Pratinho de Couratos

A espantosa vida quotidiana no Portugal moderno!

terça-feira, julho 22, 2008

Sopeiras

O dia 7 de Março de 2008 entalhará, a letras de petróleo, nos canhenhos da História portuguesa. Quem madrugou, leu nas parangonas que Américo Amorim, para a revista Forbes “o rei da cortiça”, mas por nós carinhosamente cognominado “o príncipe do batoque”, ganha tanto como 314 mil portugueses. Ora, como os portugueses recebem para cima de uma “pipa de massa”, a fortuna do português mais rico, só poderá ser contabilizada em “lagares atapulhados”. Ter um homem tão rico, inscrito no Arquivo Nacional, é motivo para cantar antífonas e salmos, mas o melhor pedaço deste dia estaria reservado para a noite. Ao serão, a RTP estreou o remake da “Vila Faia”. (Mnham… uma fatia de arte melhor que jazz soviético no secretariado de Joseph Stalin).

[[[Alexander Tsfasman – chefe de uma das mais famosas orquestras de jazz soviético, fundada em 1926 e mantendo-se em actividade até a década de 40. Foi também a primeira orquestra de jazz a ser emitida na rádio russa em 1927 – “Unhappy Meeting” (1937) «» “Sounds of Jazz” (1938)]]].

Um país atinge a sua maioridade cultural no dia, precisamente no dia, diria José Hermano Saraiva, em que começa a fazer remakes das suas telenovelas. A primeira versão de “Vila Faia” foi uma estopada, sem interesse, e duvidosa audiência no Portugal médio. Nem as garrafas de vinho, comercializado sob o mesmo nome, venderam. Mas o tempo é o trabalhador universal, que incorpora valor acrescentado, em todos os objectos de consumo. Hoje, bosta de Afonso Henriques ou umas cuecas da rainha Vitória valeriam mais que ouro negro. E, entretenimento de TV, converte-se em ficção nacional de elevada qualidade. Uma fonte de inspiração que, quando refeita, com os mesmos actores, envelhecidos, e jovens promessas, justifica a existência de um Ministério da Cultura, pois marca o salto de leão nas produções do espírito.

Em 07/03/08 os portugueses trocaram o palito no canto da boca por Arte. Perderam a casca de simplórios e cantaram como a pequena Maria Isabel “Antes muerta que sencilla”. Desde esse dia querem Chanel Rouge Allure nas beiças por causa da referência a Jean-Luc Goddard e chiques produtos vintage. A apetência por “objectos culturais” melhora a autoconfiança para pedirem, com todas as letras, aquilo de que gostam (broche). Como concertos dos Rádio Macau com final feliz (a) ou o energético boxe da Björk. Ou obras do Pricasso (junção de prick + Picasso. É isso mesmo que estão a pensar. Trata-se de um artista que pinta com o “pincel” propriamente dito. E não pensem que está limitado, por os pêlos estarem no lado inverso, com ele até pinta catedrais). Ou “Poesia”, da boa, do Duo SãoLindas.
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(a) "A vocalista dos Rádio Macau agrediu o guitarrista da banda em palco. Xana e Flak desentenderam-se durante um concerto em Vila Nova da Barquinha, quando a vocalista modificou a letra da música «Anzol» para protestar contra o facto de Flak ter aceitado que o grande êxito da banda fizesse parte de um anúncio publicitário a uma instituição bancária [Santander Totta]. Depois de a cantora cantar: «Não mordam o anzol às petrolíferas», Flak rasteirou a cantora que caiu no chão. Xana, quando se levantou, dirigiu-se ao guitarrista e «presenteou-o» com uma estalada, saindo de seguida do palco."

[[[O jazz é introduzido na USSR por Valentin Parnakh. Emigrante em Paris, deslumbrado pelo jazz de Nova Orleães, regressa a Moscovo, em 1922, e funda a Primeira Orquestra Excêntrica da República Federal Socialista Russa – Banda de Jazz de Valentin Parnakh. Após a sua estreia, no dia 1 de Outubro, na Academia Russa de Artes Teatrais, exercerá grande influência na avant-garde russa. Porém, a relação oficial com este tipo de música, naqueles tempos revolucionários, foi esquizofrénica. O Pravda citava Joseph Stalin: “… se uma pessoa é contra o jazz, não pode ser um comunista”. No mesmo jornal, Maxim Gorki enxovalhou o género num artigo chamado: “Acerca da Música dos Gordos”. O sucessor do tio Stalin, Nikita Khrushchev, imortalizado por bater com o sapato na mesa numa reunião da ONU. Sapato, levado com antecedência na mala diplomática pois, em 1960, os pés proletários não cheiravam exactamente a Palmolive e não se descalçavam em público, odiava tanto o jazz, que saiu a meio de um concerto de Benny Goodman, alegando dói-dói na barriga.

