Pratinho de Couratos

A espantosa vida quotidiana no Portugal moderno!

sábado, março 31, 2018


Manobras sem nível ético que não são próprias da política mas da politiquice (tl;dr)

“a grila no lábio, / o calendário na parede, o emblema na lapela, / ó Portugal, se fosses só três sílabas” [1]. É mais, muito mais, agigantado mais, adamastórico mais… É feira altanada franjada da mais alta provada inteligência praticante, dia e dia, noite e noite. Amostragem: durante um incêndio, meter-se por estradas estreitas, ladeadas de árvores, feito na Estrada Nacional n.º 236 [2]; a elite, os estudantes universitários, no inverno, vão para beira-mar fazer macacadas, um regressou, seis morreram, feito na praia do Meco; nos protestos, quando os líderes são entrevistados pelas televisões, os acólitos, atrás, goelam as palavras de ordem aprendidas, consequência: os espetadores não ouvem as justas reivindicações do líder abafadas pelo escarcéu coral ambiente. Entretanto, onde a inteligência perspética montou perfeito lar Moviflor é entre as mulheres de meia-idade, duas, dos mais próceres, pespontearam sobre o Orçamento do Estado de 2018. Maria Luís Albuquerque: “Apresenta, do nosso ponto de vista, uma estratégia errada e revela falta e visão de falta de ambição para o futuro do nosso país. (…). Esta é essencialmente, e mais uma vez, uma oportunidade perdida. Aquilo que um país pode fazer quando tem um ciclo económico, uma conjuntura económica favorável, é muito mais, e, sobretudo, é muito menos penoso do que aquilo que se vê forçado a fazer quando as circunstâncias o impõem. Aproveitar momentos de crescimento económico para fazer as reformas que o país tanto precisa, seria a melhor garantia de que nós não teríamos de fazer reformas penosas no futuro, quando as circunstâncias são menos favoráveis e quando de facto deixa de existir alternativas e os governos deixam de ter os graus de liberdade de escolha que o crescimento económico necessariamente permite.” (14/10/2017).
Assunção Cristas: “Eu considero que este documento tem omissões graves em relação àquilo que são as necessidades do país. É um orçamento que pensa no curto prazo, que não pensa no médio e no longo prazo. (…). O governo dá com uma mão e tira com a outra. A par do agravamento do imposto de selo, o imposto único de circulação, do imposto automóvel, do imposto sobre a cerveja e bebidas alcoólicas, do imposto sobre bebidas refrigerantes, ainda cria mais dois impostos, o imposto sobre alimentos com sal e o imposto sobre dispositivos médicos. São dois impostos novos e cinco impostos agravados, já pra não falar de medidas como o fim dos vales da educação em sede de IRS que muito afetarão as famílias.” (14/10/2017).
Da cozinha ouve-se a voz parlamentar mais importante alguma vez ecoada, Carlos Abreu Amorim: “Os senhores venderam-se por um prato de lentilhas orçamentais, voltem atrás, voltem atrás.” (13/10/2017).
1984. Novembro. Terça-feira, 20, “a UNITA desistiu, no fim da semana passada, de levar por diante, em Portugal, uma operação de fabrico de kwanzas falsos, apurou o Diário de Lisboa. Para além de ter multiplicado, nos últimos meses, ameaças de que, no plano militar, Luanda se conta entre os seus próximos objetivos, a UNITA estaria, também, a preparar uma série de operações não-militares de desestabilização, entre as quais se contava esta fabricação de falso dinheiro-papel angolano, com que esperava poder «inundar» o país, a partir das zonas em que se movimenta com facilidade. Com vista à «operação kwanzas falsos», a UNITA estabeleceu, no norte de Portugal, um contrato de aluguer com uma tipografia, onde elementos da organização criaram as condições necessárias à falsificação do dinheiro angolano. (…). As autoridades policiais portuguesas não estavam ao corrente das intenções do contrato de aluguer em questão, e não dispuseram, em qualquer momento, de informações sobre a possibilidade do lançamento dessa operação em Portugal.”          
Terça-feira, 20 “o Grupos Antiterroristas de Libertação (GAL) reivindicaram esta noite, através de chamadas telefónicas, para os meios de informação madrilenos, a autoria da morte do líder separatista basco Santiago Brouard. Os GAL afirmaram também ter matado, no passado fim de semana, um jovem basco assassinado no sul de França. O dirigente político da coligação Herri Batasuna, Santiago Brouard, de 64 anos, assassinado hoje à tarde era pediatra e presidente do partido da esquerda radical nacionalista HASI. O HASI faz parte da coligação Herri Batasuna, considerado o braço político da ETA militar. (…). Dois indivíduos entraram no consultório de «Santi» Brouard e um deles disparou à queima-roupa. O médico recebeu três tiros um deles na cabeça. O autor dos disparos, de uns 40 anos, surpreendeu a vítima quando se encontrava sentado à mesa do consultório. Os dois autores do atentado deixaram uma pistola na sala de espera do consultório e outra nas escadas do segundo andar do imóvel. (…). O ministro espanhol do Interior, José Barrionuevo [3], ficou «consternado» ao receber a notícia do assassínio, informaram frontes do ministério, e deu imediatas instruções às forças e segurança do Estado para tomarem as medidas adequadas à situação. Santiago Brouard nasceu em Lequeitio, perto de Bilbau, em 1919 e era médico pediatra. Em princípios dos anos 70, refugiou-se em França depois de prestar assistência a um membro da ETA fugido e regressou depois da morte de Franco. Foi fundador do partido HASI, principal grupo da coligação Herri Batasuna, e desempenhava o cargo de presidente desde 1977.” [4]   
Quarta-feira, 21, “a Espanha vive de novo sob a tensão terrorista, depois do atentado de ontem que custou a vida ao dirigente basco, Santiago Brouard, fundador de um dos partidos da coligação Herri Batasuna, por obra do estranho grupo GAL, que ontem reivindicou o assassínio. O país basco entrou imediatamente em efervescência, enquanto todos os partidos políticos e organizações condenavam em termos veementes aquilo que consideravam ser a «maior provocação até hoje cometida contra o país basco». Ainda sob o choque dessa morte, cujas consequências são imprevisíveis, a Espanha era esta manhã novamente confrontada com o pesadelo dos atentados contra figuras militares: um general, Luis Ronson Perez, foi alvejado numa rua de Madrid, ficando gravemente ferido. O atentado ainda não foi reivindicado, mas, dadas as suas caraterísticas, supõe-se que tenha sido obra da ETA. As saídas da capital espanhola estão totalmente bloqueadas, numa tentativa de impedir a fuga dos autores do ato terrorista.”  
Quarta-feira, 21, “Rui Machete não está demissionário da Comissão Política Nacional do Partido Social Democrata. O desmentido foi feito pelo próprio em declarações à agência ANOP. «Isso não está no meu espírito e não há razão nenhuma para isso», disse Machete ao comentar rumores que lhe atribuíam, bem como a Rui Almeida Mendes, a intenção de deixar aquele órgão diretivo do PSD. Para Rui Machete as informações postas a circular sobre a sua eventual demissão poderão inserir-se nas «campanhas que de vez em quando se fazem nos bastidores partidários». Trata-se, no entanto, de «manobras sem nível ético que não são próprias da política mas da politiquice», frisou.” “«Enxovalhos de toda a espécie», «uma liderança que em vez de unir, divide o partido» e «incompreensão» perante a atuação de Mota Pinto, eram as razões apontadas como podendo motivar a demissão do vice-presidente social-democrata. A «faúlha» que teria feito «incendiar toda a planície» - para utilizar linguagem maoista muito em voga nos corredores da Buenos Aires - seria a atitude assumida por Mota Pinto ao convocar para Coimbra uma reunião a sós com as distritais. (…). Segundo se afirmava, ninguém ou quase ninguém da Comissão Política aceitou de bom grado ser arredado, à última hora, de uma reunião considerada importante, como não aceitou que Mota Pinto tivesse levado consigo um membro da Comissão Política - Calvão da Silva, braço direito do lente coimbrão. (…). A tão falada mas sempre desmentida unidade dos sociais-democratas parece não beneficiar com o facto de Mota Pinto ainda não ter recebido o secretário-geral do PSD, Antunes da Silva, depois de este lhe ter enviado uma carta a apresentar a demissão. Não só Mota Pinto o não recebe como continua a alimentar a ferida que motivou o pedido de demissão do secretário-geral. Segundo informações fidedignas, Mota Pinto continua a alicerçar as posições dentro da Buenos Aires do ex-líder do PCP (m-l), Eduíno Vilar [5]. Este, e de acordo com as mesmas fontes, persiste no seu propósito de criar um «estado-maior aparentemente destinado à propaganda do ideário social-democrata mas que, estranhamente, tenciona instalar uma bateria imensa de telefones e material telefónico». Mota Pinto que já cilindrou um secretário-geral (o unanimemente respeitado António Capucho) parece apostado em cilindrar o atual.” [6]    
Quarta-feira, 21, “três bombas atómicas constavam do catálogo para o Médio Oriente de uma organização de tráfico de armamento e droga. (…). O juiz italiano que organizou o processo, Carlo Palermo, 36 anos, demorou quatro anos a investigar a constituição da organização e a organizar a acusação. Carlo Palermo iniciou as investigações após a descoberta, em 1980, de 150 quilogramas de heroína pura pela polícia italiana. Ao cabo de quatro anos, Palermo entregou no tribunal de Trento um processo de 5898 páginas em que descreve «a maior organização mundial de traficantes de armas que, a partir de Milão, operava para todo o Médio Oriente». O juiz acusa 37 indivíduos de implicação na rede, entre os quais figuras políticas de diferentes países, empresários e agentes de serviços secretos. A acusação não inclui dois indivíduos que desempenharam papel importante no caso e que morreram no ano passado – o sírio Henri Arsan, ex-diretor da sociedade Sistipern, com sede em Milão, e o italiano Giuseppe Santovito, ex-chefe dos serviços secretos militares de Itália. Entre os acusados (25 italianos, 9 turcos, 2 sírios e um egípcio) constam o engenheiro italiano Glauco Partel, que já trabalhou para a NASA e Bekir Celenk, que a magistratura italiana acusa de envolvimento no atentado contra o Papa João Paulo II. Carlo Palermo acusou ainda o fabricante de armas italiano Renato Gamba, os armadores Mehemet Cantras e Eugenio Sacchi, o ex-coronel dos serviços secretos Massimo Pugliese, o financeiro Cesco Dalla Zorza, um dos maires armeiros de Milão, Giuseppe Alberti e o ator Rossano Brazzi [7]. O grande mestre maçónico Armando Corona foi excluído por insuficiência de provas. O processo refere que a organização instituíra a droga como moeda para as suas transações. O valor das armas traficadas pela organização é da ordem dos milhares de milhões de dólares. As três bombas atómicas que a organização se dispunha a vender para o Médio Oriente constavam no catálogo ao preço global de 924 milhões de dólares. O catálogo afirmava: «três bombas atómicas, peso 90 quilogramas, urânio enriquecido, 40 quilogramas. Potência 235. Poder: 2 megatoneladas de TNT, dimensões 41 por 11». «Por razões de segurança, qualquer unidade está recoberta por uma caixa de chumbo e só pode ser lançada de avião». (…). O juiz Carlo Palermo refere no processo que não conseguiu saber o lugar exato onde as três bombas deveriam ser entregues. (…). A polícia italiana, durante as investigações, confiscou 116 carros de combate e 20 helicópteros que se destinavam à Somália, 238 carros de combate e 20 helicópteros para venda à Formosa, mil mísseis Sam-7, motores de carros blindados e material de urânio para o Iraque e 52 mísseis Exocet para a Argentina.” [8]
Quarta-feira, 22, “o ex-futebolista internacional do Benfica, Vitória de Setúbal e Boavista, Vítor Baptista, de 38 anos, foi preso nesta madrugada pela PSP, em Setúbal, acusado de tentativa de assalto. O antigo jogador foi detido com um indivíduo de apelido Gonçalves por ter partido o vidro da montra de uma papelaria, na rua Antão Girão, «com o intuito de furtar os artigos expostos», salienta a informação policial. Vítor Baptista, preso em flagrante delito, foi presente ao tribunal de Instrução Criminal.”
Quinta-feira, 22, “foi anunciado pelo secretário de Estado do Tesouro, António Almeida, que se vai introduzir em Portugal um fundo de garantia dos depósitos bancários. Para isso, o Banco de Portugal já recebeu instruções para estudar o modelo espanhol do fundo de garantia, de modo a introduz esta inovação no sistema bancário português já no próximo ano. Este fundo espanhol acorreu a uns 30 casos de bancos em dificuldade, garantindo o reembolso dos depositantes de instituições bancárias que acabaram na falência.”   
Quinta-feira, 22, “o Tribunal de Polícia absolveu um jovem de 23 anos. Nuno Pedro Dinis de Carvalho, o qual vinha acusado de agressão e desobediência a um agente da autoridade no Bar 25, na rua das Portas de Santo Antão, onde, como se sabe, os frequentadores podem ver sessões de striptease por um óculo. Só que, sendo o presumível agressor, Nuno de Carvalho apresentou-se em tribunal com fratura de costela e hematomas diversos nas costas e na cabeça. «Seria cerca de uma hora quando vi chegar à porta do Bar 25 três polícias a correr. Entrei no bar para observar o que se passava, até porque a minha namorada trabalha ali. Pouco depois de ter entrado, um indivíduo tentou agredir a minha namorada. Eu, ao vê-lo, pus-me à frente para a defender. Foi então que um dos polícias, que entrara a correr, me agrediu a pontapé». Refira-se que o juiz aconselhou Nuno de Carvalho a participar na Polícia Judiciária contra o agente que o agrediu.”  
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[1] “a rechinante sardinha, / a desancada varina, / o plumitivo ladrilhado de lindos adjetivos, / a muda queixa amendoada / duns olhos pestanítidos, / se fosses só a cegarrega do estio, dos estilos, / o ferrugento cão asmático das praias, / o grilo engaiolado, a grila no lábio, / o calendário na parede, o emblema na lapela, / ó Portugal, se fosses só três sílabas / de plástico, que era mais barato!” em “Feira Cabisbaixa”, Alexandre O'Neill.
