Pratinho de Couratos

A espantosa vida quotidiana no Portugal moderno!

quarta-feira, outubro 29, 2008

Esperar sentado

O poder da oração, enaltecido em todas as comunidades, pelas suas propriedades paliativas de maleitas psicológicas, físicas e sociais, incha de proeminência no planeta high tech. Jimmy Carter, o 39º presidente dos Estados Unidos, amargava de horríveis hemorróidas e não se inibia de puxar, pelo nadegueiro assunto, entre seus pares. No seu livro de 1978 contou que, Anwar Sadat anunciou aos egípcios, que o “seu amigo Jimmy” sofria do hemorroidal, e apelou para que todos rezassem por ele, porque era um bom homem, que promovia a paz. Qual
co2 laser, qual carapuça! No dia seguinte a dor desaparecera pela primeira vez. Carter pensou emitir uma declaração oficial, agradecendo todos os rezadeiros, mas decidiu que já falara demais do fundo das suas costas, e limitou-se pelo feliz brado: “nunca recebera tão bom presente de Natal”.

[Localizar as origens do
rock progressivo é uma tarefa impossível. Se for necessário um princípio, que seja nos iniciadores da liberdade na música pop, a batedeira eléctrica de vários estilos, os The Mothers of InventionKing Kong. Na Inglaterra, no Marquee Club, no ano de 1967, o grupo residente, Clouds, (Old Man), influenciava clientes assíduos e futuras vedetas do prog rock, como Rick Wakeman ou Keith Emerson.
The Nice, com o massacre do órgão Hammond L-100 por Keith Emerson, citações de música clássica, jazz e canções fora do padrão três minutos da pop, representa o nascimento mais estrito do prog rock. Parte1 (mescla de “America”, de Leonard Bernstein, para o filme “West Side Story”, com “From the New World” de Antonín Dvořák) ++ Parte2 (versão de “Blue Rondo à la Turk” do Dave Brubeck Quartet) ++ “Hang on to a Dream”.

Desiludido pelo fraco reconhecimento comercial do grupo, em 1970, Keith Emerson forma os
Emerson, Lake & Palmer, com Greg Lake, vindo dos King Krimson e Carl Palmer, dos Atomic Rooster, atingindo estatuto de supervedeta nas teen magazines e reservas dos críticos musicais, pouco impressionados com acrobacias no palco como apunhalar o Hammond ou tocar Bach ao contrário. “Fanfare for the Common Man” ++ “Toccata” ++ “Bitches Crystal].

Ajoelhar, entre os jovens americanos, sempre foi um meio para perpetuar namoricos, e evitar que os namorados, atestados de genica, debandassem para as galdérias, despudoradas em fazer o tratamento total. Ajoelhar, apenas para rezar, é uma nova moda nos EUA, sobretudo entre as vedetas da família Disney. Donald e Mickey nunca foram apanhados por paparazzi em indecências, assim, também, as estrelas de carne e osso devem manter sobriedade e resguardo.
Selena Gomez é uma dessas vedetas. Recebeu o seu nome da rainha da Tejano Music, Selena, (Si Una Vez), assassinada em 1995, com 23 anos, pela presidente do clube de fãs e gerente das suas lojas, Yolanda Saldívar, que a endrominava nas contas. Em criança, Selena Gomez estreou-se no programa infantil de TV Barney, onde conheceu a melhor amiga, Demi Lovato, também na lista de pagamentos da Disney em Camp Rock (do seu CD de estreia “Get Back). Em 2007 aparece como Makayla num episódio de Hannah Montana, negócio lucrativo da Disney, protagonizado por Miley Cyrus, filha do cantor country Billy Ray Cyrus, que pousou numas fotos de Annie Lebowitz, para a revista Vanity Fair, como ela tinha 15 anos, os americanos ficaram indecisos entre babar-se ou mostrar choque (7 Things” ++ “Start All Over). Nesse mesmo ano, Selena Gomez é contratada para o papel principal em “Wizards of Waverly Place”. E, obviamente, tem uma carreira na venda de discos a solo: “Fly to Your Heart” ++ “Cruella De Vil.

A criogénica cabeça de Walt Disney zela pela moral e bons costumes do seu império. Não se permite rambóia, discotecas fora de horas, álcool ou drogas, preservativos nas malas e rapidinhas, de bruços, no lavatório da casa de banho. Nos estúdios Disney rezar-se-ia missa sem envergonhar o padre. Ora, Selena saiu melhor que a encomenda. O papá comprou-lhe, na sua igreja, um abençoado “
anel da pureza”, para ela assumir o compromisso de guardar a virgindade para o casamento santificado. Jura a moçoila: “vou manter a promessa a mim própria, à minha família e a Deus”. A sabedoria popular descobrira que esperar é uma virtude, a ladinice padreca americana, atraiçoada por falsas virgens e pressionada pelo marketing de gadgets, inventa o expediente de esperar pela virtude.

Mr. T, o possante B. A. Baracus do
A-Team, protagonizou uns famosos anúncios para os chocolates Snickers. Publicitariamente incorrectos foram retirados. Num deles xingava um praticante de marcha pelo rabigo comportamento, maneando as nádegas como um larilas, e epitetando-o de “uma desgraça para a raça masculina”. Coisas do milénio passado. Hoje, o jovem macho saltarilha entre Barbies ou Bratz, igualizando testosterona e estrogéneo. Por isso, o poder da oração apazigua também as hormonas juvenis masculinas.

