Pratinho de Couratos

A espantosa vida quotidiana no Portugal moderno!

quarta-feira, maio 31, 2017

Viemos do norte, de perto do Porto, e apesar de não receber vamos muito contentes; bastou-nos ter visto D. Branca. Isso é suficiente para nos dar esperança e termos a certeza que ela cumpre (tl;dr)

Se há boca doce, dentes saudáveis, língua verdadeira, não se avista nas caras ridentes da multidão, da multidão e pela multidão aforam as mais sérias para o sólio governativo e, até ao fecho da edição, não há report de estadista falso. Falava verdade Lula da Silva: “O Brasil não pode, nem poderia ter nenhuma influência nas negociações entre a Telefónica de Espanha e a Portugal Telecom. São dois países soberanos e que, entre eles, fizeram um negócio. Pelo que eu vi hoje nos jornais é muito dinheiro. Sobre o facto de a Portugal Telecom decidir participar da Oi, só posso dizer que a Oi continuará sendo brasileira da Silva.” [1] Como verdade falava o secretário de Estado do Emprego do XVIII governo constitucional de Portugal, Válter Lemos: “Esta estimativa não corresponde neste momento à realidade, porque os dados que existem apontam para uma progressiva descida. O início já de uma descida do desemprego em Portugal e não uma subida como estão nos números do Eurostat. É comum o Eurostat. Já fez três previsões em baixa desde novembro do ano passado. ” (2010) “Já tinha referido anteriormente, que seria, até meados do ano teríamos uma inversão da tendência e isso aconteceu. Mesmo nos momentos em que durante o 1.º trimestre o desemprego continuava a crescer, eu sempre repeti que teríamos uma diminuição na inversão da tendência a meados do ano e já temos no mês de abril o que é uma ótima notícia.” (2010). (Nesses dias, o Instituto do Emprego limpava as listas para baixar as estatísticas; e o INE publicava que a taxa de desemprego subira para 10,6 %).
Confirma a fiabilidade das línguas governadoras, um bisnau, nuperpublicado e multiplicado autor de livros lazarando os seus inimigos, alto súfete da nação, muito conceituado no herbanário fulvo, Cavaco Silva: “Nunca. Sabe, eu sou uma pessoa que tem dois princípios fundamentais, na vida, um é a honestidade e o outro é a verdade, e cumprir as promessas feitas. Está lá escrito é para cumprir até ao último dia.” (2010).
1984. Quinta-feira, 5 de julho “para a conceituada revista norte-americana Newsweek ela é uma «razão de esperança». O ministro das Finanças espera «a altura própria» para atuar. Indiferente a tudo isto, ela, D. Branca, recebeu hoje vários dos seus clientes. E, como se prova pela reportagem, o segredo é a alma do negócio. «Para onde o senhor vai…», pergunta um homem jovem, óculos fumados castanhos e fato a condizer. A interpelação foi feita em termos corretos, se correção pode haver quando um cidadão é questionado sobre o motivo que o leva a entrar num prédio identificado por alguém cuja função desconhece. Seguiu-se uma esgrima de palavras que cedo se revelou inútil. A cena passou-se ao meio da manhã de hoje, no n.º 56 da avenida António Augusto de Aguiar. Ali funciona (…) um dos escritórios que D. Branca tem espalhados pela cidade. Num prédio de consultórios, é no quinto andar que está o que a revista Newsweek considera como «um raio de esperança em toda esta escuridão» que é a situação económica portuguesa. À porta, a entrada é franqueada por um jovem de nome ou apelido Vítor. No hall, antigo, homens e mulheres, de aspetos sociais diversos esperam junto às paredes. Esperam talvez a ordem de subida até ao «santuário» onde pensam poder vencer a crise. Todos são unanimes em não quererem responder sobre o motivo que os leva a tal espera. Ali, o dilema colocado pela revista norte-americana e que tem vindo a nortear a ação das autoridades portuguesas, não se põe: mistério ou atividades ilegais não preocupam os cidadãos que colocam dinheiro a 10 % ao mês, num país em que, como salienta o jornalista da Newsweek, a inflação é de 30 %. (…). Apenas ouviram falar pelos jornais. Um assegura: «Cheguei há pouco tempo de Angola». Esta manhã na avenida António Augusto de Aguiar, bem como noutros escritórios dispersos pela cidade, grupos de cidadãos desafiavam «o pequeno exército de advogados, inspetores da polícia, analistas de bancos e fiscais», que de acordo com o relato da revista norte-americana tentam apanhar «o fio à meada». Também ficou «de rastos» o prestígio do Estado, que, segundo o secretário de Estado do Tesouro, António de Almeida, está a ser minado pelas atividades «milagrosas» da mais popular «banqueira» portuguesa. Talvez no silêncio, que como se vê é a alma do negócio, muitos dos depositantes temam uma ação que provoque uma crise de confiança na organização. Até lá, os investigadores esperam a «altura certa», como salientou o ministro Ernâni Lopes. O momento em que, como confidenciou uma fonte do ministério das Finanças, se provar que a «banqueira do povo» empresta dinheiro a terceiros ou se dedica a atividades ilegais.”
Terça-feira, 28 de agosto “para muita gente os cinco dias que nos separam de segunda-feira próxima são de angústia: terminadas as férias, voltarão os dias felizes dos 10 % ao mês? Regressada a velha senhora voltarão as ilusões de que a crise foi adiada e de que não será mais preciso adiar o pagamento da renda, da eletricidade, do merceeiro…? Para muitos, a proximidade do dia 3 aquece ainda mais este verão que já caminha para o fim, mas não lhes chega a tirar o sono: apesar de ainda não terem tido tempo de capitalizar o suficiente para se rirem dos riscos da derrocada, já «têm algum», mas, sobretudo, não estão à espera dos juros para pagar as contas do mês. Finalmente, há os que ainda se riem, acreditando de que a força dos cifrões é maior que a estreiteza das malhas da justiça (ou da injustiça, como dizem outros) e que tudo se há de compor, «a bem de todos nós». Estes, obviamente, não só não constam do rol, este também regressado, do merceeiro, como também, e acima de tudo, já «ganharam o deles». (…). Os «sérios», aqueles que ao fim e ao cabo (dizem alguns deles) fizeram frutificar o negócio, e ajudaram a senhora «a fazer tudo isto», são os primeiros, os que não foram ouvidos pela «gula do dinheiro». Por isso mesmo, foi com desagrado e pelo canto do olho que viram o engrossar das bichas e os bolsos cheios de algumas magras notas dos despedidos de aqui e de acolá. «Quem deu cabo disto foram os da Setenave e outros que vieram cá pôr o dinheiro das indemnizações», dizem à boca cheia, mas sem dar a cara. (…). Para o comum dos cidadãos o folhetim D. Branca tornou-se quase que apaixonante. D. Branca «a maior», é agora como que a heroína de muitos. «Faz aquilo que os do governo não são capazes»; «ajuda muitas famílias, que de outra forma estariam na miséria»; «dela é precisávamos para ministro das Finanças» - são outras tantas opiniões que se ouvem ao virar da esquina. Curiosos, aliás são alguns dos resultados de uma sondagem ontem divulgada pelo vespertino A Capital: 19 % dos interrogados considera a «banqueira» como «beneficiadora dos pobres»; 16 % deles, apenas, «discorda totalmente» da sua atividade e só 36 % classificam esta atividade de desonesta. Muitos outros porém não têm dúvidas: «Aquilo é só vigarice»; «só com drogas, jogo e coisas assim é que se ganha dinheiro para pagar 10 % ao mês»… e por aí adiante.”     
Terça-feira, 28 de agosto “o Conselho de Ministros acaba de autorizar a instalação em Portugal dos bancos Manufacturers Hanover Trust e Chase Manhattan e a conversão em instituição bancária de investimento da Sociedade Portuguesa de Investimento [2]. As portarias conjuntas do primeiro-ministro e do ministro das Finanças e do Plano destinadas a formalizar as autorizações serão anunciadas nos termos da lei, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros distribuído ao fim da tarde. (…). Recorde-se, a propósito, que 20 bancos estrangeiros (americanos, espanhóis e franceses) e duas instituições (uma japonesa e outra inglesa) solicitaram a abertura de escritórios em Lisboa e Porto, após a abertura da banca e dos seguros à iniciativa privada, pela Assembleia da República. Dos grupos portugueses apenas a Sociedade Portuguesa de Investimentos pediu a sua passagem a banco de investimentos. Durante o plenário, o Conselho de Ministros tomou conhecimento do «andamento das investigações pela Polícia Judiciária, Banco de Portugal e Inspeção-geral de Finanças sobre a organização da D. Branca. Ernâni Lopes, ministro das Finanças e do Plano, fez uma exposição de onde «resulta uma séria advertência quanto aos riscos que correm as poupanças dos depositantes que, com fins lucrativos e sob a sua exclusiva responsabilidade, naquela confiaram».”
Quinta-feira, 30 de agosto “a mina da D. Branca poderá estar à beira de se esgotar, caso a progressão dos empréstimos (depósitos) efetuados pelos seus clientes tenha descido abaixo dos 10 % mensais. Esta parece ser, aliás, a grande aposta do governo que estaria apenas à espera de ver o negócio estoirar. (…). Segundo especialistas bancários D. Branca terá movimentado muitos milhões de contos nos últimos anos, mas neste momento não teria qualquer hipótese de dispor de mais de 6 ou 7 % das fabulosas quantias que foram colocadas à sua disposição. A parte restante terá sido restituída aos emprestadores sob a forma dos 10 % mensais, e terá financiado a própria organização. No fim de contas, admitem dois economistas que estudaram o fenómeno, não haveria por detrás da «velha senhora» nenhuma organização eficaz: ela não se dedicaria, praticamente, a quaisquer negócios, nem legais nem ilegais, e tudo se resumiria a pagar os «juros» com os novos depósitos que vão entrando. Duas hipóteses habitualmente mais avançadas para explicar a maneira como D. Branca consegue remunerar a 10 % ao mês (ou seja 213 % ao ano, com capitalização de juros) os capitais que lhe são confiados são pura e simplesmente rejeitadas pelos economistas Vicente Paulino e José Monteiro. De acordo com um estudo recentemente elaborado por estes dois técnicos, nem o financiamento de atividades ilegais nem a utilização dos capitais em investimentos produtivos poderão estar no cerne do «segredo da D. Branca». (…). Trata-se, nos termos dos autores, do seguinte: «A atividade de D. Branca é mantida por um cordão umbilical ligando diretamente os depósitos à remuneração dos mesmos, isto é, o pagamento dos juros é financiado pelos próprios depósitos. Os depósitos e a outra face dos mesmos, as responsabilidades de D. Branca crescem sem cessar. Aqueles nunca serão levantados e estas nunca serão liquidadas». Nesta época, a manutenção do sistema está «estreitamente dependente da regularidade da taxa de crescimento dos depósitos, por um lado, e do deferencial entre essa taxa e a taxa de juros por outro. Aquela deverá ser sempre igual ou superior a esta sob pena de rutura do cordão umbilical que, obviamente, não resiste à inversão do sentido do fluxo».”
Sexta-feira, 31 de agosto “confirmaram-se as previsões pessimistas daqueles para quem Maria Branca dos Santos não conseguiria abrir, na próxima segunda-feira, dia 3 de setembro, os seus balcões e escritórios. Em carta enviada ao semanário O Jornal, D. Branca adia para dia 17 de setembro o relançamento da sua atividade, acusando o governo e a imprensa de, com as suas campanhas, lhe terem ocasionado os mais sérios contratempos. É do seguinte teor a carta entregue a O Jornal por Maria Branca dos Santos: «As advertências do Conselho de Ministros da passada terça-feira inserem-se nas perseguições que quase diariamente me têm sido feitas pelo governo e nas campanhas que a imprensa me tem movido e que tão altamente negativas têm sido. Em consequência dessas perseguições e campanhas, as pessoas que me confiaram dinheiro para aplicar em negócios acorreram, em grande número, solicitando o levantamento das importâncias que me entregaram e que têm recebido. À semelhança do que aconteceria com qualquer banco se aqueles que lá têm dinheiro procedessem, como procederam para comigo as pessoas que o emprestaram, acorrendo em grande número aos levantamentos, certamente que essa instituição passaria por dificuldade parecidas àquelas que neste momento estou a ultrapassar. Por estas razões, tive que reestruturar completamente os meus serviços. Acontece porém que essa reestruturação vai demorar mais tempo do que aquele que por mim fora inicialmente previsto». (…). Uma coisa podem estar certos os 1500 aderentes da Associação de Amizade com D. Branca, os depositantes que não aderiram à associação e os muitos milhares de portugueses que seguem com atenção este caso de «banca paralela» que apaixona a opinião pública: o governo não quer arcar com o odioso de uma interdição de atividade acompanhada de processo em justiça. A imagem popular desta fazedora de juros altos e o modo como, ao longo de um importante período, honrou a sua palavra cumprindo os compromissos para com os seus «benfeitores», significam um capital de simpatia que as autoridades políticas não desejam hostilizar.