O concerto realizou-se em 1962, no Palácio dos Desportos do Exército Soviético, pouco depois de um avião espião americano U2, ter sido abatido na Rússia. Prevendo “provocações capitalistas” na assistência, o KGB distribuiu a maior parte dos bilhetes nas fábricas, a operários ideologicamente comprovados no materialismo dialéctico. A RCA editou um álbum duplo, com a gravação do espectáculo, ainda em 1962]]].

Não é preciso ter-se olhos japoneses para ver que o prócer da geração 08 é Zezé Camarinha. Porventura a maior “figura da cultura” de todos os tempos. Uma pua que rasga os novos horizontes portugueses. Uma peça fundamental da abegoaria nacional. O creme da bola de Berlim made in Portugal. Feita da massa pasteleira mais fina, esta bola, inclui o lêvedo de uma sociedade crescida. Como Marques Mendes, apenas 50 anos feitos, já condecorado pelo presidente Cavaco Silva, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante, pelos seus “vascodagamanianos” feitos. Ou Durão Barroso, reconhecido entre os líderes europeus por “diogocaninas” descobertas, que fala 24 horas/dia para alarar o continente: “eu acredito que o Tratado está vivo”.

[[[Leonid Utyosov – (Odessa – 1895, Moscovo – 1982) actor de cinema e teatro, comediante, cantor de vários estilos musicais, desde o jazz à canção popular, chefe de orquestra. Ele foi o responsável pela divulgação do jazz entre as massas, através de filmes, com banda sonora composta por Isaak Dunayevsky – “Congo Love Song” (1932) «» “Fall in Love with me” «» na década de 70, numa das suas últimas aparições na TV]]].

Zezé é um canivete suíço multifunções. A sua influência é… impactante. No cinema, com o, imorredoiro como o olho de Camões, anúncio dos gelados Olá. No desporto marinho galardoa Portugal. Na aforística embaça Voltaire. Na dialéctica cilindrava o adversário. Quando Paula Coelho, ex-apresentadora do Nutícias, programa da SIC Radical, onde tirava uma peça de roupa por cada notícia, duvidou do seu paleio, Zezé derrotou-a com a práxis: “Você duvida da minha machidade?? Eu sou mesmo macho e tudo o que digo faço! Se duvida vamos ali para trás do cortinado e tira as duvidas! Nem precisa esgalhar-me o pessegueiro, a alavanca sobe automaticamente!!”.

Na Ciência contribuiu com peso. Deu um instrumento inox para a Hermenêutica e um tira-teimas experimental definitivo. Ricardo Araújo Pereira, ¼ do Gato Fedorento, insinuou haver uma homossexualidade disfarçada na sua escrita, Zezé, na sua defesa, não o desafia para uma análise estruturalista, ou metalinguísta, ou mesmo patafísica, mas para uma “análise ao ânus”, para verificar se teria havido trânsito em contramão. Se algo entrou, em vez de sair, nele, ou no Ricardo Araújo Pereira. O seu livro “O Último Macho Man Português” é mais uma “aposta ganha” da prestigiada editora Dom Quixote, classificado nas “obras de ajuda”, ensina a ter sussexo com as gajas.

[[[As primeiras actuações de bandas de jazz negro americano, na terra do tio Stalin, ocorreram em 1926. Primeiro, a banda de Frank Witers e, pouco depois, a Sam Wooding’s Chocolate Kiddies. Com Witers tocava o mais importante solista da época Sidney Bechet. Clarinetista e saxofonista de temperamento rebelde. Em 1922, foi deportado pelos ingleses, depois de cumprir 11 meses de cadeia, consequência de agressões a uma prostituta. Mestre da improvisação, e do não cumprimento dos compromissos, não alcançou o sucesso merecido no seu país. Em 1928 vivia em Montmarte. Por causa de uma discussão sobre acordes, desafia o seu pianista para um duelo, em plena hora de ponta. Falha o tiro mas duas transeuntes ficam feridas. Foi novamente deportado para os Estados Unidos. Regressou a França em 1950. Um ano depois morreu em Paris. Os existencialistas chamavam-lhe “Le Dieu” – com Louis Armstrong (1925) «» “Petite Fleur” «» “Summertime” «» “A Moi De Payer”.

Consta que, certo dia, Coleman Hawkins, na altura saxofonista da Orquestra de Fletcher Henderson, bazofiou que os músicos de Nova Orleães não sabiam tocar. Ao ter conhecimento disso, Bechet correu para o clube onde Hawkins tocava, dando-lhe uma lição de mestria. Derrotado, Hawkins meteu o saxofone no saco e abandonou o palco, Bechet continuou a tocar, perseguindo-o pelas ruas. Coleman Hawkins – “Body & Soul”. Tocou com Charlie Parker «» Nat King Cole e o Oscar Peterson Trio «» Billie Holiday «» Papa Jo Jones «» Carol Stevens «» Bessie Smith «» Count Basie.