Os prémios vídeo da MTV foram apresentados, este ano, por
Russell Brand. Na introdução, o desbocado britânico insultou Wbush, incomodando muita gente, mas incomodou muito mais, quando larachou sobre os Jonas Brothers, (também elementos do gang Disney: “Hold On++ “When You Look Me In The Eyes), porque mexeu num ninho de vespas, as fãs dos manos, uma tropa de choque sem piedade, cuja idade média ronda os 8 anos, e foi forçado a retratar-se com um pedido de desculpas. Russell escarneceu com o “anel da pureza”, que os três mocinhos orgulhosamente usam, como símbolo dos votos de castidade até ao casório. Não compreendia ele, como uns gajos, que podiam comer qualquer mulher no mundo, se metiam numa beatice daquelas.

No querido Portugal, uma profissão tem engrandecido o seu nível de pureza: os bófias. Na década de 80, os polícias, no cumprimento do dever, malhavam em tudo o que caçavam. Não havia distinção, de qualidade ou estatuto, entre ricos e pobres, levavam todos pela medida grande e fossem queixar-se ao D. Sebastião. Agora, felizmente, estão democráticos, só apanham os pobres. As forças de segurança, da era global, recebem bons exemplos doutros países na lida com criminosos. O Canadá contribui para o equilíbrio ecológico, realizando um massacre sazonal de focas bebés, para impulsionar o comércio de peles e vestir as vacas europeias e americanas, mas também colabora no progresso do trabalho “policiológico” (o trabalho policial feito com jeitinho respeitando os direitos dos humanos). A polícia montada canadiana provou que a idade não importa. Uma
criminosa de 15 anos pode ser uma ameaça grave para um ou mais caparrudos agentes. E, antes que os polícias fiquem todos negros, o procedimento correcto é chegar-lhe a roupa ao pêlo para amansar.

Denúncias de violência policial, no querido Portugal, são perda de tempo.
Leonor Cipriano, condenada pela morte da filha, acusa inspectores da Polícia Judiciária de lhe terem posto a cara num bolo, durante as investigações. Ela, com este acto tresloucado, destapou a caixa de canora, a voz técnica dos advogados lusos. Os causídicos evoluíram da caneca de cerveja e tremoços para a informática. Alegam imagens JPEG! Manipulações digitais! Cabalas! E Cipriano nem é capaz de identificar os agressores (risos judiciais!). No mundo real, quando nos enchem a marmita, vê-se estelas, não há discernimento para fixar caras de perfeitos desconhecidos, mas os tribunais vivem noutra dimensão. Neste lado da raia, as imagens do expediente, numa esquadra espanhola, para um juiz ou advogado, indicia um cidadão sem suspensórios e os polícias ajeitando-lhe as calças. Leonor Cipriano vai esperar sentada por responsabilidades do coordenador de brigada, director da PJ ou ministro da tutela.

No primeiro julgamento, o Ministério Público trabalhou o atraso mental de Cipriano para sacar uma condenação, este, é um descanso.

terça-feira, outubro 21, 2008

Sala de espera

Benjamin Franklin, o mais prendado
Founding Father, na sua menos pública especialidade de conselheiro sexual, escreveu uma carta a um jovem amigo, que avesso ao casamento, sofria de pungitivos afogueamentos na genitalia, orientando-o na triagem do género de mulher eficaz, para apaziguar essa comichosa aflição. Primeiro o matrimónio, porém como o amigo não estava para aí virado, Benjamin recomenda o convívio íntimo com senhoras para cima dos 45 anos de idade e enumera várias razões. Porque compensam a diminuição da beleza com um compêndio de artifícios para agradar aos homens, não há mulher velha que não seja bondosa, elimina-se o perigo de nascerem filhos e são mais prudentes, no trato social, acautelando-se de estragar a reputação do homem.

E conclui com uma lição de Biologia aplicada ao gozo sexual. Escreve ele na alínea 5), que a deficiência de fluidos, que enchem os músculos, aparece primeiro no rosto, emurchecendo-o e enrugando-o, e vai descendo para o pescoço, seios, braços, todavia, as partes baixas continuam carnudas como antes. Franklin, um cientista, propõe uma experiência simples para comprovar este facto. Cubra-se a parte de cima das mulheres com um cesto, olhando da cintura para baixo, é impossível distinguir uma nova de uma velha. E, para dissipar alguma hesitação do amigo, aconselha que se apague a luz, antes do regalório, pois no “escuro todos os gatos são pardos”.

[
The Gap Band merece uma citação no disco sound devido ao par de dotes vocais da bailarina loira em “Burn Rubber”. E também Claude François, na sua fase disco, exibia Les Clodettes com fatos arejados para realçar os mesmos atributos – “Alexandrie, Alexandra” n\n “Magnolia” n\n “Cette Année-là].