Sábado, 1 de setembro “as averiguações relativas ao processo dos cheques sem cobertura, em curso no Banco de Portugal, vão ter como resultado que Maria Branca dos Santos, mais conhecida por D. Branca, será inibida do uso de livro de cheques. A Inspeção de Crédito já terá, com efeito, apurado que D. Branca passou, efetivamente, cheques sem cobertura que atingem dezenas de milhares de contos, e que muitos titulares, têm, obviamente sem êxito, tentado levantar em diversos balcões. D. Branca, que passou um grande número de cheques diferindo as datas do respetivo vencimento, seria eventualmente desconhecedora de que, ao abrigo da lei sobre letras, livranças e cheques, os seus detentores podem exigir, nos bancos, o seu pagamento, sem respeito pela data de vencimento indicada. Assim, grande número de detentores de tais cheques «assaltaram» nos últimos tempos a banca comercial, assustados pela suspeita de falência da «rede» de D. Branca.”
Segunda-feira, 3 de setembro “na angústia da espera os depositantes de D. Branca arranjaram um novo alvo. A imprensa é, para todos eles, a responsável da situação presente que se traduz por uma suspensão dos pagamentos de mais de um mês. Por isso, quando esta madrugada viram chegar o repórter, os ânimos exaltaram-se e ouviram-se «recomendações». «Vocês precisam é de uma enxada!», gritou um fiel da «banqueira do povo». «A imprensa devia ter feito para que isto acabasse logo, e não fazer propaganda», lamenta um homem de meia-idade apertando o botão superior da camisa para se refugiar do frio da madrugada. Tal como ele, muitas outras dezenas de depositantes dirigiram-se desde as primeiras horas de hoje aos «escritórios» de Maria Branca dos Santos para ali esperarem novidades. É que, quando em finais de julho a «organização» meteu férias, foi anunciado que tudo voltaria à mesma no dia 3 de setembro. Foi um mês de angústia perante as informações divulgadas pela imprensa e o comunicado do Conselho de Ministros. No entanto, apesar de no final da semana passada a reabertura do negócio ter sido adiada até dia 17, ali voltaram, sempre fiéis, alguns ainda confiantes, mas todos angustiados. À porta do «escritório» da rua Egas Moniz esperava-os a confirmação. Uma fotocópia da edição de 31 de agosto do semanário O Jornal remetia-os para uma espera de mais quinze dias. (…). «Os jornais são contra a mulher, uma mulher que só faz bem. Precisam é de uma enxada, vão mas é trabalhar!” Foi impossível explorar o trágico-cómico deste grito. Poucos minutos antes, num café da esquina, dois homens, falando dos jornalistas, confidenciavam: «Eles que venham cá hoje que a gente parte as máquinas e dá cabo deles».
Segunda-feira, 17 de setembro «Viva a D. Branca», «viva a pessoa mais séria deste país». Os aplausos choviam e os vivas não paravam. Em muitos olhos havia lágrimas e a velha senhora era quase que arrancada do Mercedes pelos seus colaboradores, que a custo a encaminhavam por entre a multidão. Todos a queriam ver e a queriam tocar. Era como se todas as dúvidas se desfizessem subitamente, como se um sonho se tornasse realidade: «Ali está ela, ela em pessoa», gritavam os que de mais longe a conseguiam lobrigar. Ainda não eram 9h00 e na avenida Rio de Janeiro era um mar de gente. D. Branca voltava a cumprir a sua palavra. Milhares de pessoas recebiam-na em apoteose. Na Marisqueira de Alvalade a azáfama prolongou-se por toda a noite. «Os primeiros clientes de D. Branca vieram para aqui no sábado», afirma um morador do bairro. A cervejaria não teve mãos a medir e manteve as portas abertas pela noite fora. (…). «A senhora ria e chorava ao mesmo tempo, já viu uma simpatia assim? Escreva lá no seu jornal que não há ninguém melhor que ela; se não fosse ela já tinha muita gente na minha família a passar mal: hipotequei a minha casa para lá pôr o dinheiro e já trago aqui mais para lá pôr outra vez», garante uma mulher de quarenta anos, enquanto entreabre a sua mala preta para mostrar as notas. Uma outra, excitada, interroga «porque é que os empregados bancários põem todos o dinheiro aqui?» e assegura: «Conheço quem o tinha na Suíça e o foi buscar para dar à senhora». (…). Apesar de tudo há mais quem queira falar: «Ponha aí que a D. Branca aquilo que diz cumpre, e mais, até paga adiantado. Chamo-me Fernando Vasconcelos e a minha filha recebeu cá os juros 15 dias antes da data porque ia para férias e a senhora até isso compreendeu». (…). Alberto Gonçalves, trabalha num jornal em Lisboa e confirma: «O vencimento dos meus juros era a 3 de julho e recebi a 26 de junho, quem me pagou foi a D. Linda». Mas a confiança mantém-se apesar de a senhora ter dito inicialmente que reabria a 3 de setembro, depois a 17 e agora dizer que só começa a pagar a partir de 24 e que os reembolsos só os fará depois de 31 de outubro? (…). Um rapaz recém-casado, acompanhado da mulher e da sogra, afirma mesmo: «Viemos do norte, de perto do Porto, e apesar de não receber vamos muito contentes; basta-nos ter visto a D. Branca. Isso é o suficiente para nos dar esperança e termos a certeza que ela cumpre». A sogra, camponesa idosa, também quer que a sua opinião venha no jornal: «A Sra. D. Branca é o melhor possível, ela é cumpridora e é uma pessoa a favor dos pobres. Olhe que aqui somos quase todos pobres». Mais adiante acrescentam outros: «Aqui tanto há comunistas como capitalistas [3]. Se a gente aqui vem pôr o dinheiro é para lutar contra a inflação; estamos todos de acordo: dizemos todos mal do governo e dos partidos, eles é que não fazem nada, é só encher-se».
Segunda-feira, 24 de setembro “centenas de depositantes de D. Branca aglomeraram-se desde a tarde de ontem junto ao escritório da «banqueira do povo» na avenida Rio de Janeiro. A meio da manhã, segundo informaram aos jornalistas colaboradores da organização, estavam a ser pagos os juros respeitantes a junho e julho, mas só dos depositantes que levantaram as senhas no dia 17. (…). Colaboradores de D. Branca andavam num vaivém entre o escritório e as grades, prestando esclarecimentos e dando a ordem de entrada. (…). Segundo membros da organização referiram à ANOP, o computador em que D. Branca procede à conferência das contas dos depositantes sofreu duas avarias durante a semana passada, o que poderá provocar alguns atrasos nos pagamentos, embora de «pouca monta».” 
Quarta-feira, 26 de setembro «vou ao Algarve e volto amanhã», afirmou ao princípio da noite Maria Branca dos Santos quando o Alfa Romeo em que seguia se deteve numa bomba de gasolina na via rápida da Caparica. Sentada ao lado do motorista e acompanhada por uma sua colaboradora, a «banqueira do povo» estabelecia, assim, o primeiro contacto com a imprensa após os últimos acontecimentos que têm envolvido a sua organização. De início remetida ao silêncio, escondendo a cara da objetiva por detrás de uma mala, D. Branca acabou por abrir a porta. (…). Sobre os motivos da sua ida ao Algarve, nada adiantou. «Vou agora ao Algarve, mas volto amanhã», acentuou por diversas vezes. (…). A presença de jornalistas surpreendeu-a: «Ó filhos, estou zangada com vocês. Se os do Tal & Qual não levaram uma sova foi porque eu não deixei». E, interrogada de novo sobre as razões da sua viagem, respondeu com um sorriso: «Vou à fava, até para o ano». Enquanto D. Branca pagava a conta da gasolina, com notas de 500 escudos, São – diminutivo da colaboradora que com ela seguia no carro – admoestava os repórteres por tirarem fotografias. «Vocês não percebem que as nossas vidas estão em risco com esta situação. Agora vamos a qualquer lado e ainda nos dão um tiro… trabalho há meia dúzia de dias com a senhora e tenho dois filhos para criar…» (…). Minutos antes, pela força das circunstâncias – a pressão de cerca de vinte depositantes que a aguardavam à saída da vivenda Monte Regalo, em S. João da Caparica – D. Branca responderia à catadupa de perguntas: «Não sou patroa de mim própria, não sei se abro amanhã; agora não recebemos aqui mais ninguém». (…). A entrada em cena do Alfa Romeo tinha excitado os ânimos. Um depositante, virando-se para o motorista ameaçava: «Ó Vítor, eu sou doido; se ela não aparecer amanhã ficas com a cabeça a prémio». O motorista argumenta: «Eu também sou clientela; tirei o dinheiro do banco para lá pôr e pago uma renda de 22 contos». Palavras leva-as o vento, e uma jovem olhando para o carro metalizado, interrogava: «A malandra não tem dinheiro e tem um carrinho destes?».  
Sexta-feira, 28 de setembro “o romance de D. Branca transforma-se em policial: Ernesto Luís da Silva Cordeiro, enteado da velha senhora, e Gisela Maria Nóbrega Simões de Abreu, foram ontem raptados, às 22h30, diante da sua residência no n.º 25 da rua Embaixador Augusto de Castro, no bairro do mesmo nome, em Oeiras. Gisela, muito maltratada, ferida na cabeça e em estado de choque, foi esta madrugada libertada em S. João da Caparica, junto do Monte Regalo, a moradia para onde D. Branca, regressada, também ontem à noite do Algarve, tinha ido descansar. Quanto ao marido, continua em poder dos raptores, em parte incerta. Estes ameaçam matá-lo se D. Branca não lhes pagar 30 mil contos, até um prazo que começou por ter como limite as 8h30 de hoje e que se foi dilatando ao longo da manhã. (…). Gisela e Ernesto Luís, intimamente ligados a D. Branca, estavam, ontem à noite, para ser anfitriões de uma reunião em sua casa «sobre temas relacionados com a construção civil». Às 22h30, um grupo de possíveis depositantes, que se fazia transportar num Renault 5 vermelho e num Datsun 1200 branco, e que agiu de caras tapadas, arrastou o casal para os dois carros, com grande violência, ao ponto de Gisela, agredida na cabeça com um objeto contendente, ter deixado cair a sua mala ao ser arrastada. (…). A título de curiosidade, diga-se que o rapto foi consumado perto de um escritório também utilizado por D. Branca na mesma artéria onde também reside o tenente-coronel Otelo Saraiva de Carvalho. (…). D. Branca, que nos últimos dias foi vista a tentar conter as suas lágrimas na Rio de Janeiro, e que teve de deixar um «vale à caixa» para levantar 50 contos para despesas pessoais, terá decidido encerrar novamente porque o computador indicou pagamentos da ordem dos 12 milhões de contos, valor que a velha senhora estima muito exagerado. Assim, ela terá decidido nova conferência das senhas e recibos, para detetar novas fraudes eventuais. Esta é a «explicação oficial» para o atraso e o lentíssimo ritmo dos pagamentos atuais.”   
Terça-feira, 2 de outubro «estamos numa atitude de expetativa, mas cada vez mais desesperados», afirmou esta manhã o advogado Garriapa de Sousa, fundador da Associação dos Amigos de D. Branca. (…). Garriapa de Sousa lembrou-nos que ele e os seus colaboradores tinham várias vezes sido alvo de ameaças telefónicas e de acusações anónimas de pessoas que lhes chamavam agentes da Judiciária e do Banco de Portugal. Por esta razão os dinamizadores da Associação decidiram não tomar a iniciativa de contactar D. Branca mas esta também nunca tentou abordá-los. Neste momento os depositantes reunidos naquele grupo receiam o desmoronamento definitivo da «banqueira» e pensam que «mais dia menos dia temos que ver aquilo que podemos fazer». Garriapa de Sousa disse-nos que há já pessoas que «andam a tratar da apresentação de queixas por burla e abuso de confiança». Em sua opinião, se até agora não havia razões para isso, visto que ela pagava, agora as coisas são diferentes e o governo já tem motivos para agir. (…). Segundo fontes próximas da PJ, esta força policial juntamente com a PSP está atualmente a assegurar a proteção pessoal de D. Branca, procurando por um lado garantir a sua segurança – face a eventuais traições dos seus próprios guarda-costas e colaboradores – e evitar qualquer hipótese de fuga.”     