Sam Wooding, outro músico expatriado, em 1925 foi contratado por um empresário russo, para tocar na Europa. A sua banda chamava-se Sam Wooding’s Chocolate Kiddies – “How Am I To Know?” (1929)]]].

O livro de Zezé Camarinha é uma excepção editorial. Interrompeu o ciclo dos bófias escritores, aqueles que, em Portugal, detêm o monopólio da produção literária. Todavia a tradição será retomada esta semana, com a publicação de uma “sopinha de letras”, de Gonçalo Amaral, o coordenador do caso Maddie. O infalível polícia tuga, que não se importava que lhe chamassem comilão e beberrão, mas afinava quando se metiam com as suas roupas amarfanhadas, por serem Hugo Boss, reforma-se aos 48 anos, para atingir “a plenitude de liberdade de expressão” e contar, num livro de 200 páginas, lançado no El Corte Inglés, a “verdade escondida” do caso Maddie.

Pouca página mas muita substância. O Portugal, culturalmente adulto, descobriu a vocação de exportador de “verdade”. Os pregões de Lisboa voltaram. Os vendedores gritam trocadilhos com a “verdade desportiva”, a “verdade hortícola”, a “verdade piscatória”, a “verdade verdadinha”, que vendem em ecológicos sacos de pano. Amaral vem adicionar mais um produto no mostruário nacional: “a verdade escondida sem rabo de fora”, porque temos a sorte de todos os nossos polícias serem génios.

A “verdade” sempre foi um conceito volátil, propriedade de filósofos e teólogos, desavindos na sua definição e alcance, mas os polícias e licenciados em Direito portugueses, estriparam-lhe as ambiguidades e tornaram-na uma certeza. A Polícia Judiciária é a melhor polícia do mundo. Com ela não há casos insolúveis, porque, segundo o bom costume cristão, todos são culpados, e os tribunais lidam com a “verdade” e não com o “demonstrável”. A santíssima trindade da Justiça portuguesa tem funcionado a contento. Os polícias recolhem as provas, o Ministério Público elabora uma ficção encadeando-as, e o juiz sanciona. Para dar uma ideia de equidade, no tribunal, aparece uma figura de corpo presente, chamada advogado de defesa. O caso Maddie estragou-lhes o arranjinho. Os réus protegeram-se e não houve outra solução senão o arquivamento.

O caso não fará jurisprudência. Quando um português, habitualmente sem dinheiro para enfrentar a máquina de fazer Justiça, estiver metido numa situação idêntica, irá bater com os costados nos calabouços. Contudo, serve de aviso aos turistas mais endinheirados. Não entreguem os pontos. Convoquem a Comunicação Social para restringir os habituais truques da polícia.

[[[Alexander Varlamov desviou-se da tendência predominante na URSS e tocava um jazz puro. Os músicos de jazz soviéticos viviam isolados do mundo exterior, aprendiam através da audição de discos. A originalidade da sua música residia no facto de incorporarem elementos do teatro e da canção. Na década de 30, Varlamov reuniu uma big band, que tocava música estrangeira e composições suas. Dentro dela destacou-se um grupo de músicos, executantes de um estilo de improviso, inspirado no jazz europeu do trompetista inglês Nat Gonella, ou do Hot Club de France. Alexander Varlamov & His Orchestra – “Lullaby”, composta pelo próprio para Celestine Call, cantora negra, que trabalhava na URSS, como vocalista da sua banda «» “Blue Moon”.

Blue Moon, célebre canção de Richard Rodgers e Lorenz Hart (1934), e interpretada por muitos – Greta Keller «» Ella Fitzgerald «» Dean Martin «» Elvis Presley «» Sha Na Na «» El Riot and the Rebels, grupo de Ray Thomas e John Lodge, antes de integrarem os Moody Blues «» Susan Hayward, no filme “With A Song In My Heart” (1952) «» Cat Power.

Nat Gonella, uma lenda inglesa, tocou com Billy Cotton and his Band – “The New Tiger Rag” (1930), primeira canção em que ele aparece como vocalista. Com Roy Fox & His Band – “Georgia on my Mind”. Com Lew Stone and his Monseigneur Band – “Little Nell”. Com Ray Noble Orchestra – “Love Is the Sweetest Thing”, como repararam pelo estilo, o clip é feito com imagens do filme “L’Age D’Or”, da dupla iconoclasta Luís Buñuel / Salvador Dalí. Com os Swinging London – “Love, You Funny Thing” (1932). E, retirando o nome da sua interpretação de “Georgia on my Mind”, fundou os Nat Gonella & his Georgians – “Mister Rhythm Man” «» “Troublesome Trumpet”/ “Dinah” / “Let Him Live” (1935). E na década de 70 com a Ted Easton’s Jazzband – “Oh Monah”.