[2] Português é o povo mais fofinho da União Europeia, invejado por Deus e pela natureza. Em situação de seca dois anos seguidos, com incêndios ativos, assolado por um furação (furacão Ofélia com ventos superiores a 100 km/h) em outubro de 2017, julga que o plural de um substantivo feminino vazio – medidas - travava a propagação de fogos no território. A anterior ministra da Agricultura, Assunção Cristas, responsável pela floresta, agora na oposição, sinaliza o substantivo feminino vazio: “Este relatório, infelizmente, vem dar razão ao CDS, em tudo o que nós dizíamos sobre a inação e a incompetência do governo. O governo não soube planear, o governo não soube prevenir, não soube atacar e combater os incêndios como devia ser. As populações em outubro ficaram votadas ao abandono, sozinhas. (…). Nós vimos uma desgraça no nosso país em junho e ahhh exigimos ao governo que tomasse medidas para que não se voltasse a repetir, a verdade é que o governo não preparou, não aprontou meios, e os pedidos que foram feitos pela Autoridade Nacional de Proteção Civil para poderem ter mais meios pre preparados no terreno, não foram aceites na sua totalidade” (21/03/2018, de roçadora na mão, equipada a rigor, capacete, uma ação de limpeza de matas em Vale de Cambra).
[3] “O socialista José Barrionuevo, condenado a dez anos de cadeia e doze de inibição pelo sequestro do cidadão francês Segundo Marey (a), perpetrado pelos GAL. Barrionuevo, ministro do Interior de Felipe González, foi condenado pela segunda secção do Tribunal Supremo a 29 de julho de 1998. A sentença situa-o na frente da primeira ação reivindicada por esse bando, dirigido por altos funcionários do governo do PSOE, com a colaboração da polícia e mercenários. Os magistrados, apoiando-se em depoimentos incriminatórios de vários arguidos – entre eles, o ex-governador da Biscaia, Julián Sancristóbal e o ex-secretário-geral do Partido Socialista de Euskadi (PSE-PSOE), Ricardo García Damborenea –, consideraram como provado que conhecia, aprovou e deu o dinheiro necessário dos fundos reservados para cometer o sequestro. Marey, cidadão francês sem ligação alguma com a ETA ou associados – o comando enganou-se no objetivo – foi sequestrado em Hendaia a 4 de dezembro de 1983, conduzido a Espanha e mantido em cativeiro durante dez dias. Uma chamada para um posto da Cruz Vermelha em San Sebastián, em nome dos GAL, condicionava a sua liberdade à libertação de quatro polícias espanhóis presos em França quando tentavam sequestrar o etarra José María Larretxea. Quando o grupo notou o erro, libertou-o.
A cúpula do PSOE, com o ex-presidente González à cabeça, e uns 7000 simpatizantes do partido envolveram Barrionuevo, na sua entrada, na prisão de Guadalajara, junto com o seu secretário de Estado da Segurança, Rafael Vera. Foi a 10 de setembro de 1998. Os líderes socialistas até improvisaram uma espécie de manifestação diante dos portões da cadeia para denunciar a «injustiça» que sofria o ex-ministro do Interior e o seu número dois. González fundiu-se num abraço emocionado com os condenados, quando estes se preparavam para entrar no centro penitenciário. «Liberdad! Liberdad!» gritava a multidão. «¡Cascos, Aznar, lo váis a pagar!», trovejavam. Decorridos apenas três meses, a 23 de dezembro de 1998, o governo do PP, presidido por José María Aznar, aprovou em Conselho de Ministros um indulto parcial para os condenados, equivalente a dois terços da pena, o que lhes permitia aceder a uma modalidade especial de terceiro grau penitenciário, pelo qual não tinham de apresentar-se na cadeia nem sequer pernoitar. Esta medida havia sido sugerida pelo Supremo, em cuja segunda secção Barrionuevo e Vera tinham firmes defensores, ainda que em minoria. Entre eles, o próprio juiz-presidente, José Jiménez Villarejo – pai da que seria mais tarde ministra, Trinidad Jiménez – que não via motivos para condená-los, bem como outros três dos doze do tribunal.”
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(a) Segundo Marey morreu sexta-feira, 10 de agosto de 2001. “Marey padecia de uma doença incurável desde 1983. Desde que uns supostos mercenários contratados com fundos reservados do ministério do Interior. Mohand Talbi, Jean-Pierre Échalier e Pedro Sánchez confundiram o vendedor de mobiliário de escritório com Mikel Lujúa, então dirigente da ETA. O objetivo era pressionar as autoridades francesas para libertarem o inspetor da polícia, Jesús Alfredo Gutiérrez Argüelles e três elementos do Grupo Especial de Operações, Javier López Bayeu, Sebastián Sotos García e José María Rubo García, presos em Pau (França), quando tentavam sequestrar o membro da ETA, José María Larretxea Goñi.” Este sequestro fora organizado pelo comissário Francisco Álvarez, diretor do gabinete de Operações Especiais do ministério do Interior que, em janeiro de 1989, reconheceu perante o juiz Baltasar Garzón, que a operação pretendia obter informações que conduzissem à libertação do capitão Alberto Martín Barrios, sequestrado pela ETA.  
[4] «Quando Santiago Brouard saiu da sua consulta dei-lhe dois tiros e depois concluí no chão». Estas são as arrepiantes revelações de Luis Morcillo, autor material de um crime que foi reivindicado pelos Grupos Antiterroristas de Libertação (GAL). Morcillo, que vive isolado tentando virar a página na sua consciência, explica como recebeu a ordem para matar Brouard do então comandante da Guardia Civil, Rafael Masa (b), que, por sua vez, poderia ter transmitido as intenções do diretor da Segurança do Estado, Julián Sancristóbal. Acompanhado por Rafael López Ocaña, executou a ação e, em pagamento, recebeu do ministério do Interior a soma de 7,5 milhões de pesetas. «Quando Santiago Brouard saiu da sua consulta dei-lhe dois tiros e depois concluí no chão. Saí correndo com Rafael López Ocaña e deixei a pistola num buraco na escada». Este é o relato na primeira pessoa de Luis Morcillo, o assassino de Santiago Brouard, ex-dirigente do Herri Batasuna. O atentado contra uma das cabeças mais lúcidas da esquerda radical foi cometido em Bilbau, a 20 de novembro de 1984, cerca das 18h20, e foi reivindicado pelos Grupos Antiterroristas de Libertação (GAL). (…).
Luis Morcillo, granadino de origem e «compadre» do ex-comandante da Guardia Civil, Rafael Masa, braço direito de Julián Sancristóbal, que na época era diretor da Segurança do Estado, já fez 73 anos e vive numa aldeia, afastado de toda aquela atividade que o converteu num gorila dos GAL e, mais tarde, do narcotráfico. Morcillo, acompanhado de um café com leite num copo largo e com dez comprimidos que vai tomando, um atrás do outro, pausadamente, começa o seu discurso com um pedido de clemência: «Antes de mais quero pedir perdão à família de Santiago Brouard. Estou completamente arrependido». E continua, depois de ter ingerido seis dos dez comprimidos, com uma confissão direta: «Fui o executor, mas mandaram-me fazê-lo, obrigaram-me, forçaram-me, foi Rafael Masa, o meu compadre». Há que recordar que os homicídios de Santiago Brouard (Bilbao, 20 de novembro de 1984) e de Juan Carlos García Goena (Hendaia, 24 de julho de 1987) foram os únicos reivindicados pelos GAL no período de guerra suja que se realizou durante os governos socialistas (com um total de 28 vítimas). (…).
Morcillo, após tomar todos os comprimidos, papa dois pastéis cheios de cabelo de anjo e começa a relatar o como e o porquê daquele atentado: «Eu era muito amigo do meu compadre, Rafael Masa, e pressionou-me em várias ocasiões para fazê-lo com Rafael López Ocaña (condenado em 1993 a 33 anos pelo assassinato de Brouard) e companhia». O assassino confesso esmiúça pouco a pouco aqueles acontecimentos: «Masa disse-me que se não o fizéssemos o seu chefe corria com ele. O seu chefe, de certeza, era Julián Sancristóbal, que era quem trabalhava no ministério do Interior». Agora relata a encomenda feita pelo seu compadre: «Pela tua saúde, Luis, sobe tu e organiza isso como quiseres, mas fá-lo, caralho, porque vão expulsar-me do ministério». O atentado foi executado a 20 de novembro de 1984, nove meses depois de os Comandos Autónomos Anticapitalistas assassinarem o senador socialista Enrique Casas, em San Sebastián. Todas as investigações jornalísticas apontam para o facto de que essa ação despoletou o olho por olho, dente por dente, que esgrimiu Felipe González em 1983, depois de chegar ao poder. Morcillo, já sem comprimidos em cima da mesa e depois de comer os pastéis, conta quanto lhe pagaram por aquela ação, que depois os GAL reivindicaram: «Deram-me 7,5 milhões de pesetas, e dessa quantia tive de dar 2,5 milhões a Rafael López Ocaña. Quer dizer, que me restaram 5 milhões» [30.000 euros].
Aparentemente, segundo conta, no assassinato de Brouard houve uma tramoia interna e alguém no ministério do Interior ficou com uma fatia importante do dinheiro que estava destinado a pagar o atentado: «Depois soube que disponibilizaram 25 milhões de pesetas para o assunto Brouard, mas eu só levei cinco». Ele suspeita de Rafael Masa. (…). Cinco anos depois do assassinato, em março de 1989, a Guardia Civil deteve em Alpedrete, perto de Madrid, Rafael López Ocaña, o companheiro de Morcillo no atentado contra o ex-dirigente de HB. E, automaticamente, o compadre, comandante da Guardia Civil, e ex-braço direito do ex-diretor da Segurança do Estado, apresenta-se na casa de Morcillo e diz-lhe: «Temos que sair de Espanha, prenderam o López Ocaña e vêm atrás de ti». A fuga (…) ocorreu no final de março de 1989: «Masa disse-me que íamos já, para Lisboa, e que lhe tinham dado 18 000 dólares para a viagem». No aeroporto da capital portuguesa, Morcillo teve de pagar com os 18 000 dólares, que lhe tinham facilitado via Interior, o seu bilhete e o do seu compadre, que o acompanhou até à Venezuela para que não tivesse problemas no caminho. Depois de um mês na Venezuela, Morcillo viajou para a Colômbia, por indicação do seu protetor. Aí, o assassino de Brouard pôs-se em contacto, também por indicação de Masa, com um dos advogados do chefe do cartel de Cali, o narcotraficante Rodríguez Orejuela: «O advogado de Rodríguez Orejuela, de apelido Garcia, ajudou-me e protegeu-me. Mais tarde, colocaram-me no seu aparelho de segurança e trabalhei para eles».”     
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(b) “Rafael Masa, tenente-coronel da Guardia Civil, expulso em 1995 (por um caso de torturas) e reincorporado no final de 1999, por uma sentença do Supremo, foi preso juntamente com outras quatro pessoas no passado sábado [20 / janeiro / 2001] numa operação antidroga em que foram apreendidos 100 quilos de cocaína.” “25 / outubro / 2002. O tribunal da Biscaia condenou o tenente-coronel da Guardia Civil, Rafael Masa, a onze anos de prisão, interdição absoluta e multa de doze milhões de euros por tráfico de droga. A sexta secção do tribunal considera que Masa é um dos cabecilhas da quadrilha que em janeiro do ano passado introduziu, através do porto de Santurtzi, 188 quilos de cocaína pura.”
[5] Eduíno psdêsizou-se quando conheceu a cor do dinheiro. “O Partido Comunista de Portugal (marxista-leninista) ou PCP (m-l) foi um pequeno grupo político de extrema-esquerda criado em 1970, a partir do Comité Marxista-Leninista Português, que havia sido fundado em 1964 por Francisco Martins Rodrigues. Em maio de 1974, Heduíno Gomes, também conhecido por Vilar, protagonizou uma cisão importante e criou uma nova organização política, com o mesmo nome, que em novembro desse ano deu origem à Aliança Operário-Camponesa, de curta duração. A principal diferença entre o PC de Heduíno Gomes e o original de Martins Rodrigues tinha a ver com o estatuto do inimigo principal de cada um deles: enquanto este manteve sempre que os principais inimigos do povo eram «os monopólios e o imperialismo norte-americano», já o partido de Vilar elegeu o PCP, o «o social-fascismo de Cunhal» e «o social-imperialismo russo» como alvos primordiais. Heduíno Gomes é hoje um destacado militante do PSD.Heduíno Gomes Vilar:Como curiosidade, no que pessoalmente me toca do 25 de novembro, por, na sequência desse referido episódio televisivo, ter denunciado em entrevista «as duas caras de Melo Antunes», ainda fui julgado por «ofensas a um conselheiro da revolução», facto de que muito me orgulho. Fui absolvido sem retirar uma única das palavras que motivaram a acusação - o que, fazendo uso da jurisprudência assim produzida, me valeu poder escrever de seguida que, afinal, o figurão tinha ainda mais duas caras, quatro no total. E então o penteado capitão Sousa e Castro, o Vyshinsky de serviço do Conselho da Revolução, viu que não valia a pena pôr-me outro processo por ofensas ao senhor conselheiro seu colega. Quanto a Eanes, numa de vingança pessoal contra o arqui-opositor Soares (encontrando-se o outro arqui-opositor, Sá Carneiro, já morto), anda por aí a apoiar o seu clone civil Cavaco, que, à sua imagem, já está a trabalhar para ser reeleito com os votos da esquerda.”
