi condenada em novembro de 1983, depois de um longo processo que chegou até ao Supremo Tribunal de Justiça, a pagar uma indeminização à empresa. A Filform é propriedade de alguns cineastas, entre os quais Fonseca e Costa. José Manuel Galvão Teles adiantou que à indeminização há que acrescentar juros de 36,5 % ao ano, pelo que a dívida já ultrapassa os 20 mil contos, além das custas do processo. O advogado da Filform disse ainda ter indicações, embora sem confirmação, que a penhora, ordenada pelo 16.º Juízo do Tribunal Cível da Comarca de Lisboa, teria sido já executada, enquanto fonte próxima da empresa disse à Anop que pelo menos o carro de exteriores teria sido penhorado sexta-feira. Galvão Teles adiantou que a RTP foi condenada pelo não cumprimento de um contrato com a Filform para a empresa realizar uma série chamada «Risos e lágrimas», que incluiria um conto alegre e outro dramático de diversos autores portugueses.” 
Sexta-feira, 14, “não são fanáticos do campismo, militantes ecológicos ou seguidores de uma qualquer filosofia que incita ao convívio nos grandes espaços. São estudantes de várias faculdades que vivem e estudam em Monsanto por não terem lugar nas residências dos Serviços Sociais Universitários. «Somos estudantes universitários com piores condições na Europa, a viver no melhor parque de campismo europeu», sintetiza, com ironia, Maria Filomena Loureiro. Para esta aluna de Direito a vontade de continuar a estudar levou-a a habituar-se às normas do parque que é testemunha de uma situação inédita: o campismo, não por opção, mas por necessidade. (…). É aqui, que muita gente – estudantes, retornados e famílias inteiras – moram. Aliás, a falta de habitação não perdoa e a «arte do desenrasca» tenta não conhecer uma palavra de cinco letras: crise! Cada estudante, da dezena que habita no parque, tem os seus motivos próprios, a sua história a contar. Em comum, uma situação de carência a que as estruturas de apoio não dão resposta. António veio de Leiria para frequentar o ISCSP. À chegada a Lisboa, as primeiras dificuldades: onde ficar, com os quartos a mais de dez contos por mês? (15 600$00 era o salário mínimo em 1984). Desde outubro está em Monsanto… a viver em 3,5 metros quadrados. A área de uma canadiana. «Quando me matriculei meti os papéis para o alojamento; mandaram-me, então, ir saber o resultado no dia 8 de novembro». Assim começou para este jovem uma verdadeira odisseia, um combate contra a burocracia e a indiferença. «Quando lá cheguei disseram-me que tinha que voltar no dia 13; mais tarde a assistente social marcou-me outro encontro para uma semana depois; e, finalmente, a 19 disse-me que não era naquele dia». A vida deste estudante é limitada pelos seis contos que tem de mesada e por uma bolsa de estudo de pouco mais de mil escudos. Para ele, a esperança é o dia 3 de janeiro, data a partir da qual poderá ter acesso a um quarto numa residência universitária. Até lá, há que andar sempre com um saco, onde as fotocópias emprestadas pelos colegas, «que com seis contos comprar livros é impossível» convivem com as peças de roupa que não pode deixar na canadiana. «Já me roubaram uma vez, e nem pensar em deixar qualquer coisa na tenda». (…). «No parque pago um pouco menos de 2400 escudos, porque vou todos os fins de semana à boleia a Leiria», recapitula António. «O passe custa-me 1320 escudos, almoço e janto na cantina… agora faça as contas». «Isto é bom para passar férias, mas estar aqui o ano inteiro…», comenta com desagrado, enquanto acaricia o pescoço ainda dorido por uma noite de estudo, deitado na tenda.
Filomena Loureiro tem os mesmos problemas e apenas uma vantagem: vive numa tenda maior. «Tento dar uma maior comodidade, para ver se esqueço onde vivo». No seu caso, o preço de um quarto oscilava entre os sete e os dez mil escudos; preço incomportável para quem dá explicações e trabalha em part-time para poder ir estudando. Por isso, a crítica é unanime. «É esta a apregoada política de educação para todos?», pergunta António. «Não aceito isto, e se ainda estou aqui à espera é por pensar que vai ser uma situação transitória». Filomena junta mais uma acha à fogueira, ainda em lume brando, do justificado protesto: «em Portugal não se constroem habitações para estudantes, e gasta-se dinheiro com a alta competição». (…). Na sua estadia em Lisboa, António foi apenas uma vez ao cinema, ainda não entrou em nenhum teatro e lamenta ao menos não poder ver televisão. Tem como companhia um pequeno transístor cor de laranja. (…). Vítor Rodrigues, no 4.º ano de Medicina, e de passagem pelo parque, contrapõe o exemplo estrangeiro: «estive em França e vi que, quando os estudantes se deslocam de cidade para cidade, têm alojamento, pequenos apartamentos que dividem entre si». Contundente, Vítor sublinha que «esta situação é derivada ao facto de sermos um país mediano, entre os ricos e os pobres». (…). A viver há mais tempo em Monsanto, Filomena junta outro episódio: «os estrageiros que vêm cá de ano a ano, quando nos reencontram ficam de boca aberta por ainda nos verem cá».” 
Sábado, 15, “supõe-se que a proposta de Orçamento para 1985, que devia ter dado entrada no parlamento até 15 de outubro, seja entregue ao presidente da AR no fim da próxima semana, depois de ser discutida «artigo a artigo» no plenário do conselho de ministros. (…). O problema crucial para o governo é saber se mantém o défice no apertado limite de 312 milhões de contos sem paralisar a atividade produtiva, sem desmantelar o setor empresarial do Estado e sem apertar demasiadamente o cinto dos eleitores. Das notícias já vindas a lume sobre estas questões parece que o mais insatisfeito, neste momento, é o ministro da Indústria Veiga Simão, que se bate contra as Finanças para manter a tutela das mais importantes EPs, ao mesmo tempo que quer manter à tona alguns projetos de reconversão industrial lançados nos últimos anos e hoje ameaçados devido ao estrangulamento financeiro. É neste contexto que Veiga Simão acusa as Finanças de terem agravado a crise, das empresas públicas, obrigando-as a contrair empréstimos no estrangeiro, em dólares, apenas para melhorar a situação da balança de pagamentos, embora no país existissem recursos disponíveis. Algumas das medidas de contenção que estariam em debate no Executivo são hoje reveladas no Semanário. Assim, seria muito condicionada a admissão de funcionários públicos (apenas 10 % dos aposentados), limitadas as remunerações acessórias, ao nível de 84, despedidos os tarefeiros e o pessoal excedentário ou transferido ou dispensado de comparecer ao serviço mediante uma redução de 10 % do vencimento. Os aumentos de despesas com o pessoal da função pública não poderiam ultrapassar os 18 %. Outra área grandemente atingida pelas medidas restritivas é a Saúde. Aí as limitações de despesas traduziam-se, nomeadamente, no fim da garantia de emprego para os licenciados e pessoal de enfermagem e no adiamento para o 2.º semestre de 85 da abertura de novos hospitais. De acordo com o mesmo jornal, iriam ser restabelecidas as taxas moderadoras e revisto o regime da previdência rural, que custa 30 milhões de contos, mas apenas tem receitas de dois milhões. No campo do ensino, uma das propostas em debate seria a do aumento dos preços das propinas e das refeições das cantinas, paralelamente ao condicionamento da construção de novas escolas.”      
Segunda-feira, 17, “o iate Vagrant, que pertenceu aos Beatles, é agora atração turística com o nome do lendário conjunto musical, atracado no cais do Funchal. O barco, que em 1966 foi propriedade dos Beatles para recreação, encontra-se dividido em três setores, a esplanada, inaugurada em 1984, um restaurante tipo marisqueira e um disco-pub, o primeiro com abertura prevista para o verão de 1985. Em relação ao disco-pub, João Faria (proprietário do barco juntamente com o seu pai João Bartolomeu Faria), referiu que é uma inovação que se pretende lançar na Madeira. Disse que se trata de um lugar onde as pessoas poderão descansar inclusivamente durante o dia, com música suave, «sem ser propriamente uma discoteca». João Bartolomeu Faria, de 58 anos, adquiriu o barco quando este foi posto a flutuar depois de em 1977 ter encalhado na praia das Alcaravaneras em Las Palmas, nas Canárias. A ideia inicial era de restaurar o Vagrant para ampliação da frota dos Amigos do Mar, organização de turismo náutico pertencente à família Faria, que dispõe hoje em dia de cinco lanchas para pesca desportiva nos mares da Madeira. Foi então, pelo facto de não haver hipótese de restaurar a embarcação para navegar, que surgiu o projeto atualmente posto em prática, da autoria de João Bartolomeu Faria. (…). O barco foi construído em 1941, nos estaleiros Bath Iron Works em Maine, EUA, para um multimilionário de nome Horace Vanderbilt, tendo também pertencido à família do magnate grego Goulandris e ao cantor Donovan. (…). João Carlos Abreu, secretário Regional do Turismo e Cultura, disse ser o iate «uma peça muito bonita dentro da cidade» e sublinhou que os Beatles constituíram «uma etapa importante na música do mundo». «Revolucionaram a música e, portanto, qualquer coisa que tenha pertencido aos Beatles é importante do ponto de vista turístico», salientou aquele membro do governo regional da Madeira, entidade que está a estudar um processo para apoio à conclusão do inédito complexo [3].
O iate Vagrant, colocado ao lado da marina do porto do Funchal, foi construído originalmente em aço, tem 35,70 metros de comprimento, a largura máxima é de 7,60 metros e o pontal de 3,14 metros. Quando navegava tinha uma autonomia de 3 mil milhas e possuía oito cabinas que eram um verdadeiro luxo, no dizer de João Faria e dispunha ainda de um salão de jantar, além dos camarotes da tripulação. Estava equipado com um motor diesel Cooper Bessemer de 450 cavalos e 8 cilindros, embora o essencial para a navegação fossem as velas que partiam de um mastro em madeira para outro de liga metálica. As características gerais do Vagrant estão mantidas, embora algumas alterações fossem introduzidas, como é o caso da ponte de comando, por uma questão de funcionalidade do bar e esplanada «The Beatles». O barco, que foi dos Beatles, veio para a Madeira em 1979 e só depois de dois anos e meio, em maio de 1982, é que se iniciaram os trabalhos de adaptação ao projeto em curso, parte dos quais concluídos em 1984 com a abertura do café e esplanada. Para a colocação no local onde hoje pode ser visitado, operação que não foi fácil em virtude das suas 248 toneladas de arqueação bruta, teve de ser aberta uma vala, que com a maré cheia tinha de ter um nível de água igual ao do pontal do barco, de cerca de 3,10 metros. «Quando cavavam o mar deitava outra vez para trás os calhaus» disse João Faria, que referiu: «foi trabalho de dias». Foram necessárias duas semanas para colocar o Vagrant na posição em que se encontra atualmente, para o que se aproveitou a maré alta utilizando-se macacos hidráulicos, um à frente e um de cada lado do iate, para o subirem a 2,5 metros do nível do mar.”       
Segunda, 17, “ o cidadão português morto sexta-feira à tarde numa emboscada por elementos da RENMO nos arredores de Maputo, chamava-se José Cardoso. Até ao momento, desconhecem-se outros pormenores sobre a identificação do português, a décima sétima vítima de ações da RENAMO em Moçambique em 1984, tais como nome completo, idade, e o que fazia no local da emboscada. O conselheiro da embaixada portuguesa em Maputo, João Deus Ramos, que substitui o embaixador José César Paulouro das Neves, de férias em Portugal, desconhece igualmente outros pormenores mas disse que talvez hoje seja possível esclarecer completamente a situação [4]. As vítimas seguiam em quatro veículos civis pertencentes à empresa moçambicana de lacticínios e a uma exploração agrícola local, em direção a Maputo quando foram intercetadas. De acordo com as testemunhas, os elementos da RENAMO ordenaram-lhes que saíssem dos carros e mataram-nos, imediatamente, a tiro e à facada. Alguns dos veículos foram então incendiados com alguns corpos no interior. O português morto era namorado da filha do governador da província de Gaza, a qual foi também morta no ataque.” [5]    
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[1] Rui Pereira, ministro da Administração Interna, era um ministro imbuído: “Esse acordo, ao contrário do que já se disse também, não se destina a trocar dados de cidadãos em geral, apenas se destina a trocar dados de pessoas que tenham cometido, ou que se preparam para cometer, crimes graves ou atos terroristas, e é um acordo que assegura a reciprocidade. Nós damos dados dessa natureza aos Estados Unidos, eles dão-nos a nós. Porquê? Porque é inconcebível, por exemplo, haja um atentado terrorista bem-sucedido contra as torres das Amoreiras ou contra um edifício de Nova Iorque por falta proteção e transmissão de dados. Nenhum cidadão compreende isso.” (2011).
Rui Pereira no final do 1.º curso para chefes da PSP (só havia cursos para subchefes): “Trata-se, diria eu, de uma boa novidade, para a Polícia de Segurança Publica, mas trata-se sobretudo de uma boa novidade para o país e para os cidadãos, porque eles vão estar de uma forma ainda mais competente e dedicada ao serviço de Portugal.” (2010).