Hot Club de France, fundado por Charles Delaunay, que albergará o Quintette du Hot Club de France, de Jean-Baptiste “Django” Reinhardt e Stéphane Grapelli – “The Sheik of Araby” (1937)]]].

A teoria do Estado de Joseph Stalin era… liberal. Ou pelo menos, ele compreendeu, teoricamente, a essência do Estado liberal. Escreveu: “o Estado socialista é um Estado em vias de extinção, mas essa extinção passa pelo seu reforço”. Só o actual avanço científico e tecnológico permite a realização deste sonho.

Na semana passada mais umas imagens, ruminadas nos noticiários, “chocaram” os opinion makers: cenas de tiros entre ciganos e pretos, no bairro da Quinta da Fonte, em Loures. Por viverem num país de sonho, jornalistas e políticos, nunca tinham visto tal coisa. Seria muito mais raro ver-se a mesma situação com brancos. Estes vivem solitários, isolados, numa sociedade fragmentada, se um estiver em apuros, os outros viram a cara para o lado. O mesmo já não sucede nas comunidades cigana e africana. Os ciganos têm muito respeitinho pelos pretos, porque eles os enfrentam de igual para igual. E, uma regra básica da disposição no espaço é que nunca se coloca os dois grupos no mesmo local.

Após os “acontecimentos”, milagrosamente filmados, debaixo das pedras saltou um exército de peritos, para restaurar a autoridade do Estado, através de conhecimentos “científicos”. Os especialistas mais sociológicos, diagnosticaram um conhecimento entre as comunidades, baseado no “estereótipo”, e apelaram ao “diálogo intercultural”, dizendo que a “interculturalidade é uma riqueza”. Aqueles mais pedagógicos, notaram a baixa escolarização dos ciganos, arredando-os da formação profissional, e esperam ver um cigano a trabalhar como pedreiro ou carpinteiro. Os peritos da área da Física culparam as “armas ilegais” e propõem “aumentar a proximidade das forças de segurança”. Rui Pereira, ministro da Administração Interna, elogiou a “intervenção rápida e competente da PSP”, como manda o protocolo, e garantiu que a “permanência policial deverá continuar até quando for necessário”. Até o pantólogo Marcelo Rebelo de Sousa, ressalvando que não percebia nada do assunto, não se conteve calado e adiantou “problemas de integração”, talvez “agravado pelo tráfico de droga”.

[[[Yakov Skomorovsky – antes de fundar a sua própria banda integrou a de Leonid Utyosov. Nas décadas de 30 – 40 dirigiu a orquestra da Rádio Leninegrado – “Dinah”]]].

O mistério da profusão de pessoas criativas está desvendado, elas são cultivadas. Portugal precisa de aumentar a sua produção mas, por enquanto, vai dando para o gasto. As instituições do Estado e arredores, chamadas para resolver o problema, farão História. Excluíram a videovigilância, nas ruas do bairro, por ser demasiado agressiva, e convocaram os "dirigentes" de ambas as comunidades, regra geral evangélicos sempre a mastigar o Cristo, para um bate-papo. Obviamente, a realização de uma manifestação veio à baila. E lá se realizou. Com flores na mão, uma bandinha de música e os ociosos militantes profissionais de “causas nobres” vindos de fora do bairro.

[[[Nikolai Minh Orchestra – pianista com formação clássica, também foi director da orquestra da Rádio Leninegrado – “Together” (1935)]]].

Se os ciganos tivessem um advogado a sério, punham o Estado português no Tribunal Penal Internacional, acusando-o de limpeza étnica e crime contra a Humanidade. Metê-los em apartamentos está a destruir a sua cultura nómada. A solução seria construir acampamentos de raiz, de casas térreas com quartos amplos, parques para estacionar as carrinhas, equipamento público para crianças e adultos, e um funcionário destacado para pequenas reparações ao fim do dia. As psicólogas, reconvertidas em mulheres-a-dias, fariam a lida da casa, limpando, arrumando e despejando o lixo. Os polícias utilizariam o seu caparro para carregar e descarregar as carrinhas nos dias de feira.

Dinheiro para implementar este programa? É fácil. Basta criar um novo imposto na conta da luz. Com a privatização, o preço da electricidade cairá a pique, tal como sucedeu com a gasolina, ainda não visível por causa da “crise internacional”, se não estaria a 10 cêntimos, ou menos, o litro. Numa economia de Mercado, os preços aproximam-se tendencialmente do zero, e quando a factura vier em branco, é bem-vinda uma taxa, para “promover a integração”.