O
Marquês de Sade executou a missão terrena de perverter virgens. Benjamin Franklin não. Cidadão do emergente país, idealizador do respeito pela “pessoa humana”, finaliza as suas sensatas considerações, enaltecendo a estima pela honra das jovens. Desgraçar uma moça, arruinando-lhe a reputação, causará remorso e amargura, ao contrário do que ocorre quando se faz uma velhota feliz. Exclama ele enfático: “elas são tão agradecidas!!”.

As
irmãs Olsen trabalham na indústria do entretenimento desde terna idade. Serem gémeas homozigóticas facilitou-lhe a admissão no primeiro emprego. Pois, os produtores de séries de TV ou filmes, para cumprirem as leis do trabalho dos jovens actores, contratam gémeos idênticos e assim dividirem as horas de filmagem entre um e outro, sem interrupções para descanso da criança. Divertimento! Divertimento! Divertimento! Não é trabalho infantil. O trabalho infantil só aparece como fruto da necessidade, quando uma criança nasce numa família pobre, sem Chocapic ou Phoskitos sobre a mesa, e é obrigada a dar o litro numa fábrica. Proveniente de família rica, inscrito nas agências de casting, abre-se-lhe as portas para desfiles de moda, anúncios publicitários, cinema, televisão, etc.
Mary-Kate e Ashley Olsen iniciaram a carreira, com seis meses de idade, na série de TV “Full House” e por lá cresceram, no papel de Michelle Tanner, durante oito anos. Continuaram numa companhia própria, produzindo filmes para o mercado de vídeo, acumularam riqueza e figuram na Forbes, colectivamente, como a décima primeira mulher mais rica da indústria do entretenimento. No ano de 2004, a revista Hustler (hoje também parodia Sarah Palin à sua maneira) publicava o “Olsen Twins Countdown”. Uma contagem decrescente para o dia 13 de Junho, aniversário da maioridade, das gémeas Olsen. No dia 1 de Junho a revista informava que faltavam 12 dias para as gémeas serem legais hoo-ha! Era um aviso para que machos, machonas e indefinidos de Hollywood se posicionassem na linha de partida, da grande corrida, para papá-las legalmente. As moçoilas eram feias em criança e feias ficaram na idade adulta. Claro que tiveram o seu momento de perfeição proporcionado pela cosmética, mas depressa desapareceu, com Mary-Kate encarrilando nos distúrbios alimentares e Ashley desgastada pela vida.

De um modo geral, beleza nas irmãs Olsen, só kantiana, daquela existente nos olhos de quem vê, por isso, é duvidoso que tenha valido a pena esperar 18 anos. Mas, nos dias de hoje a novidade, o produto a estrear, suplantou a experiência e os bons preparos femininos da época de Benjamin Franklin.

[
Tinto Brass, realizador italiano, especialista no aprontamento, manuseação e milagre da multiplicação de virgens. Serena Grandi em “Miranda” n\n Cristina Garavaglia em “L’uomo Che Guarda” n\n Claudia Koll n\n Ingrid Thulin em “Salon Kitty” n\n Anna Ammirati em “Monella” dança o Mambo Italiano n\n Melita Toniolo n\n Deborah Caprioglio em “Paprika” um monumento de carne que anda. Tinto Brass realizou o filme de cowboysYankee” com Philippe LeRoy e Mirella Martin. E participou num anúncio publicitário com Monica Bellucci].

Por
Mackenzie Philips valeu a pena esperar. Filha do falecido John Phillips, dos The Mamas and the Papas, e da sua primeira mulher, Susan Adams, Mackenzie desde cedo teve liberdade para fazer o que lhe desse na telha e drogas à descrição espalhadas pela casa do hippie pai. Estreou-se, com 12 anos, no filme “American Graffiti”, no papel, praticamente autobiográfico, de Carol Morrison, uma adolescente rebelde, independente e problemática. Em 73 ingressou no elenco da série de TV “One Day at a Time”, onde ganhava 35 000 dólares por semana, para alimentar o vício da cocaína, que custava 700 mil. Degradou-se de tal forma que foi despedida. Reabilitou-se numa clínica. Foi readmitida na série, voltou às drogas e foi despedida outra vez.

Certo dia, estava ela, o pai e
Mick Jagger, na cozinha, entretidos na confecção de sandes de atum. Mick diz para Phillips: “não temos maionese. Vai comprar”. O pai sai. Mick esquece o atum e a maionese, e come Mackenzie, na altura com 18 anos. “Estava à espera disto desde que tinhas 10 anos” – confessou-lhe o Rolling Stone satisfeito.

[
Dušan Makavejev, realizador jugoslavo, politizou a actividade virginal. “W.R. Mysteries of Organism” agraciou-lhe o exílio da Jugoslávia no início da década de 70 n\n “Sweet Movie”, proibido em vários países, galardoou com a expulsão da Polónia, a actriz e cantora Anna Prucnal (“I Ragazzi Giu Nel Campo” com texto de Pasolini n\n “Bandiera Rossa”) n\n “Manifesto” n\n “The Coca-Cola Kid”, filmado na Austrália com Greta Scacchi e Eric Roberts. A música do anúncio visto pelo personagem de Roberts é de Tim Finn, vocalista do grupo neozelandês, Split EnzOne Step Ahead” cantado pelo irmão Neil Finn dos Crowded House].