Quarta-feira, 3 de outubro “o aparecimento de uma mala contendo documentos relacionados com os negócios de Maria Branca dos Santos poderá «fazer alguma luz» sobre a atividade da «banqueira», admitiu esta manhã um porta-voz da Polícia Judiciária. A mala em questão foi encontrada, numa rua do Barreiro, considerando a polícia que não há qualquer relação entre o locatário da casa frente a cuja porta ela estava e a organização de D. Branca.”
Sábado, 6 de outubro “três dos quatro raptores de Ernesto Cordeiro, o enteado de D. Branca, já se encontram detidos na sede da Polícia Judiciária, e foram esta manhã apresentados ao juiz de instrução criminal. (…). Os detidos e o quarto elemento já referenciado mas ainda não capturado pela PJ, eram depositantes da «banqueira do povo» que, perante a incerteza do futuro dos seus depósitos terão escolhido outra via – o rapto – para reaverem o seu dinheiro.”
Segunda-feira, 8 de outubro “em comunicado divulgado esta manhã, a Polícia Judiciária garante que as investigações referentes ao caso de D. Branca serão levadas até «às últimas consequências», no sentido de apurar a atividade exercida pela «banqueira do povo», «enquanto depositária de vultuosos numerários de milhares de depositantes». De acordo com o texto, a mala encontrada no Barreiro continha numerosa documentação, nomeadamente recibos de depositantes, os quais estão a ser objeto de análise. (…). Entretanto, D. Branca declarou a semana passada na Judiciária que lhe roubaram 800 mil contos de um buraco de uma parede das suas residências. A PJ já está a investigar o caso, e se se confirmar a ocorrência, este será mais um dos «desvios» de que os depositantes acusam vários ex-colaboradores da organização da «banqueira do povo».
Terça-feira, 9 de outubro “aquilo que muita gente perguntava como era possível não ter acontecido há cinco ou seis meses tornou-se ontem um facto. D. Branca foi detida pela Judiciária. Amadurecida a fruta, que é como quem diz, criada na opinião pública uma atitude desfavorável à «banqueira do povo», estavam reunidas as condições essenciais para fazer aquilo que há um mês se revelaria extremamente impopular. Depois de ter sido ouvida durante vários dias na sede da PJ a convite desta polícia, Maria Branca dos Santos foi presa ao fim da tarde, sendo conduzida para a cadeia das Mónicas, onde pernoitou. (…). A detenção foi efetuada com base no art.º 314 do Código Penal que prevê penas de prisão de 1 a 10 anos para os responsáveis de «burla agravada». D. Branca permaneceu desde o princípio da manhã até cerca das 15 horas nas instalações da PJ da rua Gomes Freire, prosseguindo aquilo que estava a ser visto como uma «franca colaboração» da velha senhora com as autoridades. (…). A prisão há alguns meses de um colaborador próximo de D. Branca, Manso de apelido, implicado num roubo importante de ouro no norte do país, teria fornecido os primeiros dados altamente incriminadores para a senhora. O arrastamento do processo é contudo explicado por fontes policiais como uma tentativa para que a organização liquidasse, ou pelo menos reduzisse os seus compromissos junto do maior número possível de pessoas, de modo a minimizar os efeitos da bancarrota sobre milhares de depositantes. (…). Durante a tarde de ontem, asseguraram testemunhas, D. Branca deslocou-se ao seu escritório da av. Rio de Janeiro acompanhada de agentes da PJ tendo dali saído com diversas malas de documentos. Abordada nessa ocasião por duas ex-clientes, D. Branca disse-lhes entre lagrimas: «Já não há nada a fazer, o Padre Cruz abandonou-me». Na mesma ocasião a velha senhora, 74 anos, voltou a desmentir a autenticidade dos comunicados que lhe têm sido atribuídos ultimamente, nomeadamente daquele que convocava uma manifestação para esta tarde em S. Bento. Depois da confirmação da prisão pelo juiz, o seu advogado, o ex-inspetor da Polícia Judiciária Francisco Garcia, deixou as instalações da PJ, recusando-se a prestar declarações aos jornalistas e dizendo que não era advogado de ninguém. Francisco Garcia (…) é igualmente o advogado do ex-colaborador de D. Branca atrás referido por envolvimento num roubo de ouro.”
Quarta-feira, 10 de outubro “a Polícia Judiciária deteve ontem Ernesto Cordeiro, Gisela Abreu e mais duas mulheres cuja identidade ainda não foi revelada. O enteado da «banqueira» e a mulher que com ele vive há alguns meses foram detidos doze dias depois de terem sido raptados por um grupo de cinco depositantes de D. Branca e de terem sido ouvidos durante várias horas na sede da PJ. Dos responsáveis pelo rapto de Ernesto e Gisela apenas um continua em liberdade, sabendo-se que a polícia o procura em meios ligados à agropecuária e mais concretamente à suinicultura da região de Peniche e Rio Maior. As duas outras mulheres cuja prisão a PJ já confirmou são colaboradoras íntimas de D. Branca, julgando-se que uma delas é a conhecida Luzia. (…). Detida a «banqueira» e os seus colaboradores mais próximos que ainda não deixaram o país (isto que alguns, Lolla por exemplo, o fizeram há algum tempo) e provada a acusação de «burla agravada», o grupo deverá igualmente ser incriminado por constituição de «associação de malfeitores». Segundo fontes da PJ, D. Branca teria sido presa depois de ter confessado não possuir dinheiro para pagar a ninguém e não poder voltar a abrir os escritórios. As mesmas fontes acrescentariam que a velha senhora disse saber ser essa a sua situação já antes de anunciar a primeira reabertura do escritório da av. Rio de Janeiro.”
Quarta-feira, 10 de outubro “os depósitos dos clientes de D. Branca totalizam entre 4 e 5,6 milhões de contos, afirmou o ministro da Justiça, Rui Machete, à agência noticiosa espanhola EFE. Esta informação, já há semanas prestada a um grupo de jornalistas portugueses, é todavia encarada com grandes reticências em meios conhecedores da organização da «banqueira», já que nem a própria D. Branca possuía qualquer espécie de registos que pudesse levar à determinação daquele quantitativo. Ainda segundo Rui Machete «são praticamente nulas as possibilidades de os clientes recuperarem os depósitos». Entretanto, o juiz Almeida Cruz, que tem a seu cargo o processo FP-25, confirmou a prisão de Maria Branca dos Santos, depois de a ter ouvido a meio da tarde. As detenções de Ernesto Cordeiro, Gisela Abreu, Luzia e outra colaboradora da «banqueira» foram igualmente ratificadas pelo mesmo juiz, que se encontrava de turno naquela ocasião.”
Sexta-feira, 12 de outubro “a Polícia Judiciária de Lisboa viu-se obrigada a criar um grupo especial de atendimento das muitas pessoas que ali têm comparecido para apresentar queixas contra D. Branca. Até ontem à noite os serviços centrais daquela polícia registaram 80 participações, 50 das quais deram entrada na quarta e, sobretudo na quinta-feira. Esta manhã o grupo de atendimento, formado por funcionários da 7.ª secção que está a averiguar o caso da «banqueira», tinha à sua espera mais de uma vintena de queixosos. A generalidade das participações entradas até agora refere-se a acusações de burla e, nalguns casos, à passagem de cheques sem cobertura. (…). Entretanto, confirma-se nos meios policiais a identidade dos raptores de Ernesto Cordeiro e Gisela Abreu já detidos. São eles: Modesto Pires Gomes Maciel e João Baptista Pires Gomes Maciel, irmãos, residentes respetivamente em Azambuja e em Peniche e proprietários de um aviário de perus; José Alves Gomes, de Penacova e residente em Lisboa e Francisco José Casadinho Fialho, ex-piloto comercial e operacional da FNLA de Holden Roberto. Além destes quatro detidos a polícia sabe da existência de um quinto implicado que continua a ser procurado. (…). A ANOP identificou ontem dois dos principais membros da segurança pessoal de Maria Branca dos Santos, que, nos últimos meses, tiveram papel de destaque junto da «banqueira». Um deles é Luís Calafate, ex-furriel dos Comandos em Angola, e o outro Centeio Maria. Ambos foram membros da segurança do PS no primeiro governo de Mário Soares. Centeio Maria foi preso, julgado e condenado, em 1977, por posse de espingardas G-3 na mala do seu automóvel e, depois, por envolvimento num assalto à mão armada contra a Standard Eléctrica, em Cascais, para roubo de milhares de contos destinados ao pagamento de salários.”
Quarta-feira, 7 de novembro “o comandante da PSP de Évora, comissário-principal Joaquim António Cabecinha, e o até há dias comandante da Divisão de Trânsito de Setúbal, subchefe-adjunto Teles, foram detidos à tarde pela PJ, por envolvimento com a importante rede de contrabando detetada em setembro último, a partir de apreensão de um camião TIR na serra da Arrábida. Uma fonte ligada aos investigadores garantiu a existência de «profundas ligações» entre esta rede e a organização de D. Branca. Admitindo por outro lado a detenção, a curto prazo de pessoas com responsabilidades, a nível civil e policial. Ao que apurámos, já foram efetuadas até ao momento, dezoito capturas, incluindo quatro elementos da Guarda Fiscal, um da GNR e dois da PSP. E apreendidos artigos e dinheiro avaliados em cerca de 180 mil contos. Os investigadores detetaram ramificações da rede em Espanha, Itália e Grécia. Na residência de um dos detidos, em Setúbal, foram encontrados vários títulos de depósitos em bancos estrangeiros, no valor de muitos milhares de contos. A investigação foi entregue à PJ, com base no art.º 287 do Código Penal, a partir do momento em que a rede foi considerada como uma «associação de malfeitores».” 
Sexta-feira, 9 de novembro “os comandantes da Guarda Fiscal de Setúbal e de Sines, capitães milicianos Rodrigues e Alves, foram ontem à tarde detidos pela PJ, por suspeitas de envolvimento com a rede de contrabando detetada em setembro na serra da Arrábida. Com a prisão destes dois oficiais, eleva-se já a 21 o número de pessoas detidas (onze civis e dez elementos da GNR, GF e PSP). Entretanto, a PJ afirmou esta manhã ter detido mais um individuo no âmbito do processo da D. Branca. A mesma fonte adiantou já ter recebido 800 queixas – correspondentes a 800 mil contos de depósitos – contra a «banqueira do povo» encarcerada na cadeia das Mónicas. (…). Entretanto, o «suicídio» do chefe da Secção de Justiça da PSP de Setúbal, Daciano Silva, ocorrido naquela cidade em 7 de outubro, logo após a descoberta da rede de contrabando, que ontem levou à prisão de dois graduados daquela corporação, volta à ordem do dia, sobretudo com os indícios que apontam para a existência de ligações entre a rede e a organização de D. Branca. Fontes que continuamos a reputar de fidedignas (apesar da PJ de Lisboa não confirmar esses indícios), ligadas à investigação e aos bastidores policiais da cidade do Sado, garantiram-nos que o chefe Daciano Silva, tal como alguns dos elementos da rede já detidos, terá funcionado, no mínimo, como «canalizador de depósitos» para os cofres de D. Branca. E que a sua morte (suicídio ou abate à queima-roupa por ajuste de contas) terá ocorrido na sequência da «falência» da «banqueira do povo». Aliás, e tal como as nossas fontes fizeram jus em realçar, o «suicídio» do chefe Daciano, antigo seminarista, filho assumido de um pároco da região de Cinfães, «com uma certa abertura cultural e política», teve apenas uma testemunha ocular. Cândida da Assunção, moradora na rua 19 de Abril, onde aquele graduado (com cerca de 30 anos de profissão) apareceu morto. Facto estranho se recordarmos a hora oficial da sua morte (14h10 de uma segunda-feira), numa rua central de uma metrópole como Setúbal, não é de molde a que o disparo de um revólver não tivesse atraído a curiosidade de outros moradores na zona. Diria Cândida da Assunção, dois dias depois do incidente, à Capital: «Eu estava a enxotar uma mosca que andava dentro de casa, quando vi passar frente à minha janela um homem de cabeça baixa. Subitamente, levou a mão à cintura, tirou um revólver e apontou à cabeça. Já tinha saído fora do meu alcance quando ouvi um tiro. Ai que o homem se matou, pensei. Quando espreitei pela janela, estava realmente caído de bruços, com a mão atrás das costas, ainda segurando a pistola. Pela rua escorria uma porção enorme de sangue».”   