[[[Nos anos 50 – 60, o jazz soviético progrediu com bandas como a de Oleg Lundstrem, onde tocava Nikolai Kapustin – “Mirage” «» “Variations, op. 3 for Piano and Orchestra” «» em 1964. E noutros estilos como – Ganelin Trio Priority (2005) «» Nikolai Gromin & Alexei Kuznetsov (2007) «» German Lukyanov Band «» Alexei Kozlov (2008)]]].

terça-feira, julho 01, 2008

Almarge
O anónimo povo, numa empresa de casting recrutado, empurrou a caminheta da Selecção Nacional de futebol até à Suiça. E os nossos heróis, de peito quinado e hínicos pulmões, quaaaase ganharam o Euro2008. Foi por muito pouco. Próximo do nada. Durara o jogo contra a Alemanha mais um niquinho – menos do que sobreviveria um passageiro aéreo lançado no vácuo – e as ruas engolfariam de buzinas, abraços, felicidade. Azeitados com novo ânimo, os jogadores galgariam os restantes jogos, transportando a taça para Lisboa num autocarro, agora movido a gasóleo, oferecido pelo patriótico bolso dos administradores da Galp. A Selecção esteve tão perto da vitória, que não se pode falar de derrota, mas de uma não-vitória. (“Thinking Allowed”).

[dos Skyclad, banda inglesa fundada em 1990, são considerados os inventores do folk metal, um som mais pesado, produto da fusão do folk com o heavy metal – “Inequality Street” // “Land of the Rising Slum” (1994) // “Great Blow For A Day Job” (1997) // “Building a Ruin” (1998) // “Earth Mother” + "Spinning Jenny” (2006) // “The River” (2007) // “The Widdershins Jig” (2007) // estiveram no Hard Club no Porto – Parte1 // Parte2 // e em “Emerald” uma canção dos Thin Lizzy].

[Thin Lizzy, um dos primeiros grupos a incluir poesia nas canções rock – “Whiskey in the Jar” (1972) // “Dancing in the Moonlight” // “The Rocker” (1973) // “Jailbreak” // “Cowboy Song” (1981) // “Cold Sweat” (1983). A banda separou-se em 1983. Phil Lynott, baixista e vocalista, entre o abuso de álcool e drogas, continuou tocando com os amigos. Com Gary Moore, que parte uma corda da viola no início da canção, e Cozy Powell – “Don't Believe a Word”. Ainda com Gary Moore – “Out in the Fields”. Com músicos da cena punk formou os The Greedies – “I Wish You a Merry Christmas”. Tocou nos The Rockers composto com elementos dos The Move e dos Status Quo – “We Are the Boys”. Com Mark Knopfler dos Dire Straits – “Kings Call”. Com os Motörhead, infelizmente o som do vídeo é muito mau, pois Lemmy, para além de ser Deus, consta que é um colega, licenciado em Filosofia, e com 1 200 mulheres, que lhe passaram pelo bico, está no nº 8 do Top das Lendas Sexuais, da revista Maxim. E Lynott a solo – “Nineteen”, a sua última aparição na TV. Ele morreu em Janeiro de 1986 quando o seu corpo cedeu aos excessos de álcool e drogas].

“Derrota” é uma palavra desengraçada, excluída do vocabulário de um país, movido a energia positiva. Derrotas sofrem os países pobres, com barracas no design urbano, não aqueles que abancam o rabo nas luxuosas sanitas do mundo, e que dominam o poder da Semiótica. Estes aplicariam os termos “não-vitória” ou “invitória” numa situação de ficar com as mãos a abanar. Tal como não se emprega a palavra “contador”, para designar aquela geringonça, que mede a electricidade ou a água, consumida pelas empresas e famílias. Os bons gestores digeriram Jacques Lacan na Universidade e compreendem a armadilha do “dizer”. O freudiano francês rabiscava no seu Seminário I: “a palavra é a dimensão por onde o desejo é autenticamente integrado no plano simbólico”. Mas a palavra dilui-se na polissemia, abrindo brechas no simbólico, precipitando o bilbode do irracional no racional. Para contornar os “25 significados” do vocábulo “contador”, as empresas de distribuição de electricidade e águas, substituíram-no por “taxa de potência” e “taxa de disponibilidade de serviço”, respectivamente. Que têm um único significado: “pagar por Multibanco, nos CTT ou PayShop”. (Um país rico tem legitimamente uma elite com o rei no aparelho digestivo. “Brian Boru”!).

[dos Cruachan, banda de Dublin, formada em 1992, inserida no género celtic metal, como se chamou ao folk metal que incluía instrumentos e temas tradicionais da música irlandesa – “The Brown Bull of Cooley” // “The Very Wild Rover” // “Pagan” (2007) // “The Great Hunger” (2007) // “Spancill Hill” (2007) // “Bloody Sunday” (2007) // “Ride On” (2008)].

“Entre a bicicleta e a laranja / vai a distância de uma camisa branca”, escreveu Mário-Henrique Leiria. E entre “futebol” e “alienação” vai um Karl Marx frito em molho Hegel. O futebol representa unicidade objecto/imagem de uma nação. Cria identidade. Metamorfoseia um povo marralhão em mariposas intelectuais. Nas transmissões televisivas de rua, populares e “figuras da cultura”, discorriam uníssonos, na profundidade da análise. Dentro dos estádios, as fofinhas reacções dos líderes, sentados nas bancadas VIP, enterneciam. A semiânime grei acordou com os golos.