[6] Portugal, máquina de cilindrar meninos. “António – Escrita – Aragão”, por E. M. de Melo e Castro. “Se existe em Portugal um poeta da escrita, ele é António Aragão! Tivesse ele nascido, ou escrito, num país que soubesse amar os seus escritores e não apenas servir-se de alguns deles (depois de mortos) como mitos compensatórios de carências e frustrações nacionais e, António Aragão desfrutaria, hoje, de uma bem diferente posição no (re)conhecimento público, dada a obra que produziu nos últimos 20 anos. Assim, em vez de autor marginal e conhecido só de alguns, ele seria reconhecido como um dos escritores da sua geração que mais longe levou a in-novação e a transgressão, como valores positivos da criação literária, num sentido precisamente oposto ao de qualquer messianismo. Mas pode e deve também colocar-se a questão de uma forma diferente: o silêncio e esquecimento a que tem sido votado o trabalho de António Aragão, em vez de afetar o próprio autor (…), é um empobrecimento da cultura portuguesa atual, de que são responsáveis os detentores medíocres dos meios de informação cultural e os zarolhos críticos oficiantes que o que sabem é babar-se diante do caduco e do repetitivo dos pseudomitos nacionais. Sei que o reconhecimento do novo é sempre difícil, mas também sei, igualmente muito bem, que a obstinação em não ver o visível é uma caraterística programada de grande parte dos agentes difusores da nossa cultura contemporânea. (…). Escrever sobre a obra de António Aragão é-me um dever de consciência que há muito sinto, mas a publicação recente do livro «Pátria. Couves. Deus. Etc.» (edição de subterrâneo três, & ETC.) serve de motivação próxima. Faz agora precisamente 20 anos que António Aragão publicou na coleção Pedras Brancas (…) o seu «Poema Primeiro»: «assim começo desviado asco no rosto / no avesso da noite porosa e adversa / onde me alarmo e recuso secreto». Tal começo não necessita comentário: a consciência de um programa disruptivo e adverso é patente, cujo percurso se repercute no texto inicial do volume agora publicado (MORFOFALANDO): «adeus pelo lento. adeus Micas de luas exatas. / adeus estilhaço do teu olhar no meu gosto. / adeus o que ouço incendiado e beijo às avessas e inútil. / adeus aquele ruído do sexo nos lençóis do retrato. / adeus o que em mim sabe sacramentado na boca. / adeus o que dói no talento frágil do sangue / ou é sobretudo perder-te cem por cento na cama.» Entre esse começo e este adeus, fica um romance fragmentário de visões e transgressões, de sinais, aventuras e caminhos alternativos, de desencontros e poesia encontrada. Uma releitura sistematizada e crítica é aqui impossível, mas, dois pendores são, desde já, assinaláveis no todo da escrita-Aragão: o de um discurso que a cada passo se perde e se reencontra com outros subdiscursos ou sobrediscursos (vide por exemplo o «Roma nce de iza mor f ismo» publicado no caderno 1 de Poesia Experimental, em 1964) e o de uma procura icónica da denúncia do ridículo-simultaneamente-trágico da sociedade capitalista (vide «Os bancos» (1974) e «Metanemas» (1981), antecipados pelos poemas visuais construídos com sinais gráficos, publicados em «Operação 1» (1967). Mas ambos os pendores: o da (des)escrita e o do icónico, são unificados pelo fator comum: transgressão. (…). A primeira transgressão, e certamente a decisiva, é a de uma escrita poética que dispensa a metáfora e que como substantiva e objetiva se propõe, cruamente. É uma escrita sígnica mas não simbólica, que se pode aproximar da noção de «sinsigno» de S. Peirce, como evento único e real em si mesmo e que se realiza através das suas qualidade (qualissignos).  Isto é, a escrita de António Aragão não se refere, nem simbólica nem metaforicamente, a nada que esteja para além ou fora da sua materialidade escritural. Mas, essa mesma materialidade é, pelas suas qualidade estruturais, um sinal de algo que diz respeito à leitura e por isso ao leitor e ao autor. Algo que está no mundo em que estas duas entidades se movem. Por isso a sua escrita é impessoal e não lírica, mas também não é épica nem dramática. Nenhum valor moral coletivo a anima à partida; nenhum diálogo a suporta. (…).
Na escrita de Aragão tudo é visível, dizível e legível. A escrita é aberta e não tem fecho possível: «E O FUTURO A CALHAR ENCONOMIJADO DE PAÍS EM PAÍS COM ANJOS E FACAS. ÓH! LÉ LIBERTARDE LIBERTARDE LIBERTARDE! meu Deus doí-me em qualquer parte. doí-me mesmo um céu na faca. por favor vão para o raio que os parta. não me peçam o retrato da minha vez multiplicada. agora permaneço de lume escasso. de pé no autocarro com um fim já gasto. e» ou então: «leio a genealogia dos legumes mais para ocidente + substantivos + pevides + pátrias. é de borla. eu sei. é chato. e acrescento ainda um comércio de mamas mais o olhar do gato e mastigo educadamente a televisão de faca e garfo».”
[7] “Rossano Brazzi, amigo pessoal de Reagan, maçónico, em contacto com o mafioso Robert Vesco, queria fundar numa ilha deserta a «Nova Aragão», oportunidade de investimento do dinheiro fruto do tráfico de armas. Brazzi é também referido como uma figura ligado à OTO Melara.” O ator italiano foi intérprete no filme “Il cav. Costante Nicosia demoniaco, ovvero: Dracula in Brianza” (1975), real. Lucio Fulci, c/ Lando Buzzanca, Rossano Brazzi, Sylva Koscina …
[8] “O tráfico de heroína pura e morfina base descoberta pelo juiz Carlo Palermo no início da década de 1980, proveniente dos locais de produção na Turquia, chegou a Itália passando pela Áustria ou pela Jugoslávia. A droga era cortada em Itália e distribuída para todo o Ocidente pela grande máfia siciliana e estado-unidense. Muitas vezes, a droga era tocada por armamento, em ligação com serviços secretos, indústria bélica, financiadores, partidos políticos e governos. Os lideres da mafia turca, Abuzer Ugurlu e Bekir Celenk, (ambos padrinhos do atacante do Papa, Ali Agca), dirigiam o seu tráfico da capital búlgara, Sofia. Ambos, para poderem agir com tranquilidade, funcionavam como informadores dos serviços secretos do leste e do oeste, eram agentes duplos. Isso também explica as muitas perplexidades expressas pela CIA quando, em Itália, o juiz Martella se pôs a seguir a pista búlgara relacionada com o atentado ao Papa. O transporte da mercadoria, via terrestre, providenciava-o Karafa Mehmet Alì (com uma dúzia de transportadores jugoslavos, chegava às praças de Trento, Verona e Milão) e um dirigente dos narcóticos turco, em carros da polícia. O transporte via marítima, que chegava aos EUA, fornecia-o o armador Mehemet Cantas com a empresa panamenha Sutas. Do transporte da heroína para os EUA, via marítima, também se ocupava o outro líder da máfia turca, Cil Huseyn. O armador Mehemet Cantas, para gerir melhor o tráfico mudou-se para Los Angeles, onde era contactado pela máfia siciliana. Interrogado pelo juiz Palermo, declarou ter vendido navios tanto a Bekir Celenk como ao grande traficante Henri Arsan (c). Na Alemanha, o traficante de armas turco, Tegmen Herten, agente da DEA (agência americana antidroga), residente em Munique, tratava todo o tipo de armamento em estreita relação com os serviços alemães e a NATO. Também na Alemanha o dinheiro sujo era lavado, Francesco Coll e Rodolfo Corti transportavam-no de Bolzano para o Dresdner Bank de Munique, cujo diretor, Kriske, foi preso. Em Zurique, traficava armas, em conexão com agentes dos serviços italianos, o financeiro Hans Kunz, que estava entre os organizadores da última viagem de Roberto Calvi (o «Banqueiro de Deus», presidente do Banco Ambrosiano). Na zona do Médio Oriente, sob a cobertura da empresa suíça, Petrocom, traficava o irmão do presidente sírio, Hassad Rifaat, junto com alguns agentes dos serviços sírios. O traficante de armas e droga no eixo Berlim-Varsóvia era o turco-sírio Derki Badi, também ligado ao traficante milanês Arsan.”   
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(c) “O juiz de instrução Palermo descobriu uma história desconcertante centrada em torno do traficante Henri Arsan. Arsan passou a maior parte dos anos setenta negociando drogas e armas, fazendo parte da «French Connection», em Marselha, mas sedeado principalmente em Berlim. Ele organizava a importação de 700 quilos de morfina base, todos os meses, para a Itália, onde era processada em heroína nos laboratórios sicilianos. Uma forma de Arsan trabalhar era trocar armas pelas drogas que queria, agindo como ligação de uma cadeia que reabastecia os campos de batalha no Médio Oriente – o juiz descobriu um vínculo particular com os serviços secretos sírios, incluindo o irmão do presidente Assad. Mas Arsan não se coibia de negociar mais abertamente com os governos. Uma vez atuou como intermediário entre os polacos e os líderes do Iémen do Sul – os polacos queriam vender 56 toneladas de armas sem que os russos soubessem da operação.”    

na sala de cinema

The Cool World” (1963), real. Shirley Clarke, c/ Rony Clanton, Carl Lee, Yolanda Rodríguez … sob o título local “Harlem” estreado sexta-feira, 31 de julho de 1981 no Quarteto sala 1. Adaptação da novela homónima de Warren Miller, de 1959, “é filmado num estilo direto e semidocumental que força o espetador a tornar-se testemunha da abominável vida de chafurdice nos guetos do Harlem – uma vida composta de gangues de adolescentes, drogas, prostitutas, violência, desespero e uma sensação de prostração devido a preconceitos raciais. Com uma incrível banda sonora de Dizzy Gillespie e o seu quinteto marcando o compasso, seguimos a personagem principal, Duke, um adolescente que tem o sonho de liderar o seu gangue, chamado Pythons. Duke encontra-se com um homem chamado Priest, um chulo e gangster do bairro que lhe mostra uma pistola e oferece-se para lha vender por 50 dólares. Duke sabe que, se ele pudesse desenrascar o canhão, seria o seu bilhete para conseguir o seu próprio gangue.”La fièvre monte à El Pao” (1959), real. Luis Buñuel, mús. Paul Misraki, c/ Gérard Philipe, María Félix, Jean Servais … sob o título local “A febre sobe em El Pao” estreado quinta-feira, 2 de julho de 1981 no Quarteto sala 3. “Uma ilha, Ojeda, pertencente a uma ditadura (fictícia) da América Central, recebe todos os presos políticos e de direito comum do país. O governador Mariano Vargas é assassinado no meio de um discurso. Ramón Vázquez, o seu secretário, substitui-o temporariamente… É Gérard Philipe que pediu a Buñuel que aceitasse adaptar o romance de Henri Castillou, «La fièvre monte à El Pao». A história desse homem, presa das contradições, entre as suas convicções e o exercício do poder, tinha tudo para seduzir o ator (que, lembremo-nos, era próximo do Partido Comunista). Buñuel parece ter estado menos motivado: a sua realização é certamente impecável, mas também sem fulgurâncias. A crítica das ditaduras, que floresciam então, esses libertadores que se transformam em déspotas, encontra-se misturada com uma história sentimental, realçada pela sensualidade de María Félix.” “Wholly Moses!” (!980), real. Gary Weis, c/ Dudley Moore, Laraine Newman, James Coco … sob o título local “Santíssimo Moisés” estreado quinta-feira, 5 de março de 1981 no Terminal. “Harvey e Zoey, turistas que viajam por Israel, descobrem um pergaminho antigo descrevendo a vida de Herschel, o homem que quase foi Moisés. Herschel recebe de Deus a ordem para libertar o seu povo da escravidão egípcia, mas Moisés continua a intrometer-se e a ficar como os louros. Várias outras histórias bíblicas como Lot e a mulher, David e Golias e os milagres de Jesus, são também parodiados nesta história da vida de um homem tentando seguir o caminho de Deus mas que, de alguma forma, parecendo perder a direção.” Factos: “uma de duas comédias bíblicas de 1980, que foram lançadas depois do sucesso de bilheteira da paródia dos Monty Python, «Life of Brian» [sob o título local “A vida de Brian” estreado sexta, 14 de novembro de 1980 no Mundial]. Os dois filmes, este e «In God We Trust» [sob o título local “O hábito não faz o monge” estreado sexta-feira, 5 de julho de 1985 no Quinteto], foram, ao contrário do filme dos Python, fracassos comerciais e de crítica.” “A filmagem ocorreu numa zona arenosa do deserto do sul da Califórnia, que era uma espécie de Sahara, a qual a produção indicou como tendo uma estranha semelhança com a Terra Santa no Médio Oriente.” “O diabo desceu à vila” (1979), real. L.J. Teixeira da Fonseca, c/ Maria Adelina, Maria Albergaria, Alfredo Borges … estreado quarta-feira, 26 de novembro de 1980 no Odéon. “Em Vila Santa do Abade, seis anos após a morte do Comendador Baltazar, continua a sua «ordem espiritual» - ferreamente mantida por zelosos, uma corte de infatigáveis beatas, dirigidas pelo padre, nas iniciativas de perpetuação da memória do líder. A mais leve oposição, ou uma inocente atitude transgressora, são duramente punidas...” Música composta pelo filho do realizador. “Nascido em Lisboa, Luís Pedro Fonseca pertenceu aos grupos Plexus e Chinchilas e foi cofundador, com Zé da Ponte e Lena d’Água, dos Salada de Frutas, com os quais gravou, como teclista. Luís Pedro Fonseca compôs música para teatro, nomeadamente para peças levadas à cena pelo Teatro Experimental de Cascais e também pelo Nacional D.ª Maria II, entre as quais «O leque de Lady Windermeer», de Oscar Wilde, encenada por Carlos Avilez. Compôs a banda sonora do filme «O diabo desceu à vila», de 1976, dirigido por seu pai, Teixeira da Fonseca. Entre os «sucessos musicais» que assinou, a SPA destaca «Sempre que o amor me quiser», interpretado por Lena d`Água. «Papalagui», «Olhó robot», «Lusitânia» são outras canções assinadas por Luís Pedro Fonseca, sozinho ou em parceria.”L'état sauvage” (1978), real. Francis Girod, c/ Michel Piccoli, Marie-Christine Barrault, Claude Brasseur … sob o título local “Violência selvagem” estreado terça-feira, 9 de fevereiro de 1982 no Estúdio. “Década de 1960, numa jovem república africana em plena efervescência apenas saída da descolonização. O íntegro ministro da Saúde, Patrice Doumbé (Doura Mané), luta contra os compromissos dos seus colegas, - estes já não o apreciavam pelo facto de ter uma amante branca, Laurence (Marie-Christine Barrault). Chega precisamente ao local, para uma missão diplomática, o marido que ela abandonou, Avit (Jacques Dutronc), funcionário da UNESCO, que os notáveis locais veem com maus olhos. Laurence, antiga aluna da École nationale d’administration, com vida confortável em Versalhes, tinha partido sem prevenir para se amantizar com Antoine Gravenoire (Claude Brasseur), um vendedor de carros usados. Instalam-se em África onde Gravenoire continuou os seus esquemas lucrativos montado nalguns ministros corruptos. O novo governo pede a Avit que deixe o país, mas Doumbé defende o seu rival no amor. As tensões e a raiva intensificam-se. [No final de um Conselho de Ministros particularmente agitado, Doumbé será preso e assassinado. Por conseguinte, Gravenoire - que nunca perdoou a «traição» de Laurence - tudo fará para exacerbar as paixões racistas e levar pretos e brancos a perseguir Laurence e Avit que deverão deixar o país]. O comissário da polícia, Orlaville (Michel Piccoli), testemunha desencantada deste clima de violência, vai tentar tanto quanto possível salvar a mobília.”  