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[1] José Sócrates: “Um excelente acordo, em primeiro lugar, para a Portugal Telecom, um excelente acordo para os acionistas, mas principalmente um excelente acordo, porque permite defender aquilo que é o interesse estratégico de Portugal, que o governo defendeu quando utilizou a golden share na assembleia geral (…). Se o governo não tivesse usado a golden share, isso significaria que a PT teria vendido a Vivo, sem alternativa no Brasil, e por 7,150 biliões de euros. Eu julgo que aqui chegados poderemos concluir que a venda por 7,5 biliões mais a certeza, que é o mais importante, de um investimento da PT numa das maiores, na maior operadora de telecomunicações brasileira, é a demonstração que esse uso da golden share valeu a pena” (2010).
[2] “1981 - Surge a Sociedade Portuguesa de Investimentos SPI. Criada por Artur Santos Silva (atual presidente do conselho de administração do BPI), a SPI propunha-se «financiar projetos de investimento do sector privado, contribuir para o relançamento do mercado de capitais e para a modernização das estruturas empresariais portuguesas». A componente acionista era bastante diversificada, composta por cerca de cem empresários e empresas nacionais, com forte incidência do Norte do país. É o caso, por exemplo, de Américo Amorim, Manuel Gonçalves, Arlindo Soares de Pinho, Fernando Guedes, Salvador Caetano, Álvaro Leite, Ilídio Pinho e João Macedo e Silva, entre muitos outros. 1985 - A SPI passa a banco de investimento, com a possibilidade de captar depósitos e fazer empréstimos. Era o início do Banco Português de Investimentos (BPI), para o qual Fernando Ulrich, atual presidente executivo, entrara em 1983.” Em 2017, o BPI é um banco espanhol.
[3] O dinheiro é o valor social supremo, por isso, toda a gente gosta de dinheiro. Este sonho português inspirou uma telenovela, “A banqueira do povo” (1993), transmitida na RTP1 pelas 19h00, entre 12 de abril e 27 de agosto de 1993. “Ó Banqueira, eu sou pobre / Até já entreguei a minha vida ao coveiro / Ó Banqueira, venha, cobre / Dei à pátria em sangue mais que o rico em dinheiro // Que canseira, / Esta vida não chega a netos / Ó Banqueira, / Paga-me os sonhos prediletos // Dinheiro! / Dinheiro! // Ó Banqueira, eu sou rico, / Mas não posso resistir a esses dez por cento / Conselheira, eu suplico, / Faz crescer a minha massa com esse teu fermento // Que canseira, / Essa guita não chega a nada / Derradeira, / Minha última cartada // Dinheiro! / Dinheiro! // Operário, / Dinheiro! / Patrão, Empregado, / Dinheiro! / Ladrão, Chulo, / Dinheiro! / Marquesa, Doméstica, / Dinheiro! / Doutor, Bancário, / Dinheiro! / Professor, / Secretário, / Dinheiro! / Futebol, Retalho, / Dinheiro! / Toda a gente quer, / Dinheiro!”

na sala de cinema

Let’s Spend the Night Together” (1982), real. Hal Ashby, c/ Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts … sob o título local “The Rolling Stones” estreado quarta-feira, 19 de janeiro de 1983 nos cinemas Castil e em Dolby Stereo no Roma. Reposto sexta-feira, 30 de agosto de 1985 no Quinteto. “Este filme contém sequências de três concertos dos Rolling Stones realizados em novembro e dezembro de 1981. Incluiu um concerto no Sun Devil Stadium na Arizona State University, Tempe, Arizona (13 de dezembro de 1981) e dois concertos no Meadowlands Sports Complex em East Rutherford, Bergen County, New Jersey (5 e 6 de novembro de 1981).”Let’s Spend The Night Together coloca-o na primeira fila para lhe prover uma experiência completa e de saltar a tampa dos Rolling Stones em concerto.” [1] A noite também passou junto de Muddy Waters (1968) ♫ David Bowie (1973) ♫ Hello (1975) CCCP (1986) ♫ The Sacados (1990) ♫ Show-Ya (1990) ♫ MASH! (1994) ♫ Steve Marriott (2005) ♫ Amazonics (2006) ♫ Los Peyotes (2010) ♫ Aly Michalka, na série “Hellcats” (2011).Cheech & Chong's The Corsican Brothers” (1984), real. Tommy Chong, c/ Cheech Marin, Tommy Chong, Roy Dotrice … sob o título local “As aventuras dos irmãos corsos” estreado sexta-feira, 22 de agosto de 1986 no Roxy. “Nesta paródia adaptada do romance de Alexandre Dumas, pai, uma barulhenta, mas pouco apreciada banda de rock, Les Guys, sobressalta um bairro de Paris, os moradores, ensurdecidos, pagam para desligarem a ficha. Lucian: «Não adoras isto? Na América, prendem-nos por tocar nas ruas. Aqui pagam-nos para irmo-nos embora». Louis: «Isso é cultura, Hoss. Não te esqueças». Num restaurante, contabilizam os ganhos, do lado de fora, na esplanada de rua, uma cigana topa o molho de notas. Cigana: «Tu! Tu tens a marca. O teu braço. Os teus lábios. Tu tens a marca. Ele tem a marca. Tu tens a marca. São irmãos?» Louis: «Sim, somos os irmãos Marca». Cigana: «Tenho algo muito importante para dizer-vos. Mas, primeiro, preciso de dinheiro». E revela-lhes a estranha história de dois gémeos, embora de pais diferentes, que, magoando-se um o outro sente a dor.” “La nuit porte-jarretelles” (1985), real. Virginie Thévenet c/ Jezabel Carpi, Ariel Genet, Caroline Loeb … sob o título local “A noite usa ligas” estreado quinta-feira, 20 de novembro de 1986 no Estúdio 444. “Jezabel, uma jovem atrevida e emancipada que acaba de ser abandonada pelo namorado, Frédéric, conduz Ariel, um rapaz tímido e cândido, numa iniciação e numa descoberta erótica do Paris noturno. Do apartamento de Jezabel, onde lhe mostra o seu sedutor guarda-roupa, aos bares suspeitos, dos peep-shows ao bosque de Bolonha, depois em casa dos amigos… É muito para a camioneta de Ariel que escolhe, no final desta noite, partir sozinho.” [2] Banda sonora: “L'exotisme” p/ Mikado ♫  “Mikado saxo” p/ Mikado ♫ “La nuit porte jarretelles”, escrita p/ Virginie Thévenet (como V. Tevenet) e André Demay (como A. Domay). Interpretada p/ Virginie Thévenet (não creditada) ♫ “La mort de Didon”, ("When I am laid on Earth" de "Dido & Aeneas"). Música de Henry Purcell (como Purcell). Interpretada p/ Gabrielle Estienne. “Miami Supercops / I poliziotti dell’8ª strada” (1985), real. Bruno Corbucci, c/ Terence Hill, Bud Spencer, C.B. Seay … sob o título local “Os dois superpolícias em Miami” estreado quinta-feira, 19 de dezembro de 1985 no Cine 222 e no Politeama. “Doug Bennet e Steve Forrest são dois grandes amigos; o primeiro, trabalha para a polícia de Nova Iorque, enquanto o segundo abandonou a corporação, revoltado com a burocracia da justiça. Mas há um caso que requer a bravura dos dois agentes: um ex-presidiário, Joe Garret, sai da prisão para ir para Miami, junto com outros cúmplices, tinha roubado 20 milhões de dólares num banco em Detroit. Ninguém descobriu onde para o dinheiro, é preciso seguir Garret para descobrir-se mais. Doug e Steve, que o tinham capturado há nove anos, agora devem abrir e concluir o caso, mas Steve não quer saber de reintegrar a polícia, e Garret é morto tornando as coisas ainda mais difíceis.” “The Pursuit of D.B. Cooper” (1981), real. Roger Spottiswoode, c/ Robert Duvall, Treat Williams, Kathryn Harrold … sob o título “A grande perseguição” estreado sexta-feira, 18 de outubro de 1985 no Éden. “Em 1971, o pirata do ar, identificado como D. B. Cooper, salta de um avião usando a saída traseira. Ele salta de paraquedas num dia limpo na floresta do estado de Washington. O homem é mais tarde identificado como Jim Meade (Treat Williams), um ex-militar com grandes sonhos. Meade escapa à caça ao homem usando um jipe que previamente escondera na floresta e ocultando o dinheiro na carcaça de um veado. Por fim, encontra-se com a mulher, Hannah (Kathryn Harrold), de quem está separado e que gere uma empresa de rafting. Entretanto, Meade é perseguido por Bill Gruen (Robert Duvall), um investigador de seguros, o seu sargento no exército, e um compincha da tropa, Remson (Paul Gleason), que se lembrava de Meade falar em sequestrar um avião.” “D. B. Cooper é um cognome dos média, correntemente usado para referir um homem não identificado, que sequestrou um Boeing 727-100 no espaço aéreo entre Portland, Oregon, e Seattle, estado de Washington, a 24 de novembro de 1971, extorquiu 200 000 dólares e saltou de paraquedas para um destino incerto. Apesar de uma vasta caça ao homem e um prolongada investigação do FBI, o perpetrador nunca foi localizado ou identificado. O caso continua a ser a única pirataria aérea não resolvida na história da aviação comercial.”É um dos crimes mais famosos de sempre, e agora o culpado pode nunca ser encontrado. O caso de D.B. Cooper, o pirata do ar que conseguiu escapar às autoridades com 200 mil dólares, em 1971, acaba de ser encerrado sem solução, depois de 45 anos. O FBI anunciou, esta quarta-feira [13/07/2016], que não vai gastar mais recursos para manter o caso aberto, preferindo concentrar meios humanos e financeiros noutros processos mais importantes. (…). «Chegámos à conclusão que é altura de fechar o caso, porque não há nada de novo. [Esta foi] uma das maiores e mais exaustivas investigações [do FBI]. (…) Infelizmente nenhuma das pistas que nos chegaram, nem com ajuda de tecnologia recente, conseguimos provas necessárias [para determinar um culpado],» afirmou o agende especial Frank Montoya Jr.”
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[1] “Por muito que quisessem aparecer, os Rolling Stones não eram adversários à altura do poder de Ed Sullivan. Em 15 de janeiro de 1967, os Stones estavam prontos para galhardear o palco de Sullivan pela quarta vez quando chocaram contra um obstáculo. Estavam lá para tocar um par das suas gravações fresquinhas, a majestosa «Ruby Tuesday» e a folgazona «Let’s Spend The Night Together», quando lhes informaram que teriam de mudar a letra da última. Em 1967, a imagem de um homem e uma mulher passando a noite juntos era evidentemente muito forte para os telespetadores engoliram. Como conta a história, a produção de Sullivan disse a Mick Jagger que ele tinha de modificar a letra antes de ir para o ar. A banda tocava em playback, mas com voz ao vivo, como era habitual no programa de Sullivan. Jagger protestou mas, pobrezinho, a rebelião não estava no cardápio dessa noite, e o grupo cedeu à pressão do canal de TV mudando o verso para o singular «Let’s spend some time together». O espetáculo continuou, e a banda vestiu os seus melhores atavios de 1967, entusiasmando os fãs na plateia. Para o seu niquinho de protesto, cada vez que cantava o verso, Jagger revirava os olhos, mostrando aos consumidores da sua música que não era ideia sua reescrever a canção.”
“Mais tarde nesse ano, ocorreu um incidente semelhante quando Sullivan pediu aos Doors para retirarem a chocante palavra «pedrada» quando tocassem «Light My Fire». Um produtor sugeriu que trocassem «Girl, we couldn’t get much higher» para «Girl, we couldn’t get much better». Contudo, Jim Morrison não revirou os olhos nem alterou a letra. Os Doors foram imediatamente informados que as suas próximas aparições no programa estavam canceladas. (…). E não podemos esquecer a agendada aparição de Bob Dylan em 1963, a quem disseram que não podia tocar a canção «Talkin’ John Birch Paranoid Blues». Pediram-lhe para escolher outra. Dylan disse não, Sullivan disse não, Dylan foi-se embora.”
[2] Qualquer jovem cândida não necessita de ninguém. O seu talento basta para encher o ecrã. Mathea, 1,73 m, 54 kg, 85-60-88, olhos azuis, cabelos loiros, nascida a 10 de setembro de 1990 na Rússia, t.c.c. Ksenya B, Isabelle, Mary, Marinka, Tara X, Lena G, Ksenia, Nathalie, Dasani, Anabelle, Abby, Xandra B. Sites: {The Nude} {Which Pornstar} {Porn Teen Girl} {X-Art} {Euro Babe Index} {Indexxx} {Euro Pornstar} {Eros Berry} {Met-Art Hunter} {Nubiles} {Erotic Beauties} {Define Babe}. Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4} {fotos5} {fotos6} {fotos7} {fotos8} {fotos9} {fotos10} {fotos11} {fotos12} {fotos13} {fotos14} {fotos15} {fotos16} {fotos17} {fotos18}. Obra cinematográfica: {“Red Hot”} ѽ {“Little Secret”} ѽ {“Sweet Sensation”} ѽ {“Jean Short”} ѽ {“Computer Vibe”} ѽ {“Mathea Gets Dirty”} ѽ {“Denin”}.