Na Avenida dos Aliados, no Porto, foi colocado um ecrã gigante para os fãs, operados ou não às cataratas, assistirem aos desafios. Durante a “festa do golo”, marcado por Hélder Postiga contra a Alemanha, um esfusiante adepto ripou da naifa e esfaqueou três. No pânico, ainda uma moça partiu uma canela. Prontamente, os investigadores da PSP excluíram o terrorismo ou a cabala: não houve premeditação, “tiveram o azar de assistir ao jogo ao seu lado”. (“End of All Times”? Nem por isso!).

[dos Primordial, banda irlandesa, formada em 1991 – “Sons of the Morrigan” // ao vivo em Corroios em 2005 // ao vivo em 2008 em Atenas // “Empire Falls” (2008)].

Os portugueses tomaram o supositório da “não-vitória” no Euro2008 como um homem, de chofre, sem anestesia, sem lágrimas. E no dia seguinte estavam no posto de trabalho a produzir “PIBiana” riqueza. Algo “diferente” sucedeu com os adolescentes, aparvejados pelas baterias de testes, do Ministério da Educação.

No mês de Março, o concerto do grupo alemão Tokio Hotel, idolatrado pelas raparigas leitoras da revista Bravo, marcado para o Pavilhão Atlântico, foi cancelado. Bill Kaulitz, vocalista, apresentava problemas na garganta e teve de regressar à Alemanha, para uma operação. O anúncio do cancelamento despoletou cenas apocalípticas. As fãs irromperam em choro compulsivo, desmaiaram, rasgaram posters, blasfemaram. Uma mãe, de um bebé de 14 anos, que acompanhara ao concerto, exclamava: “as crianças estão apavoradas, a chorar baba e ranho”. Os adultos presentes manifestavam justo sentimento de revolta. Queriam, talvez, avisos por SMS da anulação do espectáculo, para serem “tecnológicos” como os filhos. Mas estes pais modernos são também “científicos”. Ouvia-se uma frase comummente ligada à polícia: “nunca se encontra um psicólogo quando é preciso”, para mitigar o trauma da “perda”.

Os Tokio Hotel actuaram, no mesmo local, no Domingo passado. Uma semana antes, as fãs já dormiam à porta do Pavilhão Atlântico. (Um povo nascido para lutar. “Born to the Fight”).

[dos Waylander, banda da Irlanda do Norte, formada em 1993 – “King of the Fairies” // ao vivo em Dublin // ao vivo em 2007].

Portugal trilha novos caminhos. “Sem precedentes” – diz-se no léxico de país rico. Cavaco Silva é conhecido por não sofrer de “adultite”, isto é, não é um velho chato e sensaborão. No ano de 1994, afirmava, orgulhoso, que perdia apenas 5 minutos de manhã e 5 minutos à tarde, a ler jornais. “Um Primeiro-ministro tem muito trabalho”, justificava, e, afiançava, 95% do que diziam os croniqueiros sobre ele, era mentira. Em 2008, empoleirado como Presidente da República, pede elites ao bom povo. Discursou ele, no Dia de Portugal, em Viana do Castelo: “um país onde as instituições não sejam fiáveis; um país que não cresça e não inove, criando riqueza e oportunidades para todos; um país sem uma escola de onde saiam elites capazes de integrar a sociedade do conhecimento e lidar com as tecnologias mais avançadas, um país que não confia no seu próprio futuro, por muito que possa orgulhar-se do seu passado, dificilmente pode aspirar a uma intervenção relevante no plano externo”. Sábias palavras foucearão “o futuro hoje”.

José Luis Zapatero, com o título de campeão europeu de futebol na bagagem, viajou até à Dinamarca. Foi recebido pelo seu homólogo dinamarquês com cachecol, champanhe e bolo. O criado que serviu estes acepipes era obviamente… um, “relevante no plano externo”, português. (Já não há rastejar para debaixo das pedras. “Crawl into the Sun”!).

[dos Geasa, banda irlandesa de celtic metal. Na mitologia céltica, a palavra “geasa” é plural de “geis”, que significa “obrigação”, “promessa” mas também “maldição”, “feitiço” ou “tabu” – “Tuatha de Dannan”].

Ninguém sabe quando as elites alouraram na frigideira nacional. Em 1998 ainda não estavam no ponto. Havia muito labrosta. Nesse ano realizou-se a Expo em Lisboa, e os organizadores, conhecedores da pacovice popularucha do farnel, atestado de sandes, vinho e laranjada p’ós putos, proibiu a entrada de merendas no recinto. Mas, na cauda do século passado, as elites encorpavam, como prova a seguinte história de um ilustre português que, houvera nascido no tempo das caravelas, e teria sido capitão de nau.