no aparelho de televisão

Voltaire ou Ce diable d’homme” (1978), real. Marcel Camus, c/ Denis Manuel, Claude Dauphin, Gérard Caillaud… minissérie francesa sob o título local “Um homem dos diabos” transmitida às sextas-feiras, pelas 21h30, na RTP 2, de 23 de junho / 28 de julho de 1989. 1.º episódio: em 1704, com 10 anos, François Arouet (Voltaire) é um prodígio de inteligência e cultura. Deleita-se com Rabelais, e seduzido por Ninon de L’Enclos [1] prega partidas ao seu irmão mais velho até ele ter um ataque de nervos. No colégio em que estuda, Louis-le-Grand, dirigido por jesuítas, François é um aluno brilhante. Deseja ser escritor. Porém, seu pai luta tenazmente contra essa vocação do filho e decide mandá-la para a América. 2.º episódio: devido à pressão da opinião pública, a pena de prisão é comutada, e Voltaire é condenado ao exílio. Em 1726, chega a Londres, onde faz uma série de descobertas revolucionárias que irão mudar por completo toda a sua vida. A liberdade política, a tolerância e o progresso vigentes em Inglaterra, proporcionam-lhe as condições necessárias para desenvolver o seu trabalho [2]. 3.º episódio: a carta assinada por Frederico, príncipe herdeiro da Prússia, vem ameaçar seriamente a felicidade de Émilie du Châtelet, a mulher que agora ocupa um lugar privilegiado no coração de Voltaire. Disposta a lutar pelo homem que ama, Émilie tenta persuadi-lo a terminar a sua grande obra, «O século de Luís XIV», e permanecer a seu lado. Mas Frederico resolve contra-atacar: envia a Cirey um embaixador carregado de presentes e, ao mesmo tempo, manobra na sombra, numa tentativa de destruir o refúgio de Lorena. 4.º episódio: impedido de voltar a Versalhes, e evitando a Lorena, onde viveu o seu grande amor com Émilie, Voltaire não tem outro recurso senão refugiar-se em Potsdam, onde o espera Frederico. É acolhido com todas as honras, mas, passados os primeiros tempos de felicidade e despreocupação, o céu começa de novo a ensombrar-se. Normalmente generoso e magnânimo, Voltaire muda sensivelmente de humor e entra em litígio com Frederico. Trafica divisas e ridiculariza um conceituado matemático, Maupertuis, grande amigo do rei, o que faz com que seja expulso da Prússia. 5.º episódio: entre os atrativos de madame Denis, sua governanta e a amizade de Wagnières, o seu novo secretário, Voltaire começa a escrever «Candide» - onde a noção de providência e a filosofia otimista de Leibniz são escarnecidas por uma amargura muito alegre. 6.º episódio: apesar de todas as ameaças do parlamento de Languedoc Voltaire recolhe a família de Calas [3] e escreve o «Tratado sobre a tolerância». O rei Luís XV reabilita Calas. A glória de Voltaire torna-se prodigiosa, mas a tragédia aguarda-o. A 30 de maio de 1778 Voltaire morre só, numa cama de palha, como se fosse escorraçado por ter peste [4]. “Nancy Wake (1987), c/ Noni Hazlehurst, John Waters, Randall Berger … minissérie australiana transmitida às segundas-feiras, pelas 21h15, na RTP 1, de 27 de março / 3 de abril de 1989. 1.º episódio: Nancy Wake, uma bonita jornalista australiana, encontra-se em Marselha para entrevistar um representante do governo espanhol. Porém, nunca chega a conhecer semelhante pessoa, pois ele morre num «acidente» de automóvel. Pouco depois trava conhecimento com Henri Fiocca, um rico homem de negócios. Fiocca sente-se imediatamente atraído por Nancy e segue-a até Paris, onde trabalha. Apaixonados, decidem viver juntos. Entretanto, a Europa é lentamente arrastada para a guerra e Henri é chamado a combater. 2.º episódio: o marido de Nancy é feito prisioneiro pela Gestapo. Porém nem mesmo a tortura o leva a trair a sua mulher e as suas atividades na resistência [5]. Nancy está cada vez mais envolvida e torna-se uma peça fundamental no grupo de operações especiais da resistência. Graças a ela, que conseguia passar pelas linhas alemãs, o núcleo de resistentes instalados em Auvergne, recebe reforços e consegue resistir à ofensiva germânica. [6]Out on a Limb” (1987), c/ Shirley MacLaine, Charles Dance, John Heard … minissérie americana sob o título local “Espelho secreto” transmitida às quintas-feiras, pelas 22h45, na RTP 1, de 14 de julho / 4 de agosto de 1988. “Baseado no best-seller da famosa e consagrada cantora, bailarina e atriz Shirley MacLaine que também escreveu o texto da série com a colaboração de Collin Higgins. Tudo começa, calmamente, quando Shirley MacLaine se refugia numa praia deserta da Califórnia a fim de meditar. Estranhamente, esta mulher, a quem a vida dera tudo o que um ser humano pode ambicionar, sentia que algo lhe faltava. Iniciando uma jornada de meditação espírita, fica a conhecer o verdadeiro significado da sua vida através do mundo reencarnação.” [7]Porridge” (1973/77), c/ Ronnie Barker, Brian Wilde, Fulton Mackay … série inglesa sob o título local “O sol aos quadradinhos” transmitida de segunda a sexta-feira, pelas 20h45, na RTP 2, de 4 de dezembro / 29 de dezembro de 1987. 1.º episódio: Norman Stanley Fletcher, certo dia, decidiu «tomar conta» de um camião que não lhe pertencia… E assim, foi de cana, por cinco anos, para uma das prisões de sua majestade britânica, a prisão de Slade. E lá ficou, vendo «O sol aos quadradinhos» 2.º episódio: Fletcher está encarregado de tomar conta dos porcos que se encontram numa quinta anexa à prisão. Para ajudar a passar o tempo, Fletcher e os companheiros entretém-se a inventar jogos de azar proibidos pelas normas da cadeia. E o que interessa não é tanto perder ou ganhar, mas sim fazer uma coisa ilegal bem à vista dos guardas. 4.º episódio: um grupo de prisioneiros, entre os quais se encontram Fletcher e Godber, são enviados para fazer um trabalho fora da prisão. E, tanto o guarda como os presos tentam conciliar o dever com o prazer. 5.º episódio: Fletcher não está contente com a sua atual vida na prisão pois já nada lhe resta da posição privilegiada que sempre se habituara a ter. E, para recuperar o terreno perdido, torna-se amigo de um outro prisioneiro que trabalha como ele e que é conhecido pela sua agressividade. 6.º episódio: para os jovens prisioneiros um tipo como Fletcher é suposto saber a resposta para todas as questões e, por isso, vão falar com ele sobre os seus problemas. Um novo papel para Fletcher, o de assistente social? Ou será apenas uma forma de lutar contra o sistema e ganhar pequenas vitórias? 7.º episódio: Fletcher dá pela falta de uma lata com bocados de ananás e chega à conclusão que entre os seiscentos prisioneiros de Slade há um ladrão! 8.º episódio: os presos da cela 24 estão com problemas: Fletcher está deprimido por causa da sua família e Lennie Godber queria que um disco da sua namorada fosse tocado na rádio, mas a censura não autoriza. 9.º episódio: Mackay, o guarda principal da prisão, vai tirar um curso, e o subordinado que é suposto ficar a substituí-lo não é exatamente um duro. Os presos estão encantados com a ideia do regresso aos bons velhos tempos. Mas, afinal o substituto de Mackay não é exatamente o homem esperado pelos prisoneiros. 10.º episódio: durante o fim de semana os prisioneiros são autorizados a dedicarem-se aos seus hobbies ou passatempos preferidos. Alguns, como o mais antigo ocupante da cela 24, apenas quer ficar sossegado e tranquilamente a ler, aproveitando um pouco de solidão. O pior é que não falta quem o queira distrair. 11.º episódio: um tornozelo partido proporciona a Fletcher uma estadia no hospital da cadeia. Blanco também se encontra internado e, convencido de que está prestes a morrer, dá a Fletcher um mapa com indicação do local onde escondera 8000 libras. 12.º episódio: Lennie Godber aprende boxe e concorre ao campeonato que se realiza na cadeia, transformando-se imediatamente num dos favoritos, por causa do seu peso. Mas na prisão, como fora dela, as apostas são fortes e Granty - que não gosta de correr riscos em casos de dinheiro - decide que Godber não vai ganhar. E, para ter a certeza absoluta, dá ordens a Fletcher para impedir Godber de alcançar a vitória. 13.º episódio: um livro lúgubre, uma chávena de chá e sossego, é tudo o que Fletcher mais deseja. No entanto, Grant tem ideias bem diferentes. 14.º episódio: três prisioneiros numa cela já é muito. Mas quando o recém-chegado é, nada mais, nada menos, do que o juiz que o condenara, Fletcher acha que a situação é insustentável. 15.º episódio: roubar um colega de prisão é o mais grave de todos os crimes, por isso, Fletcher decide que Harris tem de ser julgado. No fim de contas, sempre têm um juiz com eles e poucos devem saber mais de leis do que o próprio Fletcher. 18.º episódio: Fletcher acha que só graças à sua intervenção Godber conseguirá ser posto em liberdade condicional. Por isso, quando Godber quer lutar com outro prisioneiro, Fletcher decide protegê-lo da sua própria estupidez. “The Lancaster Miller Affair” (1985), c/ Kerry Mack, Nicholas Eadie, Arron Wayne Cull … minissérie australiana sob o título local “Aventura e paixão” transmitida às sextas-feiras, pelas 22h00, na RTP 2, de 3 de julho / 7 de agosto de 1987. “História dramática de Jessica ‘Chubbie’ Miller, uma jovem que abandona a sua terra natal, a Austrália, para tentar uma vida nova em Londres. Aí, conhece Bill Lancaster, um ex-piloto da RAF, cujo sonho é ser o primeiro a voar da Grã-Bretanha para a Austrália, no «Red Rose», um Avro Avian.” [8]
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[1] “Regressando a Paris, ela tornou-se uma figura popular nos salões, e a sua própria sala de estar converteu-se num centro de discussão e consumo das artes literárias. Nos seus trinta e poucos, foi responsável por encorajar o jovem Molière e, quando morreu, deixou dinheiro ao filho do seu contabilista, um rapaz de 9 anos chamado François Marie Arouet, mais tarde conhecido como Voltaire, para que ele pudesse comprar livros.” 
[2]Foi encarcerado na Bastilha cerca de um ano. O engenho cáustico de Voltaire meteu-o em sarilhos com as autoridades pela primeira vez em maio de 1716, quando foi exilado de Paris, por pouco tempo, por compor poemas escarnecendo a família do regente francês. Contudo, o jovem escritor era incapaz de morder a língua, e apenas um ano depois foi preso e confinado à Bastilha por escrever versos escandalosos, sugerindo que o regente tinha uma relação incestuosa com a filha. Voltaire gabava-se que a cela dava-lhe sossego para pensar e acabou cumprindo 11 meses atrás das grades antes de ser libertado. Mais tarde, aguentou outro curto período na Bastilha em abril de 1726, quando foi preso por planear um duelo com um aristocrata que o tinha insultado e agredido. Para escapar a mais tempo de cadeia, voluntariamente, exilou-se na Inglaterra, onde permanecer cerca de três anos. Tornou-se extremamente rico explorando uma falha na lotaria francesa. Em 1729, Voltaire juntou-se ao matemático Charles Marie de La Condamine e outros para explorar uma lucrativa lacuna na lotaria nacional francesa. O governo desembolsava chorudos prémios para o concurso todos os meses, mas um erro de cálculo denotava que os pagamentos eram superiores ao valor de todos os bilhetes em circulação. Com isto em mente, Voltaire, La Condamine e uma agremiação de outros jogadores conseguiram monopolizar o mercado e embolsar consideráveis ganhos. O esquema deixou Voltaire com uma maquia inesperada de cerca de meio milhão de francos, estabelecendo-o para a vida e permitindo-lhe dedicar-se unicamente à sua carreira literária. Muitas das suas obras mais famosas foram banidas. Visto os seus escritos denegrirem tudo, desde a religião organizada ao sistema de justiça, Voltaire enfrentou a frequente censura do governo francês. Uma boa parte do seu trabalho foi suprimido e as autoridades até ordenaram que certos livros fossem queimados pelo executor do Estado. Para combater os censores, Voltaire teve muito da sua obra impressa no estrangeiro e publicava sob um manto de nomes falsos e pseudónimos. A sua famosa novela «Candide» foi originalmente atribuída a um «Dr. Ralph» e, durante vários anos, ele tentou ativamente distanciar-se dela depois de o governo e a igreja a condenarem. Apesar dos seus esforços para permanecer anonimo, Voltaire viveu em constante receio de ser preso. Ele foi forçado a fugir para o campo após as suas «Cartas filosóficas» serem publicadas em 1734, e foi passar a maior parte dos seus últimos tempos num exílio não oficial na Suíça.”