no aparelho de televisão

The Year of the French” (1982), minissérie franco-irlandesa, sob o título local “O ano dos franceses” transmitida na RTP 1 às sextas-feiras, pelas 21h25, de 18 de abril / 23 de maio de 1986. É uma série de seis episódios de uma hora cada. Quando Napoleão partiu em direção ao Egito com a sua grande armada, um pequeno exército francês desembarcava na costa ocidental da Irlanda. Lord Cornwallis – o homem que se rendera aos americanos em Yorktown – era o comandante das tropas britânicas na Irlanda. No centro do conflito e apoiando os franceses estavam os irlandeses – que acabaram por pagar o preço do «Ano dos franceses». Esta série foi coproduzida pela Irlanda e pela França. Os principais papéis estão a cargo de Robert Stephens, Jean-Claude Drouot, Niall O’Brien, Oliver Cotton, Anne-Louise Lambert, Keith Buckley, Jeremy Clyde, T. P. McKenna e François Perrot. Música dos Chieftains. Produtor executivo: Niall McCarthy. Realizador: Michael Garvey. Coprodução da RTÉ (Irlanda) e da FR3 (França). 2.º episódio: Wolfe Tone persuadiu o diretório a enviar uma expedição à Irlanda. Em Dublin, lord Cornwallis recebe com espanto a informação de que o irmão George Moore faz parte do Diretório de Mayo. John Moore ignora as ameaças do irmão e continua a solicitar o apoio dos pequenos agricultores para a união irlandesa. De tal forma é persuasivo que consegue o apoio dos Whiteboys de Duggan. Descontente com esta atitude, MacCarthy agride Duggan e abandona o condado de Killala. 3.º episódio: lord Cornwallis envia o general Lake a Castlebar, à frente de um exército de vinte mil homens. Lake chega a Castlebar ao mesmo tempo que MacCarthy, ficando impressionado com a forçada presença britânica. MacCarthy depois de se ter envolvido em sérios problemas, deixa Castlebar. 4.º episódio: lord Cornwallis sugere ao general Lake que persiga as tropas do general francês, sem, no entanto, as enfrentar em campo aberto. Em Castlebar, Humbert aguarda reforços que não chegam. E acaba por abandonar Castlebar, deixando John Moore e um reduzido número de soldados a controlar a cidade. Ellen Treacy, consciente de que está tudo perdido, suplica a John que passe a noite com ela. John, recusa, pelo muito respeito que lhe tem. 5.º episódio: o general Lake reconquista com alguma facilidade a cidade de Castlebar aos revoltosos. 6.º episódio: George Moore, um homem esperto e com um forte instinto de sobrevivência, casa-se com a sobrinha de Denis Browne. Entretanto, a criança, filha de Kate Cooper e de MacCarthy, é batizada em segredo e fica com o nome do pai natural. Finalmente, em 1804, o padre Vincent Broome, vai visitar lord Glenthorne na sua casa em Londres. É um homem estranho, defensor de uma moral aristocrática, totalmente fora da realidade que o cerca. Ao ouvi-lo, Broome não tem quaisquer dúvidas: o problema irlandês continuará por muitos anos. “Des toques et des étoiles” (1986), minissérie francesa, sob o título local “O sonho de Marie Aubarède” transmitida na RTP 2 às quintas-feiras, pelas 20h45, de 15 de maio / 19 de junho de 1986. Série de seis episódios baseada nas obras de Yves Courrière, «Les Aubarède» e «La toque des étoiles». Chantezac, 1893. Nesta pequena aldeia francesa da região de Brive, uma jovem de treze anos, Marie Aubarède, vai trabalhar na cozinha de um castelo vizinho, onde Henriette, a cozinheira, lhe ensina a sua arte. No castelo, vivem Amélie e Auguste Laparde, notário e presidente da câmara local, amigo de Poincaré e com grandes ambições políticas. A jovem Marie transforma-se numa rapariga determinada, ambiciosa e apaixonada pela culinária. Casa-se com Denis Coste, um comissionista local, e os dois abrem uma estalagem: Le Péri Gourd, que rapidamente se torna conhecida pela qualidade da sua comida, atraindo uma clientela cada vez mais numerosa e mais rica. Na véspera de Natal, nasce Léon, o primeiro filho de Marie e Denis. Marie interroga-se quanto ao seu futuro: será o seu filho o grande cozinheiro que ela sempre sonhou vir a ser? Interpretação: Catherine Salviat, Patrice Valota, Bernard Alane, Eric Vergnaud, Hubert Deschamps, Alexandra Pandev, Jacques Richard, Pierre Gérard, Dominique Paturel, René Morad, Jean-Claude Bouillaud, Philippe Deplanche, Jacques Dynam, Alix de Konopka. Adaptação, diálogos e realização de Roger Pigaut. 2.º episódio: no castelo de Chantezac, festeja-se a reeleição de Auguste Laparde como deputado, e o casamento da sua filha mais velha, Georgette, com Philippe de Helnac, um bom partido. Por seu lado, os Coste são agora donos de outra estalagem, La Toupine, e têm dois filhos: Mathilde e Paulin. E, será Paulin quem, para grande alegria da mãe, dirá um dia que quer deixar de estudar para aprender a arte da cozinha [1]. Eugène Picard, um famoso cozinheiro, vai ser o seu mestre. Entretanto, os dois irmãos Laparde, apesar de muito amigos, têm diferentes opiniões quanto ao futuro. Albert apaixona-se por uma enfermeira de origem russa, Annouchka, uma mulher que estará sempre ao seu lado. No melhor e no pior… 3.º episódio: corre o ano de 1814, ano de mobilização geral e Fonfonse e Valentin preparam-se para engrossar as fileiras do exército. 4.º episódio: o episódio de hoje foca as esperanças que Marie deposita no seu neto, que em breve prestará as suas primeiras provas, como pasteleiro e cozinheiro. 5.º episódio: Antoine é admitido num famoso restaurante parisiense. A imensidão da cozinha na qual se deslocam trinta e cinco cozinheiros e ajudantes, sob as ordens do famoso Julius Grand, fascina. 6.º episódio: terminada a guerra da Argélia, Antoine regressa a Ruão e, ao fim de três meses, é promovido na cozinha do chef Julius Grand. Mas o sonho de Antoine é outro e, consciente dos seus dotes culinários, começa a procurar em Paris um local onde possa abrir o seu próprio restaurante. Também Alain se lançara em idêntica aventura, comprando uma pequena estalagem, A Magnólia. Ambos estão confiantes no êxito da «nova cozinha francesa» de que são pioneiros. Entretanto, Martine de Helnac, já licenciada em ciências políticas, vai visitar a mãe e leva-a a jantar ao restaurante da moda, onde a cozinha de um certo Antoine Coste está a ter grande êxito. “The Price” (1985), minissérie anglo-irlandesa, sob o título local “O resgate” transmitida na RTP 2 às segundas-feiras, pelas 21h30, de 13 de outubro / 17 de novembro de 1986. Uma série de seis episódios, com a duração de cerca de uma hora cada da autoria de Peter Ransley. Geoffrey Carr, um milionário de 50 anos, tem tudo aquilo que um homem pode ambicionar. Mas, quando a mulher e a enteada são raptadas, todo o seu mundo ameaça desmoronar-se, colocado perante o dilema da vida e da morte, poderá – ou irá – ele pagar… o resgate? Realizador: Peter Smith. Intérpretes: Peter Barkworth, Harriet Walter, Derek Thompson Aingeal Grehan, Hugh Fraser, Nicholas Jones. 2.º episódio: Frances e sua filha estão em poder dos terroristas, presas em compartimentos deparados. Geoffrey é avisado pela polícia de que não deve pagar resgate, pois os raptores não respeitarão qualquer acordo. Entretanto, Simon Mitchell, diretor de uma empresa de ex-agentes dos Serviços Secretos que tentam recuperar reféns, fora contratado pela seguradora Lloyd’s, na qual Geoffrey tem seguro para casos em que são exigidos resgates. Os raptores enviam, finalmente, uma mensagem: exigem três milhões de libras para libertar as reféns. Geoffrey não dispõe de tanto dinheiro. Mas será que os raptores acreditam nele? 3.º episódio: Clare tem um ataque de asma e Frances ameaça matar-se, a menos que os raptores tragam a filha para junto dela. Em Kilnameath, Simon montara já um esquema com a sua família para fazer frente aos raptores: Margaret, irmã de Frances, é encarregada de falar com «Tom», (código utilizado pelos raptores), ao telefone. Lansbury vai tentar refrear a imprensa, Geoffrey procurará arranjar o dinheiro e Andrew, um velho amigo de Frances, irá pagar o resgate. Mas o valor das ações da companhia de Geoffrey baixa e ele vê-se perante uma situação dramática – para arranjar o dinheiro pedido pelos raptores, terá de perder controlo da companhia, a obra de toda a sua vida… Entretanto, Ronan, o homem que Frank e Kate tinham encarregado de ir buscar Kevin, apanha um tiro e morre. A mãe de Kevin, ao julgar que a bala tinha sido disparada contra o filho, leva-o a dizer tudo o que sabe. 4.º episódio: raptores e reféns estão sob controlo. A polícia conhece os seus nomes, mas Frank está deveras confiante, tendo a certeza de que não será reconhecido, e sai sem avisar Kate. Esta, em pânico, quase que mata Frances e Clare, quando ele regressa animado: num jornal vem a notícia que Geoffrey está a vender a companhia para pagar o resgate e que segue a caminho da Irlanda. Mas Margaret, uma irmã de Frances casada com um homem de quem não gosta, diz a Geoffrey que aquela consegue sempre sair bem de todas as situações e segreda-lhe que fora ela a culpada da morte do primeiro marido. 5.º episódio: Geoffrey recebe pelo correio um dedo de mulher que ele identifica como sendo de Frances. Entretanto, continuam as negociações para o resgate e é obtido um acordo. Mas para pagar o resgate é preciso despistar a polícia. Tudo parecia estar a correr bem, quando a polícia surge no preciso momento da entrega do dinheiro e Andrew – o marido de Margaret – que levava o resgate, apanha um tiro e morre. Frank e Kate fogem sem nada e nessa noite, Frank embebeda-se e faz amor com Frances. Clare, horrorizada, ouve tudo. Geoffrey, cada vez mais desesperado, sonha com a vingança. 6.º episódio: a pedido da polícia, Geoffrey utiliza os computadores da sua empresa para tentar localizar os raptores. Deste modo é impossível encontrá-los, mas Frank ameaça Frances com uma pistola e exige um livre-trânsito para o aeroporto de Dublin. Doherty, um oficial da polícia, convence Frank aceitar que um veículo da polícia os acompanhe para abrir caminho. O carro dos raptores fora preparado para necessitar de gasolina a meio caminho. Uma discussão entre Frank e Kate permite, então, que a polícia os atinja mortalmente. Tudo parece ter voltado à normalidade quando Frances exige estar presente no funeral de Frank. Em Londres, onde é apontada como heroína, ela descobre a manobra que Geoffrey fizera para não perder a empresa e compreende que tal como a casa no leilão, também ela tem um preço que não vale a pena ultrapassar – furiosa, revela ao marido que fora violada por Frank e vai-se embora com a filha. Mais tarde, contacta-o para lhe dizer que está grávida. E quando Geoffrey lhe pede para abortar, pois não será capaz de enfrentar a criança, Frances responde-lhe que isso é pura fantasia dele: tudo tão fantasioso como pensar que há um preço máximo – que não vale a pena ultrapassar – para a vida dela [2]. “Reggie” (1983), minissérie americana, baseada na comédia de situação inglesa, “The Fall and Rise of Reginald Perrin”, transmitida na RTP 2 pelas 22h50, às segundas-feiras, de 13 de outubro / 17 de novembro de 1986. Intérpretes: Richard Mulligan, Barbara Barrie, Jean Smart, Chip Zien, Tim Busfield, Dianne Kay, Timothy Stack, John Fujioka. Realização: Greg Antoniacci. 2.