Os portugueses são um povo expectante. Vão pagar, para o ano, em média, por cabeça, mais 75 € em multas. O Orçamento de Estado 09 prevê um aumento de 30% nessas receitas. Assim, espera-se em 2009, muito convívio com polícias, se pintará um clima sentimental ou apenas criminal, depende de como cada um gosta de ser comido.

quarta-feira, outubro 15, 2008

Meio garrafão cheio
A crise financeira tomou as mesmas proporções que a
morte de Mark Twain – as suas notícias foram exageradas. Apocalípticos e desintegrados bendisseram o capitalismo morituro. Olvidaram-se do epitáfio escrito pelo camarada Stalin: “quando enforcarmos os capitalistas, eles vender-nos-ão as cordas, que usaremos”. E, não assistimos a nenhuma corrida às lojas de ferragens ou ao Bricomarché para comprar cordel. As pessoas acreditaram na louçania dos dirigentes mundiais no amanho de resposta. Eles não desiludiram acudindo-se da sabedoria popular: “ao banqueiro e ao borracho põe Deus sua mão invisível por baixo”. E, banqueiros e afins fizeram suas as palavras de Bruna Surfistinha: “cansei de ganhar dinheiro com o meu corpo. Quero ganhar muito mais com a minha esperteza”.

[
Frank Zappa, o brincalhão-mor do Universo, parodiou o disco sound em “Dancin’ Fool”, no álbum “Sheik Yerbouti”. E, sua mui nobre filha, Moon Unit Zappa, embalou na estética dos tempos, com a sua obra única “Valley Girl
Sarah Brightman, rodeada do grupo de dança Hot Gossip, também não escapou aos encantos de ganhar a vida com o disco em “Starship Trooper”. Arrependida daquela argêntea figura, embrenhou-se na floresta encantada dos sons mais clássicos em “Fleurs Du Mal” o/o "Arabian Nights" com a cantora indiana Shaweta Sheety.
Walter Murphy pintalgou Beethoven com o dançante ritmo em “A Fifth of Beethoven” o/o e “O Voo do Moscardo” de Nikolai Rimsky-Korsakov em “Flight ‘76”. A ideia brotou-se-lhe ao ouvir a mistura pop de Johann Sebastian Bach em “A Lover’s Concerto” pelas The Toys e “Joy” dos ingleses Apolo 100.
Jesse Green – “Nice and Slow” o/o “Disco Crazy].
A actividade financeira, em si, já era peculiar. Coube-lhe dar continuidade histórica ao Esclavagismo. Um marmanjo enrascado entra numa agência para pedir um empréstimo. Sorrisos, facilidades, oh joy! E sai coagido a trabalhar para a instituição, entregando-lhe parte dos seus rendimentos, durante o resto da sua vida. Pôr os outros a render é a melhor actividade comercial de todas, quando se ambiciona um lucro razoável, para lagosta e champanhe francês. Mas, se os gostos descambam para viagens espaciais e verdadeiras vedetas de Hollywood na cama, o sistema… colapsa. Então, o cliente, ordenhado através do juro para manter o sistema, é convocado uma segunda vez, como contribuinte, para reforçar com o dinheiro dos impostos uma indústria que (dizem) não pode falir.
Cores! Sol! Agora, não é inevitável dar o corpo ao manifesto, para ficar podre de rico, basta usar apenas a esperteza.

A festança voltou às Bolsas. O optimismo é rei. Não há povo mais optimista que o português. Para nós, o garrafão de cinco litros de tintol está sempre meio cheio. E, o comandante supremo do optimismo é o Chefe de Estado. Cavaco Silva, com a sua Maria, assistiu ao
Portugal Fashion, não olhou para as mamas e para os rabos e comentou sorridente: “Não é todos os dias que temos a oportunidade de ver 20 caras bonitas a passar a menos de um metro de distância de nós. Contei 20 caras bonitas! Gostei muito do que vi”.

[
The Trammps – “Disco Inferno o/o “That's Where The Happy People Go.
Rick Dees & His Cast of Idiots – “Disco Duck
A Taste of Honey “Sukiyaki”, uma cover de Kyu Sakamoto o/o “Sayonara” o/o “Rescue Me”.
Andrea True Connection – “More, More, More”. Andrea True, aluna da conservadora escola católica feminina, Academia de Santa Cecília, em Nashville, aproveitou a esmerada educação nos filmes porno e no disco.
Yvonne Elliman – “If I Can't Have You”. Yvonne Elliman participou nos coros de Eric Clapton, por exemplo, em “I Shot The Sheriff”. No ano de 74 partilhou durante alguns meses o leito do guitarrista conhecido como “a mão de Deus”, nos acodes da guitarra, não nas cordas das mulheres, pois cobiçava a esposa de George Harrison, Pattie Boyd. Cantou o papel de Maria Madalena no álbum original, na versão da Broadway e no filme “Jesus Christ Superstar”. “Can’t Find My Way Home” o/o participou num episódio da série de TV “Hawaii Five-0].

O conhecimento empírico ensina que o swing, a troca de mulheres, é um óptimo meio para solidificar laços sociais, expresso numa vertente da chamada promiscuidade entre Política e Economia. Mas quando uma empresa é rica, como as portuguesas, compra conferências para colher análogo resultado. No dia 14 de Janeiro de 2006, os CTT pagaram a Luiz Felipe Scolari, então treinador da Selecção de Futebol, 19 000 € por uma palestra de 45 minutos, no Pavilhão Atlântico, subordinada ao tema: “Como Fortalecer o Espírito de Grupo”. O actual treinador do Chelsea também contou os caras na plateia para receber o cheque.