Ajudou a popularizar a famosa balela sobre sir Isaac Newton e a maçã. Embora os dois nunca se tivessem encontrado pessoalmente, Voltaire era um entusiasta do físico e matemático inglês, Sir Isaac Newton. Ao receber uma cópia dos «Principia Mathematica», de Newton, ele afirmou que se ajoelhou diante dela em reverência, «porquanto estava apenas correto». Voltaire desempenhou um papel fundamental na vulgarização das ideias de Newton, e apresentou um dos primeiros relatos de como o famoso cientista desenvolveu as suas teorias da gravidade. No seu «Ensaio sobre a Poesia Épica» de 1727, Voltaire escreveu que Newton «teve a ideia do sistema de gravitação ao ver uma maçã cair de uma árvore». Voltaire não foi a fonte original da história do momento eureca!, já tinha sido exposto, mas o seu relato foi fundamental para torná-lo uma parte lendária da biografia de Newton. Teve uma breve carreira de espião para o governo francês. Voltaire entabulou uma animada troca de correspondência com Frederico, o Grande, nos finais de 1730, e mais tarde fez várias viagens para se encontrar com o monarca prussiano em pessoa. Antes de uma dessas visitas, em 1743, Voltaire engendrou um mal-aconselhado esquema para reparar a sua reputação na corte francesa. Depois de estabelecer um acordo para servir como informante do governo, ele escreveu várias cartas aos franceses dando informação privilegiada sobre a política externa e finanças de Frederico. Contudo, Voltaire revelou-se um péssimo espião, e o seu plano rapidamente se desmoronou depois de Frederico começar a suspeitar das suas intenções. Não obstante, os dois permaneceram amigos íntimos – alguns alegaram mesmo que eram amantes – e Voltaire mudou-se para a Prússia em 1750, para assumir um cargo permanente na corte de Frederico. A sua relação azedou em 1752, após Voltaire fazer uma série de mordazes ataques ao presidente da Academia Prussiana das Ciências, Maupertuis. Frederico respondeu descompondo Voltaire e ordenado que um panfleto satírico, «Histoire du docteur Akakia et du natif de St. Malo», que este escrevera, fosse queimado publicamente. Voltaire abandonou a corte de vez em 1753, supostamente dizendo a um amigo: «Eu estava empolgado [por Frederico] há cerca de 16 anos, mas ele curou-me dessa longa doença». Nunca se casou ou teve filhos. Embora, tecnicamente, Voltaire morreu solteiro, a sua vida pessoal foi um corrupio de amantes, amores ilícitos e namoradas de longo prazo. Ele teve um famoso caso de 16 anos com a brilhante – e bem casada – escritora e cientista Émilie du Châtelet, e mais tarde teve um compromisso, embora secreto, com a sua própria sobrinha, Marie-Louise Mignot. Os dois viveram como casados desde o início de 1750 até à morte dele, e até adotaram uma filha em 1760, quando receberam uma jovem indigente chamada Marie-Françoise Corneille. Voltaire posteriormente pagou o dote de casamento de Marie-Françoise e, amiúde, referia-se a Mignot e a ele próprio como os «pais» dela.
Montou um próspero negócio de relojoaria na velhice. Enquanto vivia em Ferney, na Suíça, na década de 1770, Voltaire juntou-se a um grupo de relojoeiros suíços, começando um negócio de relojoaria na sua propriedade. Com o septuagenário Voltaire no papel de administrador e financeiro, o empreendimento logo cresceu numa indústria para toda a aldeia, e os relógios de Ferney rivalizaram com os melhores da Europa. «Os nossos relógios são muito bem-feitos», escreveu uma vez ao embaixador francês no Vaticano, «muito elegantes, muito bons e baratos». Voltaire via a empresa como uma forma de espevitar a economia de Ferney, e usava a sua vasta rede de contactos na classe alta para encontrar potenciais compradores. Entre outros, ele conseguiu vender a sua mercadoria a Catarina, a Grande da Rússia e ao rei Luís XV de França. Continuou causando controvérsia mesmo na morte. Voltaire morreu em Paris, em 1778, apenas alguns meses depois de retornar à cidade pela primeira vez em 28 anos para supervisionar a produção de uma das suas peças. Nos últimos dias de vida, vigários da igreja católica visitaram muitas vezes Voltaire – um deísta de sempre que muitas vezes criticava a religião organizada – na esperança de persuadi-lo a retratar-se das suas opiniões e fazer uma confissão no leito de morte. O grande escritor estava irredutível e supostamente sacudiu a padralhada dizendo «Deixem-me morrer em paz». A sua recusa significava que lhe era oficialmente negada sepultura cristã, mas os amigos e familiares conseguiram enfiá-lo secretamente na abadia de Scellières, na Champagne, onde o irmão de Marie-Louise era abade, antes de a ordem ser oficial.”                      
[3] “Apesar de Jean Calas alegar que a morte de seu filho fora um suicídio, e o testemunho de Jeanne Vigneire, a governanta católica de Calas, o tribunal de Toulouse manteve que ele tinha assassinado o filho. Calas foi torturado depois de ser julgado e considerado culpado. Os seus braços e pernas foram esticados até saírem do sítio. Trinta quartilhos (mais de 17 litros) de água foram-lhe despejados pela garganta abaixo. Foi amarrado numa cruz na praça da catedral onde cada um dos seus membros foram partidos duas vezes com uma barra de ferro. Todavia, com toda esta tortura ele continuava a afirmar a sua inocência. Em 9 de março de 1762, o parlement (tribunal regional) de Toulouse condenou Jean Calas à morte na roda. A 10 de março, aos 64 anos, morreu torturado na roda, enquanto ainda clamava firmemente a sua inocência.”    
[4] O célebre nome perdurou, fugazmente. Olivia Voltaire, 1,73 m, 55 kg, 86-71-94, sapatos 43, olhos e cabelos castanhos, nascida a 19 de setembro de 1994, na Filadelfia / falecida a 18 de janeiro de 2018, t.c.c. Olivia Lua. Sites: {Indexxx} {iafd} {Porn Teen Girl} {Nubiles} {PornHub} {Alba Gals} {Reality Kings} {Babe Source} {Adult Film Database} {Team Skeet} {Girls Way} {My Free Cams} {amkingdom} {atkgirlfriends} {atkingdom}. “Olivia Lua usava as redes sociais para conseguir seguidores para a indústria do cinema porno. No entanto, também mostrava um lado mais suave no Twitter, publicando frequentemente fotos dela própria com um cachorrinho. Muitas vezes publicava frases extravagantes no Twitter. Posts recentes incluem «Sinto-o em todo o lado, nada mais me assusta» e «Ninguém vivo pode ser sempre um anjo». Ela também anotou «Quando estiver vazia e livre, você encontrar-me».” Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4} {fotos5} {fotos6} {fotos7} {fotos8} {fotos9} {fotos10}. Obra cinematográfica: {“Clit Ring”} ѽ {“Into It”} ѽ {“Nice Tits”} ѽ {“Toy Play”} ѽ {“Moving In”} ѽ {“Masturbation”} ѽ {“Toys Herself”} ѽ {“Shows Off With Her Fingers”} ѽ {“Magic Cock”} ѽ {“Butt Plug Lesbians” + Serena Blair} ѽ {“Sexual Reflexology” + Jayden Cole} ѽ {“Amateur Teen Olivia Lua Shows Off Her Stuff In Real Life Fucking On Film” + Eliza Jane} ѽ {“Barefoot Confidential 96”} ѽ {“When It Comes To Her Ass, Olivia Loves The Attention”} ѽ {“Jizz From The Janitor”} ѽ {“Spoiled Brats 2”} ѽ {“Virtual Vacation Hawaii”} ѽ {“The Full Time Sex Sitter”} ѽ {“Sweet Juice” + Adrian Maya} ѽ {“Comforting My Stepsis With Sex”} ѽ {“Step Sister Fucks and Sucks”} ѽ {“Beach Bikers” + Jessie Lynne + Selena Sosa} ѽ {“Sisters Become Lovers” + Eden Aria} ѽ {“Just This One Night” + Eden Aria}.
[5] “A 1 de março de 1944, Nancy Wake foi lançada de paraquedas em Auvergne, tornando-se uma ligação entre Londres e o grupo maquis local liderado pelo capitão Henri Tardivat, na floresta de Tronçais. Ao descobri-la emaranhada numa árvore, o capitão Tardivat saudou-a comentando: «Espero que todas as árvores em França tenham frutos tão bonitos este ano». Ao que ela respondeu: «Não me venha com essa merda francesa». Os seus deveres incluíam distribuição de armas e equipamento, que eram lançados de paraquedas, e cuidar das finanças do grupo. (…). Ela também liderou ataques a instalações alemãs e, a certa altura, destruiu o QG da Gestapo em Montluçon matando 38 alemães. Certo dia, Wake descobriu que os seus homens estavam protegendo uma rapariga que era espia nazi. Eles não tinham coragem de matá-la a sangue frio, mas quando Wake insistiu para que ela própria realizasse a execução, eles cederam.” «Se vocês não a matam, mato-a eu», disse-lhes Nancy Wake. «Os homens mudaram de opinião. Eles não iam deixar-me levar a cabo a minha ameaça». «Mas organizaram um verdadeiro pelotão de fuzilamento. Eu estava a tomar o pequeno-almoço. A rapariga confessara-me que era espia e que estava muito orgulhosa disso. Dei-lhe algumas roupas e mostrei-lhe onde se lavar. Ao passar por mim no caminho para o pelotão de fuzilamento, disse-lhe: ‘Lamento muito, não podermos mantê-la, se tivéssemos algum lugar onde colocá-la, fá-lo-íamos. Mas, desculpe, vai ser fuzilada’. Quando passou por mim, despiu as roupas todas e cuspiu-me e, em seguida, caminhou nua para o pelotão fazendo o Zieg Heil! Ela era uma nazi dedicada. Ó, eu teria disparado sobre ela. Deus sim, com o maior prazer». Desde março 1944 até à libertação da França os seus mais que 7000 maquisards combateram os alemães com todos os meios que pudessem. Os seus companheiros franceses, especialmente Henri Tardivat, louvavam o seu espirito lutador, amplamente demonstrado, quando ela matou uma sentinela SS com as próprias mãos para evitar que ele desse o alarme durante um ataque a uma fábrica de armas. «Eles ensinaram-me essa coisa de golpe de judo com a palma da mão no SOE (Special Operations Executive), e eu pratiquei-o. Mas essa foi a única vez que o usei - zás! - e matou-o de facto. Fiquei verdadeiramente surpreendida».”   
[6] Afortunadamente a mulher moderna faz arte não guerra. Monika Matejovska (Monika Matějovská), 1,78 m, 60 kg, 75-64-91, sapatos 40, olhos azuis, cabelo loiro, nascida a 30 de dezembro de 1985, na República Checa, t.c.c. Jessica, Molly, Monica, Monika, Monika M, Monique, Monique L, Paulina, Sabrina, Sharon, Sharon M. Sites: {The Nude} {Indexxx} {iafd} {Euro Babe Index} {Porn Teen Girl} {Alba Gals} {Kindgirls} {Define Babe} {Euro Pornstar} {YOUX} {Club Seventeen} {amkingdom} {Hot Movies} {DDFNetwork} {DDFPornstars} {Videoz} {Babes and Pornstars} {Twistys} {Model Shrines} {Hungarian Honeys}. Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4} {fotos5} {fotos6} {fotos7} {fotos8} {fotos9} {fotos11} {fotos12} {fotos13} {fotos14} {fotos15} {fotos16} {fotos17}. Obra cinematográfica: {“Monique Guitar Solo”} ѽ {“Blondes”} ѽ {“Sharon in Masturbation”} ѽ {“Her Sweet Hand - Monica”} ѽ {“Sweethearts Special Part 1 - Heartbeats”} ѽ {“My Sexy Kittens 2”} ѽ {“My Sexy Kittens 4” + Kristy Roman} ѽ {“My Sexy Kittens 12” + Belicia Avalos} ѽ {“Teeny Hot Spots 2”} ѽ  {“Slender Beauty Gives Great Blowjob”}.
[7] As atrizes de qualidade não têm macaquinhos na cabeça. Kenze Thomas, 1,63 m, 50 kg, 86-61-86, olhos verdes, cabelo loiro, nascida a 21 de maio de 1995, em Elmhurst, Illinois, t.c.c. Amy Jones, Ellie Jane, Kenzie, Keznielle, Keznielle of Opila. “Kenze Thomas, 19 anos, é uma doce e angélica fruição dos seus sonhos mais malandrecos! Ela tem tetas empertigadas firmes com grandes mamilos intumescidos que apenas rogam para serem chupados. Veja esta universitária cheia de tesão atacar a sua glabra racha com as mãos esfomeadas de gozo.” Sites: {The Nude} {Indexxx} {Nudezz} {Porn Teen Girl} {Nubiles} {iafd} {YOUX} {Babepedia} {Erotic Beauties} {Zishy} {Alba Gals} {Bare Maidens} {Elite Babes} {X-Art} {Ero Curves} {Digital Desire} {brdteengal} {pimpyporn} {Which Pornstar} {Girls Gone Wild} {US Babe Index} {Coed Cherry} {Coed Cherry} {Eros Berry} {Babes} {My Favourite Nudes} {Forum Adult DVD Talk}. Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4} {fotos5} {fotos6} {fotos7} {fotos8} {fotos9} {fotos10} {fotos11} {fotos12} {fotos14} {fotos15} {fotos16} {fotos17} {fotos18} {fotos19} {fotos20} {fotos21} {fotos22} {fotos23} {fotos24} {fotos25}. Obra cinematográfica: {Busty Blond Baby} ѽ {“Sweet Vibrations”} ѽ {“Desirable”} ѽ {“Too Cute For Words”} ѽ {“Silken”} ѽ {Bette Davis Eyes} ѽ {“Kenze Thomas”} ѽ {Tit Smothered” + Jay Taylor + Lily Lane} ѽ {“Who’s Bigger?” + Lily Lane}.
[8] Mulher que não encontre o homem certo não progride na carreira. Jenny, olhos azuis, cabelos castanhos-claros. Sites: {The Nude} {Indexxx} {Amour Angels} {Showy Beauty}. Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4} {fotos5} {fotos6} {fotos7} {fotos8} {fotos9} {fotos10} {fotos11} {fotos12} {fotos13}.