Não só de ministros grandes vive Portugal. No meio da poeira da crise bancária europeia, Portugal tinha, por graça de Nossa Senhora, os melhores banqueiros do mundo. Lucros da banca no primeiro semestre de 2010. BES: 282,2 M€; Santander: 247 M€ desceu); BCP: 163,2 M€; BPI: 99,5 M€.
[2] “Pode, para conciliar o estranho amor que sente pelos homens com a sua eterna justiça, não menos singular, sacrificar o seu único filho, como no-lo conta o Evangelho. Porém, abdicar, suicidar-se por amor dos homens, não o fará nunca – a menos que a isso seja obrigado pela crítica científica. Enquanto a crédula fantasia dos homens permitir que Deus exista, este será sempre soberano absoluto, senhor dos escravos. É, pois, evidente que tratar os homens segundo o mandamento de Deus não pode significar senão tratá-los como escravos. O amor pelos homens segundo Deus é o amor pela sua escravidão. Eu, individuo imortal e completo graças a Deus, sinto-me livre porque sou escravo de Deus e não tenho necessidade dos outros homens para tornar mais completa a minha existência intelectual e moral. Conservo todavia as minhas relações com eles para obedecer a Deus e, ao amá-los por amor a Deus, ao tratá-los segundo Deus, quero que sejam escravos de Deus como eu próprio sou. Por conseguinte, se ao amo soberano agrada eleger-me para fazer prevalecer a sua vontade sobre a Terra, saberei obriga-los a isso. É este o verdadeiro caracter daquilo a que os adoradores de Deus, sinceros e honestos, chamam amor humano. Não é tanto a abnegação dos que amam como o sacrifício forçado daqueles que são objeto – ou melhor, vítimas – desse amor. Não é a sua emancipação, é a sua servidão para maior glória de Deus. É assim que a autoridade divina se transforma em autoridade humanaé assim que a Igreja dá origem ao Estado. (…).        
“Três elementos – ou, se se prefere, três princípios historicamente fundamentais – constituem as condições essenciais de todo desenvolvimento humano, tanto coletivo ou como individual: 1.º a animalidade humana; 2.º o pensamento; 3.º a revolta. À primeira condição corresponde propriamente a economia social e privada; à segunda, a ciência; à terceira, a liberdade. Os idealistas, sem exceção de escolas (aristocratas e burgueses, teólogos e metafísicos, políticos e moralistas, religiosos, filósofos ou poetas, – sem esquecer os economistas liberais, admiradores desenfreados do ideal), ofendem-se muito quando se lhes afirma que o homem, com sua inteligência, as suas ideias e aspirações sublimes, não é mais do que matéria; matéria semelhante a tudo o que existe sobre a Terra. Poder-lhes-íamos responder que a matéria de que falam os materialistas – matéria espontânea e eternamente móvel, ativa e produtiva, matéria química e organicamente determinada, caracterizada pelas propriedades mecânicas, físicas, animais ou inteligentes que lhe são inerentes – não tem nada em comum com a «vil matéria» de que falam os idealistas. Para estes, a matéria, produto da sua falsa abstração, é efetivamente uma coisa estúpida, imóvel, incapaz de produzir o que quer que seja, um «caput mortuum», uma insignificância, comparada com a «infinita» imaginação a que chamam deus, ser supremo perante o qual a matéria por eles concebida – e que despojaram de tudo o que constitui sua natureza real – não pode deixar de representar mais do que o supremo Nada. Tiraram à matéria a inteligência, a vida, as qualidades determinantes e até o próprio movimento sem o qual não seria sequer pesada, não lhe deixando mais do que a imponderabilidade e da imobilidade absoluta no espaço. Atribuíram todas essas propriedades e forças a um ser imaginário, criado por sua fantasia abstrata. E assim, invertendo os papéis, chamaram esse produto de sua imaginação, a esse fantasma, esse deus que é nada - «ser supremo». Por conseguinte, declararam que o ser real, a matéria, o Mundo, é o nada. Depois disso pretendem impingir-nos que a matéria não é capaz de produzir, nem sequer de ter movimento próprio, e que, por conseguinte, não pode deixar de ter sido criada por seu Deus.” Em “Deus e o Estado”, Bakunine.
“Ainda se o divino Salvador tivesse salvado o mundo humano! Mas não; no paraíso prometido pelo Cristo, como se sabe, visto que é formalmente anunciado, haverá poucos eleitos. O resto, a imensa maioria das gerações presentes e futuras arderão eternamente no inferno. Enquanto isso, para nos consolar, Deus, sempre justo, sempre bom, entrega a terra ao governo dos Napoleão III, Guilherme 1, Ferdinando da Áustria e Alexandre de todas as Rússias. Tais são os contos absurdos que se narram e as doutrinas monstruosas que se ensinam, em pleno século XIX, em todas as escolas populares da Europa, sob ordem expressa dos governos. Chama-se a isto civilizar os povos! Não é evidente que todos os governos são os envenenadores sistemáticos, os embrutecedores interessados das massas populares?” Em “Deus e o Estado”, Bakunine.
[3] “O iate Vagrant, antiga propriedade dos Beatles, afundou-se na noite de terça-feira [10/12/2013], em consequência da forte agitação do mar que fustigou a costa sul da ilha da Madeira. O iate que em julho passado tinha sido rebocado do Funchal para o porto de abrigo do Caniçal, onde aguardava a definição da zona de afundamento para ser transformado num recife artificial, foi uma das 25 embarcações que se afundaram nos dois últimos dias por causa da forte ondulação de sudeste. Todos os 15 barcos que estavam abrigados no Porto de Santa Cruz foram ao fundo. No porto e marina de Machico afundaram-se cinco embarcações, no Funchal duas, tantas como na Calheta. A remoção coerciva do iate Vagrant para o Caniçal, onde aguarda o desfecho de um longo imbróglio judicial, esteve envolta em polémica que opõe o atual proprietário, João Bartolomeu Faria ao governo regional e autoridades marítimas. O executivo madeirense alegou ser urgente avançar com as obras de construção do novo cais e dos trabalhos na foz das ribeiras de João Gomes e de Santa Luzia, na sequência do temporal de fevereiro de 2011. Já o empresário recusava dar cumprimento à notificação recebida para desocupar a área, na faixa litoral a leste do cais da cidade, onde instalou o iate em 1984 para o transformar num complexo de restauração com esplanada constituída por pequenas canoas. O iate Vagrant, ‘Vagabundo’, em português, foi adquirido por Faria na vizinha ilha de Gran Canária, onde estava encalhado na sequência de um acidente no dia de Natal de 1977. Reposto a flutuar, chegou à Madeira em 1979 e, três anos depois, originou o complexo de restauração. Foi inaugurado a 10 outubro de 1984 por Alberto João Jardim, que agraciou então o empresário com o galardão Estrelícia Dourada pelos altos serviços em prol do turismo.”
[4] Falecido a 14 de novembro de 2015. “José César Pauloro das Neves nasceu a 21 de outubro de 1937, no Fundão. Licenciou-se em Direito em Coimbra, onde se iniciou num combate sempre discreto mas firme contra a ditadura. Em maio de 1959 foi um dos 402 estudantes, das três academias, que subscreveram um manifesto dirigido a Salazar, pedindo a sua demissão. Endereçado não ao Presidente do Conselho mas ao «Professor Doutor António de Oliveira Salazar», sugeria o seu «afastamento da vida pública, por ocasião do 70.º aniversário, como condição primeira da resolução do problema político nacional, capaz de contribuir duma forma significativa para a pacificação da Família Portuguesa». Em abril de 1960 foi eleito para a Assembleia Magna da AAC, numa lista de oposição à ditadura, liderada por Carlos Candal – a primeira desde 1944, quando Salgado Zenha fora eleito presidente. (…). No VIII Governo Constitucional, de Pinto Balsemão, chefiou o gabinete do ministro dos Estrangeiros, Vasco Futscher Pereira. Antes, fora assessor diplomático de Maria de Lurdes Pintasilgo, a primeira-ministra do V Governo. De permeio, e a pedido de Jorge Sampaio, dera um contributo decisivo na elaboração do programa de política externa da Frente Republicana e Socialista, FRS – que viria a perder as eleições de 1980 para a Aliança Democrática. Entrado no ministério dos Negócios Estrangeiros, o primeiro posto no estrangeiro, entre 1968 e 1973, foi Tóquio. Ao todo, esteve 21 anos fora do país, com passagem pelas embaixadas de Brasília, Maputo, Madrid, Paris e Roma. O último posto foi Roma. Em 2003, quando completou 65 anos e teve de deixar a carreira, o presidente da República chamou-o para consultor. «O Sampaio tinha passado pelo Instituto Universitário Europeu de Florença e dissera-me que, quando deixasse de ser embaixador, gostava de contar comigo. O que fiz com muito gosto» – afirmou ao autor, numa entrevista. Da mesma geração de Sampaio, mas um ano mais velho, haviam-se conhecido há quatro décadas, na crise académica de 1961. Amigos desde então, com uma relação de grande confiança mútua, apesar disso nunca se trataram por tu. (…). Um dos momentos mais intensos em Belém foi a cimeira das Lajes, juntando George W. Bush, Tony Blair, José Maria Aznar e Durão Barroso. «Foi uma surpresa para toda a gente, inclusivamente para o presidente, que só foi avisado à última da hora. Ficou francamente incomodado com a forma como tudo se tinha passado. Sampaio travou até onde pôde» a participação de Portugal na invasão do Iraque. «Defendeu a teoria dos serviços mínimos e pôs em prática esse conceito». (…).
A França e muito especial Paris marcaram a fase final da carreira de Paulouro – como todos o conheciam. Em Belém já estava Sampaio. Em 1996, acompanhou o presidente quando se deslocou a Paris para as comemorações do 150.° aniversário do nascimento de Eça de Queiroz, que fora cônsul na capital francesa. Os dois visitaram a casa onde Eça viveu, em Neuilly-sur-Seine, e onde escreveu algumas das melhores páginas da ficção portuguesa. Ao ato associou-se o então maire de Neuilly, Nicolas Sarkozy – futuro presidente de França. Para o jantar na embaixada, Paulouro convidou a nata do socialismo francês: Laurent Fabius, Lionel Jospin, Michel Roccard, mas também intelectuais como o filósofo Jacques Derrida e o escritor espanhol Jorge Semprún. Mais tarde, organizou um jantar de Sampaio com o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin. «Servi um vinho do Porto do ano em que o Jospin e eu nascemos, 1937, mas infelizmente já não estava grande coisa. Claro que não lhe disse isso».”
[5] Graças a Deus o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, foi ensinado nas faenas democráticas pelo melhor, por Luís Delgado que Carmo, uma tia de Pimpinha e Isaurinha, uma das irmãs de Cinha Jardim, enviara para o mato de Moçambique nessa nobre pedagógica missão, morreu santo a 3 de maio de 2018.Afonso Macacho Marceta Dhlakama nasceu no primeiro dia do ano de 1953. Com o fim da Guerra Colonial, em 1974, Dhlakama ingressou na Frelimo, abandonando o partido, em divergência, dois anos volvidos. Então, funda em Harare, no Zimbabué, a Resistência Nacional de Moçambique, a RNM, um movimento armado apoiado pelos serviços secretos da Rodésia — tendo a RNM como principais ideólogos políticos e militares, para além de Dhlakama, o chefe dos serviços secretos rodesianos, Ken Flower, e Orlando Cristina, antigo membro da PIDE-DGS. As primeiras ações armadas da RNM registam-se na Gorongosa, precisamente onde esta quinta-feira o líder da Renamo morreu.”