Produzir riqueza é um fado nacional. E os portugueses estão cada vez mais ricos. Marques Mendes com 50 anos de vida, 20 dos quais a deputar na Assembleia da República, reformou-se com 2 905 € por mês, para vivre sa vie noutras oportunidades de emprego. Vasco Franco, durante as presidências de Jorge Sampaio e João Soares, número dois do Partido Socialista na Câmara de Lisboa, contentou-se com 3 035 €. Apesar das suas habilitações serem o antigo Curso Geral de Comércio, correspondente ao 9º ano, foi aposentado como Técnico Superior de 1ª classe, pois os cuidados geriátricos e medicamentos estão caros. O juiz desembargador José Manuel Branquinho de Oliveira Lobo, certo dia, sentiu-se mal da caixa dos parafusos. Uma junta médica reformou-o com um cheque de 5 320 € por doença psiquiátrica incapacitante para trabalhar. Santana Lopes, no seu consulado com Primeiro-Ministro, nomeou-o para Director da Polícia de Segurança Pública.

E com a riqueza vem a boa educação. O Diário da República de 30 Junho de 2006 publicava o Louvor nº 532/2006: “louvo José Lopes Cardoso, motorista do meu gabinete, especialmente encarregado do apoio automóvel à minha família directa, pelas suas excepcionais qualidades humanas, além de uma excelente educação, elevada competência profissional, capacidade de condução segura, pontualidade, aprumo pessoal e absoluta descrição. Senti-me sempre muito tranquilo por saber que estavam mas suas mãos membros da minha família mais próxima que, por uma razão ou outra, precisavam dos seus serviços, de que sempre muito gostaram”. Assinado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros da altura, Diogo Pinto de Freitas do Amaral. Uma leitura mal intencionada associaria o motorista, aos devassos envolvimentos, que o rapaz da piscina ou o instrutor de ténis mantêm com as senhoras casadas, mas num lar cristão não há poucas-vergonhas. Neste caso é um
Transporter, ao serviço de uma figura do Estado, conduzindo a madama ao sítio…

[
Thelma Houston – “Don’t Leave Me This Waycover de Harold Melvin & Bluenotes o/o “Love Masterpiece” o/o “Ruby Tuesday”.
Madleen Kane, sueca, modelo da Elite, alcançou sucesso na Europa e no proteccionista mercado americano. You Can.

Craabs – disco na terra que gerou Silvio Berlusconi – “
Let's Go Dancing”.
Amii StewartGrazie Perchè” com Gianni Morandi, resultado da sua escolha, em meados dos anos 80, da Itália para viver.
Grace JonesI'm Not Perfect (But I’m Perfect for You).

Ann-Margret, a actriz nascida na Suécia teve o seu banho de disco sound em “Love Rush”. A RCA tentou vendê-la como o “Elvis feminino” nos anos 60 – “I Just Don’t Understand”. E os seus dotes andaram por outros géneros – “Smash The Mirror” o/o “Viva Las Vegas].

quinta-feira, outubro 09, 2008

Nacionalizar é bom
Os povos ferram com ambas as mãos as suas
jóias. E não gramam vê-las apolejadas, sem respeito, pelos outros. Um país, como Portugal, reduzido na dimensão geográfica e económica, ufana com os sucessos dos seus cidadãos na estranja. Eles são as nossas gemas que estão a civilizar o mundo pela 2ª vez. José Lello, não é um basbaque qualquer, atingiu o cargo de presidente da Assembleia Parlamentar da NATO, nessa insigne qualidade foi vistoriar a Geórgia. Num posto de controlo os soldados russos apontaram-lhe as metralhadoras. Um português gargalha do perigo, manduca metralhadoras ao brequefeste, porém, grave foi terem-lhe forçado a dar “dois passos atrás”.

[o disco sound, aparece nos anos 70, desenhado para festas de arromba e pistas de dança preliminares do sexo. Um estilo musical resultante da mistura de vários géneros como o funk, soul, salsa etc., popularizado por filmes como “
Thank God It’s Friday” e, sobretudo, “Saturday Night Fever”, que difundiu o “travoltiano” mito, da miséria laboral quotidiana, poder ser redimida no fim-de-semana, numa discoteca, vestido para arrasar e executando passos de dança originais. O disco obrigava ao corpo um estado de preparação, alcançado pela cocaína, o “poppers” e, a droga daquele momento no tempo, os drunfos Quaalude.
Manu Dibango, músico camaronês, tem o lugar na História, como autor do primeiro álbum disco sound, “Soul Makossa” (significa “dança da alma”). - Lion of Africa” ll mais comercializado no gosto europeu com “Woa].