na aparelhagem stereo

De todas as ilustradas descobertas científicas dos economistas, uma sobre-excede: Que, quem não inova morre. Verdade tão afilada que se não for integralmente cumprida corre a humanidade o risco de desaparecer. Na Suécia, contornam-se as leis anti-vida de obscenidade e atentado ao pudor, não obliterando o desejo, reforma-se inova-se, fecundando em praça pública com máscaras de porco, rendendo as gerações, preservando o futuro. “Dois irmãos adolescentes, residentes na aldeia de Insjön, na Suécia, saíram para ir à caça de Pokémon, no jogo de telemóvel Pokémon Go, e acabaram por descobrir algo que não contavam encontrar: um casal a ter sexo em público, num parque, disfarçados com máscaras de porco. A mãe dos dois jovens contou ao jornal local Dalarnas Tidningar como os filhos foram «atacados» com lasers verdes quando foram detetados pelo casal: «Eles tinham máscaras de cabeças de porco. Quando os viram começaram a gritar para os assustar e apontaram-lhe lasers verdes à cara». Um dos lasers atingiu um dos jovens na cara, e este prontamente começou a correr, seguido pelo irmão. O casal alegadamente teria ainda vestido t-shirts em que se lia Rei e Rainha, respetivamente. (…). A polícia sueca está a investigar o caso, preocupada com o sexo em público e com o ataque aos dois jovens.” [1]
Sem fertilização não há circo, não nascem talhadores da realidade, interpretadores do sentido, lanternas do povo. Não sendo historiador, Rui Ramos, não tem obrigação alguma de pescar boi da poda, trabalhando para comer como analisador, justiça William Shakespeare: “A vida é uma história contada por um idiota, cheia de muito barulho e perturbação emocional, mas sem significado” e serve banalidades, o trivial, ao jantar. “Ninguém sabe quando isto vai acabar, mas já pouca gente acredita que acabe bem. O que quer dizer que Passos pode mesmo voltar a São Bento, sem ser preciso uma manhã de nevoeiro. E esse regresso assusta muitos oligarcas. É que durante o seu governo, Passos mostrou-se excessivamente irreverente. Não recuou perante os clientes e dependentes do Estado. Enfrentou os interesses instalados, dos sindicalistas do PCP aos banqueiros do poder. O anti-passismo é a medida da ansiedade oligárquica perante alguém que revelou não ser «um dos nossos». Mas é possível criticar Passos por outra razão. Em 2011, Passos convenceu-se de que era essencial restabelecer a credibilidade externa. Trabalhou para isso, e conseguiu a folga que Costa está a consumir. No Pontal, Passos deu agora a entender que está pronto para fazer o que já fez entre 2011 e 2014. Como se o seu destino fosse consertar o que os outros destroem.”
Credibilidade nos anos 80:
Buffalo (1986), p/ Stump.How much is the fish? / How much is the fish? / How much is the chips? / Does the fish have chips? / How do I get off the bus!” “Foi um grupo anglo-irlandês de rock / indie / experimental composto pelos ex-membros dos Microdisney, Mick Lynch (voz) e Rob McKahey (bateria), junto com Kev Hopper (baixo) e Chris Salmon (guitarra). Formaram-se em Londres em 1983. O vocalista original foi Nick Hobbs, que saiu logo no início para formar os The Shrubs. O seu primeiro disco foi um EP de quatro faixas, «Mud on a Colon», publicado em 1986 com o selo Ron Johnson. Foi seguido pelo miniálbum «Quirk Out», edição de autor, produzido por Hugh Jones, que incluía o êxito de culto «Buffalo».” “17 / junho / 1988: Husker Dü, Sonic Youth, Alice Bottée e os Stump tocam na sala de espetáculos Élysée Montmartre, em Paris. Os Stump tinham acabado de assinar pela Ensign, subsidiária da Phonogram, uma etiqueta com a especialidade invulgar de obter êxitos para bandas irlandesas ou aparentadas de irlandês. Os Boomtown Rats, Waterboys e, propinquamente, Sinead O'Connor, todos encontraram um lar e sucesso na etiqueta, sob tutela de Nigel Grainger. Os Stump tinham acabado de aparecer [28 / fevereiro / 1987] na capa do Melody Maker, com o líder Mick Lynch sem camisa, a sua poupa à Tintin e o pouco subtil título «Trout Mask Replicants» [2]. A banda era predileta no recentemente defunto programa de TV «The Tube», habituais nas Peel Sessions e prestes a gravar com o decano do sampling Holger Hiller ao leme, nos Hansa Studios e o engenheiro de som, Stephen Street [3]. Em todos os relatos (bem, principalmente, o exageradamente prolixo baterista dos Stump, Rob McKahey) a banda «foi uma turbina elétrica do caralho nessa noite e correu [os Sonic Youth e os Husker Dü] do palco.” [4] I Like Rain” (1987), p/ Jean-Paul Sartre Experience.The Jean-Paul Sartre Experience, mais tarde rebatizada JPS Experience depois de um ameaço de processo dos herdeiros de Jean-Paul Sartre, foi uma banda de indie rock na Flying Nun Records, da Nova Zelândia. A banda era formada por Dave Yetton (voz, baixo), Gary Sullivan (bateria) e Dave Mulcahy (guitarra). Mais tarde, juntou-se-lhes um segundo vocalista e guitarrista, Jim Laing. A sua primeira tosca maquete foi distribuída às estações de rádio universitárias, pelo país, numa lata. Continha versões iniciais de «Einstein» e «Crap Rap» que aparecerão em posteriores publicações. Em 1986, foram convidados para gravar uma faixa para a compilação «Weird Culture, Weird Custom», produzida pela rede estudantil de rádio. A sua faixa foi «Let That Good Thing Grow», reeditada no primeiro álbum. Mais tarde, assinaram pela Flying Nun, que editou o EP homónimo de estreia em janeiro de 1987, e o primeiro álbum, «Love Songs», no mesmo ano, descrito pelo Allmusic como «um excecional, embora breve, affair». Após mais dois álbuns na etiqueta, acrescentaram o teclista Russell Baillie e abreviaram o nome para JPS Experience, depois de serem ameaçados de ações legais pelos herdeiros de Sartre. Após três EPs, Braillie saiu em 1993 e a banda lançou o seu quarto álbum, «Bleeding Star», que enveredou por uma abordagem mais noise do que as gravações anteriores, estabelecendo comparações com os Pixies e os My Bloody Valentine. Mulcahy saíra durante a gravação do disco, formando os Superette e os Eskimo, que editou um álbum antes de encurtar o nome para Kimo, e lançou o bem recebido álbum a solo, «Oddy Knocky». [Também disponibilizará música de borla nos Mulchzoid, The Cranks e Sexy Animals]. Será substituído por Matt Heine, elemento dos Solid Gold Hell. A banda continuou até à separação em 1994.” “O nome da banda veio de um amigo que estava, segundo Mulcahy, «a passar por um momento muito mau, ficando muito deprimido e lendo Jean-Paul Sartre. Ele costumava dizer que estava a ter experiências extraordinárias com Jean-Paul Sartre».”
There is no Depression in New Zealand” (1981), p/ Blam Blam Blam. “Foi uma banda pop / rock / alternativa neozelandesa. Tim Mahon (baixo) e Mark Bell (guitarra, voz) foram membros dos The Plague e dos The Whizz Kids. Depois de perderem o seu baterista, Ian Gilroy, para os The Swingers em 1980, Tim e Mark juntaram-se a Don McGlashan, um multi-instrumentista que tocava bateria e foi vocalista em muitos temas. O seu primeiro lançamento foi a canção «Motivation» na compilação «Class of 81», da Propeller Records. Lançaram então um EP homónimo de quatro faixas para a etiqueta, que entrou no top 40 na Nova Zelândia. A banda teve dois singles de sucesso em 1981, «There is no Depression in New Zealand» e «Don't Fight it Marsha, It's Bigger than Both of Us» (que McGlashan mais tarde regravou na Mutton Birds). Em 1982, o vocalista Dick Driver juntou-se ao grupo, mas saiu pouco depois. Gravaram um álbum, «Luxury Length», que alcançou o n.º 4 nas tabelas neozelandesas. Mais tarde nesse ano, a banda esteve envolvida num acidente de viação onde Tim Mahon ficou seriamente ferido.” Sobre a canção: “O vocalista / baterista Don McGlashan compôs a música e descreveu «No Depression…» como uma canção sobre «como os neozelandeses tentam construir mitos em torno de si mesmos» [5]. Esta é a versão do início da década de 80 que perdurará na mente popular. De um tempo altamente politizado, onde um reexame atrasado da identidade e lugar da Nova Zelândia, proclamou um período de mudança social. Uma rutura fortemente marcada por violentos protestos contra uma equipa de rugby sul-africana, racialmente exclusiva, que fazia uma tournée na Nova Zelândia em meados de 1981. Ao longo do tempo, «No Depression…» tornar-se-ia numa canção sobre a tournée Springbok (na África do Sul conhecida como Rebel Tour) e um hino alternativo, apesar de a letra de Richard Von Sturmer ter sido escrita muito antes do evento. Informação privilegiada: um grupo de performance de rua consistindo em McGlashan, Von Sturmer, John Schmidt, Richard Lello (Otis Mace) e Charlotte Wrightson já tinham usado esta canção numa série de concertos no XS Café e no Rumba Bar em novembro de 1980 e na costa oeste, e em Wellington, em dezembro.” Circumspect Penelope” (1987), p/ Look Blue Go Purple. “Nos anos 80, as varoas das Look Blue Go Purple ajudaram a definir o som Dunedin, da editora discográfica Flying Nun, contribuindo com a sua pirueta mágica pessoal para um pop suave de guitarras. No final da década de 70, o punk inundou o Reino Unido e levou na enxurrada quaisquer mods de cabelo à beatle remanescentes. Em Dunedin, na Nova Zelândia - entre as possíveis cidades mais distantes de Londres - os punks antípodas usaram este talento autossuficiente e escreveram canções pop. O seu chavascal mal gravado era tirado das melodias pop dos anos 60 dos Byrds, do psicadelismo dos Pink Floyd do tempo de Syd Barrett e dos zumbidos corpóreos dos Velvet Underground. Seria batizado como o, historicamente influente, som Dunedin, depois de uma compilação, de 1982, editada pela sua mais emblemática etiqueta, a Flying Nun Records. Duas bandas nessa compilação, os Chills e os Verlaines, junto com os seus colegas da etiqueta Flying Nun, os Bats e os Clean, definiriam a cena indie rock neozelandesa de meados dos anos oitenta. Entre todos estes grupos com nomes tão humildes, as Look Blue Go Purple - Francisca Griffin (anteriormente chamada Kathy Bull), baixo, Norma O’Malley, teclados e flauta, Kath Webster, guitarra, Denise Roughan, guitarra e Lesley Paris, bateria - irão destacar-se. Tal como o seu otimista e caleidoscópio nome sugere, as Look Blue Go Purple despejaram vivacidade numa cena que já estava atafulhada de canções alegres e gaseificadas. Mas, ao contrário dos seus pares, o quinteto nunca lançou um Longa Duração, o que impediu que encontrassem um público estrangeiro, apesar do seu sucesso nas tabelas pop neozelandesas. «Still Bewitched», uma recente compilação dos três EPs das Look Blue Go Purple e raridades ao vivo inéditas, promete expor a um novo público o estilo encantatório da banda. Depois de se formarem em 1983, as Look Blue Go Purple estrearam-se com um contido e distinto som no EP de 1985, «Bewitched». As cinco varoas fundiram o pop suave de guitarras, que já estava consagrado pelos seus colegas Dunedin / Flying Nun, com a experimentação post-punk das Slits e das Raincoats e, em menor grau, dos Swell Maps e dos Television.” [6]
Amanda” (1986), p/ Boston. “Este foi o primeiro single dos Boston após uma paragem de seis anos. Incrivelmente, foi o primeiro e único número um da banda, cujos temas «Don't Look Back» e «More Than A Feeling» saturavam nas rádios. A canção foi escrita pelo mentor dos Boston, Tom Scholz, que estava mais preocupado em alinhavar um rock melódico meticuloso do que abrir o seu coração. A canção é realmente muito romântica, com Brad Delp cantando acerca de dizer à sua namorada, pela primeira vez, «I love you», o que para a maioria dos gajos acontece num arrebatamento de paixão e que, na famosa canção dos Meat Loaf, «Bat Out of Hell», descamba em ter que aturar a gaja até ao fim da vida. Essa espontaneidade amorosa é típica da música dos Boston, que é sobre sentir e viver o momento. O nome «Amanda» foi provavelmente escolhido porque encaixa bem, a palavra perfeita a seguir a versos como «I’m gonna tell you right away, I can't wait another day...».” “Nomes de raparigas terminados em ‘a’ têm longa história nas canções com, Rhonda, Layla, Lola e Rosanna, precedendo a Amanda dos Boston.” I.O.U.” (1983), p/ Freeez. “Foi um grupo de dance music de Londres, conhecido inicialmente como uma das principais bandas de jazz-funk do princípio dos anos oitenta. Fundado por John Rocca, Freeez incluiu vários músicos, no início, com Rocca e outros como Andy Stennet (teclados), Peter Maas (baixo) e Paul Morgan ou Everton McCalla (bateria). Tiveram um sucesso internacional com «I.O.U.» e um top 10 inglês com «Southern Freeez». A banda de jazz-funk Freeez começou nos subúrbios de North London na segunda metade dos anos 70. O seu primeiro single antes de terem editora, «Keep In Touch» (1978), incluía o guitarrista Jean-Paul ‘Blue’ Maunick, fundador dos Incognito. Os Freeez talvez sejam mais conhecidos pela sua canção «Southern Freeez», do álbum homónimo, que incluía vocais de Ingrid Mansfield Allman. No Reino Unido, a banda foi contratada pela Beggars Banquet Records. A canção «I.O.U.», escrita, produzida e misturada por Arthur Baker (conhecido então pelo seu trabalho com Afrika Bambaataa), também foi usada no filme de breakdance «Beat Street», de 1984 [sob o título local «A loucura do ritmo», estreado quarta-feira, 26 de setembro de 1984 nos cinemas Condes e Hollywood sala 1]. (…). Foi seguida por outros lançamentos tais como o single «Pop Goes My Love» / «Scratch Goes My Dub» que alcançou o número 5 na tabela Hot Dance Club Play da Billboard.”