José Salter Cid, em 1990, entrou para a Marconi, hoje chamada PT, nos quadros do marketing e comunicação. Ainda nesse ano, Cavaco Silva, na qualidade de Primeiro-ministro, requisitou-o para secretário de Estado das Comunicações. Finda a comissão Salter Cid regressou à Marconi. Em 1994, nova requisição de Cavaco, para secretário de Estado da Segurança Social. Esta pepita nacional não escapou ao olho clínico de Durão Barroso que o colocou como presidente da Companhia das Lezírias. Para esta missão, da sua empresa, entretanto rebaptizada PT, Salter Cid levou a secretária particular, para auferir 3 500 euros/mês e o motorista, que se contentava com 3 300 euros/mês. Ele, cérebro da operação, recebia uns míseros 27 500 euros. Em 2007, com 17 anos de árduo trabalho na PT, solicita a pré-reforma. Atribuem-lhe uma mensalidade de 17 900 euros. Ele acha pouco.

Bandolero”? Não. Um homem nu, na eterna demanda da Justiça, contra um poderoso conglomerado. Ele quer ganhar o mesmo que um gestor activo, na sua categoria, e meteu a PT em tribunal. Faça-se Justiça e Salter Cid encabará na História como exemplo de que os pequenos vencem os grandes. Um homem que não se deixa abater pela firma de advogados da PT. Um Erin Brockovich. Um David contra Golias. Um líder. Um verdadeiro homem. No desfile do Orgulho Gay, de sábado passado, os manifestantes encheram a rua do Carmo com alegres gritos: “homem verdadeiro leva no pandeiro”. (Porque temos Deus do nosso lado, Portugal não é uma “Godless Commune of Sodom”).

[dos Mael Mórdha banda irlandesa formada em 1998 – “Doom Shall Rise” // num programa de TV – Parte1 // Parte2 // ao vivo em 2008].

Sendo as elites uma espécie em vias de propagação no século XXI, augura-se em Portugal, uma felicidade familiar de anúncio Heinz Deli Mayo. O marido sai para produzir riqueza. Os miúdos vão para a escola com lancheira, terminando o leite escolar. E a mulher volta a ser a fada do lar. Restabelecido o equilíbrio, o Estado ensacará vales e montes de dinheiro, para fazer obra. Quando a Lei do Tabaco entrou em vigor, o Parlamento comprou 825 placas de aviso “proibido fumar”, para não incorrer no risco dos deputados esquecerem a restrição que tinham votado. Havendo muito pastel ele nunca é mal gasto. O excesso de dinheiro serve para sermos excêntricos.

O quadro “A Súplica de D. Inês de Castro” do pintor Francisco Vieira de Matos, um dos introdutores do neoclassicismo em Portugal, que assinava Vieira Portuense, foi a leilão em Paris. Segundo “figuras da cultura”, pelo tema e os riscos na tela, merecia ser pregado numa parede de um museu português. O ministro da Cultura, José António Pinto, esquivo, não se descosia nas intenções do Governo: “estamos a analisar e a ver as possibilidades”. O Comendador Joe Berardo, art lover, partiu para a licitação. “Quem dá mais?”. Ele dava. Até que a quantia do cheque alcançou o limite, a partir do qual, só os tolos pagam. O Estado português arrematou a obra por 210 mil euros. Se o ministro me tivesse telefonado, e dito que estavam interessados, não tinha licitado, comentava, com certa graça, o Comendador para uma jornalista. (Temos cor para o futuro. “Black Is the Colour” – 2005)

[dos Bluehorses, banda de Cardiff, País de Gales, formada na década de 90, que mistura rock, música clássica e gothic music – “Skyclad” // “Barbara Allen” // “Night Visit” // “Dark Circle” // “Dance with Me” // “Hoedown” // “Blackleg Miner” // “Waes Hael” // tocam Vivaldi (2004) // “Mad Tom” (2005) // “Gravel Walk” // “Raggle Taggle Gypsio” (2007)].

Hoje os portugueses estão ainda mais ricos. O IVA baixou um ponto percentual. Os jornais de Economia vender-se-ão como conquilhas. Leitores ávidos procurarão conselhos para investir esta poupança. No verde pasto ibérico a vida sorri… ah! já me esquecia também hoje o preço da missa subiu de 7.5 € para 10 €.

[O folk metal noutros países.

ÁFRICA DO SUL:
Ravenwolf, formados em 1989 – “The Alchemist” (1994) // “Seek and Destroy” dos Metallica.

ALEMANHA:
Subway To Sally, banda formada no início da década de 90 – “Where is Lucky” // “Liebeszauber” // “Sieben” // “Veitstanz” // “Unsterblich” // “Grabrede” // “In der Stille” // “Julia und die Räuber”.