na sala de cinema

Il mio nome è Nessuno” (1973), real. Tonino Valerii, c/ Terence Hill, Henry Fonda, Jean Martin … sob o título local “O meu nome é Ninguém” estreado sexta-feira, 30 de agosto de 1974 no Aviz, Éden, Roma e Oxford (Cascais). Reposto, quinta-feira, 2 de setembro de 1982 no Politeama e no Sheza. “Jack Beauregard (Henry Fonda) é um pistoleiro velho que se quer reformar pacificamente na Europa. Três pistoleiros tentam emboscá-lo na barbearia. Depois de despachá-los, o filho do baeta pergunta ao pai se há alguém no mundo mais rápido que Beauregard, ao que ele responde: «Mais rápido do que ele? Ninguém!» Beauregard faz uma pausa na sua jornada para ver um vagabundo (Terence Hill) apanhar um peixe. Então, dirige-se a uma velha mina, apenas para descobrir que o seu amigo Red acaba de ser baleado por um bando. Beauregard pergunta-lhe pelo paradeiro de um certo Nevada, mas Red apenas consegue dizer a povoação onde está Nevada, antes de morrer.” Factos: “Enquanto caminhava por Boot Hill, Ninguém mostra a Beauregard que um dos nomes numa lápide é Sam Peckinpah. Nesse mesmo ano, Clint Eastwood, em «O pistoleiro do Diabo» (1973), tem uma cena em Boot Hill, que inclui uma lápide de Sergio Leone e outra de Don Siegel.” “Posate le pistole, reverendo” (1971), real. Leopoldo Savona, c/ Mark Damon, Pietro Ceccarelli, Veronika Korosec … sob o título local “A minha arma não perdoa” estreado quinta-feira, 1 de julho de 1982 no Politeama. “Geremia, um burlesco pizeiro napolitano, conduz a sua carroça pelo faroeste na companhia das duas filhas, Lucy Petrona, filha de Angelina e Mary, filha de Ninetta, quando encontra o vagabundo e desleixado Slim, dito, o Porcalhão. Este, ajuda-o, moralmente, durante uma investida de três bandoleiros que queriam desenferrujar o prego nas filhas e, no caminho para a povoação mais próxima, sabendo por um astrónomo de um eclipse na próxima segunda-feira às 11h57, elabora um plano para enriquecerem, que requer que o relutante Geremia use roupas de padre, substituindo o antigo sacerdote assassinado, e caia nas boas graças de Coldwater, o dono do saloon, que tem um considerável tesouro escondido que foi roubado há anos a Sam, um conhecido de Slim. Para dar credibilidade na apresentação, Slim faz-se passar por aleijadinho e, de forma trapalhona, Geremia cura-o: «Ponho a testa sob a mão deste pobre cretino, ouve a voz da verdade…». Na pancadaria de bar, para festejar o bendito milagre, Lucy e Mary aproveitam para esvaziar os bolsos dos distraídos espetadores. Durante a agendada missa para segunda-feira, «porque domingo é dia de descanso», o sol apaga-se, aterrorizando Geremia. Mary: «Slim, o que aconteceu?». Slim: «Não é nada, não tenham medo, é apenas um pequeno eclipse». Lucy: «Um quê?» Slim: «É uma coisa que fazem os gregos».” “La petite fille en velours bleu” (1978), real. Alan Bridges, c/ Michel Piccoli, Claudia Cardinale [1], Lara Wendel … sob o título local “A rapariga do vestido azul” estreado quinta-feira, 29 de abril de 1982 no Castil e no Estúdio 444. “Um cirurgião judeu vienense, Conrad Bruckner (Michel Piccoli), vive na Côte d’Azur enquanto aguarda o seu visto para Inglaterra. Estamos em 1940, dentro de poucas semanas o exército alemão ocupará a França. Conrad deve submeter-se ao controle de residentes estrangeiros, mas escapa às burocracias da polícia francesa graças a Casarès (Marius Goring), um homem de negócios poderoso a quem ele salvou a vida e que, agora, protege-o e alberga. Operando clandestinamente no hospital do seu amigo Lherbier (Bernard Fresson), o cirurgião atura com paciência a fauna humana ociosa e estúpida, da qual o seu riquíssimo amigo gosta de se rodear. A chegada de Fabrizzio Ponti (Umberto Orsini), um célebre pianista italiano em fuga da polícia fascista e gravemente ferido por ela, levará Conrad a mudar o seu estilo de vida. De facto, ele apaixona-se por Laura (Lara Wendel), a filha de treze anos de Francesca Modigliani (Claudia Cardinale), que fugiu de Itália com o seu amante, Fabrizzio. Laura, longe de ser insensível ao charme do cinquentão, irá ao ponto de se oferecer a ele. Mas Conrad recusa. No entanto, quando Laura, de partida para os EUA com a mãe, vem despedir-se, o cirurgião não consegue conter a emoção. O escândalo rebenta. Casarès rejeita-o e Conrad, agora sozinho, irá morrer sob as balas de assassinos italianos que pensam estar a executar Ponti.” [2]Cara dolce nipote” (1977), real. Andrea Bianchi, c/ Ursula Heinle, Femi Benussi, Francesco Parisi … sob o título local “A sobrinha é de gritos” estreado quarta-feira, 29 de abril de 1981 no Odéon. “Corrado é o inconsolável viúvo da belíssima Laura, que vive da memória da mulher, conservando ciosamente as suas roupas e evitando frequentar o sexo feminino. O seu microcosmo pessoal entra em crise com a chegada da bela e desinibida Daniela (Ursula Heinle) que, com as suas curvas, mas sobretudo com a sua visão desempoeirada da mulher moderna, cria forte turbulência no seu tio. Ainda no autocarro do aeroporto, um desconhecido acaricia-lhe o rabo e roça-se nela, não sendo o seu tipo de homem, repara num charmoso piloto, Franco Santi (Francesco Parisi), discretamente, com o olhar, faz-lhe sinal de ajuda, e este protege-a colocando-se entre ela e o homem. Franco: «Posso voltar a encontrá-la?» Daniela: «Na vida tudo pode acontecer. O meu tio mora na Villa della Lombrosa, 5, uma vivenda um pouco fora de Milão.» Na casa do tio, Daniela não tem preconceitos, toma duche de porta aberta, irritando Corrado. Ela acalma-o: «Nos dias de hoje, o pudor é uma forma de psicopatia». Corrado: «Então, por outras palavras, segundo tu, estarei louco». Daniela: «Eu apenas penso que entre parentes um pouco de confiança não faz mal». A beleza de Daniela também atrai o vizinho, Riccardo Atteni (Lucio Flauto), homem maduro que ostenta fama de engatatão. Um simples funcionário do aeroporto que finge ser piloto e é conhecido na vizinhança pelas suas «orgias noturnas à base de champanhe», uma ilusão criada por uma banda sonora e um recorte de uma silhueta de mulher em movimento para provocar uma sombra nas cortinas. Atteni declara-lhe o seu amor quando Franco, com um ramo de flores, bate à porta. Daniela, de joelhos no sofá, recebe-o à janela. O seu rabo espetado, cingido numa saia verde, abotoada atrás, desperta a concupiscência de Atteni que abre os botões e alambaza a língua naquela bojuda guloseima, enquanto, do lado de fora, Franco abre o coração: «Desde o primeiro dia em que a vi, não tenho feito outra coisa senão pensar em si». Daniela: «Verdade? Hm. Hm.» Franco: «Juro, vai pensar que estou louco, é a pura verdade. Estou aqui para lhe dizer que gosto de si». Daniela, cada vez mais excitada, pede a Franco que suba até à janela. Franco: «Eis-me, cheguei, amor». Daniela: «Também eu, amor, beija-me». Beijam-se através das grades. Daniela atinge o orgasmo. E Franco cai da escada. Franco: «Foi maravilhoso». Daniela: «Ó sim, maravilhoso, nunca mais o esquecerei». Daniela visita o antro dos seus amigos hippies. Steffano: «Na Índia, hoje, é o Diwali, a festa da lua, estamos a celebrar também nós». Daniela: «De que modo?» Steffano: «Sentando em círculo, dizendo oom e fumando erva». Entretanto, o conservador tio procura-a, e dá com ela cheia de tesão por causa da erva. Corrado retira-a debaixo de uma cena de carnalidade, «degenerados», «putas», «Daniela, mexe-te, vem cá», contrariada, a erva excitara-a, «quero fazer amor, oom». Corrado carrega-a ao colo para a cama, Daniela delira, «mais uma vez, mais uma vez, fode-me, fode-me, quero foder, quero foder! Ó, sim, é belo assim, faz-me vir». Corrado, desnorteado diante do êxtase da sobrinha, resiste às insistentes solicitações daquele doce corpo que «quer fazer amor». Depois de solucionar os problemas do tio e de Atteni, Daniela parte com Franco. No autocarro, outro desconhecido roça-se nela, este, um bonitão, agrada-lhe, e apesar do abraço amoroso de Franco para a proteger do roço, ela cederá as suas volúpias físicas e metafisicas ao outro.” “Contamination” (1980), real. Luigi Cozzi, c/ Ian McCulloch, Louise Marleau, Marino Masé … sob o título local “Uma aventura fascinante” estreado sexta-feira, 2 de janeiro de 1981 no Pathé e no Politeama. “A banda sonora dos Goblin dá a «Contamination» o som datado do jazz da televisão das séries dos anos 70 como «Streets of San Francisco», bem como dos filmes e mistérios de Dario Argento, cujas bandas sonoras são geralmente composições dos Goblin.” “A Guarda Costeira é enviada para verificar um navio que se dirige sem autorização para o porto de Nova Iorque; não estabeleceu contacto desde a noite anterior, não obstante, está a entrar no porto a alta velocidade. De um helicóptero, um dos enviados para inspecioná-lo informa que não há sinal da tripulação, mas os botes salva-vidas estão todos lá. Ele aconselha que o barco seja colocado de quarentena. Naquela noite, o dr. Turner (Carlo Monni) do Departamento de Saúde reúne-se no cais com o tenente Tony Aris (Marino Masé) da polícia de Nova Iorque. Aris explica que um homem foi transportado a bordo para travar o navio e atracá-lo, e que não há sinal de vivalma, embora ele tenha notado um cheiro estranho, como algo a apodrecer. Turner, Aris e três polícias usam roupas de proteção e sobem a bordo. Encontram o diário de bordo, que não regista nada invulgar; entretanto, no meio da desordem, deparam-se com refeições meio comidas e abandonadas.” “Sedotta e abbandonata” (1964), real. Pietro Germi, mús. Carlo Rustichelli, c/ Saro Urzì, Stefania Sandrelli, Aldo Puglisi … sob o título local “Seduzida e abandonada” estreado quarta-feira, 17 de setembro de 1969 no Império; o filme foi exibido na rubrica Os bons velhos tempos, sexta-feira, 1 de março de 1974, às 18h30, também no cinema Império; e voltou aos ecrãs, quinta-feira, 4 de setembro de 1980 no Estúdio. “Filme a seguir a «Divorzio all’italiana» [c/ Marcello Mastroianni, Daniela Rocca, Stefania Sandrelli … sob o título local «Divórcio à italiana» estreado quinta-feira, 20 de novembro de 1969 no Roma], «Seduzida e abandonada» é ainda melhor e mais audacioso – uma escalada de calamidades cómicas que ocorre numa pequena cidade siciliana quando Agnese (Stefania Sandrelli), estudante de 16 anos, perde a virgindade com o noivo da irmã. As coisas que dom Vincenzo, o pai, fará para restaurar a honra da família! Eloquente, diabolicamente inteligente e estilisticamente executado até à perfeição, o filme é uma amarga sátira social, criticando de forma irónica a hipocrisia dos valores da família, costumes, condições religiosas e políticas de uma sociedade atravessando maciças mudanças no início da década de 60. A Sicília é retratada como uma sociedade bastante conservadora e atrasada, com as suas próprias regras e imponentes patriarcados que levam a casamentos sob a mira da caçadeira, raptos e crimes misóginos em nome da honra da família, com advogados e polícias corrompendo ainda mais o assunto.” “Durante uma tarde de um tórrido verão siciliano, em Sciacca, os membros da família Ascalone dormem. Na sala de jantar, em vez disso, explodem os instintos sexuais de Peppino Califano, estudante de Direito, prometido esposo de Matilde, desejando a irmã dela, Agnese, secretamente enamorada pelo jovem. A relação sexual é mantida secreta pelos dois. A família não notaria nada se Agnese não tivesse, nos dias seguintes, comportamentos inusitados. Os pais, desconfiados, obrigam-na a fazer o teste de gravidez que dá positivo. Para o pai é um drama. Vincenzo Ascalone, intransigente guardião da honra da família, abate-se como uma tempestade sobre Peppino e os seus estupefactos pais, a quem ele impõe manter o silêncio e de fazer casar o filho com a desonrada Agnese. Obriga Peppino a escrever uma carta renunciando à promessa de casamento com Matilde, desconhecedora de tudo. Imediatamente depois, dom Vincenzo elabora uma versão oficiosa boa para amigos e conhecidos: foi Matilde quem não queria mais Peppino. Para validar esta versão, encontra outro noivo para a filha: um jovem nobre sem cheta, o barão Rizieri. Agora trata-se de convencer Peppino a casar com Agnese. No entanto, Peppino não aceita casar com uma mulher que já não é virgem e que se revelou, embora cedendo à sua sedução, uma rapariga fácil.” “Watchers” (1988), real. Jon Hess, c/ Corey Haim, Michael Ironside, Christopher Cary … sob o título local “O limite do terror” estreado sexta-feira, 22 de setembro de 1989 no Politeama. “Ocorre uma explosão num laboratório secreto, causando um forte incêndio. Um monstro mutante conhecido como OXCOM (Outside Experimental Combat Mammal) escapa e persegue, através das matas circundantes, um golden retriever do mesmo laboratório. O cão corre e esconde-se num celeiro. No celeiro está Travis Cornell (Corey Haim) com a sua namorada Tracey (Lala Sloatman). Pensando ser o pai dela, Travis pisga-se. Tracey descobre o monstro e grita, alertando o pai que é atacado. Entretanto, Travis encontra o cão no banco traseiro do carro, e uma força militar e policial varre a área procurando pelos fugitivos. Travis percebe que o cão é extraordinário e decide ficar com ele. Enquanto isso, um agente da NSO chamado Johnson (Michael Ironside) é envidado pela empresa para recuperar os animais.”