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[1] Máscara da interpretação moderna, Dunyasha, 1,70 m, 54 kg, 90-65-89, sapatos 37, olhos castanhos, cabelo loiro, nascida a 2 de janeiro de 1987 em Naberejnye Chelny, na Rússia, t.c.c. Alena, Alena T, Annalina, Sonja. “As modelos de Moscovo são de dois tipos: o primeiro, as raparigas nascidas e criadas em Moscovo e, o segundo, as raparigas que vêm das aldeias para a capital e tentam adaptar-se e encontrar o seu lugar nesta cidade difícil de viver. Um exemplo impressionante do segundo tipo de modelos é a nossa Dunyasha. Mas ela é tão especial. Quando veio, pela primeira vez, ao apartamento do fotógrafo deu um nome estranho, mais tarde Grig soube que ela gosta de mudar de nome. Hoje é um, amanhã é outro. Cada um dos seus nomes reflete estilos diferentes. Após algum tempo a trabalhar com ela, nós, simultaneamente, começámos a chamar-lhe Dunyasha. Esse nome foi-lhe atribuído e todos acharam que era adequado. Ela ficou ofendida no início. Sucede que Dunyasha era um nome muito popular nas aldeias russas há alguns anos. As heroínas do erotismo primitivo, no início do século XX, chamavam-se Grunya e Dunyasha. Exatamente o tipo de erotismo de uma rapariga russa, de um lugar remoto, que Galitsin tentou revelar nas suas sessões fotográficas e filmes. Grig nunca tentou fazer de uma campónia uma estrela de cinema inacessível. A tarefa era descobrir a sua verdadeira natureza e caráter o mais completamente possível. Sem gastar muitas palavras podemos dizer que o caráter revelou-se extremamente complicado e contraditório. Há tantas facetas psicológicas, para além dos aspetos eróticos das sessões fotográficas e as visões do seu corpo, como nas histórias de Hemingway. Pode servir de exemplo quando Galitsin lhe pediu um broche e filmá-lo. Na mesma meia hora, Dunyasha, numa altura, concordou, noutra, recusou. Havia claramente uma luta interior, entre fazer a sua coisa favorita, mas não queria fazê-lo em frente da câmara. Como Galitsin soube mais tarde, ela estava apenas a cuidar da sua reputação entre os fotógrafos com quem iria trabalhar. Dunyasha é uma atriz perfeita e esperamos que você seja capaz de reparar nesse talento nos filmes com a sua participação, filmados em Moscovo. Ela veio de um lugar chamado Naberejnye Chelny há cerca de seis meses. É uma pequena cidade onde são produzidos os camiões KAMAZ. A história da sua vinda para Moscovo é interessante. Dunyasha passou algum tempo no computador do namorado e depressa tornou-se correspondente de uma pessoa não muito jovem da capital. Após uma semana trocando mensagens, a nossa desmiolada decidiu ir para Moscovo, e pediu ao novo amigo para se encontrar com ela na estação. Ele pensou que ela tinha família ou amigos, mas verificou-se que não tinha para onde ir. Este foi o princípio da sua vida louca. Felizmente, o tipo era honesto e ajudou Dunyasha a alugar um apartamento, onde ela ainda vive. O seu segundo conhecido foi também através da net. Era uma mulher de uma agência de modelos que como intermediária fornece fotógrafos. Ela encontrou-lhe rapidamente um trabalho. Mas no início Dunyasha teve problemas, porque não tinha 18 anos na altura. De qualquer forma, ela teve tempo de conhecer muitos bons fotógrafos e quando atingiu a idade legal, tinha imensas pessoas que queriam trabalhar com ela. A primeira sessão com Galitsin decorreu de forma muito interessante. Ele estava ciente deste tipo de raparigas, porque a maioria das modelos no nosso site são saloias. Mas as raparigas que vêm das aldeias para Moscovo tornam-se muito liberadas e trabalhadoras. Quando vivem na sua terra, elas têm para onde ir e sentem-se protegidas. Em Moscovo, sentem que têm de lutar pela vida e bons salários. É por isso que as modelos aspiram causar boa impressão no fotógrafo para terem mais trabalho.” Entrevista: P: “Quais pensas que são os teus melhores atributos?”, Dunyasha: “As pessoas dizem que são os olhos.” P: “Cor favorita?”, Dunyasha: “Branco.” P: “Programas de TV favoritos, lista de nomes”, Dunyasha: “Não tenho tempo para ver TV” P: “Livros favoritos, lista de títulos”, Dunyasha: “Gosto dos livros de Boris Akunin.” P: “Filmes favoritos, lista de títulos”, Dunyasha: “Troia, Gladiador.” P: “Revistas favoritas, lista de nomes”, Dunyasha: “Diferentes revistas, nenhuma favorita.” P: “Música favorita, lista de títulos”, Dunyasha: “Todos os tipos de música exceto pop.” P: “Altura favorita do dia, porquê?”, Dunyasha: “Gosto mesmo muito de dar um passeio à noite.” P: “Qual é a tua formação? Curso?”, Dunyasha: “Secundário.” P: “Falas outras línguas? Se assim for, diz-me algo nessa língua”, Dunyasha: “Inglês, do liceu.”, P: “Lugar favorito para viajar, relaxar ou visitar”, Dunyasha: “Gosto de passear por Moscovo.” P: “Quais foram os locais que visitaste?”, Dunyasha: “Kazan, Moscovo e vou visitar São Petersburgo.” P: “Qual é o teu feriado preferido? (Natal, dia dos namorados, dia de ação de graças, etc.)”, Dunyasha: “O ano novo, o aniversário (gosto de presentes).” P: “Comida favorita, lanches, doces”, Dunyasha: “Chocolate.” P: “Qual é o teu carro de sonho?”, Dunyasha: “BMW.” P: “Qual é o teu emprego de sonho?”, Dunyasha: “Modelo.” P: “Descreve o teu lugar favorito para fazer compras”, Dunyasha: “Sou viciada em compras.” P: “Assistes a desporto, se sim, quais são as tuas equipas favoritas?”, Dunyasha: “Não gosto de ver desporto.” P: “Praticas algum desporto ou outras atividade? Explica”, Dunyasha: “Consumava patinar e esquiar.” P: “Quais são os teus passatempos?”, Dunyasha: “Não tenho tempo para passatempos.” P: “Preferência de bebidas, alcoólicas e não alcoólicas”, Dunyasha: “Vinho tinto, café.” P: “Tens algum animal de estimação?”, Dunyasha: “Sim, um gato.” P: “Estado civil?”, Dunyasha: “Solteira.” P: “O meu pior hábito é…”, Dunyasha: “Teimosia.” P: “A única coisa que não suporto é…”, Dunyasha: “Não gosto quando sou obrigada a fazer algo.” P: “Que animal melhor descreve a tua personalidade e porquê?”, Dunyasha: “Gatinho persa.” P: “As pessoas que me conheceram no liceu pensavam que eu era…”, Dunyasha: “Toda a gente gostava de mim.” P: “Como é que descontrais ou passas o teu tempo livre?”, Dunyasha: “Fazendo compras e ir ao cinema.” P: “Qual foi o momento mais feliz da tua vida?”, Dunyasha: “Estou sempre feliz.” P: “Quais são as tuas esperanças e sonhos”, Dunyasha: “Sonho comprar um BMW X5.” P: “O melhor conselho que já me deram foi…”, Dunyasha: “Não os oiço.” P: “O pior conselho que me deram…”, Dunyasha: “Não os oiço.” P: “Que tipo de cuecas usas, se algumas”, Dunyasha: “Biquíni e fios dentais.” P: “Homem ou mulher ideal”, Dunyasha: “Sean Connery.” P: “O tamanho importa? Qual é a tua medida ideal?”, Dunyasha: “Gosto do médio.” P: “Descreve a tua primeira vez (pormenores, local, pensamentos, satisfação, etc.)”, Dunyasha: “Aconteceu na minha casa. Eu própria queria sexo.” P: “O que te excita?”, Dunyasha: “Ternura, tocarem-me nos mamilos, sussurrarem-me aos ouvidos.” P: “O que te desliga?”, Dunyasha: “Não gosto de pessoas grosseiras.” P: “O que te faz sentir mais desejada?”, Dunyasha: “Quando me sinto amada.” P: “Melhor maneira de te dar um orgasmo”, Dunyasha: “Gosto de tudo com uma pessoa amada.” P: “Masturbas-te? Com que frequência? (dedo, brinquedos ou ambos)”, Dunyasha: “Com um dedo no banho, mas não muito frequentemente.” P: “Qual foi o teu primeiro fetiche, se algum?”, Dunyasha: “Com o meu urso de peluche. Ele era tão grande! Eu até ia casar com ele quando crescesse.” P: “Qual é o lugar mais exótico ou invulgar em que fizeste sexo? Ou onde gostarias que fosse?”, Dunyasha: “Sexo num carro ou na praia.” P: “Posição sexual favorita, porquê?”, Dunyasha: “Gosto de toda a gama de posições.” P: “Descreve um dia típico da tua vida”, Dunyasha: “Costumo passar o meu dia nas sessões fotográficas.” P: “Tens alguma curiosidade sexual que gostasses de explorar ou tivesses explorado? Por favor, descreve com pormenores (rapariga / rapariga, voyeurismo, etc.)”, Dunyasha: “Gostava de ver sexo entre rapazes.” P: “Descreve em detalhe a tua fantasia sexual favorita”, Dunyasha: “Todos os meus sonhos são sobre a pessoa que amo.” P: “Se pudesses ser fotografada de qualquer forma, em qualquer cenário, qual escolhias? O que te faria sentir mais desejada, mais sensual?), Dunyasha: “Num local público.” Sites: {The Nude} {Indexxx} {MPLStudios} {Photo Collection}. Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos5} {fotos6} {fotos7} {fotos8} {fotos9} {fotos10} {fotos11} {fotos12} {fotos13} {fotos14} {fotos15}. Obra cinematográfica: {“Female Sexuality Exploration” + Valentina} ѽ {“Spiny But Desired” + Valentina} ѽ {“Welcome To The Coulisses!” + Valentina + Ania} ѽ {“Doxy In The Hotel Sovietsky Apartment” + Kristina + Nastia} ѽ {“Grand Piano” + Ania}.
[2] Referência a «Trout Mask Replica», terceiro álbum de Captain Beefheart and his Magic Band. “A lista de músicos favoritos dos Stump inclui nomes como Devo, Séan O’Riada, Patsy Cline, George Gershwin e Kevin Coyne. Os tópicos de leitura da banda abrangem: Flann O’Brien, Wilhelm Reich, Knut Hamsin, Watchmen, 2000AD, Seamus Heaney, Charles Bukowski e Milan Kundera. Os Stump sempre foram mais do que apenas uns copistas de Beefheart, aqui estavam uns tipos seriamente ligados.”
[3] “Kev Hopper: Eu era um grande fã da música de Holger Hiller, gostava da forma como ele desconstruía tudo, era incrível, e todos aqueles discos que ele fez: «Oben Im Eck» e «Ein Bündel Fäulnis In Der Grube», eram discos realmente extraordinários, toda a ideia de samplar pedaços de música e, em seguida, rearranjá-los obtendo todos aqueles ruídos fantásticos que eram de outro género. Pensei que seria adequado para a banda, mas estava enganado. (…). Rob McKahey: O processo de gravação foi muito difícil. A gravação foi uma verdadeira confusão, porque tínhamos o engenheiro Stephen Street, mas ele não mandava nada. Holger Hiller, acho que foi um erro contratá-lo, preferiria um produtor rock ‘n’ roll: Steve Albini, Nick Lowe, apenas gravar, quero dizer, éramos uma banda de rock, não éramos uma banda de eletrónica, portanto tornou-se muito demorado. Andei de bicicleta por toda Berlim, tirando fotos, enquanto a bateria era gravada. No final, toda a coisa foi dada a Hugh Jones para misturar em Londres.”
[4] Máquinas elétricas século XXI. “Sex Instruments(d) (2017), canção de Pedro Perles, p/ Perlita. “Pedro Perles define-se como homem orquestra. Um ilustrador versátil, artista multidisciplinar, criador todo-o-terreno… No campo da ilustração, da música, da publicidade, da imprensa, do mundo empresarial… Criador imparável, autor da imagem Natal de Madrid 2015, para citar um exemplo. (…). Embora, reconheça que se sente «muito confortável com quase tudo o que faço», assevera uma carreira profundamente marcada pela música. Assim, depois da sua passagem como líder do grupo Ledatres, «que criámos em Cádis», embarcou com o músico e experimentador sonoro gaditano Calde Ramírez e o seu irmão, o artista visual Esteban Perles, no seu novo projeto de música eletrónica, Perlita. «Trata-se da minha primeira incursão real na música eletrónica», que lhe valeu uma passagem pelo festival Monkey Week e no Moroder Club (Madrid), ademais de visitar o Liverpool Sound City. Perlita é um dos grupos musicais das Industrias Bala, junto com outros como Javier Corcobado, Lorena Álvarez y su Banda Municipal, Salto ou Virginia Maestro.”
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(d) Vídeo com o ator cubano Jesús Reyes e a tinerfeña Carolina Abril, 1,66 m, 51 kg, 86-64-86, sapatos 37 ½, olhos e cabelos castanhos, nascida a 19 de julho de 1992, em Santa Cruz de Tenerife, t.c.c. Lolly C, Carolina Ferrer, Carolina Abriz. Sites: {Ícone sexual} {Diosas} {The Nude} {Indexxx} {iafd} {Euro Babe Index} {Joymil} {Define Babe} {Erosberry} {Porn Teen Girl} {European Pornstars} {Kindgirls} {PornHub} {Babes} {Reality Kings} {Oldje} {Pornstars Spain} {Subspaceland} {pimpyporn} {Sex Like Real} {Tiny4k} {Private} {Alba Gals} {Nubile Films} {Viv Thomas} {Babe Source} {DDFNetwork} {21 Naturals} {21 Extreme} {Buxxxfeed} {Torbe} {Woodman Casting} {Doctor Lácteo} {Leche 69}.