Os portugueses não arrecuam. Emproam, nas turbulentas águas actuais, solucionando os problemas locais e globais. Mira Amaral, um português que fez… coisas, adiantou uma ideia brilhante: “vendia a RTP para ter mais polícia na rua”. Problema da segurança encerrado com o ovo de Amaral! Mas, em matéria poedeira, não ficamos por aqui. Carlos Zorrinho, Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico, tem cutelo para o sumido crescimento económico nacional: “a questão é muito clara, tem muito a ver com a dinamização do mercado e com a criação de massa crítica. Portugal é um país relativamente pequeno, que tem de focalizar muito das suas políticas, para criar massa crítica” para ser competitivo. Portugal, em vez do Euromilhões, tem de apostar na “massa crítica”, nos pequenos e médios cérebros (PMC), que constituem100 % da sua produção, económica ou outra.

Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, um dos mais gabados PMC, porque é bom em matemática, contribui com um ovo de Godzilla para a resolução da crise financeira: “o que é importante é que ninguém confie em rumores e confiem no que dizem publicamente e expressamente as autoridades”. Dormiram durante anos, mas agora, despertos, não andam a apanhar bonés, sabem o que fazem.

[
Cameo “Attack me with Your Love” / “Candy” ll “Word Up”.
Donna Summer, uma das rainhas do disco, com 21 anos, integrou o elenco da peça “Hair”, na deslocação à Alemanha, onde participou num episódio da série de TV “11 Uhr 20”, mostrando que tinha corpo para cantar “Black Power”. O sucesso surge depois de conhecer Giorgio Moroder, que lhe produziu o primeiro álbum com o hit europeu “The Hostage”. Love To Love You Baby”, o primeiro êxito nos EUA, proibido nalgumas estações de rádio, a revista Time contou-lhe 22 simulações de orgasmo, e Donna foi alcunhada “a primeira-dama do amor” “I Feel Love” ll em 2008, a cirurgia plástica é amiguinha – “Stamp Your Feet”.
The Commodores, bons moços, terminando os estudos no Instituto Tuskegee, assinam pela Motown e dão nas vistas durante uma tournée dos Jackson 5 “Easy” ll sobreviveram, mais ou menos, à saída de Lionel Richie ll “Nightshift].

Neste sufoco para criar um capitalismo nadível, porque não se pode pedir videovigilância para banqueiros e gestores, como se fossem criminosos, concluiu-se da necessidade de regressar aos antigos valores éticos. No início do século XX não se estava mal de valores. Em 1925, o primeiro-ministro italiano, Vittorio Emanuele Orlando, gabava-se no Senado, o quão orgulhoso estava por ser mafioso, porque significava honorabilidade, nobreza e generosidade. Estes valores estão okay para a “terra dos livres”, desde que complementados com leituras da Bíblia na Wall Street, em vez do Capital. Por outro lado, na Inglaterra, back to the past, significa um regresso aos valores do Império. Diz Gordon Brown: “os meus valores, os valores deste país – a promoção do trabalho, do esforço, do empreendedorismo e da assunção de riscos responsáveis – são as qualidades que os mercados têm que garantir para que as recompensas inerentes sejam consideradas justas”.

Entretanto, a prioridade é salvar os ricos. As notícias das perdas são aflitivas. Se por cá o “milionário Amorim perde 15 milhões de euros por dia”, os ricaços americanos & friends vazarão Estiges de precioso dólar no inferno da dissipação. E, mais grave, comentem-se injustiças contra eles. Richard Fuld, CEO do banco
Lehman Brothers, é enxovalhado, por um cínico político, por ter embornalado só 480 milhões de dólares, em 8 anos. Depois da administração Wbush ter injectado 85 mil milhões de dólares na AIG, os gestores partiram para uma merecida semana de férias no St. Regis Monarch Beach, na Califórnia. A factura de 443,343.71 dólares, descriminados por 200,000 para os quartos, 150,000 para banquetes, 25,000 para SPA e salão de beleza, suscita comentários sarcásticos do senador Elijah Cummings.

Acusar os executivos de “ganância” é imerecido. É verdade que, para converter toda a “massa monetária”, que eles dizem ter criado, em notas reais, todas as gráficas do mundo trabalhariam meses a fio e, mesmo assim, os Governos teria de recorrer aos
baralhos de cartas, como fez, em 1684, Jacques de Muelles, intendente da coroa francesa, no Quebeque. Mas, mercê da sua força de carácter, ninguém se atirou das janelas desesperado. E, contratados de novo, entulharão o mundo de riquezas. Os desgraçados despejados das suas casas, pelas execuções das hipotecas bancárias, saíram na mecha, abandonando plasmas, computadores e urnas com as cinzas dos mortos, deduzindo-se que foram tentar uma vida melhor no Wild Wild West.

Sente-se no ar a marcha do
Exército Vermelho, as infamadas nacionalizações regressam para salvar o “capitalismo no bom sentido”, na feliz expressão de Durão Barroso. Para não se confundirem com reles comunistas, os Governos avisam que é por pouco tempo, o capitalismo apenas é posto entre parêntesis. Num abrir e fechar de conta os empreendedores privados ocuparão a carlinga da economia e o jacto levanta. Entrementes, para o nosso brio patriótico esta crise foi benigna. O nosso querido Cristiano Ronaldo é agora patrocinado pelo taxpayer americano. O AIG da rubra camisola do Manchester, em nome desta redescoberta dos bons valores da transparência e honestidade pelos líderes mundiais, será substituído pelo selo da Reserva Federal.