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[1] Entrevista a Claudia Cardinale. “John Wayne chamou-lhe «Maria-rapaz». O ator britânico David Niven de «a mais bela invenção italiana depois do esparguete». (…). Euronews: «Quanto à sua vida na Tunísia ela foi bem-sucedida e os seus primeiros passos no cinema parecem tirados de um conto de fadas: um concurso de beleza, no qual não queria participar, acabou por levá-la ao Festival de Cinema de Veneza. Conte-nos como isso aconteceu?» Claudia Cardinale: «Foi uma coisa de loucos. Eu estava lá com a minha mãe, também estavam lá todos os funcionários do consulado italiano, que organizou o concurso, e todas as participantes já estavam no palco. De repente, um cavalheiro chega, agarra-me pelo braço e coloca-me a faixa a dizer «a mais bela de Tunes». Como recompensa, recebi uma viagem ao Festival de Cinema de Veneza, ali o biquíni ainda não existia. Eu usava biquíni mas com uma djellaba e, de repente, todos os paparazzi me fotografaram. Começaram a convidar-me para fazer filmes e eu respondia: ‘Não, eu não quero fazer cinema’. Quando entrei no avião os jornais escreviam sobre mim: ‘A jovem que não quer fazer cinema’». Euronews: «Fellini e Visconti levaram a sua carreira a um nível internacional com os filmes «8 e ½» [c/ Marcello Mastroianni, Anouk Aimée … estreado segunda-feira, 24 de fevereiro de 1964 no Tivoli] e «O Leopardo» [c/ Burt Lancaster, Alain Delon … estreado segunda-feira, 7 de outubro de 1963 no Tivoli], você disse: ‘Visconti deu-me asas, Fellini reconciliou-me comigo própria’. O que quer dizer com isso?» Claudia Cardinale: «Eles estavam em polos opostos. Com Visconti, antes de rodar, fazíamos ensaios, com todos os atores, à volta de uma mesa. Tudo tinha de estar perfeito. Por outro lado, com Fellini nem sequer havia argumento era tudo improvisação. Eu tive a oportunidade de passar muito tempo com Visconti. Estávamos sempre juntos, eu estava sempre em casa dele, fizemos viagens juntos, assistimos ao Festival de Sanremo. Já Federico ajoelhou-se à na minha frente, ele adorava-me, ele ficava furioso quando eu não comia o suficiente. Uma vez disse-me: ‘Tu pertences a África, à terra: é por isso que és a minha musa’». Euronews: «Marcello Mastroianni disse, publicamente, que sempre a amou. Robert De Niro fez cenas de ciúmes. Rejeitava os seus inúmeros pretendentes mas, um dia, recebeu o telefonema do homem que, naquela época, considerava ‘o mais irresistível do mundo’: Marlon Brando. Como se passaram as coisas?» Claudia Cardinale: «Quando ele soube onde eu estava, bateu à porta do meu quarto de hotel e fez tudo para… Depois olhou para mim e disse: ‘bem, já entendi… és um carneiro como eu. Não vais cair a meus pés’. Então foi-se embora e fechou a porta, e eu disse para comigo: ‘sou mesmo estúpida!’ Ele era o meu ator favorito».”
[2] Tanto “A rapariga do vestido azul” como “Seduzida e abandonada” encaixam na Entartete Kunst (arte degenerada) atual, e, por higiene, exige a sua proibição da vista e rasura da História. Retratar mulheres, praticamente bebés, 13 e 16 anos, em arrochos voluptuosos extremos envergonha as democracias adultas, em cuja adultização ainda não progrediu vontade política para a criação de um Ministério da Purificação que reavalie toda a Arte passada e retire e apague e queime aquela divergente ou antagonista dos bons valores. As sociedades evoluídas não projetam filmes corruptores como, por exemplo, “Thirteen” (2003), de Catherine Hardwicke, em que uma impúbere, Evie Zamora (Nikki Reed), grita: “Ei, rapazes, a minha amiga quer chupar-vos a pichota.” Ou outra, uma criança de treze anos, Tracy Freeland (Evan Rachel Wood), trauteia irada para a mãe: “Sem soutien, sem cuecas. Sem soutien, sem cuecas. Sem soutien, sem cuecas.” Ou o atentatório da instituição familiar, “Lolita” (1997), de Adrian Lyne / “Lolita” (1962), real. Stanley Kubrick, com James Mason, Shelley Winters, Sue Lyon … (estreado quinta-feira, 11 de maio de 1972 no Império). Ou “Pretty Baby” (1978), de Louis Malle, c/ Brooke Shields, Keith Carradine, Susan Sarandon … sob o título local “Menina Bonita” estreado sexta-feira, 2 de novembro de 1979 no Apolo; no qual uma bebé de 12 anos, Violet, emprega noções desconhecidas do seu grupo etário como “puta” ou “brandy”: Violet: “O nome da minha mãe era Hildegarde. Hildegarde Marr. M-A-R-R.” Padre: “Ela era caucasiana, ou outra?” Violet: “Ela era uma puta, padre.” Ou “Kids” (1995), de Larry Clark, (após a cena inicial de pinanço entre Leo Fitzpatrick e Sarah Henderson), Casper (Justin Pierce): “Aquela miúda tem para aí uns doze anos, e papaste-a?” Telly (Leo Fitzpatrick): Quem é que eu sou? Quem é que eu sou? Sou o cirurgião de virgens, caralho.” Jovem este que vive sob o vândalo lema: “Virgens. Amo-as. Sem doenças, sem buraco lasso como a cona de uma gansa, sem galderice. Nada de nada. Apenas puro prazer.” As sociedades evoluídas não penduram nas suas paredes afrontosos quadros como, por exemplo, “Cupid and Psyche” (William Etty), “Enfant nu avec colombe” (Léon Bazille Perrault), “Le Bain de Venus” (François Boucher), “L'Adorazione dei Magi con Sant'Elena” (Jacopo Palma, o Velho), ou o arrepiante “Venus Fest” de Rubens… não decora recantos com estátuas como São Martinho de Porres, da Blackfriars Priory School, em Adelaide, Austrália, ou esculturas de Eric Gill, ou a profanação da figura mais querida do consumo, Britney Spears, em “Monument To Pro-Life: The Birth of Sean Preston” ou “Paris Hilton Autopsy”, ambas peças de Daniel Edwards…
Um pensador do século XX anteviu estas candentes questões e lançou as bases filosóficas do século XXI, salvo a datação histórica e umas insignificantes diferenças semânticas, a sua obra representa a modernidade vigilante do impróprio, do incorreto, do ofensivo. “Vejam o ‘menu’ dos nossos cinemas, das diversas casas de espetáculos e dos teatros: é inegável que não é aí que se encontra o alimento espiritual principalmente necessário à juventude. Nas exposições e agências de publicidade trabalha-se com os mais baixos expedientes para atrair a atenção do público: quem não perdeu a faculdade de pensar compreende facilmente que tais práticas só podem acarretar prejuízos graves. Essa atmosfera flácida e sensual induz manifestações e excitações num momento em que o jovem não as consegue compreender. É muito pouco divertido ver na juventude de hoje o resultado desse mundo de educação. Amadurecidos demasiado cedo, envelhecem antes de tempo. Os tribunais fazem chegar aos ouvidos do público muitíssimos casos que dão uma ideia horrível da vida espiritual das nossas crianças de catorze e quinze anos. Não é uma lástima ver como tantos jovens fracos de corpo e podres de espírito são iniciados pelas prostitutas das grandes cidades? Quem quiser combater a prostituição tem, em primeiro lugar, de combater as causas morais de que aquela resulta. Eliminar sem a menor contemplação o lixo da pestilência moral da civilização das grandes cidades sem hesitar com a gritaria e os urros desenfreados que não deixarão de se ouvir. Se não livrarmos a juventude do pântano em que está hoje atolada, acabará por ser engolida. Todo aquele que se recusa a ver este estado de coisas é cúmplice da prostituição lenta do futuro das gerações que hão de vir. Essa purificação da nossa civilização tem de estender-se a quase todos os domínios. O teatro, a arte, a literatura, o cinema, a imprensa, a publicidade, os escaparates, devem ser limpos das exibições de um mundo em putrefação e serem postos ao serviço de uma ideia moral e da civilização.” Em “A minha luta”, Adolf Hitler.     
No início do século XX era possível localizar a Arte Degenerada (a) na “Haus der Kunst”, para que as obras fossem desmascaradas e os artistas estripados, felizmente, no século XXI, mais instrução mais informação aceleradas nas redes sociais, o Volksaufklärung (Iluminismo para o povo) atual, multiplicou os Adolf Ziegler, cada cidadão é um detetor de depravação. “Pendurado numa parede do Metropolitan Museum of Art está uma pintura de uma rapariga pubescente. Ela está inclinada para trás numa cadeira de vime, olhos fechados, braços cruzados acima da cabeça. Os seus joelhos estão abertos e a saia vermelha está levantada para revelar as suas cuecas brancas. Segundo a descrição do Met, a obra do século XX do artista francês Balthus retrata a sua vizinha, Thérèse Blanchard. Ela posou num total de onze pinturas de Balthus, entre 1936 e 1939, começando quando tinha 11 anos de idade. A 30 de novembro de 2017, uma noviorquina chamada Mia Merrill redigiu no Care2 uma petição exigindo que o museu ou retirasse «Thérèse rêvant» da vista dos frequentadores ou corrigisse o texto na parede para reconhecer a natureza potencialmente perturbadora da obra. «Dado o clima atual em torno da agressão sexual e alegações que se tornam públicas a cada dia», escreveu ela na sua petição, «ao mostrar esta obra para as massas sem fornecer qualquer tipo de esclarecimento, o Met está, talvez involuntariamente, apoiando o voyeurismo e a objetificação das crianças.” Na Inglaterra, a mesma luta contra a Arte Degenerada. “A Manchester Art Gallery retira a obra de Waterhouse e pede ao público para postar reações. É uma pintura que mostra ninfas pubescentes nuas seduzindo um belo rapagão para a perdição, mas é uma fantasia vitoriana que foi demasiado longe, que, no clima atual, é inadequado e ofensivo para as audiências modernas? A Manchester Art Gallery fez a pergunta após remover das suas paredes «Hylas and the Nymphs» de John William Waterhouse, uma das mais reconhecidas pinturas pré-rafaelistas. Os postais do quadro serão retirados da venda na loja dos souvenirs.” 
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(a) “As origens da ideia de que a arte poderia ser degenerada estavam ligadas às transições sociais e económicas do século XIX. Na Alemanha, isso relacionava-se diretamente com a urbanização e industrialização do país, a unificação nacional sob governo conservador, uma vida urbana cada vez mais cosmopolita e um crescente movimento socialista. Isto produziu reações contra a modernidade a vários níveis da sociedade alemã, à esquerda e à direita. «Ao longo do século XIX», escreve Olaf Peters, «conceitos como decadência e degeneração encontraram progressivamente o seu espaço tanto no criticismo social como no discurso científico». (‘Arte degenerada: o ataque à arte moderna na Alemanha nazi’, 1937, Olaf Peters). O primeiro grande teórico desses conceitos, escrevendo em alemão, foi Max Nordau (1849-1923), filho de um rabino de Budapeste e mais tarde cofundador, junto com Theodor Herzl, da Organização Sionista Mundial. Nordau argumentava que a degeneração da sociedade não era diferente de uma doença mental «causada por rápidas mudanças na civilização moderna». Os habitantes da cidade eram um defeituoso «exemplar humano… destinado a perecer». Da mesma forma, a arte e literatura modernas estavam «doentes e degeneradas». A ideia modernista de génio artístico era o elogio de «degenerados altamente dotados» e a arte e a cultura modernas estavam infetadas, como uma doença. «Estamos atualmente no meio de uma grave epidemia mental; uma espécie de peste negra de degeneração e histeria». (…). Naquela época, não era invulgar ouvir lamentações reacionárias. Os conservadores frequentemente protestavam que a poesia que se desviava das regras clássicas era «decadente». Contudo, Nordau foi mais além, colocando a degeneração da arte e da cultura em termos médicos, mentais, criminais e darwinistas. Por exemplo, Nordau alegava que as pinturas impressionistas eram produzidas por um córtex visual doente. «Os degenerados nem sempre são os criminosos, as prostitutas, os anarquistas e os doidos varridos; eles são muitas vezes escritores e artistas. Estes, todavia, manifestam as mesmas características mentais e, na maioria das vezes, os mesmos traços somáticos dos membros da família antropológica acima citada, que satisfazem os seus impulsos doentios com a faca do assassinato ou a bomba do dinamiteiro, em vez da caneta e o lápis… Alguns destes degenerados na literatura, música e pintura alcançaram nos últimos anos extraordinária proeminência, e são reverenciados por numerosos admiradores como criadores de uma nova arte, e anunciadores do século vindouro».”     