º episódio: numa sexta-feira ao fim do dia, Reggie é informado de que terá de trabalhar, todo o fim de semana, num importante projeto que, impreterivelmente deverá estar pronto na segunda-feira. No sábado de manhã, conclui que precisa da colaboração de Joan, sua secretária e ela concorda em ir ajudá-lo ao domingo à tarde. Pouco depois, Elizabeth, a mulher de Reggie, recorda-lhe que tem de visitar a mãe dela, também ao domingo. Com tanto trabalho à sua frente, Reggie pede-lhe para ir sozinha, sem lhe dizer, porém, que Joan irá logo ajudá-lo em casa. Mal a secretária chega, logo lhe confessa estar apaixonada por ele desde que começaram a trabalhar juntos, há oito anos. Reggie faz igual confissão. Abraçam-se felizes, mas… 3.º episódio: Reggie está ansioso por ver um amigo dos tempos de escola, Arvin, com quem vai almoçar. Entretanto, pensando na vida de ambos ao longo dos últimos trinta anos, sente-se reconfortado. No entanto, quando se encontram, Reggie fica surpreendido: a vida do amigo fora bem diferente daquilo que ele imaginara. Mas enquanto tenta convencer-se a si próprio de que Arvin é quem está no caminho certo, este cai morto, no chão. Profundamente chocado com a morte do amigo, Reggie regressa ao escritório e quando o patrão o obriga a proferir o discurso marcado para aquele dia, Reggie começa a dizer coisas sem nexo. Em casa, a família tenta ajudá-lo a superar a crise. Mas a morte de Arvin servirá, afinal, para o ajudar a compreender que é ele quem, na verdade, é feliz. 4.º episódio: pressionado entre as responsabilidades familiares e a exigência do patrão para uma campanha publicitária de gelados, Reggie está prestes a ter um ataque. C. J. encarrega Reggie de conceber – em menos de 24 horas – uma campanha publicitária para um gelado especial para crianças, e avisa-o de que se não fizer trabalho de interesse, se arrisca a perder o emprego. O gelado está a ser estudado e concebido por um graduado de Harvard; Reggie, depois de ter perdido muito do seu pouco tempo com a secretária, acaba por ir para casa, decidido a trabalhar durante toda a noite. Mas em casa festeja-se a entrada do neto para a escola e a confusão e o barulho são enormes. Como se isso não bastasse, a mulher pede-lhe ainda para montar um triciclo que comprara para oferecerem à criança. Claro está que, na manhã seguinte, Reggie não tem qualquer ideia sobre a campanha e sente-se de tal maneira tenso que o médico da companhia acha que ele está prestes a ter um ataque de coração. 5.º episódio: Reggie faz 48 anos e sente-se muito em baixo. Cansado da rotina da sua vida onde nunca surge nenhum imprevisto, queixa-se à família. Entretanto no escritório, C. J. aguarda a chegada de um japonês que, segundo afirma, pode modificar completamente a vida da empresa. Reggie, ao ouvir isto, convida imediatamente o japonês, o patrão e a secretária para jantarem em sua casa e telefona à mulher, Elizabeth, para avisar de que leva três convidados. Como ela não está de momento, deixa recado. Mas Elizabeth não recebe o recado e, como Reggie se tinha queixado da rotina da vida que levam, ela tem uma grande surpresa preparada para o jantar… 6.º episódio: Linda, a filha de Reggie, usa o nome de casada para arranjar um emprego na empresa em que o pai trabalha. Escusado será dizer que Reggie fica surpreendido quando C. J. lhe apresenta a nova funcionária e os deixa a sós. Linda pede ao pai para não revelar o seu parentesco e para não dizer a ninguém que ela está a trabalhar. Ela quer ter o seu próprio rendimento para não estar na total dependência do marido. Mas, à medida que o tempo vai passando, Tom, o seu marido, descobre que ela deixa as crianças num infantário e nunca está em casa durante a tarde. Receando o pior, Tom diz a Reggie e Elizabeth que pensa que Linda o engana… [3]
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[1] A maior alegria de uma mãe portuguesa é gestar uma filha para que esta cumpra a superior função da mulher do país das consoantes mudas, do acento gráfico, em alguns vocábulos, do circunflexo, noutros, assim como do hífen – a saber, satisfazer Cristiano Ronaldo, servicinho, sem o qual nenhum homem atinge alto rendimento na sua profissão ou arte. Gilda Dias Pé-Curto, aos 21 anos, representante portuguesa no concurso Miss Mundo 2000, biografava-se: “Sou estudante e a minha aspiração é tornar-me uma boa fisiologista. Gosto de dançar, nadar, equitação, ginástica e ténis. Falo português, inglês e um pouco de francês.” (Um erro normal, cometido na legenda da foto, qualquer mulher arrancaria o nariz pela máxima honra da nação, de apoteosar o membro de Ronaldo. Em nome da precisão, a flûte na foto é a Miss Madeira 2003, Miss Portugal 2004, Marina Rodrigues, 1,75 m, natural do Campanário, Ribeira Brava, Madeira. Modelo e atriz da alta ficção nacional, como “Flor do mar” da TVI, trabalha como assistente de marketing no Centro de Artes da Madeira).
[2]Irish Television Drama in the 1980s”. “A mais controversa das coproduções foi a minissérie em seis partes «The Price». Uma coprodução da RTÉ - Channel 4, desta vez iniciada do outro lado do mar, a ideia veio do ator inglês, Peter Barkworth. Inspirado numa fotografia de jornal do industrial, Rolf Schild, cuja mulher e filha foram raptadas na Sardenha, ele ficou fascinado pelas pressões psicológicas e ambiguidades morais decorrentes de uma tal crise. A produtora a que estava associado, a Astramead, esteve ao leme durante toda a execução. Embora a história decorra na Irlanda, foi escrita por Peter Ransley, que nunca tinha posto os pés no país. Grande parte do criticismo à série centrou-se na representação da vida irlandesa feita pelo escritor, acusado de não saber nada para além dos clichés dos tabloides de Fleet Street, com o apoio da RTÉ e a experiência do elenco e equipa técnica irlandesa.”  
[3] A jovem filha que não engana. Viola Oh, 1,63 m, 55 kg, 94-66-89, sapatos 38, olhos cor de avelã, cabelo castanho, nascida a 3 de março de 1993, em Riga, Letónia, t.c.c. Annabelle, Judy Violette, Vanea H, Viola, Viola Baileys, Viola Bailey's, Viola O, Viola Paige, Violetta Banks. Sites: {The Nude} {Alba Girls} {Busty Legends} {European Pornstars} {iafd} {Porn Teen Girl} {Euro Babe Index} {Indexxx} {PornHub} {Eporner} {MetArt} {MetArt Hunter} {Define Babe} {brdteengirl} {Elite Babes} {Babepedia} {Candy List}. Entrevista: P: “Porque decidiste tornar-te modelo porno?”, Viola: “Desde a infância, o meu sonho era ser modelo ou atriz. Sou demasiado baixa para modelo de moda, mas pensei que ainda poderia ser modelo fotográfica, mas não estava muito interessada nisso. Então a minha mãe disse-me: «Porque não tentas fotografar para a Playboy? Pagam bom dinheiro! Tens um corpo formidável para isso, assim, porque não?». Toda a minha vida tinha sido muito tímida… e disse-lhe: «Não posso fazer isso»… contudo, mais tarde, o meu avô sugeriu que tentasse de qualquer maneira… e depois disso comecei a procurar trabalho na fotografia porno.” P: “Qual é a tua parte favorita do teu corpo? Qual é a que menos gostas? Porquê?”, Viola: “Para mim, a melhor parte do meu corpo são as pernas. Têm o melhor contorno, agradeço ao desporto por isso. Não gosto muito dos meus seios, porque quando estão adormecidos os mamilos são grandes, mas principalmente não gosto da minha cara… tenho muitos complexos acerca disso.” P: “Quando é que perdeste a virgindade? Como foi?”, Viola: “Perdi-a, mas não o senti, porque foi um erro meu, estava demasiado bêbeda e prefiro não lembrar-me disso.” P: “Já estiveste numa cena rapariga / rapariga. Gostas de raparigas na tua vida privada?”, Viola: “Não gosto de raparigas na minha vida privada. Perdi a minha amiga, porque ela tornou-se bissexual e estava o tempo todo tentando apalpar-me os seios. Deixei de falar com ela. Assim, dou o meu amor a raparigas apenas no vídeo.” P: “Qual é a melhor e a pior parte de ser uma modelo porno?”, Viola: “A melhor parte é que o meu sonho de ser modelo e atriz está a realizar-se. Represento para a câmara e tenho produções fotográficas. Gosto de fazê-lo para os homens. Quero que tenham prazer olhando-me. Mas a pior parte são os meus colegas, todos os meus companheiros de estudos e amigos sabem o que eu faço, então contam um monte de mentiras. Espalham rumores que durmo com os fotógrafos, faço rapazes / raparigas e faço serviço de acompanhante. E dentro de pouco tempo toda a gente vai começar a acreditar nestes boatos, que são falsos.” P: “Qual é a tua fantasia sexual?”, Viola: “Para ser honesta já experimentei tudo, assim estou sem fantasias… mas, talvez, gostasse de participar numa orgia, mas só com o meu namorado, apenas para ver num canto e ficar excitada.”, P: “Tens seios maravilhosos. Gostas de punheta de mamas?”, Viola: “Às vezes faço-o, mas não acho muito agradável. Faço-o só porque é a fantasia do meu namorado. Eu dou-lhe tudo o que posso.” P: “Para excitar os fãs ainda mais… cuspir, engolir ou esporradela na cara?”, Viola: “Hum… faço todo tipo de coisas com o meu namorado. Às vezes gosto à bruta, então ele dá-me forte e feio; fode-me o cu e a cara, põe a pichota nos meus lábios, possui-me pelo cu e pela rata, usa brinquedos sexuais, enfia-me um dildo no cu e fode-me a rata, possui-me em todas as posições e vem-se na minha boca… e, às vezes, apenas faz-me doce amor apaixonado.” Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4} {fotos5} {fotos6} {fotos7} {fotos8} {fotos9} {fotos10} {fotos11} {fotos12}. Obra cinematográfica: {"Toying Aroud"} ѽ {“Intense Feelings”} ѽ {“Touching Myself”} ѽ {“Extended Stay” + Henessy} ѽ {“Adiba”} ѽ {“Teen Dreams”} ѽ {“Milk”} {“Hard On A Tank”} ѽ {“Raw On Raw” + Beata Undine} ѽ {“Mysterious Door”} ѽ {“Webcam”} ѽ {“Wake Up N Fuck” + Apolonia Lapiedra} ѽ {“Woodman Casting”}.

na aparelhagem stereo

O sucesso da boa camaradagem no casamento está na mão da mulher. Esquerda, se for canhota, direita, se for dextra, e não falhe o alvo, como Bárbara Guimarães – “num jantar onde estava um número dois da política, ela começa a falar muito alto. Ao sairmos, empurra-me, mete-me a mão na braguilha e diz: ‘Vamos para um hotel’”, confidenciou o cônjuge Manuel Maria Carrilho. O shangri-la de um bom casamento mora um pouco mais abaixo e, para seu êxtase, a esposa não pode sentir a mancheia. “A aptidão de um pai para cuidar de filhos pequenos está associada ao tamanho dos testículos, sugere um estudo publicado segunda-feira na edição online da revista «Proceedings of the National Academy of Sciences» (PNAS). Os investigadores concluíram que indivíduos com testículos menores tendem a colaborar mais em tarefas como a troca das fraldas, a alimentação ou o banho. Os autores do estudo – três cientistas da Universidade de Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos – também encontraram diferenças entre as imagens funcionais dos cérebros dos pais a quem foi pedido para olhar para fotos dos filhos. Os homens com gónadas de tamanho menor tendiam a reagir mais intensamente perante as imagens das suas crianças do que os indivíduos com testículos maiores. A antropóloga Jennifer Mascaro, a primeira autora do estudo, explicou ao jornal britânico The Guardian que este trabalho não pode ser entendido de uma forma simplista. «Não estamos a dizer que é possível determinar a vocação parental de um homem com base na sua anatomia», diz Mascaro. O que o estudo sugere, ainda segundo o The Guardian, é que alguns homens estão mais predispostos a cuidar de crianças do que outros. São pais que, por exemplo, chamam mais rapidamente para si a responsabilidade de aquecer o biberão.” [1]
{Outra forma de garantir um par ideal é o questionário: “Fuck, Marry, Kill: The Game Show”, do coletivo comediante The Kloons}.