Nos tempos pioneiros da televisão em Portugal, o programa mais visto era um cartaz, irritante na época, mas adequado aos nossos dias: “pedimos desculpa por esta interrupção, o capitalismo segue dentro de momentos”.

[
The BlackbyrdsHash and Eggs.
Cheryl Lynn – “Got To Be Real ll “Keep It Hot”.
The Floaters – após a saída de Peter Gabriel, Larry Cunningham fez uma audição para vocalista dos Genesis, mas foi excluído, por falta dos dotes vocais requeridos – “Float on.
ShalamarTake That To The Bank. Jody Watley também tem uma carreira a solo – “Looking 4 a New Lovell “After You”].
Silver Convention, na Alemanha, participavam do mesmo som – “Fly Robin Flyll no festival da Eurovisão de 77 “Telegram”. Penny McLean teve um sucesso de destruição maciça dos tops com “Lady Bump”, mas o famoso grito da canção não é dela, pertence a Gitta Walther.



Soulful Dynamics, oriundos da Libéria, obtiveram sucesso na Alemanha, no início dos anos 70 – “Mademoiselle Ninette” ll “Coconuts from Congoville].

quarta-feira, outubro 01, 2008

O talismã

A boa índole dos portugueses avocou-lhes a atenção do mundo. Oitocentos anos de gigantescos feitos conferiram-lhes pedigree. Natália Correia trovou-lhes, as solares ou marítimas, origens: “Pois que te é divino mister / Humanos olhos extasiar / A dúvida é só perceber / Se vieste do sol ou do mar”. Bom, na verdade, a poetisa refere-se ao cavalo, mas os versos assentam que nem uma sela ao português, que não dá passo atrás, como as emas e os cangurus. Estes simpáticos animais constam do brasão de armas australiano exactamente por causa dessa fisiológica característica. E, pela mesma razão, poderiam figurar no escudo português. O povo que, só passa do estado asinário, para o equídeo, e galopa sempre em frente.

Na semana passada, Costa Neves, presidente do franchise açoriano do PSD, realizou um feito de uma enorme importância cultural. Concretizou algo que escorria durante séculos entre os dedos de filósofos e pensadores. Conseguiu definir a essência lusa. Aludindo às futuras eleições regionais concluiu: “o haver muita abstenção, também significa algo que responsabilizo directamente os socialistas, que é a falta de esperança. O pior que os socialistas fizeram, aos açorianos, foi matar a esperança”. O genial político não reconhece: “eu sou um palerma. Não consigo arrebanhar para o meu verde pasto, as ovelhas descontentes, com promessas e marchandising de campanha”. Antes, prevendo uma situação, manda as culpas para os outros.

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The Partridge Family em “Walking in the Rain”, Jodie Foster, ainda sem idade para opções sexuais alternativas, participou neste episódio e é a miúda loira na assistência. “I Can Feel your Heartbeatuu “I Think I Love You” uu “I Would Have Loved You Anyway”. The Partridge Family foi uma série de TV de sucesso, do princípio dos anos 70, sobre as aventuras de uma mãe e filhos músicos, protagonizada por David Cassidy, Shirley Jones, Susan Dey, Danny Bonaduce, Suzanne Crough e Brian Forster. Foi inspirada numa família real da música pop, dos finais dos anos 60, The Cowsills, que foram convidados para interpretá-la, mas os produtores não queriam que a mãe entrasse e impuseram Shirley Jones para o papel. Eles não aceitaram – “Hair” uu “Monday Monday].

Consta que a palavra “testemunhar” deriva de “testículos”, porque nas cortes romanas, jurava-se sobre eles. Antes da publicação da Bíblia, pôr os tomates no cepo, era uma boa ideia para garantir testemunhos verdadeiros nos tribunais. Ora, uma promessa política não é uma situação de “cortem-nos rentes se não cumprir”. É para se ir cumprindo. Se não for nesta legislatura, será na próxima, ou na próxima, ou na próxima, até a memória olvidar-se. Mesmo assim, Costa Neves não se refugiou na arte de prometer, aproveitou para substancializar a essência da condição portuguesa. Nenhum português admite ser burro, eu sou esperto, os burros, são todos os outros. A melhor imagem desta peculiar forma de ser é rodoviária. Para o condutor luso, as estradas pululam de aselhas, excepto ele. Precisamente este “expertism-o” avassalou o mundo e os portugueses são chamados, em todas as ocasiões, para good luck.

Cavaco Silva é o maior talismã nacional. Economista de formação, cai que nem chocolates Cadbury, para clarificar a actual crise financeira. E, como um sábio Buda, pronunciou apenas uma palavra zen: “complexa”. Uma adjectivação laminar para não explicar uma coisa simples. A produção, distribuição e consumo de bens (a Economia) assenta em dois sectores: o real e o financeiro. O primeiro produz riqueza. O outro, rapina sobre a riqueza. Como não há pais ricos para todos, para desenvolver os seus negócios, as pessoas necessitam de pedir algum emprestado. Aí surge o sector financeiro publicitando ter dinheiro para dispensar e, em troca do favor, recebe juros aceitáveis ou quase. Na prática, o “dinheiro” financeiro não existe, mas tem de aparecer quando chamado. Se não é o pânico.