no aparelho de televisão

Beetle Bailey” (1963-1964), c/ Zero, sargento Tainha, Oto, Platão, Dentinho, tenente Escovinha … série americana de desenhos animados, sob o título local “Recruta Bailey”, transmitida às quintas-feiras, pelas 19h30, na RTP 2, de 1 de agosto / 31 de outubro de 1985. “Em 1950, Mort Walker submeteu uma tira ao King Features Syndicate, com uma temática de caloiros da Universidade de Rockview. O KFS comprou a tira, mas exigiu que o nome da personagem fosse trocado, por achar que Spider assustaria os leitores. Assim surgiu Beetle Bailey, em 4 de setembro de 1950, nuns modestos 12 jornais. As vendas não descolavam e o cancelamento era iminente. Até que Mort Walker teve a ideia de fazer a sua personagem alistar-se no exército, durante a guerra da Coreia (na tira de 3 de março de 1951). A partir dessa mudança, mais jornais adquiriram a série, garantido a sua sobrevivência. Mas, quando a edição japonesa do Stars and Stripes (o jornal oficial do exército) decidiu banir Beetle Bailey por ridicularizar os oficiais, a notícia repercutiu-se na imprensa e as vendas dispararam por todos os EUA. Depois, em 1970, quando o tenente Mironga (Lt. Jack Flap) entrou pela primeira vez no escritório do sargento Tainha, Beetle Bailey tornou-se a primeira tira implantada a integrar uma personagem preta num elenco branco. Stars and Stripes e outros jornais sulistas imediatamente dispensaram a tira, mas outros jornais compraram-na.” [1]The Day the Universe Changed” (1985), série documental inglesa escrita e apresentada pelo historiador da ciência James Burke, sob o título local “O dia em que o mundo mudou”, transmitida aos sábados, pelas 17h20, na RTP 1, de 23 de novembro de 1985 / 25 de janeiro de 1986. 1.º episódio: em 1085, tropas conquistaram a cidade de Toledo aos muçulmanos e descobriram manuscritos científicos e filosóficos da Grécia clássica há muito tempo esquecidos. Neste episódio visitamos as primeiras grandes universidades europeias e as imponentes catedrais góticas onde descobrimos como a adoção dos ensinamentos gregos provocou um conflito entre os defensores da razão e da fé. 3.º episódio: a primazia do materialismo sobre o idealismo teve duas importantes consequências: transformou a pintura e a arquitetura, levando à criação de um novo individualismo: o Renascimento. 4.º episódio: a invenção da impressão teve um impacto extraordinário. O mundo medieval dominado, até então, pela tradição oral e pela escrita demorada dos conhecimentos adquiridos através dos tempos, é totalmente revolucionado com as técnicas de impressão de Gutenberg, de enormes consequências. 8.º episódio: a noção de que todas as formas de vida se mantêm inalteráveis desde a sua criação foi destruída por volta de 1830 com os estudos de vestígios fósseis descobertos em Inglaterra, Paris e em Itália, no monte Etna. 9.º episódio: este episódio leva-nos à Suíça, à Inglaterra, à Áustria e à América onde podemos observar como é que os pioneiros desde Faraday e Einstein, desenvolveram a ciência e a verdadeira natureza do universo. 10.º episódio: este último episódio passa em revista todos os temas abordados ao longo da série, relembrando-nos que, à medida que foram sendo adquiridos novos conhecimentos, muitas teorias ficaram desacreditadas. Em qualquer estádio da história, o conhecimento define «a verdade» e fornece estrutura que responde às questões sobre o universo. [2]Le comte de Monte-Cristo” (1979), sob o título local “O conde de Monte Cristo”, série transmitida às quintas-feiras, pelas 21h20, na RTP 1, de 16 de outubro / 20 de novembro de 1980. Foi retransmitida às quartas-feiras, pelas 16h10, na RTP 1, de 2 de julho / 6 de agosto de 1986. FR 3 et Europa Films présentent une co-production. FR 3 – Europa Films – Paris. Bavaria Atelier – Munich. Edizioni Farnese – Rome. Rex Cinematografica – Rome. Avec la participation de RTP – Lisbonne. Atelier Films Juan Estelrich – Madrid. S.S.R. – Genève. R.T.B.F. – Bruxelles. D’après l’oeuvre de Alexandre Dumas. Adaptation de Jean Chatenet. Dialogue de André Castelot. Thème musical de Nino Rota. Édition CAM. Musique originale composée et dirigée par Carlo Savina. Édition PEMA – MUSIC (production Georges Bach). Avec Jaques Weber, Carla Romanelli, Jean-François Poron, Christiane Krüger, Christine Kaufmann, Manuel Tejada, Claude Brosset, Carlos de Carvalho, Marie Matile, avec la participation de Henri Virlojeux. Realisée par Denys de La Patellière [3]. “Minissérie baseada no famoso romance de Alexandre Dumas. Jacques Weber desempenha o papel de Edmond Dantès, o infeliz marinheiro de Marselha que, em 1815, no próprio dia do casamento é preso, sob acusação de ser Bonapartista, no castelo de If e aí fica durante quinze anos. Dantès, inocente de qualquer acusação, tinha sido vítima do seu rival amoroso, Fernand e também do seu rival de trabalho. A sua prisão serve ainda os fins políticos de um jovem e ambicioso juiz, Villefort. Série francesa de 6 episódios, produzida em 1979 com a participação da RTP. Considerada por muitos como a melhor adaptação da obra de Alexandre Dumas. Excelentes interpretações e com a participação de atores portugueses.” [4]By the Sword Divided” (1983-85), c/ Sharon Maughan, Andrew MacLachlan, Lucy Aston … série inglesa produzida pela BBC, sob o título local “Separados pela espada”, transmitida aos sábados, pelas 17h50, na RTP 1, de 6 de julho / 7 de setembro de 1985. 1.º episódio: sir Martin Lacey, proprietário do castelo Arnescote, viúvo e monárquico, negoceia o contrato de casamento de sua filha mais velha, Anne, com John Fletcher, um comerciante rico da região e membro do parlamento. 3.º episódio: Anne Fletcher despede-se de seu pai e da sua casa. Sir Martin junta-se às forças reais onde já se encontra seu filho, e é gravemente ferido na batalha de Edgehill. Entretanto, Susan Protheroe, uma prima afastada dos Lacey, procura abrigo em Arnescote, e traz com ela a desgraça. 4.º episódio: Lucinda Lacey consegue convencer o pai a deixá-la sair clandestinamente de Arnescote com as pratas que haviam sido doadas para a casa real, para as ir entregar ao rei, em Oxford. 5.º episódio: o capitão Hannibal Marsh – acompanhado pelo tenente John Fletcher – penetra à força no Castelo Arnescote, pois pensa encontrar aí a prata destinada a financiar a causa monárquica. Entretanto, Tom e alguns membros das tropas Lacey regressam a Arnescote para salvar a família. 6.º episódio: Tom consegue salvar a sua irmã Anne, que se encontra na sua casa perto de Swindford. Entretanto, lorde Ferrar volta a Arnescote com o rei Carlos depois da derrota dos monárquicos na batalha de Naseby. 8.º episódio: morto sir Martin, durante o ataque ao castelo, Tom (agora sir Thomas) vê-se obrigado à rendição. No entanto, consegue enviar lorde Ferrar, que se escapa por uma porta secreta, até junto do rei para lhe contar as tristes novas. O castelo é saqueado, mortos os católicos e irlandeses. 9.º episódio: Tom (agora sir Thomas) vai para a prisão em Swindford. Cromwell dera ordens a Marsh para destruir o castelo e, no preciso momento em que ele o ia fazer, chega John Fletcher com documentos comprovando que ele é o novo proprietário, pois comprara Arnescote. 10.º episódio: John e Anne Fletcher regressam a Arnescote de novo como proprietários. Marsh e os seus soldados vão-se embora, Susan quer acompanhá-lo como sua mulher, Marsh diz-lhe: «Minha cara, eu tenho mulher e três filhos encantadores». [5]Progetto Atlantide” (1984), real. Gianni Serra, c/ Daniel Gélin, Marpessa Djian, Francesca De Sapio, Peter Berling, Giovanni Lombardo Radice, Mita Medici, Kristina Van Ayck, Michael Beatti … minissérie italiana produzida pela RAI, sob o título local “Projeto Atlântica”, transmitida às quintas-feiras, pelas 22h05, na RTP 1, de 14 de março / 11 de abril de 1985. 1.º episódio: golpes inesperados, agentes secretos, intrigas internacionais, paixões, mortes são os ingredientes de «Progetto Atlantide», uma série italiana baseada no romance «Le porte di ferro» de Stefano Terra, que será exibida em quatro episódios. A música foi especialmente composta para a série por Luis Bacalov. Está a ser organizada em Roma, uma conferência entre países saarianos para estudar o Projeto Atlântida. Trata-se de um plano internacional que visa transformar o deserto do Sahara em terra fértil. O jornalista Aldo Canali da European News é enviado a Marraquexe para escrever uma série de artigos. 2.º episódio: quando Aldo se encontra com os tuaregues é chamado de urgência a Roma e tem de partir sem poder despedir-se de Tessali. O americano pede-lhe a reportagem que lhe encomendara sobre a tribo, sem desconfiar que está a ser vigiado. 3.º episódio: o chefe dos serviços de segurança da conferência dos países do Sahara é encarregado de descobrir qual a ligação de Aldo Canali com os tuaregues. 4.º episódio: Tessali desaparece. Aldo, ao descobrir a sua fuga, julga que ela o enganara e telefona à polícia, informando o local onde se encontram os tuaregues. O americano, representante de uma organização internacional que se ocupa dos direitos das minorias étnicas, Edward Jonathan Blackburn, prisioneiro de Myriam e Duimich, é levado para uma barraca. [6]The Manions of America” (1981), c/ Pierce Brosnan, Peter Gilmore, Simon MacCorkindale … minissérie americana sob o título local “Os Manions da América”, transmitida às sextas-feiras, pelas 20h55, na RTP 2, de 3 de fevereiro / 2 de março de 1984. “A história narra a jornada para a América de uma família de imigrantes irlandeses, os O’Manions, e a sua ascensão à proeminência no negócio da pólvora no seu país adotivo. A história começa com o protagonista Rory O’Manion, um agricultor impetuoso e rebelde, que está cada vez mais farto da sua magra existência na Irlanda controlada pelos ingleses durante a Grande Fome da Batata no século XIX. Ironicamente, ele conhece e apaixona-se por Rachel Clement, a refilona filha de um proprietário inglês local, mas decide partir e estabelecer uma nova vida na América sem ela. Uma vez lá, depois de trabalhar em vários empregos, a sua bravura e determinação dão-lhe um emprego a tempo inteiro e, mais tarde, uma sociedade numa fábrica de pólvora que o tio de Rachel possui em Filadélfia. A subsequente chegada de Rachel à América reúne-os, desencadeando uma série de eventos nos quais as duas famílias crescem cada vez mais entrelaçadas dos dois lados do Atlântico, durante as turbulentas décadas pré e pós Guerra Civil americana e a Revolução Industrial. No entanto, através de todas as provações e tribulações da sua vida, Rory luta para permanecer fiel à sua promessa de tornar melhor a vida dos seus compatriotas, tanto na Irlanda como na América.” [7] 1.º episódio: Rachel Clement e o seu irmão David, jovens aristocratas ingleses, partem de Inglaterra para Galway e ficam horrorizados com o cenário de miséria que se lhes depara. Entre os arrendatários, uma família à que ficarão para sempre ligados, os Manions. 2.º episódio: apesar da oposição de Rory, a sua irmã Diedre namora David. E até juram fidelidade eterna. 3.º episódio: em Filadélfia, Rory arranja trabalho numa fábrica do tio de Rachel Clement. Entretanto, o pai de Rachel morre e ela vai também para Filadélfia viver com o tio. Mas Diedre junta-se ao irmão e… 4.º episódio: nos EUA, é a expansão do caminho-de-ferro e Rory tenta enriquecer, para casar com Rachel. 5.º episódio: guerra civil nos Estados Unidos, com Rory e Caleb a combaterem. O regresso e problemas afetivos para Rory, que não quer pôr em perigo a vida de Rachel. Mas não conheceria o rapaz os métodos naturais de contraceção? [8]
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[1] Uma magnífica atriz de ética profissional irrepreensível que não discrimina tamanho, cor, aspeto, rijeza, grossura. Abigaile Johnson, 1,65 m, 50 kg, 86-58-89, sapatos 36, olhos azuis, cabelo louro, nascida a 11 de novembro de 1989, em Praga, República Checa, t.c.c. Abagaile Johnson, Abby, Abby A, Abigail, Abigail Johnson, Abigaile, Abigale, Petty, Pinky June, Spunky, Spunky Bee, Veronika, Veronika A, Veronika W. Sites: {The Nude} {Indexxx} {Euro Babe Index} {Alba Gals} {Elite Babes} {Porn Teen Girl} {Nude Gals} {Define Babe} {Erotic Beauties} {European Pornstars} {iafd} {egafd} {Nubiles} {Nubile Films} {First Anal Quest} {PornHub} {Oldje} {Only Blowjob} {Babepedia} {Club Seventeen} {Hot Movies} {CD Universe} {Bangbros} {Twistys} {Digital Playground} {DDFNetwork} {Babes} {Site}. Obra cinematográfica: {“Young Lesbian Lovers” + Monika E – Duas beldades partilhando um dildo cor de rosa} ѽ {“Seventeen Special” – Abby chupando pichota ao ar livre} ѽ {“Shaved Teens” – Abby usando um brinquedo na sua rata recém barbeada} ѽ {“Teenage Masturbation” – Abby e o seu dildo favorito} ѽ {“Teenage Masturbation” – A masturbação pós-aulas de Abby} ѽ {“Family in debt, girlfriend pays with her body”} ѽ {“The Therapist”} ѽ {“School Spirit”} ѽ {“Woodman Casting} ѽ {“Wake Up N Fuck”} ѽ {“Teeners From Holland 18”}.