Sejam size berlinde, bola de golfe ou fruta-pão, de facto, não interferem nas mais altas esferas cerebrais do homem. Pedro Mexia: “São uma perda de tempo. Não há nada que me interesse nas redes sociais. Eu consigo encontrar noutras plataformas aquilo que existe nas redes sociais. Não tenho nenhuma posição de princípio contra as redes sociais é mesmo uma questão pessoal.” Única situação cibernética, ajuizada, do homem moderno resistindo à herança de Obama. “O Governo dos Estados Unidos, através de uma proposta da Alfândega e Proteção de Fronteiras, pretende solicitar informações sobre as contas nas redes sociais dos visitantes no processo de obtenção de vistos para entrada no país. Quem o diz é o jornal inglês The Guardian, referindo ainda que, caso esta hipótese se torne realidade, cada pessoa que deseje visitar os Estados Unidos terá de colocar no formulário de requisição de entrada os endereços dos seus perfis em sites como o Facebook, o Twitter ou o Instagram. De acordo com a proposta em causa, este campo de preenchimento passaria a fazer parte do documento Electronic System for Travel Authorization (ESTA), preenchido através da Internet, e também do formulário I-94 W, em papel (ou PDF), requerendo: «Por favor, insira informação associada com a sua presença online».”
{Um pequeno avanço na vigilância, uma grande passo na liberdade, quanto maior controlo, mais livre é o cidadão para viver feliz com os gatos – uma geração explicada por Alfred Hitchcock: “Boa noite, membros da geração beat, obrigado por me receberem nos vossos ninhos. Alguns cats perguntam-se como é que aderi ao movimento. Bem, meus, entrar nesta geração não é difícil, não chavalo, basta mentir sobre a idade. Mas não aderi só porque é curtido ou para entrar na onda, nem pensar, juntei-me porque queria ser tão vanguardista quanto possível. É isto. Gostava de estar na moda e de conduzir só com uma mão, curtia apanhar sol e sentir a água fresca ao mergulhar em São Francisco, e então perceberei a essência da vida. Mas devem estar a pensar: este cat nunca mais se cala. É hora de parar. Não tenho nada a ver com as trivialidades burguesas que se seguem.”}.
Bolas rolantes nos anos 80:
Harden My Heart” (1981), p/ Quarterflash. “Rindy e Marv conheceram-se na secundária de Portland e tocaram pela primeira vez juntos nos anos 70 na Western Oregon University, onde se apaixonaram e se casaram. Quando completaram os estudos em 1973, foram viver num barracão no Hollinshead Ranch em Jones Road – atualmente um museu em Hollinshead Park, e tocavam num grupo chamado Jones Road, com Rindy no saxofone e cantando as composições para guitarra de Marv. Depois de três anos a dar aulas no Oregon central – Marv na Cascade Junior High, então localizada na Wall Street na baixa de Bend, e Rindy na John Tuck Elementary School em Redmond – pediram reforma antecipada e formaram os Seafood Mama, uma banda de baile extremamente popular que tocou em todos os fumarentos bares hippies entre Seattle e Portland no final de 1970. Em 1980 gravaram a canção do Marv, «Harden My Heart», que se tornou no seu primeiro sucesso e levou a Geffen Records a contratá-los. Durante a década lançaram quatro álbuns sob um novo nome, Quarterflash, colhendo discos de ouro e platina, e tournées com Elton John e Linda Rondstadt, e um sortido de conjuntos musicais dos anos 80, exagerados na laca, que é melhor não mencionar. Foi uma época emocionante, tumultuosa e insana, e os Ross viveram muitas fantasias incluindo Marv escrevendo uma canção com Burt Bacharach e Rindy aparecendo no programa de Merv Griffin com Richard Simmons.” [2] Upside Down” (1982), p/ Vanessa. “Cornelia Jacoba (Connie) Witteman nasceu em Voorburg, a 25 de julho de 1951. Em 1972, gravou sob o nome Connie Zulver uma música holandesa, «Ieder Meisje Droomt Van Liefde». Lançou em 1981 na Holanda, «In The Heat Of The Night», sob o nome Vanessa e a canção foi um sucesso no Top 40 e na Nationale Hitparade. Em fevereiro de 1982, Vanessa obtém o número dois com «Upside Down», que permaneceu onze semanas nas tabelas. Em junho alcançou o seu segundo sucesso no Top 10 com «Dynamite», e em novembro «Cheerio» também foi um êxito. Além de cantar, ela atraiu atenção pelo tamanho do seu peito. Em 1982, Vanessa junto com André van Duin entrou no filme «De Boezemvriend». As canções «La Di Da» (1983) e «Obsession» (1984) também alcançaram o Top 10. O descobridor de Vanessa, o produtor e compositor Leslie Laverman, - que teve um êxito com «Song for the Children» (cantada por Oscar Harris) -, inicialmente tinha planos para ela formar um duo com Andres (Dries Holten). Em 1983, foi abordada pelas revistas Playboy e Penthouse para uma produção fotográfica. Em 1984 posou para a Penthouse. Em 2005, ela foi novamente sondada pela Playboy, mas não chegou a acontecer.” You And Me” (1980), p/ Spargo.Inicialmente com o nome Funkliefhebber Lammertink, formaram-se, em 1975, com Ruud Mulder (guitarra, voz, ex-Space 7), Hans Elbersen (guitarra, voz, ex-Space 7), Ellert Driessen (teclados, voz, compositor), Jef Nassenstein (baixo, voz) e Leander Lammertink (bateria). No final dos anos 70, depois da saída de Elbersen, o grupo foi reforçado com a cantora americana Lilian Day Jackson (nascida a 3 de março de 1960 em Nova Iorque). Ela é filha de Art Blakey e tinha cantado com Hans Dulfer. Com Jackson e Driessen como vocalistas o grupo adquiriu som característico e arrancou. O single «You and Me» foi o mais vendido na Holanda em 1980 e alcançou a posição número um. Fora da Holanda foi um grande sucesso (incluindo número um em Itália, Bélgica, Islândia, Peru e Suriname). Entre agosto de 1980 e março de 1982, os Spargo assinaram quatro êxitos Top 5 na Holanda, mas o sucesso de «You and Me» jamais seria igualado. Outras canções deste período incluíram: «Worry» (1980), «Back in My Arms Again» (1980), «Inside Your Heart» (1980), «Hey you!» (1981), «Running From Your Lovin’» (1981).”
Shine Up” (1981), p/ Doris D & The Pins. “A figura central deste grupo feminino era a cantora e bailarina britânica Doris D (nome artístico de Debbie Jenner, nascida a 22 de fevereiro de 1959, em Skegness, Inglaterra), que foi durante um curto espaço de tempo o rosto do grupo americano Lipps Inc. nos estúdios de televisão holandeses e alemães, fazendo playback de «Funkytown» (a verdadeira intérprete era Cynthia Johnson). Os compositores e produtores Hans van Hemert e Piet Souer (célebres graças ao sucesso comercial do trio pop Luv’), e Martin Duiser apaixonam-se pelo charme de Debbie vendo-a dançar na televisão e propõem-lhe de se tornar vocalista numa formação feminina. Três dançarinas holandesas (Ingrid de Goede, Yvonne van Splunteren, Irene Van den Hoeven) e uma inglesa (Dona Baron) foram recrutadas para acompanhar Debbie e batizadas The Pins. Foi assim que o quinteto Doris D. & The Pins viram a luz do dia.” Stars On 45” (1981) p/ Stars On 45. “Era um grupo pop de êxitos que momentaneamente foi muito popular por toda a Europa, Reino Unido, EUA e Austrália em 1981. O grupo mais tarde abreviou o nome para Stars On nos EUA, enquanto no Reino Unido e Irlanda era conhecido como Starsound. A banda, composta exclusivamente de músicos de estúdio sob a direção de Jaap Eggermont, ex-baterista dos Golden Earring, popularizou medleys recriando canções de sucesso o mais fielmente possível e unindo-as com um ritmo comum e uma subjacente faixa de bateria. Jaap Eggermont gerou o conceito «Stars on 45», depois de Willem van Kooten, diretor da editora holandesa Red Bullet Productions, visitar uma loja de discos no verão de 1979 e ouvir um medley que lá tocava. O disco combinava gravações originais de canções dos Beatles, Buggles, Archies e Madness com uma série de êxitos disco americanos e britânicos como «Funkytown» dos Lipps Inc., «Boogie Nights» dos Heatwave e «Take Your Time (Do It Right)» da S.O.S. Band, enquanto os ritmos das várias canções tendiam a complementarem-se e «encaixar» uma na outra. Quando van Kooten ouviu que o medley também usava um segmento de «Venus», número um nos EUA em 1970, da banda holandesa Shocking Blue – uma canção da qual ele detinha os direitos mundiais – e sabendo que nem ele nem a Red Bullet Productions tinham autorizado o uso da gravação, percebeu que o medley era, de facto, pirata. O disco era um single de 12 polegadas chamado «Let's Do It In The 80's Great Hits», atribuído a um grupo inexistente chamado Alto Passion e editado numa etiqueta inexistente chamada Alto. O medley teve a sua origem em Montreal, Canadá, e mais tarde foi revelado que era o trabalho de um Michel Ali, juntamente com dois DJs profissionais, Michel Gendreau e Paul Richer.” Ghostbusters” (1984), p/ Ray Parker Jr. “Parker teve que se aplicar nesta, visto escrever uma canção com a palavra ghostbusters é bastante desafiador. Numa entrevista com George Cole, ele disse: «Parece fácil agora, porque você ouviu a canção. Mas se alguém lhe pedir para escrever uma canção com a palavra ghostbusters, é muito difícil. Essa foi a parte mais difícil – conseguir o título da canção». Parker acrescentou que pôs a sua namorada e amigos a gritarem o título para o coro, já que ele não queria cantá-lo. Parker, que era um músico de estúdio de renome, tocou a maioria dos instrumentos na faixa. Huey Lewis processou Parker por plágio da sua canção “I Want A New Drug”. Eles resolveram extrajudicialmente e concordaram não falar do caso em público, mas em 2001, Lewis revelou que Parker pagou para resolver o processo no programa «Behind The Music» do canal VH1. Parker então processou Lewis por violar os termos do acordo.” “O videoclip foi realizado pelo mesmo realizador de «Ghostbusters», Ivan Reitman, e produzido por Jeffrey Abelson. Apresenta uma jovem, interpretada pela atriz Cindy Harrell, (depois Cindy Horn, ao casar com o presidente dos estúdios Walt Disney, Alan Horn), que é assombrada por um fantasma interpretado por Parker, deambulando pelo interior de uma casa preta com vibrantes desenhos de néon delineando escassas caraterísticas arquitetónicas até que a jovem liga ao serviço caça-fantasmas.”