Noemí Casquet - Periodista. “Era sábado y el Salón Erótico de Barcelona ardía. Yo pasé la tarde micro en mano, entrevistando a los ganadores de los Premios Ninfa - Primera Línea 2013. Todo transcurría sin grandes sobresaltos hasta que llegué al stand de Actrices del Porno, donde se encontraba Carolina Abril. Una lolita morena, con sus gafas de pasta, su sonrisa picarona y su culo digno de peregrinaje. Una mujer que me pone muy, muy cachonda. Cuando llegué, Carolina iba a lo suyo, haciendo webcam, totalmente desnuda y masturbándose. - ¿Queréis que le haga la entrevista ahora? - pregunté un tanto superada por las circunstancias. -Sí, sí, ningún problema-, me respondieron. Me acerqué. Me miró. Me mojé. Todo en menos de un segundo. Estaba temblando de la excitación. Joder, ¡tenía a Carolina Abril masturbándose a un par de palmos de mí! No pude articular palabra. Se me olvidó el lenguaje. Me quedé absorta contemplando la manera en que sus dedos estimulaban su hinchado clítoris. – Carolina, ¿qué significa para ti….? -, balbuceé. Empezó a gemir. Un murmullo que hizo latir mi entrepierna. - No te escucho bien -, me dijo ella. ¿A qué huele? Así que me acerqué un poco más. Casi hasta tocarla. Y ahí estaba aquello. Ese olor que me resultaba tan familiar. El que te acerca el límite cuando estás cachondísima y te bajas las bragas, dispuesta a masturbarte. El de coños que piden que les acerques la lengua. Así olía Carolina Abril, y juraría que aún queda un recuerdo de ese olor en mis fosas nasales.” El Mundo: «¿Ves? Antes abusaba de la comida rápida y a deshoras. Ahora no. Y lo noto. Para que disfruten más en la cama, a las chicas les recomiendo que coman mucha fruta, mucha verdura y que beban agua. Y a ellos, zumo de tomate. Les da buen sabor a su... ya sabes». Dunia Montenegro: “Antes de decidir entrar en el porno, a que te planteabas dedicar? Tienes intención de retomarlo? Mi sueño siempre ha sido ser policía pero no puedo porque tengo minusvália en la pierna y no puedo doblarla más de 80 grados. (…).Que no grabas en una escena bajo ningun concepto? Doble anal.” Estellas del porno:“¿Y con las que mejor te llevas?. ¡Carol Vega! ¿No sé si Carol Vega será una de ellas, pero veo cierta química especial con ellas, ¿ Me equivoco?. Correcto, actualmente es mi pareja pero no cierro las puertas a nadie! (…). ¿Has hecho sexo anal fuera o dentro de cámara?. ¿Te gusta?. Prefiero darlo cuando me ponga lo suficientemente cachonda para hacerlo no por un guión. Aunque si tengo pensado rodar alguna escena anal para que todos podáis verlo. Seguro que os gustará. ¿Alguna doble penetración?. En la intimidad si he hecho, con cámaras aún no. (…). ¿Qué es lo que te pone más cachonda en el sexo?. Sin duda estar encima, aunque también me gusta ser “a veces” un poco sumisa. Cachetes, palmadas, también que me tiren del pelo, que me humillen. UPS! estoy diciendo mucho ;)” El balón rosa: Sabemos que también te gustan las mujeres. ¿Cuál es la Wag que más te gusta? Sara Carbonero, Edurne, Pilar Rubio, Shakira, Irina Shayk… ¿Te lo harías con alguna de ellas? ¿Detestas a alguna?  A Sara Carbonero le haría todo y más, es imposible no caer ante su mirada. Me lo montaría con quien me dejara xD y gracias a dios no detesto a ninguna…” Entrevista: “Soy muy fan de Miley. A mí también me encanta que la gente hable de mí: mal o bien, mientras hablen… ¿Tendría algo con ella? ¿Lo dudas? ¡Por supuesto! ¿Desde cuándo es consciente de su orientación sexual? Desde que entré en el mundo del porno y lo probé todo. Ya no me importan la edad ni la constitución física.”
Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4} {fotos5} {fotos6} {fotos7} {fotos8} {fotos9} {fotos10} {fotos11} {fotos12} {fotos13}. A arte é a apresentação sensorial de ideias: {“Carolina Abril en el stand de Apasionada en el Salón Erótico de Barcelona 2015”} ○ {“Ana la tetona del público”} ○ {“Salón erótico de Barcelona” + Nora Barcelona} ○ {“Desfase en el Salon erotico de Barcelona”} ○ {“Carolina Abril y Ena Sweet en el stand de ADP en el SEMAD”} ○ {“Carolina Abril masturbandose en el stand de ADP en el SEB”} ○ {“Carolina Abril y Kevin White follando en el SEMAD”} ○ {“Soraya Wells, Carolina Abril y espontaneo en el SEMAD”} ○ {“Carolina Abril con su sumiso en SEMAD 2017”} ○ {“Carolina Abril y espontanea en el SEB”} ○ {“Carolina Abril calentando a los espectadores en el SEB”} ○ {“Carolina Abril y espontaneo en el VEP”} ○ {“Solo de Carolina Abril en el VEP”}. Obra cinematográfica: ѽ {“Making of Carolina Abril”} ѽ {“Spanish Waitress Fucks for Cash”} ѽ {“All Love” + Candy Licious} ѽ {“Webcam Girl”} {ѽ “Stairway”} ѽ {“Learning the Ropes”} ѽ {“Tiny Pleasures”} ѽ {“Show Me Your Qualifications”} ѽ {“El encantador de perros”} ѽ {“Lost Girl Gets Fucked” + Victoria Blonde} ѽ {“Fucking for PornHub Fans”} ѽ {“Slave on a Platter”} ѽ {“El Profesor de Gimnasia”} ѽ {“Lesbico extremo” + Nuria Samoa} ѽ {“Woodman Casting – “Wake Up N Fuck”} ѽ {“Bring the Heat”} ѽ {“The Tempestous Teen”} ѽ {“El juego de los dados” + Victoria Blonde + Ana Marco + Anita Dinamita} ѽ {“La chacha” + Ana Marco} ѽ {“El juego de la botella”} ѽ {“Spanish Eyes”} ѽ {“Carolina Abril y Salma de Nora follando con un espontâneo”} ѽ {“Anny Aurora se masturba viendo a Carolina Abril tragando y follándose 25 cm”} ѽ {“Hard Casting” + Terka Angeline} ѽ {“Despertando com Carolina”} ѽ {“The Teenager”} ѽ {“Sweet Home”} ѽ {“The Towel Trick”} ѽ {“Arrousing Flexibility”} ѽ {“Sexo en el tren” + Lady Mai} ѽ {“Facecam con Carla y Carolina”} ѽ {“Carolina Abril in her first porn fuck”} ѽ {“Voyeurism Episode 4Adored” + Silvie Luca} ѽ {“Nos follamos aun camarero guiri” + Carol Vega} ѽ {“Carolina Abril Squirt”}.
[5] A identidade portuguesa não mitifica, coisifica. “Corridinho da Margarida”, p/ OMIRI. “À porta da Belandrona, PUM / Cheira a bacalhau assado / Ding ding ding, ai lhe dai lhe dai / Ding ding ding, ai lhe dai lhe dou / Foi ela quem o assou, PUM / Com as pestanas do rabo / Ding ding ding, ai lhe dai lhe dai / Ding ding ding, ai lhe dai lhe dou.” - “O projeto Omiri, de Vasco Ribeiro Casais, está de regresso aos discos com “Baile Electrónico”, um título que não engana: mais uma vez, neste álbum, a música tradicional portuguesa - samplada ou tocada por ele em gaitas, nyckelharpa, cavaquinho, bouzouki e braguesa - dança com a EDM e, pela primeira vez, com o hip-hop. O primeiro single chama-se «País Colmeia» e tem, apropriadamente, voz e poema da rapper portuense Capicua. Outra participação especial é a de Celina da Piedade, no tema «Campos em Flor». (…).Vasco Ribeiro Casais é mentor dos grupos Seiva, Sopro, Dazkarieh e Omiri. Já trabalhou como músico, produtor e compositor com Uxu Kalhus, Né Ladeiras, Carlos Mendes, Celina da Piedade, Filipa Pais, Kepa Junkera, O Baú, [septeto formado há nove anos em Lisboa, que inclui na sua formação músicos que tocam também com os Gaiteiros de Lisboa, Sétima Legião e Né Ladeiras], Velha Gaiteira, Tiago Torres da Silva, Nação Vira Lata, Toc’andar, Rui Júnior, Voodoo Marmelade, Fado Morse, Orquestra de Foles, A Mariposa, Fogo do Ar, Alma Menor, João da Ilha, Xoto. Mais recentemente gravou, misturou e masterizou o tema «Primavera» de Celina da Piedade (3.º lugar no Festival da Canção de 2017).”
[6] Mais sorte teve Brecht junto do grande público. “Compadeçamo-nos, pois, de Bertolt Brecht, que se considerava, justificadamente, como o grande dramaturgo da sua época e, contudo, estava condenado a ter tão pouco controlo sobre as suas peças e a sua vida. A sua saúde era frágil; os seus camaradas comunistas de outrora discordavam dele sobre o que o teatro deveria ser; foi forçado a exilar-se na Dinamarca, Finlândia, Suécia e nos Estados Unidos, tudo lugares onde se revelou difícil encenar as suas obras. Ele tornou-se, tal como escreveu, o «homem a quem ninguém ouve»: Ele fala muito alto / Ele repete-se / Ele diz que as coisas são erradas/ Ele continua sem se corrigir. Apenas conseguiu controlar um aspeto da vida dele: as suas amantes, com as quais se comportava horrivelmente, traía-as a todas, mas ficava furioso se suspeitasse que elas o traíam. E não suportava cortar relações fosse com quem fosse - nem com as mulheres, nem com os amigos e nem com o comunismo e a União Soviética. (…). Se tivéssemos conhecido Brecht em 1920 tê-lo-íamos achado um jovem grosseiro, alguém que usava as suas habilidades verbais como um meio de conquista sexual da mesma maneira que outros homens conseguem impressionar algumas mulheres fletindo os músculos ou exibindo o seu dinheiro. Ficamos um pouco perdidos na lista dos casos dele: Marianne Zoff, a aspirante a diva, Margarete Steffin, Elizabeth Hauptmann e Ruth Berlau entre outras. Ele conseguiu dormir com Zoff, uma beleza arrebatadora, quando era um desconhecido de 22 anos e cinco anos mais novo do que ela. Invadiu-lhe o camarim no final de uma das suas atuações na ópera. Ela recordou a visão de um homenzinho magro com um boné surrado na mão, vestindo umas calças velhas e desmazeladas, sujo (a negligencia da higiene pessoal foi uma das suas caraterísticas prevalecentes) e falando sem parar com um forte sotaque da Suábia.
O mais próximo que Brecht esteve de uma revolução foi durante a agitação política após a derrota da Alemanha em 1918. Mas enquanto os revolucionários estavam a ser perseguidos e assassinados, Brecht estava em clubes noturnos a engatar raparigas. Ele ligava pouco à teoria a não ser que envolvesse o teatro. O seu marxismo foi sempre um pouco pueril. Escreveu: «Um homem com uma teoria está perdido. Precisa de várias, quatro, uma data delas! Deve enfiá-las nos bolsos, como jornais recém-saídos das rotativas». (…). O compromisso de Brecht com o socialismo provinha do seu desejo de romper com as convenções burguesas. Infelizmente para ele, os comunistas, tanto na URSS como mais tarde na RDA, estavam profundamente comprometidos com uma conceção burguesa da arte. Eles gostavam que a sua dramaturgia fosse simples e edificante, com bons e maus claramente definidos. Brecht satirizou os dramaturgos «comunistas» da época de Weimar, escrevendo: Por 3000 marcos por mês / Ele está preparado / Para mostrar a miséria das massas / Por 100 marcos por dia / Ele exibe / A injustiça do mundo. (…). Brecht explicou: «Estou farto do novo. Estou a começar a trabalhar com material muito antigo que foi testado mil vezes mais… Sou um materialista, um grosseiro, um proletário e um anarquista conservador». Também os atores contribuíram para o seu teatro «coreografado». Estes incluíam Helene Weigel, com quem Brecht casou em 1929 e que permaneceu sempre ao seu lado apesar das humilhações que teve de suportar. A atuação dela, nomeadamente numa produção de Édipo em 1928, foi um fator importante no desenvolvimento do método de Brecht. Ele teve de lutar para se tornar um sucesso. Aquela que viria a ser a sua peça mais popular, «A ópera dos três vinténs», foi na verdade um fracasso quando foi encenada pela primeira vez em Nova Iorque. Quando «A ascensão e queda da cidade de Mahagonny» (também com música de Kurt Weill) estreou em Berlim foi interrompida pelos nazis. A «Santa Joana dos matadouros» (provavelmente a sua peça mais marxista) foi encenada apenas uma vez durante a vida do autor, na rádio, em 1922. Com exceção da «Ópera dos três vinténs», nenhuma das suas peças foi apresentada na União Soviética durante a sua vida.           
Brecht permaneceu em silêncio durante as purgas de Estaline, embora tenha intercedido em nome dos amigos. Ele queria acreditar na União Soviética, apesar de tudo, convencido de que qualquer palavra ostensiva contra Estaline faria o jogo de Hitler, embora percebesse que, na Rússia, «uma ditadura governa sobre o proletariado». Escreveu: Nos tempos de escuridão / Também haverá canções? Sim, também haverá canções / Sobre tempos sombrios. E no seu famoso «Aos que vierem depois de nós» ele pede à posteridade «Pensem em nós / Com indulgência». Brecht foi muito infeliz nos EUA quando fugiu para lá em 1941. Ele tentou arranjar algum trabalho como argumentista por encomenda: Todos os dias, para ganhar o meu pão de cada dia / Vou ao mercado onde as mentiras são compradas / Com sorte / Tomo o meu lugar entre os vendedores. Foi infeliz no claustrofóbico mundo emigrado dos exilados alemães em Hollywood e Nova Iorque. «Nem nos confins da Finlândia me senti tão fora do mundo como aqui», escreveu. Quando a guerra acabou, não tinha a certeza de para onde ir. Os suíços não o queriam. Foi barrado na zona americana a Alemanha. Até mesmo os alemães orientais não estavam muito ansiosos por o terem lá, mas não podiam virar as costas a um agora famoso dramaturgo antinazi.” (no Diário de Notícias n.º 52 985).