[2] A nova verdade do universo alojou-se na internet. Gysera, 1,75 m, 86-61-94, olhos azuis, cabelo castanho, t.c.c. Gina, Gysera, Nonna, Taylor A. “Conheça a Gysera. Ela é uma miúda deslumbrante e esguia, que não deseja mais nada, senão que desfrute a visão do seu esplêndido corpo nu. E o seu jeito de lhe proporcionar esta oportunidade única na vida é posando despida para algumas fotos atrevidas, num estúdio, a solo, enquanto pensa em você. Esta sensual morena não merecer ser ignorada, porque os seus peitos redondos e desenvoltos rebentar-lhe-ão a escala, quando lhes der uma boa olhada. Além disso, esta atrevida adolescente de olhos castanhos tem uma ratinha barbeada, que é provavelmente uma das rachas mais sexy e macias que alguma vez viu. E, por último, mas não menos importante, não deve perder o seu firme e arredondado rabo, que é apenas um dos rabos de formas mais perfeitas alguma vez fotografados.” Sites: {The Nude} {Indexxx} {Met-Art} {Met-Art Hunter} {Define Babe} {Femjoy} {Femjoy Hunter} {Elite Babes} {Erosberry} {Coed Cherry} {MPLStudios}. Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4} {fotos5} {fotos6}. Obra cinematográfica: {“Galatea”}.
[3] A RTP também transmitiu a famosa obra de Alexandre Dumas numa série de animação produzida e realizada por Halas e Batchelor especialmente dirigida ao público jovem, “The Count of Monte Cristo” (1973), às quintas-feiras, pelas 19h25, de 7 de outubro de 1976 / 27 de janeiro de 1977.
[4] Com os atores portugueses: Diogo Dória, Suzana Borges, Manuel Cavaco, Luís Cerqueira, Carlos César, Isabel de Castro, Alexandre de Sousa, Baptista Fernandes, Sérgio Godinho, Morais e Castro, Leonor Pinhão, Paulo Renato, Curado Ribeiro, Vitorino Salomé, Luís Santos, Artur Semedo, Elsa Wallencamp, Sinde Filipe.
[5] Dois retratos femininos. Bowie: “E as outras mulheres que não esperam pelos maridos delas?”, Keechie: “Essas mulheres não amam. Uma mulher só ama uma vez. Acho que uma mulher é quase como um cão. Um cão mau não tem amor a ninguém, mas tu escolheste um cão bom. Se o dono morre, não aceita comida de mais ninguém, morderá quem quer que se aproxime. Eu conheci um homem que, depois de morrer, o cão nunca mais comeu ou bebeu e morreu também”, Bowie: “Tal como tu, não é?”, Keechie: “Acho que sim.” No filme “They Live By Night” (1948), real. Nicholas Ray, c/ Cathy O'Donnell, Farley Granger, Howard Da Silva … sob o título local “Filhos da noite”, estreado terça-feira, 15 de agosto de 1950 no Capitólio. “Mais uma excelente estreia RKO de impressionante ação dramática, violenta e empolgante para fazer vibrar o público como nunca! Um êxito de brado garantido! Com o melhor ator da nova geração americana, descoberto pelo famoso produtor Samuel Goldwyn de que todos se lembrarão em «Encantamento». RKO é a companhia que só pensa em bem servir o público e os srs. exibidores em qualquer tempo e circunstâncias!”
Se o homem pouco progrediu, exercendo violência peniana, assediando, maltratando, ciumando, a mulher, filogeneticamente, caldeirou os valores certos de lealdade, fidelidade, seriedade, genuinidade, e todos, num corpo são. A ciclista Puck Gregory Moonen nascida a 20 de março de 1996 em Sint-Michielsgestel, Holanda. “A beleza holandesa viu a sua popularidade disparar desde que a sua foto em fato de banho foi publicada, na qual ela também pode ser vista lendo um livro.” Que Puck legendou: “Relaxando e desfazendo as linhas de bronzeado após uma boa semana de treino.” Puck em ação: “Puck Moonen testa óculos inteligentes” ѽ “Puck Moonen a maior ciclista do país… no Instagram” ѽ “Puck Moonen: Há lama no meu rosto?”. {Instagram}.
[6] Uma modelo e atriz fértil de talento. Milana G, 1,64 m, 47 kg, 89-63-88, olhos azuis, cabelo ruivo, nascida a 1 de novembro de 1992, Rússia, t.c.c. Anastasiya Akoulina, Milana, Nastya, Natalia T, Zara. Sites: {The Nude} {Indexxx} {Euro Babe Index} {Nudezz} {European Pornstars} {Define Babe} {Erosberry} {Nude Gals} {Erotic Beauties} {Kindgirls} {Elite Babes} {Met-Art} {Met-Art} {Errotica} {Femjoy Hunter} {Femjoy} {Alba Gals} {Stunning 18}. Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4} {fotos5} {fotos6} {fotos7} {fotos8} {fotos9} {fotos10}. Obra cinematográfica: {“Pemiha” (2015)} ѽ {“Topless For Fans”} ѽ {Staron Bos}.
[7] Modelo e atriz torna a vida dos seus compatriotas melhor. Natalia Siwiec, 1,70 m, 48 kg, 89-58-86, sapatos 37, olhos cinzentos, cabelos castanhos, nascida a 1 de agosto de 1983, em Walbrzych, Polónia. Etiquetada a adepta polaca mais sexy do Euro 2012 - {Rússia - Polónia}. Natalia tem tatuado acima da vagina a relaxante frase: “Disfrute a vista”. Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4} {“Playboy” - agosto 2012}. Obra cinematográfica: {“Natalia Siwiec for Epuzer”} ѽ {“We Are The Colors by Natalia Siwiec”}.
[8] O Eliseu, os campos da vida depois da morte, cinge-se a uma feijoada comida num condensado nipónico formado por “50 gravure models” (グラビアアイドル).Tcholent, mais linda faísca dos deuses, / Tcholent, filha do Eliseu! / Então a canção de Schiller soou, / Tivesse ele provado tcholent, // Pois este tcholent é a própria / Comida do céu, que, no Sinai, / Deus em pessoa instruiu Moisés / No segredo da confeção, / Na altura, ensinou-lhe Ele também / E revelou em chamas de relâmpago / Todas as doutrinas boas e piedosas, / E os sagrados Dez Mandamentos. // Sim, este tcholent é pura ambrosia / Do verdadeiro e único Deus: / Pão paradisíaco de êxtase.” (Heinrich Heine em “A princesa Sabat”. Tcholent é uma feijoada judaica e o poema é uma paródia ao “Hino à alegria” de Schiller).

na aparelhagem stereo

Jesus Cristo subiu à cruz para trazer a verdade, para nos salvar, perdoar o pecado, as finórias de Hollywood abriram as pernas para desfilar a baixa costura, para ressalvar a carne, doar prémios de desempenho. Estes dolorosos sacrifícios inauguraram períodos de perseguição, os cristãos aos leões, os copuladores, infelizmente, ainda só aos jornais [1]. Todavia, esta imolação perniaberta fortaleceu o matriarcado e define outra loiça. “12 Características que distinguem as mulheres de sucesso. 1.º São completamente apaixonadas pelo que fazem. 2.º Não esperam perfeição, nem de si próprias, nem de quem as rodeia. 3.º Muitas vezes, tornam-se chefes. 4.º Casam-se bem, ou então não casam. 5.º Acreditam que vão ser bem-sucedidas. 6.º Não têm medo de assumir riscos. 7.º Sabem que o fracasso anda de mãos dadas com o sucesso. 8.º Valorizam o exercício físico. 9.º Sabem que a ‘to-do’ list nunca está completa, e nunca vai estar. 10.º Reservam tempo para si próprias. 11.º Sabem cultivar relações genuínas, e mantê-las fortes. 12.º Mostram gratidão com quem as rodeia.” Somando um rabo apessegado, umas tetas amirtiladas, umas pernas apistaciadas, o corpo afrutado, deparamo-nos com a mulher dona do seu destino. A mulher enquanto bonita é livre de escolher, ou escolhe bem o seu docinho ou desperdiça um corpo estonteante numa refeição de carnes frias:
“Acabaram-se os rumores e especulações: para que não haja mais dúvidas sobre se namora e com quem, Sara Sampaio colocou na sua conta de Instagram uma declaração de amor a Oliver Ripley, o milionário britânico que se falava ser dono do seu coração. E não o fez por menos: colocou uma frase de um poeta e teólogo persa do século XIII, Rumi, a acompanhar uma imagem dos dois a preto e branco. A frase escolhida por Sara Sampaio relata que «os amantes não se encontram em algum lugar. Estão um no outro ao longo do caminho» (Lovers don't finally meet somewhere. They're in each other all along).” Um sucesso instantâneo nas parangonas internacionais. Na Inglaterra. “Victoria's Secret stunner Sara Sampaio flaunts her bikini body as she cosies up to boyfriend Oliver Ripley on £85million superyacht in St. Tropez”. No Brasil. “Angel Sara Sampaio leva apalpada no bumbum do namorado milionário”…
“Uma postagem da jovem suspeita de ter assassinado o ex-namorado a facadas, durante o ato sexual, tem causado polémica nas redes sociais. Dois dias antes do crime, a vendedora Vania Basílio Rocha (18 anos) declarou: «Eu não fui uma má namorada». Segundo a Polícia Civil, o homicídio aconteceu na casa da vítima, Marcos Catanio Porto, 26, na quarta-feira (30/12/2015). A mulher foi presa em flagrante e confessou o crime. «Queria matar alguém. Não me arrependo. Fiquei olhando olho no olho até ele morrer», revelou.”De acordo com o relatório do Instituto de Medicina Legal (IML), Marcos Porto levou onze facadas em diferentes partes do corpo: abdómen, braços, mãos e pernas. No entanto, foi a facada no pescoço que se revelou fatal. «A Vania disse que a primeira facada foi no pescoço e foi essa que o matou. As outras aconteceram enquanto ele se defendia, mas já estava a perder sangue», sublinhou Fabio Campos, delegado regional”. “A jovem Vania Basílio Rocha, que foi condenada a 13 anos de prisão por matar o ex-namorado a facadas no ato sexual, teve a pena diminuída para 8 anos e 4 meses de reclusão em Vilhena (RO). A mudança na sentença ocorreu após a defesa dela entrar com recurso no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO).”
“A jovem de 22 anos que foi presa suspeita de estar envolvida numa quadrilha de traficantes, em Várzea Paulista (SP), era responsável por recrutar outras mulheres para participar do esquema de tráfico de drogas. Segundo o chefe da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), Leandro Basson, em entrevista ao G1, a suspeita que tinha uma vida de luxo por conta do crime, escolhia mulheres jovens e bonitas para entrar no grupo de criminosos. Para aliciar as jovens, Lucilene Priscila de Souza Guimarães frequentava baladas na região a fim de procurar mulheres que preenchessem os requisitos necessários. O objetivo da quadrilha era de não chamar atenção da polícia durante o transporte das drogas recebidas de São Paulo até Minas Gerais, onde elas eram efetivamente vendidas.”Na casa foram encontrados mais de sete quilos de maconha. «Ela ostentava uma vida de luxo e usava o dinheiro que conseguia no tráfico para ‘encher’ os olhos das outras mulheres», explica o investigador chefe da Dise, Leandro Basson. Ainda segundo a polícia, a mulher postava fotos em festas e em viagens nas redes sociais. A quadrilha, que está envolvida nesses crimes, também já estava sendo investigada. No mês de julho (2015), dez pessoas foram presas, entre elas, duas mulheres. Com o grupo, a polícia encontrou mais de 17 quilos de pasta base de cocaína e mais cinco quilos de maconha e crack. A suspeita foi presa e encaminhada à cadeia feminina de Itupeva.”