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[1] Embora as mulheres modernas façam as coisas por si próprias. Nusia, 1,75 m, 53 k, 88-60-88, sapatos 37, nascida a 6 de fevereiro de 1984 em Zabuldihino. “Nusia nasceu longe da civilização, no campo, e morava lá até que entrou na faculdade em Volgograd. Ela é uma adorável flor selvagem dos campos russos, tímida, modesta, mas muito simpática. Foi bem educada pela família, foi criada pelos avós. Ela é excelente em coisas de mulheres e tem os seus próprios segredos femininos: Nusia sabe perfeitamente ser sofisticada, cozinhar pratos russos tradicionais, tocar piano, falar francês e facilmente lida com os problemas sozinha. Nusia nunca estivera numa cidade antes de vir para Volgograd, por isso ficou muito surpreendida de como era atrativa e barulhenta, quantas tentações existem aqui… Mas a miúda bem formada foi capaz de encontrar o seu lugar nela. Ela sabe perfeitamente o que quer alcançar na vida. E ninguém pode impedir Nusia. Ela vai ser jornalista e marra muito na sua faculdade. Ela não é similar às outras raparigas, não quer encontrar um marido rico, ela quer construir o seu sucesso por si própria primeiro que tudo. Nusia é independente e autoconfiante, acredita que se tiver sucesso, se for famosa, encontrará o homem dos seus sonhos.” Entrevista: P: “Quais pensas que são os teus melhores atributos?”, Nusia: “Personalidade amável, pele macia, cabelo loiro.” P: “Cor favorita?”, Nusia: “Castanho.” P: “Programas de TV favoritos, lista de nomes”, Nusia: “The Factory of Stars.”, P: “Livros favoritos, lista de títulos”, Nusia: “O conde de Monte Cristo, A. Dumas.” P: “Filmes favoritos, lista de títulos”, Nusia: “Chocolate, Pretty Woman, Cinderella.” P: “Revistas favoritas, lista de nomes”, Nusia: “Cosmo, Yes!” P: “Música favorita, lista de títulos”, Nusia: “Música clássica: Vivaldi, Beethoven.” P: “Altura favorita do dia, porquê?”, Nusia: “Domingos de manhã – tenho tempo suficiente para dormir.” P: “Qual é a tua formação? Curso?”, Nusia: “Estudante na faculdade de Comunicação.” P: “Falas outras línguas? Se assim for, diz-me algo nessa língua”, Nusia: “Francês.”, P: “Lugar favorito para viajar, relaxar ou visitar”, Nusia: “O campo.” P: “Qual é o teu feriado preferido? (Natal, dia dos namorados, dia de ação de graças, etc.)”, Nusia: “O ano novo.” P: “Comida favorita, lanches, doces”, Nusia: “Panquecas com creme azedo, borsch.” P: “Qual é o teu carro de sonho?”, Nusia: “Lexus RX 300.” P: “Qual é o teu emprego de sonho?”, Nusia: “Jornalista de TV.” P: “Descreve o teu lugar favorito para fazer compras”, Nusia: “Mercados.” P: “Assistes a desporto, se sim, quais são as tuas equipas favoritas?”, Nusia: “Não.” P: “Praticas algum desporto ou outras atividades?”, Nusia: “Gosto de fazer jogging e nadar.” P: “Quais são os teus passatempos?”, Nusia: “Cozinhar, tocar piano.” P: “Preferência de bebidas, alcoólicas e não alcoólicas”, Nusia: “Sumos de pêssego, maçã. Vinho branco francês.” P: “Ocupação?”, Nusia: “Estudante.” P: “Tens algum animal de estimação?”, Nusia: “Um cão e um gatinho.” P: “Estado civil?”, Nusia: “Solteira.” P: “O meu pior hábito é…”, Nusia: “Sou imatura.” P: “A única coisa que não suporto é…”, Nusia: “Mentiras.” P: “Que animal melhor descreve a tua personalidade e porquê?”, Nusia: “Sou como um gatinho: simpática e afável.” P: “As pessoas que me conheceram no liceu pensavam que eu era…”, Nusia: “Interessante para conviver, muito responsável.” P: “Como é que descontrais ou passas o teu tempo livre?”, Nusia: “P: “Vou ao cinema, ao teatro.” P: “Qual foi o momento mais feliz da tua vida?”, Nusia: “Quando regressei à minha cidade natal.” P: “Quais são as tuas esperanças e sonhos”, Nusia: “Quero ser uma jornalista conhecida.” P: “O melhor conselho que já me deram foi…”, Nusia: “Posar nua no estúdio Galitsin.” P: “O pior conselho que me deram…”, Nusia: “Experimentar drogas.” P: “Que tipo de cuecas usas, se algumas”, Nusia: “Biquíni.” P: “O tamanho importa? Qual é a tua medida ideal?”, Nusia: “Acho que o tamanho não importa nada.” P: “Descreve a tua primeira vez (pormenores, local, pensamentos, satisfação, etc.)”, Nusia: “Sou virgem.” P: “O que te excita?”, Nusia: “Palavras gentis, mãos quentes.” P: “O que te desliga?”, Nusia: “Cabelo sujo.” P: “O que te faz sentir mais desejada?”, Nusia: “Palavras sobre o amor” P: “Melhor maneira de te dar um orgasmo”, Nusia: “Não sei, não sou muito boa nessas perguntas.” P: “Masturbas-te? Com que frequência? (dedo, brinquedos ou ambos)”, Nusia: “Não.” P: “Qual foi o teu primeiro fetiche, se algum?”, Nusia: “Colecionar cuecas engraçadas.” P: “Descreve um dia típico da tua vida”, Nusia: “Levanto-me às 07h00, faço os exercícios matinais e tomo o pequeno-almoço. Depois vou para a faculdade, no final, venho para casa, tomo banho e janto. À noite convido os meus amigos ou saio.” P: “Tens alguma curiosidade sexual que gostasses de explorar ou tivesses explorado? Por favor, descreve com pormenores (rapariga / rapariga, voyeurismo, etc.)”, Nusia: “Não.” P: “Descreve em detalhe a tua fantasia sexual favorita”, Nusia: “Quero fazer sexo com um belo príncipe num palácio.” P: “Conta-nos a tua ideia de um encontro de fantasia”, Nusia: “Às vezes gostava de ter a oportunidade de ir a um lindo baile e vestir o melhor vestido, encontrar lá um príncipe e passar a noite com ele. Como a Gata Borralheira fez.” P: “Se pudesses ser fotografada de qualquer forma, em qualquer cenário, qual escolhias? O que te faria sentir mais desejada, mais sensual?)”, Nusia: “Gostaria de ser fotografada vestida num belo vestido branco num iate.” Sites: {jeuneart} {The Nude}. Obra cinematográfica: {“Wearsome Waiting”} ѽ {“Shaving Nusia” + Alina + Valentina} ѽ {“Sweet Carrot” + Alina} ѽ {“River Adventures” + Valentina} ѽ {“Piercing Carrot” + Alina} ѽ {“Farmers Daughters 1” + Alina} ѽ {“Farmers Daughters 2” + Alina} ѽ {“Strawberry Passion” + Alina} ѽ {“Among The Fields Of Gold” + Alina}.
[2] Uma vida emocionante. Nenhum sangue foi derramado naquele dia de 1933 em que Fritz Lang terminou demasiado cedo a rodagem de «O Testamento do Dr. Mabuse» [estreado terça-feira, 20 de junho de 1933, no cinema São Luiz]. Chegado ao apartamento berlinense, viu a mulher, Thea von Harbou, argumentista dos seus filmes, na cama com um indiano 17 anos mais novo, chamado Ayi Tendulkar. Mesmo no relato escabroso de Patrick McGilligan, biógrafo do realizador de «Metropolis» [estreado sábado, 7 de abril de 1928, no São Luiz], o ponto final no matrimónio foi mais sereno do que fora o início. Lang ainda era casado com Lisa Rosenthal, que se terá suicidado ao apanhá-lo em flagrante delito com Thea. Serviu-se da pistola do marido, persistindo rumores de que fora morta por ele. Seja qual for a verdade quanto à ocorrência, esmiuçada pelos nazis após a fuga de Lang, mais benevolente é outra versão do encontro da argumentista com o futuro líder da luta contra a presença portuguesa em Goa, narrado no livro da filha mais nova de um homem marcado por figuras históricas tão díspares quanto Hitler e Gandhi. Em «In the Shadow of Freedom», Laxmi Tendulkar Dhaul diz que o pai foi convidado a visitar a casa de Thea von Harbou, que tinha 42 anos e um fascínio pela Índia dos marajás que a levara a escrever o fantasioso romance «O Túmulo Indiano». Falou-lhe abertamente da «relação falhada com Fritz Lang», e combinaram novos encontros. Da atração de Thea pelo indiano, bem-falante e bem-parecido, a quem mostrou recortes das reportagens que ele fizera na Índia, para o jornal Berliner Tageblatt, e do fascínio de Ayi Tendulkar pela mulher influente, sofisticada e generosa, nasceria aquilo que a autora do livro resume como «uma história de amor incomum entre um homem e duas mulheres e de uma profunda amizade entre duas mulheres, nascida do amor de ambas por um homem». Sendo a outra mulher a sua mãe, Indumati Gunaji.
Ayi Gampat Tendulkar nasceu em 1905, na aldeia de Belgundi, perto da fronteira entre a colónia britânica e a colónia portuguesa. A morte da mãe do brâmane levou a que fosse entregue, tal como os irmãos, aos avós maternos goeses. Passou a infância em Mayem, não havendo notícia de que tenha aprendido a língua de Camões, pois na escola de missionários as aulas eram em inglês. Tinha, sobretudo, laços gastronómicos com Goa. Na Europa faltou-lhe o caril de peixe e o fenim, aguardente à base de castanhas de caju, dispensando conversões forçadas ao catolicismo e o «elevado grau de repressão». Também discordava da idade mínima de 16 anos para o exame do liceu, pelo que decidiu não esperar um ano e caminhou 15 dias até Ahmedabad, numa viagem que o levaria a conhecer Gandhi e Nehru, artífices da independência. Teve uma bolsa para estudar em Londres, mas o curso de jornalismo não lhe agradou, e foi para Paris, onde teve um efémero casamento com uma colega italiana. Já na Alemanha, desposou a filha do professor que o ajudara, ao perceber que o indiano adormecia nas aulas por trabalhar à noite em fábricas. Foi a necessidade de financiar o curso de Matemática, complementado com o de Engenharia Mecânica, que o levou a escrever artigos para a imprensa germânica sobre o colonialismo inglês. E encontrou uma leitora atenta.
Invisível em público, em casa Tendulkar era amante e pupilo de Thea, que o cobria de presentes, incluindo um Mercedes descapotável vermelho, ao volante do qual assistiu às transformações na Alemanha dos anos 30. Fritz Lang divorciou-se e fugiu do país, sem resistir a acusar a ex-mulher de ser nazi e antissemita. Não seria esse o maior problema do casal, pois as leis raciais proibiam o matrimónio com não-arianos. Ayi e Thea fizeram apenas uma cerimónia simbólica. Pouco demorou até serem vigiados pelo regime nazi. «Penso que é mais seguro voltares para a Índia», disse-lhe Thea, interrogada horas antes acerca da natureza da relação com o estrangeiro, que trouxera dois irmãos para estudar na Alemanha. Ficou estipulado que festejariam os 50 anos da alemã, em dezembro de 1938, antes de uma viagem – à qual faltou o irmão Shripad, que engravidara a namorada – de difícil retorno. Até o Mercedes foi despachado por via marítima, trocando as alamedas berlinenses por ruas estreitas e de piso irregular. A despedida ocorreu semanas depois da Noite de Cristal, uma série coordenada de ataques contra judeus. A estação estava cheia de gente que perdera quase tudo quando Tendulkar entrou no comboio para o porto italiano de Génova. «Mesmo que não esteja contigo durante algum tempo, não quer dizer que a minha alma e o meu coração não te acompanhem», disse-lhe Thea.
Regressado à Índia, Tendulkar fundou o Warta News, jornal em que escrevia editoriais contra o colonialismo, tornando-se ainda mais suspeito. O comissário da cidade de Belgaum confrontou-o com o rumor de que o seu relógio enviava mensagens para Berlim. Perante isto, tirou do pulso o Omega de ouro e deu-o ao britânico. Também foi visitado por Indumati Gunaji, uma brâmane de 26 anos, ligada ao Congresso Nacional Indiano desde os 12, que escrevera sobre as más condições de trabalho das mulheres e crianças que enrolavam tabaco. Ficou interessado no artigo e na autora, de quem se aproximou, sem partilhar o entusiasmo para com Gandhi. Ultrapassadas as barreiras da amada, ergueram-se as da família, desconfiada de um homem de quem se dizia ter deixado uma mulher em Berlim. O pai expulsou-a de casa e escreveu a Gandhi, pedindo-lhe que mudasse as ideias da filha. O líder indiano mandou-a chamar e censurou o «pecado contra a sociedade» que cometera, mas depois enviou-lhe uma carta a anunciar que ele próprio celebraria o casamento, desde que Thea von Harbou aceitasse e que os dois indianos esperassem cinco anos, sem qualquer contacto físico. A provação foi menos difícil devido às más circunstâncias: Tendulkar estava detido, e em 1942 foi a própria Indumati a ir para uma cela. Já os britânicos prometiam transferir o poder, no final da guerra, quando foi libertada, após 18 meses. Levou um ano a recuperar, e outro a esperar pela libertação do amado, em junho de 1945. (…).
Thea von Harbou sobreviveu à queda de Berlim, sendo detida pelos britânicos quando perceberam que apoiara indianos apoiantes de Hitler. A quase sexagenária foi libertada e trabalhou a remover escombros dos edifícios e a fabricar tijolos. Teve ainda de fazer o processo de desnazificação, justificando a adesão ao partido com a vontade de ajudar os indianos de Berlim. Só reviu o amor da sua vida em 1952, quando ele foi à Alemanha. Quis conhecer Indumati e o primogénito, que ficaram semanas em sua casa, onde acariciava todas as noites o retrato de Tendulkar. Apesar disso, ficaram amigas, ao ponto de a indiana incitar a alemã a visitar finalmente a Índia. Meses depois, em julho de 1954, Thea morreu. Homenageada no Festival de Berlim, não resistiu a ferimentos causados por uma queda. Tendulkar juntou-se-lhe, em 1975, e Indumati viveu até aos 96 anos, derradeiro vértice de um triângulo amoroso que teve Hitler e Gandhi à mistura.” na revista Domingo do Correio da Manhã de 22/06/2014.