Faun, grupo formado em 1998 – “Egil Saga” // “Pungara” // “Da Que Deus” // “Wind und Geige” // “Andro” // Fiona Rüggeberg e Lisa Pawelke em “Pastime”.

SuidAkrA, grupo formado em 1994, pelo guitarrista Arkadius Antonik. O nome da banda resulta de Arkadius ao contrário – “The IXth Legion” // “Wartunes” (2007) // “Dead Man’s Reel” // “A Vision’s Demise”.

BRASIL:
Tuatha De Danann, banda de Minas Gerais. O nome deriva a mitologia irlandesa, traduz-se por “povos da deusa Danu” – “Tir Nan Og” // “The Dance of Little Ones” // “The Last Words” // “Bela Natura” (2006) // “Believe: It's True” (2007) // “Land of Youth” (2008) // “Lover of the Queen”.

ESPANHA:
Mago de Oz, banda fundada em 1989 pelo baterista Txus, só em 1992 a formação fica completa – “Hoy Toca Ser Feliz” // “Diabulus In Musica” // “La Rosa de los Vientos”// “Jesús de Chamberi” // “Maritormes” // “La Danza Del Fuego” // “Molinos de Viento”.

FINLÂNDIA:
Finntroll, embora cantem em sueco, porque o “sueco soa mais troll”, dizem eles, é um grupo finlandês, formado em 1997 – “Trollhammaren” // “Nedgång” // “Födosagan” (2001) // “Jaktens Tid” (2007) // “Försvinn Du Som Lyser”.

Turisas, nome retirado do Deus da Guerra, na mitologia finlandesa, formados em 1997 – “A Portage to the Unknown” // “Rasputin”, como estão a reconhecer, um hino do disco sound dos Boney M // “Battle Metal” // “Holmgard and Beyond” // “One More” (2005).

FRANÇA:
Heol Telwen, formado em 1999. O nome significa “Sol Escuro” em bretão – “Etre Douae Mor” // “An Deiz Ruz” (2007) // “Kan Ar Kern” (2007).

HUNGRIA:
Echo of Dalriada, banda formada em 2003. Em 2007 reduziram o nome para Dalriada, que terá origem em Dál Riata, um reino situado no Oeste da Escócia, nos finais do século VI, começo do VII – “Vérző Ima” // “A Rab Gólya” // “Téli ének” // “Hazatérés” // “A Nap és Szél Haza” // ao vivo em 2006 // “Walesi Bárdok”.

Sacra Arcana, do latim “segredo sagrado” é um grupo formado em 2001 – “Isten Kardja” // “Ugass a Farkasokkal”.

ITÁLIA:
Elvenking, banda formada em 1997. O rei Thranduil, da Terra Média, é chamado Elvenking no “Hobbit”, de J. R. R. Tolkien – “Poison Tears” // “The Divided Heart” (2007) // “Pagan Purity” // “Infection” (2007) // “The Winter Wake”.

Ethereal Faun, tocam versões dos Elvenking – “The Silk Dilemma” // “The Winter Wake”.

LETÓNIA:
Skyforger, formados em 1995 – “Maeves March” // ao vivo em 2006 // “Usins Ja” // “Sencu Ozols” // “Nâves Sala”.

LITUÂNIA:
Folkearth, formados em 2003, como um projecto internacional de músicos, tocando folk music – “In Odin’s Court” // “Naglfar Sets Sail” // “By the Sword of My Father” // “De Tause Fjell”.

PANAMÁ:
Acteron, formados em 2001 – “Kingdom of Dragon” // “Symbols of Agony”.

PORTUGAL:
Moonspell, formados em 1989, banda de Fernando Ribeiro, crescido na Brandoa e quase licenciado em Filosofia na Faculdade de Letras de Lisboa – “Scorpion Flower” // “Vampiria” // “Luna” // “Finisterra” // “Alma Mater” // “Nocturna” // “Opium”.

SUÉCIA:
Amon Amarth, grupo formado em 1992. O nome significa “Monte da Perdição” em Sidarin, língua dos elfos, da Terra Média, na obra de J. R. R. Tolkien, “O Senhor dos Anéis” – “Runes to My Memory” // “The Pursuit of Vikings” // “Cry of the Black Birds” // “Death in Fire” // “Fate of Norns” // “Valkyries Ride” // “Ride for Vengeance” // “Bleed For Ancient Gods”.

SUIÇA:
Eluveitie, banda formada em 2002 – “Slania’s Song” // “Anagantios” // “Inis Mona” // “Of Fire, Wind & Wisdom” // “Uis Elveti” (2007) // “The Endless Knot” (2007) // “Your Gaulish War” (2007) // ao vivo em 2008.

TURQUIA:
Pagan, formado em 1995 – “The Longing and the Ancient” // “Ones Shamanic Flames].