“Pela segunda vez em menos de um ano uma estudante de Direito foi presa em Curitiba. Mayara Borcatti da Silva foi detida nesta quarta-feira (17/08/2016), suspeita de envolvimento com uma quadrilha de multibancos. A estudante foi detida pela primeira vez em setembro de 2015. Na ocasião, a polícia encontrou com ela 2 kg de crack. A droga pertencia a um grupo de traficantes. Ela era casada com um desses suspeitos. Conforme as novas investigações, ela era a responsável por cuidar dos veículos que a quadrilha roubava para usar nos crimes contra os multibancos. «Ela faz parte dessa organização criminosa. Foi denunciada como sendo um elemento importante que auxiliava os marginais, na guarda dos veículos roubados que posteriormente seriam usados», explicou o delegado Rodrigo Brown. Ainda segundo a polícia, a quadrilha da qual a estudante fazia parte cometia crimes principalmente no interior do estado. Mayara era procurada pela Polícia Civil havia dois meses. De acordo com a polícia, Mayara morava no Bairro Alto, mas ao saber do novo mandado de prisão contra ela acabou mudando de endereço. Ela foi encontrada num apartamento de luxo, no bairro Água Verde.” [2]
Luxo nos anos oitenta:
Você não soube me amar” (1982), p/ Blitz. “Banda de rock brasileiro. É uma das bandas precursoras do chamado «BRock» [3]. O grupo foi formado no Rio de Janeiro, em 1982. Originalmente era composto por Evandro Mesquita (voz e guitarra), Fernanda Abreu (coros), Marcia Bulcão (coros), Ricardo Barreto (guitarra), António Pedro Fortuna (baixo), Billy Forghieri (teclados) e Lobão (bateria). No início de 1981 Evandro Mesquita e Lobão foram convidados por Mauro Taubman, dono da marca Company, para tocarem no Caribe, bar que o empresário estava inaugurando na orla de São Conrado. Embora na época tocassem apenas por passatempo, os dois aceitaram e recrutaram amigos músicos para fazer a apresentação na estreia do bar, em 21 de fevereiro, gerando grande repercussão no local, o que levou a uma série de outras apresentações com uma rotatividade de músicos convidados, mantendo apenas os dois fixos. Procurando profissionalizar-se, os dois amigos buscaram músicos para se juntarem a eles, trazendo Fernanda Abreu e Marcia Bulcão para os coros, Ricardo Barreto na guitarra, António Pedro Fortuna no baixo, Billy Forghieri nos teclados, além do próprio Evandro na voz e Lobão na bateria. Em 15 de janeiro de 1982 a banda sobe ao palco do Circo Voador, maior casa de espetáculos carioca da época, tocando pela primeira vez sob o nome de Blitz – nome inspirado pela quantidade de vezes que Evandro era parado pela polícia e multado.” Olhar 43” (1985), p/ RPM.Revoluções por Minuto (também conhecida somente por RPM) é uma banda de rock brasileira surgida em 1983, tendo sido uma das mais populares do país nos anos de 1984 a 1987. Foi uma das bandas mais bem-sucedidas da história da música brasileira. Na segunda metade dos anos 80, conseguiram bater todos os recordes de vendas da indústria fonográfica brasileira. (…). Tudo começou em 1980, em São Paulo, quando Paulo Ricardo namorava Eloá, que morava em frente à casa onde Luiz Schiavon ensaiava com May East. O casal resolveu um dia visitar os vizinhos, que estavam num ensaio crucial que decidiam entre cantar em inglês ou português. Paulo Ricardo deu seu voto, opinando pelas letras em português e assim conheceu Luiz Schiavon. Neste dia conversaram muito sobre música. Paulo estava começando a sua carreira como crítico musical e Schiavon era um pianista clássico, que buscava um novo caminho, mais popular, mas sentiu dificuldade em encontrar alguém. Foi assim que Paulo recebeu o convite para integrar o Aura, uma banda de jazz-rock que ainda tinha Paulinho Valenza na bateria e o curitibano Edu Coelho na guitarra. Depois de três anos de ensaios e nenhum concerto, Luiz encantou-se pela música eletrónica e pela tecnologia de novos sintetizadores, enquanto Paulo decidiu morar na Europa – primeiro em França e depois em Londres, de onde escrevia sobre novidades musicais para a revista Somtrês e se correspondia com frequência com Schiavon. Este choque de personalidades impulsionou a criação do RPM depois que o trabalho da dupla foi retomado em fins de 1983, já em São Paulo.”
Simca Chambord” (1983) Eu não matei Joana D’Arc” (1985), p/ Camisa de Vénus.Banda de rock brasileiro formada em Salvador em 1980 e encontra-se em atividade até hoje. Fez grande sucesso no cenário brasileiro dos anos 80, sendo uma banda tida como mais ‘suja’ do que as outras pelo seu nome (na época era muito utilizado como sinónimo de preservativo) e pelos palavrões nas letras. (…). A banda foi formada em 1980 quando Marcelo Drummond Nova, que trabalhava na rádio Aratu em Salvador, conheceu Robério Santana, que trabalhava na TV Aratu. Conversando sobre música os dois descobriram que tinham gostos em comum e decidiram montar uma banda. Marcelo Nova seria o vocalista e Robério Santana o baixista. Robério resolveu chamar seu amigo Karl Franz Hummel para assumir a guitarra rítmica e este, por sua vez, chamou seu amigo Gustavo Adolpho Souza Mullem para tocar bateria. Juntou-se ao grupo o guitarrista solo Eugénio Soares. Nos ensaios, as pessoas que compareciam diziam que o som da banda era muito incómodo. Por isso, Marcelo Nova sugeriu o nome de Camisa de Vénus, por achar preservativo uma coisa muito incómoda. Após duas apresentações em Salvador, Eugénio Soares sai do grupo e Gustavo Mullem, que queria tocar guitarra solo, chama Aldo Pereira Machado para assumir a bateria. Esta seria a formação que tocaria junta até o primeiro fim da banda, em novembro de 1987.” Eu Gosto de Mulher” (1987), p/ Ultraje a Rigor. “Banda brasileira de rock, criada no início da década de 1980 em São Paulo. Idealizada por Roger Moreira (voz e guitarra rítmica), obteve sucesso em 1983 no Brasil, devido às canções «Inútil» e «Mim Quer Tocar». Em 1985 a banda ficou nacionalmente conhecida pelo álbum «Nós Vamos Invadir sua Praia» que trouxe o primeiro disco de ouro e platina para o rock nacional. (…). O grupo Ultraje a Rigor começou como uma banda de versões, principalmente de Beatles, punk rock e new wave. A primeira formação, composta por Roger, Leôspa, Sílvio e Edgard Scandurra, começou fazendo pequenos concertos em bares. Em 1982, decidiram que o nome da banda seria Ultraje a Rigor, um trocadilho com a expressão ‘traje a rigor’. Roger, inicialmente, havia pensado em batizar a banda apenas como Ultraje, mas Edgard, quando perguntado a respeito do nome, ouviu errado e perguntou: «Hã? Como é? Que traje, o traje a rigor?». O trocadilho fez sucesso e o nome Ultraje a Rigor foi adotado. Em pouco tempo, Silvio deixou a banda e foi substituído por Maurício Defendi. Em abril de 1983, a nova formação participa do primeiro espetáculo da banda apenas com composições próprias. Após alguns concertos, a banda assina um contrato de gravação com o produtor Pena Schmidt, que fazia parte da WEA e trabalhou também com artistas como o Ira! (do qual Edgard fazia parte) e os Titãs. O Ultraje então grava seu primeiro single, «Inútil / Mim Quer Tocar», que, por problemas com a censura, não foi liberado até outubro daquele ano.” [4]
Tédio” (1985), p/ Biquíni Cavadão. “Banda de rock brasileira formada em 1983 no Rio de Janeiro. Composto por Bruno Gouveia, Carlos Coelho, Miguel Flores da Cunha e Álvaro ‘Birita’ Lopes tendo atualmente, como músicos convidados o baixista e produtor Marcelo Magal, o guitarrista Edson Figurótico Pineschi e o saxofonista Walmer Carvalho. A banda fez parte da segunda geração de bandas dos anos 1980. Bruno, Álvaro e Miguel, colegas de terceiro ano do Colégio São Vicente de Paulo, e que decidiram tocar junto com mais alguns amigos, num sarau, resolveram fazer daquela ousadia um hábito. Após muitas formações, receberam do amigo Herbert Vianna, guitarrista dos Paralamas do Sucesso, a sugestão do nome Biquini Cavadão. A primeira música que compuseram foi «Tédio», e esta foi o chamariz para que Carlos Beni (ex-Kid Abelha) insistisse em gravá-los. A demo, que contou com Herbert na guitarra, foi parar na Rádio Fluminense FM, berço de várias bandas de rock nos anos 80. O sucesso da demo levou-os à Polygram para gravar um single (Tédio / No Mundo da Lua) no começo de 85. Faltava um guitarrista: Carlos Coelho apareceu logo após o segundo concerto profissional realizado pela banda. A sua integração deu-se rapidamente colaborando nas composições e gravando todos os programas de TV. Era como se ele apenas tivesse faltado no dia de tirar fotos para a capa do single.” Pintura Intima” (1984), p/ Kid Abelha.Kid Abelha (antes Kid Abelha e os Abóboras Selvagens) foi uma banda de rock brasileira que fez sucesso no Brasil desde a década de 1980. Era composto por Paula Toller, George Israel e Bruno Fortunato. Eles já venderam 9 milhões de cópias de discos somente no Brasil. Em 1981, Paula Toller conhece Leoni na faculdade. Ambos estudavam na PUC-Rio e começaram a namorar. Com isso, Paula passou a visitar os ensaios da banda Chrisma, formada por Leoni (voz e baixo elétrico), Carlos Beni (bateria) e Pedro Farah (guitarra). Os garotos sempre convidavam Paula a ingressar na banda, porém, ela sempre recusava, alegando ser tímida. Suas visitas aos ensaios a motivaram a cantar. George Israel, por sua vez, foi visto tocando saxofone em Búzios, Rio de Janeiro, e convidado por um amigo de Leoni a conhecer a tal banda que este liderava. George aceitou o convite e uniu-se à banda, pouco tempo depois conhecida como Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, nome escolhido durante uma transmissão ao vivo na Rádio Fluminense FM. A primeira demo executada pela extinta rádio foi «Distração». O sucesso foi imediato, a banda passou a fazer espetáculos no Circo Voador e, com isso, participam do LP «Rock Voador», com duas faixas: «Distração» e «Vida de cão é chato pra cachorro». Pedro Farah foi o primeiro integrante a abandonar a banda, logo no início do sucesso, para morar nos Estados Unidos. Com isso, Bruno Fortunato assume a guitarra do Kid em definitivo. Beni, que mais tarde seria produtor da banda carioca Biquini Cavadão, foi o segundo integrante a sair do Kid, sendo substituído por bateristas contratados.”
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[1] A Era #MeToo é a mais importante Era das que foram Eras da História da humanidade. Só numa sociedade pouco tough estes homens não foram expulsos do seu trabalho e retirados do espaço mediático. Top dos assediadores da revista Time: 122.º Steve Wynn, 121.º David Copperfield, 120.º Michael Douglas, 119.º Ross Levinsohn, 118.º Mario Testino, 117.º Joel Kramer, 116.º James Franco, 115.º Joel Achenbach, 114.º James Rosen, 113.º Paul Haggis, 112.º Mike Germano, 111.º Andrew Creighton, 110.º Peter Martins, 109.º Corey Lewandowski, 108.º Chuck Close, 107.º Charles Dutoit, 106.º Jack Latvala, 105.º T.J. Miller, 104.º Gene Simmons, 103.º Andrea Ramsey, 102.º Jerry Richardson, 101.º Chris Matthews, 100.º Brad Kern, 99.º Andrew Duncan, 98.º Morgan Spurlock, 97.º Tavis Smiley, 96.º Eric Alexander Hewitt, 95.º Ken Friedman, 94.º Dan Johnson, 93.º Eric Davis, 92.º Donovan McNabb, 91.º Marshall Faulk, 90.º Eric Weinberger, 89.º Ike Taylor, 88.º Heath Evans, 87.º Ryan Lizza, 86.º Tom Ashbrook, 85.º Mario Batali, 84.º Cade Hudson, 83.º Jon Heely, 82.º Joe Alexander, 81.º juiz do Tribunal de Recursos Alex Kozinski, 80.º representante Trent Franks, 79.º Bryan Singer, 78.º Harold Ford Jr., 77.º Lorin Stein, 76.º Robert Knepper, 75.º Dylan Howard, 74.º Danny Masterson, 73.º James Levine,72.º John Hockenberry, 71.º Bruce Weber, 70.º representante Ruben Kihuen, 69.º representante Blake Farenthold, 68.º Shervin Pishevar, 67.º Geraldo Rivera, 66.º Johnny Iuzzini, 65.º Israel Horovitz, 64.º Garrison Keillor, 63.º Matt Lauer, 62.º Andy Rubin, 61.º David Sweeney, 60.º Nick Carter, 59.º John Lasseter, 58.º John Conyers, 57.º Charlie Rose, 56.º Ryan Seacrest, 55.º Russell Simmons, 54.º Glenn Thrush, 53.º Jameis Winston, 52.º Sylvester Stallone, 51.º Ron Jeremy, 50.º Al Franken, 49.º Adam Venit, 48.º Dallas Clayton, 47.º Mark Schwahn, 46.º Tom Sizemore, 45.º Steve Jurvetson, 44.º Richard Dreyfuss, 43.º George Takei, 42.º Andrew Kreisberg, 41.º Eddie Berganza, 40.º Steve Lebsock, 39.º Sepp Blatter, 38.º Matthew Weiner, 37.º Louis C.K., 36.º Gary Goddard, 35.º Jann Wenner, 34.º Roy Moore, 33.º André Balazs, 32.º Dan Schoen, 31.º Steven Seagal, 30.º Jeffrey Tambor, 29.º Ed Westwick, 28.º Dustin Hoffman, 27.º Brett Ratner, 26.º Jeremy Piven, 25.º Michael Oreskes, 24.º Andy Dick, 23.º Kevin Spacey, 22.º Hamilton Fish, 21.º Stephen Collins, 20.º Ken Baker, 19.º Rick Najera, 18.º Mark Halperin, 17.º Knight Landesman, 16.º presidente George H. W. Bush, 15.º Leon Wieseltier, 14.º Roman Polanski, 13.º Ethan Kath, 12.º R. Kelly, 11.º Terry Richardson, 10.º James Toback, 9.º John Besh, 8.º Lockhart Steele, 7.º Robert Scoble, 6.º Chris Savino, 5.º David Blaine, 4.º Bob Weinstein, 3.º Roy Price, 2.º Oliver Stone, 1.º Ben Affleck.