Tudo começou com os pobres. Os Bancos americanos, para não ficarem a chuchar no dedo, praticavam o “redlining”, isto é, não emprestavam dinheiro a pretos e a brancos pobres para compra de casa ou negócios. A administração de Jimmy Carter quis solucionar o chocante problema, indigno do século XX, através do “Community Reinvestment Act”, obrigando a uma reavaliação das condições dos empréstimos. A coisa funcionou. A malta feliz com dinheiro, gerava mais dinheiro, e pagava empréstimos e juros. Mas este serviço é prestado por empresas privadas que têm de dar todos os anos lucro e mais lucro e mais lucro. Sob pressão, os gestores inventaram um criativo sistema de viagem de créditos entre instituições financeiras. A cada passagem aumenta-se o valor para dar lucro que isto não é a Santa Casa da Misericórdia. Para suportar este castelo de cartas o mercado imobiliário é inflacionado. Quando as casas caíram para o seu valor concreto, não havia dinheiro real para cobrir aquele, que as instituições diziam ter, e sobre o qual os gestores engordavam-se a si próprios e aos accionistas. É o pânico!

Jean de la Fontaine escreveu: “para salvar o crédito é preciso ocultar a perda”. Wbush quer escondê-la com um cheque de 700 mil milhões de dólares. Bolou um plano para comprar o crédito incobrável, chamado entretanto “activos tóxicos”. Categórico, como nas bombas nucleares de Saddam, anunciou aos americanos: “o plano é suficientemente grande para resolver um problema sério”. E esclareceu: “o Governo é a única instituição, suficientemente paciente, para comprar estes activos, ao baixo preço actual, e agarrar-se a eles, até que os preços voltem ao normal”. Ou seja, está fora de questão permitir que as Leis do Mercado reduzam a economia americana ao seu real valor, baixando os preços dos bens, imobiliários e outros. Segundo o Spectrem Group, desde 2003, a taxa de crescimento de milionários nas terras do tio Sam ronda os 8%. Existiam 9.2 milhões em 2007. Juntando os 400 bilionários da Forbes é muita gente rica. Se permitirem o amado mercado funcionar nesta “crise”, seria uma hipótese muito optimista, esperar que apenas metade deles, não acabasse na porta do Exército de Salvação, para uma refeição quente.

Os economistas liberais, mas não muito, arrumaram na gaveta as Leis do Mercado, que separam as boas das más empresas. Prosperando umas, falindo as outras. No caso das instituições financeiras, dizem, não vale a pena separar o trigo do joio, porque não há trigo, é tudo joio. E o que será do mundo sem crédito? O cidadão normal diz adeus à compra de casa e às férias em Punta Cana. E as empresas são impossibilitadas de abrir fábricas na China por falta de financiamento. No meio deste apocalipse toxic Cavaco Silva visita a Bolsa de Nova Iorque e faz votos: “faço votos que a supervisão e regulação sejam mais transparentes e mais eficientes. Vamos ver como a BNI reage, hoje, ao discurso dramático do presidente Bush, ontem à noite”. E ninguém viu um tipo a ler o teleponto mas um presidente ianque with a plan.

Cavaco Silva é uma perna de coelho em New York. A força da fé, que imprimiu no dedo, quando tocou o badalo, para dar início à sessão da Bolsa, mudará a maré dos mercados. Já se sente o cheiro do dinheiro no ar. Ele, um bom turista português no estrangeiro, não esqueceu a sua terra natal, e mandou um piedoso recado: a crise “quase de certeza vai atingir os portugueses”. Os Bancos nacionais são de olhinho, não precisam de incentivos presidenciais, a reboque da crise, desataram a aumentar a taxas juro. E, não é preciso grandes projecções económicas, para adivinhar que este ano, os seus lucros serão chorudos. Tudo começou com os pobres e não vai terminar nos ricos.

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The Ugly Ducklings, grupo canadiano, dos anos 60, a canção foi escrita durante o debate parlamentar sobre a pena de morte – “Hangman”.
Luv’d Ones, grupo feminino do Michigan – “Up Down Sue”.
The Rattles, grupo de Hamburgo – “The Witch”.
The Lords, grupo alemão – “Poor Boy
The Marbles – “Only One Woman”. Duo formado pelos primos Graham Bonnet e Trevor Gordon. Com a falta de sucesso Gordon desiste da música, mas Bonnet prossegue uma carreira a solo. Entre 1978 e 1980 foi vocalista dos Rainbow de Ritchie Blackmore, guitarrista dos Deep Purple.
The Gun – “Race with the Devil”. Jimi Hendrix gostou da canção e tocou-a na ilha de Wight. Outros grupos fizeram versões: Judas Priest uu Black Oak Arkansas uu Girlschool. Com o fim da banda os irmãos Gurvitz juntaram-se ao baterista Ginger Baker, dos Cream, para formar os Baker Gurvitz Army.
The Family Dogg, grupo inglês – “Brown Eyed Girl
The Herd – “Paradise Lost” uu “I Don’t Want Our Loving To Die”. Grupo de lançamento de Peter Frampton, farto com o estatuto de ídolo da juventude, sai para se juntar a Steve Marriott nos Humble Pie. Por seu lado, em 1976, Andy Bown foi contratado para tocar teclas nos Status Quo].