[2] O bom aspeto físico, a higiene, os bons modos, expressão pela arte, caracterizam a nova mulher. Veraga, 1,70 m, 52 kg, 80-60-83, sapatos 38, nascida a 16 de abril de 1982 em São Petersburgo, t.c.c. Vika, Vika M. sites: {The Nude} {Indexxx} {Met-Art} {Met-Art}. “Velocidade e vento, isso é a Veraga. Esta excecional rapariga sempre gostou de desportos radicais, especialmente conduzir motas. Ela é entusiasta do seu passatempo e é capaz de fazer qualquer coisa para atingir os seus objetivos. Acontece que a modelo quer uma cintilante Harley nova, em breve, e depois vai participar em várias competições. Paris é a capital do seu sonho. «Ó meu Deus – ela costuma dizer – é tão fixe lá! Tantas Harleys lá!». Como podem ver Vergara está muito impressionada com esse lugar histórico, não pelas impressionantes vistas, mas por causa da sua paixão. Ela vive em São Petersburgo e posar nua é uma ocupação bem conhecida das raparigas bonitas nessas bandas. Há até esse tipo de profissão, livecams, quando uma rapariga está sentada em frente de um computador e conversa com um homem através da internet. O homem tenta persuadi-la a masturbar-se ou a tocar na rata e assim por diante, tudo o que ele quiser. Mas o objetivo dela é falar com ele de uma forma normal. Veraga está acostumada a trabalhar dessa maneira. Ela obtém verdadeira satisfação e prazer com isso. Em geral, a modelo está habituada a tais interessantes ocupações, assim, é o seu segundo passatempo agora, pode não ser o seu passatempo, mas até o seu verdadeiro trabalho. Isso dá-lhe dinheiro suficiente para viver. Veraga orgulha-se do seu sucesso e tem fotos de si mesma nas paredes do seu espaçoso apartamento. Veraga gosta de ver-se todos os dias e, por vezes, até sofre de narcisismo. Como podem ver, Veraga não é uma rapariga comum, e sempre tentou fazer algo de tirar o folego e invulgar.” Entrevista: P: “Quais pensas que são os teus melhores atributos?”, Veraga: “A tatuagem e a pele macia.” P: “Cor favorita?”; Veraga: “Preto.” P: “Programas de TV favoritos, lista de nomes”, Veraga: “Doom 2” P: “Livros favoritos, lista de títulos”, Veraga: “O idiota, Dostoievski, Almas mortas, Gógol.” P: “Filmes favoritos, lista de títulos”, Veraga: “Traffic - ninguém sai ileso, Férias em Roma, Homem Aranha.” P: “Revistas favoritas, lista de nomes”, Veraga: “Playboy.” P: “Música favorita, lista de títulos”, Veraga: “Rugby.” P: “Altura favorita do dia, porquê?”, Veraga: “A noite, posso fazer o que eu quiser.” P: “Qual é a tua formação? Curso?”, Veraga: “O liceu.” P: “Falas outras línguas? Se assim for, diz-me algo nessa língua”, Veraga: “Não.”, P: “Lugar favorito para viajar, relaxar ou visitar”, Veraga: “Moscovo, São Petersburgo.” P: “Quais foram os locais que visitaste?”, Veraga: “Muitas cidades da Rússia.” P: “Qual é o teu feriado preferido? (Natal, dia dos namorados, dia de ação de graças, etc.)”, Veraga: “O Natal.” P: “Comida favorita, lanches, doces”, Veraga: “Pizza com queijo.” P: “Qual é o teu carro de sonho?”, Veraga: “Porsche.” P: “Qual é o teu emprego de sonho?”, Veraga: “Atriz.” P: “Descreve o teu lugar favorito para fazer compras”, Veraga: “os mercados.” P: “Assistes a desporto, se sim, quais são as tuas equipas favoritas?”, Veraga: “Não” P: “Praticas algum desporto ou outras atividades? Explica”, Veraga: “Às vezes faço jogging ou natação.” P: “Quais são os teus passatempos?”, Veraga: “Conversar na internet, posar nua e guiar uma mota.” P: “Preferência de bebidas, alcoólicas e não alcoólicas”, Veraga: “Vodka com limão ou sumo de laranja ou sumo de manga.” P: “Ocupação?”, Veraga: “Modelo.” P: “Tens algum animal de estimação?”, Veraga: “Não.” P: “Estado civil?”, Veraga: “Solteira.” P: “O meu pior hábito é…”, Veraga: “Às vezes não me controlo e faço muitas coisas imprevisíveis.” P: “A única coisa que não suporto é…”, Veraga: “Falta de dinheiro.” P: “Que animal melhor descreve a tua personalidade e porquê?”, Veraga: “O tigre, sou astuta.” P: “As pessoas que me conheceram no liceu pensavam que eu era…”, Veraga: “Imprevisível.” P: “Como é que descontrais ou passas o teu tempo livre?”, Veraga: “P: “Converso na internet com os meus amigos, conduzo uma mota.” P: “Qual foi o momento mais feliz da tua vida?”, Veraga: “A minha primeira viagem a Moscovo.” P: “Quais são as tuas esperanças e sonhos”, Veraga: “Quero ser uma grande modelo e ganhar muito dinheiro.” P: “O melhor conselho que já me deram foi…”, Veraga: “Posar nua.” P: “O pior conselho que me deram…”, Veraga: “Nunca os segui.” P: “Que tipo de cuecas usas, se algumas”, Veraga: “Odeio usar cuecas.” P: “O tamanho importa? Qual é a tua medida ideal?”, Veraga: “Sim, importa. O maior é o ideal.” P: “Descreve a tua primeira vez (pormenores, local, pensamentos, satisfação, etc.)”, Veraga: “Aconteceu na mota dele.” P: “O que te excita?”, Veraga: “A velocidade e coisas caras.” P: “O que te desliga?”, Veraga: “Mãos sujas.” P: “O que te faz sentir mais desejada?”, Veraga: “Tudo! Sei que sempre fui desejável” P: “Melhor maneira de te dar um orgasmo”, Veraga: “Sexo bruto com coisas especiais.” P: “Qual foi o teu melhor ou mais prazeroso orgasmo?”, Veraga: “Todos os meus orgasmos são muito prazerosos e inesquecíveis.” P: “Masturbas-te? Com que frequência? (dedo, brinquedos ou ambos)”, Veraga: “Sim, muitas vezes. Costumo fazê-lo no banho com tudo.” P: “Qual foi o teu primeiro fetiche, se algum?”, Veraga: “Com um casaco de peles.” P: “Qual é o lugar mais exótico ou invulgar em que fizeste sexo? Ou onde gostarias que fosse?”, Veraga: “Num carro perto de um lago ou u rio.” P: “Posição sexual favorita, porquê?”, Veraga: “Como os cães.” P: “Descreve um dia típico da tua vida”, Veraga: “Levanto-me às 11h00 ou ao meio-dia. Tomo banho e o pequeno-almoço. Então vou trabalhar. À noite visito os sites na internet ou janto fora ou vou ao cinema.” P: “Tens alguma curiosidade sexual que gostasses de explorar ou tivesses explorado? Por favor, descreve com pormenores (rapariga / rapariga, voyeurismo, etc.)”, Veraga: “Gosto de posar com raparigas, especialmente com a minha amiga. E, às vezes, fazemos sexo.” P: “Descreve em detalhe a tua fantasia sexual favorita”, Veraga: “Quero fazer sexo com vários afroamericanos ao mesmo tempo. Nunca tentei, mas ouvi dizer que é fixe. Adoro pichotas grandes.” P: “Conta-nos a tua ideia de um encontro de fantasia”, Veraga: “Às vezes, quero ir a uma festa doida numa discoteca em Londres e conhecer um tipo rico, gastar o dinheiro dele em vodka e jogo.” P: “Se pudesses ser fotografada de qualquer forma, em qualquer cenário, qual escolhias? O que te faria sentir mais desejada, mais sensual?), Veraga: “Gostaria de ser fotografada com a minha amiga outra vez.”  
[3] Uma revista fantástica, totem dos anos oitenta, espalhou-o por Portugal, ou pelo menos, por Lisboa. “A primeira edição da revista Bizz chegou às bancas em agosto de 1985, sob direção editorial de Carlos Arruda e chefia de redação de José Eduardo Mendonça. Seu projeto editorial inicial foi baseado em pesquisas levantadas junto ao público presente no primeiro Rock in Rio, ocorrido em janeiro daquele ano. O projeto visual foi inspirado na revista adolescente inglesa Smash Hits. O país vivia a explosão do chamado ‘Rock Brasil’, com jovens bandas alcançando o estrelato a bordo de sucessos massivos nas FMs e de um bem-azeitado circuito de concertos (nas danceterias). Pela primeira vez, se falava em ‘público jovem0’ no Brasil, cultura abafada por 20 anos de ditadura militar. Sua receita editorial inicial contemplava, além de música, também cinema, moda, vídeo, BD e tecnologia. A primeira edição alcançou a animadora marca de 100 mil exemplares, se estabilizando nos meses seguintes entre de 60 / 70 mil exemplares por mês. Em 1986, o Plano Cruzado deu impulso inédito ao consumo no país, do qual também se beneficiou a indústria fonográfica e do entretenimento. Bizz aposta então em edições especiais como a Top Hits (rebatizada logo depois como Letras Traduzidas), Ídolos do Rock e revistas-póster de artistas como The Cure, RPM e Dire Straits. Com a explosão consumista, também o mercado publicitário passa por um superaquecimento, com a criação de toda uma gama de produtos e serviços direcionados ao público jovem. Para dar vazão a publicações direcionadas, a Editora Abril cria a Editora Azul, que passa a publicar Bizz a partir de outubro de 1986.”
[4] Em Portugal, durante a tenebrosa ditadura, a padralhada tinha todo o divertimento. Entrevista ao (já falecido) bispo de Setúbal, D. Manuel Martins. Como é que a igreja fez a transição para a democracia? Bom, mesmo com Salazar, o descontentamento foi nascendo. Porque para manter o poder, Salazar desvalorizou os direitos humanos. Mas a Igreja foi uma estrutura em que ele sempre se apoiou. E até o Papa João Paulo II sabia disso. Quando tínhamos as visitas habituais dos bispos ao Papa, de cinco em cinco anos, João Paulo II falava sempre no Salazar. Bem ou mal? Bem. Mas não propriamente por ser o nosso Salazar. Falava do seu tempo de rapaz, quando vivia num regime comunista. E no seu tempo de rapaz lembrava-se de ouvir falar num chefe de um Governo que existia cá para um país chamado Portugal que tinha posto tudo na ordem. Era conhecido como um economista de primeira classe, como o maior político do tempo de rapaz - em pleno comunismo - do futuro Papa João Paulo II. Era essa a imagem que o Papa fazia de Salazar? Falava nele. Como falava no Eusébio e na Amália Rodrigues. Alguma vez lhe mostrou o outro lado de Salazar? Nas primeiras vezes, calava-me. Mas uma vez, julgo que a última que estive com ele, a conversa alargou-se e o Papa pegou-me no braço e chamou-me para junto dele. E lá começaram esses elogios a Salazar e alguns bispos, entusiasmados, acrescentaram razões novas. E eu disse: Santo padre, é preciso não esquecer que foi este homem que exilou um bispo português por ele denunciar as injustiças, o que é um das dimensões da evangelização. Outros começaram a dizer que não era assim. Estabeleceu-se um sururu. E o Papa, ao perceber que eu estava a falar com raiva, pôs-me a mão no braço e disse: pronto, vamos falar de outra coisa. Salazar foi também foi o chefe de Governo que não recebeu o Papa... Sim, Paulo VI. Mas há outra história: quando Pio XII adoeceu, tinha muitos soluços e morreu disso e disseram-lhe que viesse para Portugal, por causa do clima. E quando foram dizer a Salazar, este terá respondido: aqui nem um pio, que fará 12! (risos).” Na revista “25 de Abril - 40 anos”, no Expresso n.º 2164, publicado em 18 de abril de 2014.